Cinco dicas para que Brasil saia do fundorobo aviator pixbet'ranking mundial'robo aviator pixbeteducação da OCDE:robo aviator pixbet

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Maisrobo aviator pixbet500 mil jovens,robo aviator pixbet15 a 16 anos, fizeram as provas do Pisa

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Brasil e vizinhos tiveram um desempenho bem inferior ao dos países que lideram o ranking do Pisa

Apesarrobo aviator pixbetalguma melhorarobo aviator pixbetCiências e Matemáticarobo aviator pixbetlugares como o Peru e a Colômbia, os países da América Latina seguem apresentando um desempenho muito distante das nações que lideram a avaliação.

A melhor posição entre os latino-americanos foi para a cidaderobo aviator pixbetBuenos Aires - um 38º lugarrobo aviator pixbetciências. A pior foi a da República Dominicana, 70º - e último - lugarrobo aviator pixbetCiências e Matemática.

A OCDE explicou que o Pisa não trouxe um resultado geral para a Argentina porque o pequeno númerorobo aviator pixbetcolégios participantes da avaliação no país não permitiu que fossem obtidos resultados estatísticos consistentes.

Andreas Schleicher, diretorrobo aviator pixbeteducação da OCDE e coordenador das provas do Pisa, destacou à BBC Mundo, o serviçorobo aviator pixbetespanhol da BBC, cinco mudanças que o Brasil e a América Latinarobo aviator pixbetgeral devem fazer para melhorarrobo aviator pixbeteducação.

1) Encarar a desigualdade

Muito pode ser melhorado na educação brasileira e latino-americana.

Mas Schleicher aponta um "elefante na sala", um problema grave e dominante falado por poucos.

Crédito, PA

Legenda da foto, Para Andreas Schleicher, responsável pelas provas do Pisa, "a desigualdade é o grande desafio da educação na América Latina"

"Este problema é a desigualdade. E para dizer a verdade, a desigualdade na América Latina é, emrobo aviator pixbetmaior parte, planejada", disse Schleicher.

"Basicamente, se você vemrobo aviator pixbetuma família com recursos, vai frequentar um colégio talvez privado, se formar e depois o governo lhe dará muito dinheiro quando você conseguir uma das poucas vagas nas universidades públicas. Você se sairá bem", afirmou.

"Mas se você vemrobo aviator pixbetuma família pobre, acabarárobo aviator pixbetuma escola com menos professores preparados, dificilmente terá a oportunidaderobo aviator pixbetalcançar a educação superior ou acabarárobo aviator pixbetuma instituição privadarobo aviator pixbetpouco prestígio, pagando do próprio bolso para ter um diploma medíocre."

Schleicher observa que "muito poucos países da América Latina têm a coragemrobo aviator pixbetencarar essas desigualdades".

"O Chile vem tentando com muita dificuldade. E me impressiona o que o Peru está fazendo: colocando os colégios públicos e privadosrobo aviator pixbetum mesmo plano,robo aviator pixbetmaneira que as escolas privadas não possam receber dinheiro público, devem escolher. Acho que é um enfoque corajoso."

O dirigente da OCDE destacou o casorobo aviator pixbetpaíses que adotam políticas rigorosas - como aqueles que mandam bons professores para colégios que estãorobo aviator pixbetdesvantagem.

"Vou dar um exemplo. Na China, se você é vice-diretorrobo aviator pixbetum colégio muito bom e quer virar diretor, primeiro terá que provar arobo aviator pixbetcapacidaderobo aviator pixbetum colégio com problemas."

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Para coordenador do Pisa, uma das principais funções das escolas é dar uma vida melhor aos alunos

No Vietnã, que ficourobo aviator pixbet8º no Pisa, também se quer assegurar que as crianças que precisamrobo aviator pixbetmais oportunidades tenham acesso ao ensinorobo aviator pixbetqualidade.

"Isso não existe na América Latina", disse Schleicher.

Mas ele cita um exemplo positivo que vem do Estado brasileiro do Ceará.

"Me impressionou muito o que estão fazendo lá. Se uma escola está no topo do ranking estadual, recebe mais dinheiro, mas o valor não pode ser gasto nessa escola: ela deve usá-lo para ajudar outra escola que tenha maus resultados."

"Dessa forma, a escola boa recebe mais verbas, prestígio, mais pessoal e programas, mas esse conhecimento vai para as escolas que realmente necessitam dele. Creio que é uma forma muito inteligenterobo aviator pixbetencarar a desigualdade."

2) Tornar a carreirarobo aviator pixbetprofessor mais atraente

E não se trata apenasrobo aviator pixbetpagar melhores salários, segundo Schleicher.

"Alguns países da América Latina pagam muito bem os profesdores. Estou me referindo a fazer com que a profissãorobo aviator pixbetprofessor seja muito mais atraente intelectualmente", explicou.

"Isso significa oferecer mais oportunidades para que os professores colaborem, investir mais na profissionalização."

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Professores precisam ter mais oportunidadesrobo aviator pixbetdesenvolvimento profissional, avalia coordenador do Pisa

Para Shleicher, faltam esses elementos na região.

"Na América Latina, cada professor é tratado da mesma forma, e os governos acham que sabem o que os professores deveriam fazer."

"Na maioria dos países latino-americanos, a profissão é muito estática. É uma espécierobo aviator pixbettrabalho industrial, como numa fábrica."

Nesse sentido, avalia, Brasil e vizinhos poderiam aprender muito com países como Cingapura, Vietnã ou China.

