Como o comunismo usou o neon para afastar os fantasmas do stalinismo na Polônia:betnacional vale a pena
"As autoridades acreditavam que, com a banalização dos painéisbetnacional vale a penaneon, podiam levar um pouco da magia ocidental às cidades polonesas e satisfazer,betnacional vale a penauma certa forma, o desejobetnacional vale a penamodernização".
Para o governo, os painéis, inteiramente concebidos e produzidos no país, funcionavam como mais uma exibição da força e do talento dos trabalhadores da República Popular da Polônia.
Hill destaca a "alta qualidade do trabalho, tanto técnico como gráfico".
"Os traços daqueles painéis da Guerra Fria são modernos até para nossa época. Para mim, são pura arte eletrográfica. Mas há uma relação fascinante entre a arte soviética e o uso que o regime fazia dela", afirma.
'Las Vegas socialista'
Em poucos anos, a campanhabetnacional vale a pena"neonização" daria a Varsóvia uma imagem noturna comparável abetnacional vale a penagrandes centros capitalistas do ocidente, como Nova York ou Las Vegas.
Entre os anos 