"Em Cingapura, por exemplo, se faz algo muito simples. Algumas aulas são gravadasrobo aviator pixbetvídeo, e semanalmente os professores se reúnem, assistem aos vídeos, conversam, analisam e vão, eles mesmos, estabelecendo a melhor prática."

"Isso não gasta muito tempo nem dinheiro, mas tem um impacto profundo. Os professores são os donos darobo aviator pixbetprofissão. E quase toda escola tem uma comunidade profissional que colabora e aprende."

Cingapura também determina que cada professor gaste cem horasrobo aviator pixbetatividades ou cursosrobo aviator pixbetdesenvolvimento profissional por ano.

"Ultimamente tenho visto que a maioria dos professores têm cursosrobo aviator pixbetmestrado. Mas não se tratarobo aviator pixbetaprender apenas na universidade", opinou o representante da OCDE.

"Na minha opinião, o melhor treinamento para eles acontece nos próprios colégios, observando boas práticas, aprendendo com os melhores professores. Creio que isso é o que falta na América Latina."

3) Ensinar a pensar como um cientista

"Creio que um grande desafio para a América Latina é afastar-serobo aviator pixbetum sistema centrado no ensinorobo aviator pixbetconteúdos, quer dizer, priorizar que os estudantes aprendam a pensar como um cientista, um matemático, um filósofo ou um historiador", disse Schleicher.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, É importante saber pensar como um cientista, criar hipóteses e planejar experiências, diz especialista da OCDE

"É importante que os estudantes compreendam realmente a essência darobo aviator pixbetdisciplina e se apaixonem por ela."

"Se eles são bombardeados com conteúdo, terão aprendido conhecimento. Mas na América Latina vejo grandes deficiências na capacidaderobo aviator pixbetparticipação dos estudantes,robo aviator pixbetentusiasmar-se com o que aprendem."

No leste da Ásia também são usados métodosrobo aviator pixbetensino tradicionais, mas centrados na compreensãorobo aviator pixbetconceitos.

Você é capazrobo aviator pixbetplanejar uma experiência? Pode desenvolverrobo aviator pixbetprópria hipótese e depois fazer uma experiência para prová-la? Consegue distinguir um fatorobo aviator pixbetuma hipótese?

Tudo isso pode ser resumido, segundo Schleicher,robo aviator pixbetpensar como um cientista.

Um ensinorobo aviator pixbetconteúdos significa apenas aprender quantas patas tem uma aranha ou a fórmula química da água.

4) Ensinar poucas coisas, masrobo aviator pixbetprofundidade

Os sistemasrobo aviator pixbetensino com melhor desempenho focamrobo aviator pixbettrês coisas, afirma Shleicher.

Em primeiro lugar, demandam rigor - ou seja, o nívelrobo aviator pixbetexigência dos alunos é muito alto.

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, "Na América Latina, os livrosrobo aviator pixbettexto são maiores do que no Japão, onde o importante é ensinar pouco erobo aviator pixbetprofundidade"

Em segundo, se concentramrobo aviator pixbetaprender poucas coisas, mas "muito, muito bem".

Erobo aviator pixbetterceiro está um elemento que Schleicher chamarobo aviator pixbetcoerência ou progressão na aprendizagem.

"Na América Latina, os livrosrobo aviator pixbettexto são maiores do que no Japão, onde o importante é ensinar pouco erobo aviator pixbetprofundidade", afirmou.

"Geralmente, o que vemos na América Latina é que os estudantes não aprendem algo no quarto ano do ensino fundamental e aquilo voltará a aparecer,robo aviator pixbetmaneira distinta, no quinto e no sexto ano."

"Coerência significa que primeiro se aprende algo muito bem, compreende-se e depois se avança para o passo seguinte."

5) Melhorar o ensino pré-escolar

De acordo com o especialista, existe um vínculo direto entre o ensino pré-escolar e o desempenho posterior dos alunos.

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, Existe um vínculo direto entre a educação pré-escolar e o desempenho posterior dos estudantes, avalia coordenador do Pisa

"Vi muito progresso na América Latina na educação para crianças maioresrobo aviator pixbettrês anos", disse Schleicher.

"Mas creio que novamente o desafio é a qualidade do ambienterobo aviator pixbetaprendizagem. O acesso à educação pré-escolar na América Latina avançou, mas a qualidade deve melhorar."

"Deve haver um componenterobo aviator pixbeteducação forte, e não me refiro apenas à aprendizagem tradicional, mas a competências sociais, emocionais. Sempre se deve assegurar que quem educa essas crianças seja qualificado."

Schleicher também falou sobre outro problema grave na educação secundária no Brasil e vizinhança: a evasão ou abandono escolar.

Crédito, Thinkstock

Legenda da foto, 'Não se pode manter os alunos na escola como se ela fosse uma prisão', afirma Schleicher

"A primeira coisa que deve ser perguntada aos países da região é por que os estudantes não estão completandorobo aviator pixbeteducação. E o grande problema é: a relevância", opinou.

"Muitos jovens não veem que o aprendizado vai ajudá-los na vida. Esse problema deve ser encarado, não se pode manter os alunos na escola como se ela fosse uma prisão."

"Se você fosse donorobo aviator pixbetum supermercado e visse que,robo aviator pixbet100 clientes que entram, uns 30 vão embora diariamente sem comprar nada, você passaria a se perguntar: por que as pessoas não querem ficar no meu supermercado?"

"Não costumamos fazer essa pergunta quando se tratarobo aviator pixbetensino. Acreditamos que a resposta é fazer uma escola obrigatória", afirmou Schleicher.

"A resposta estárobo aviator pixbetgarantir que as escolas realmente ajudem os alunos a ter um trabalho melhor, uma vida melhor."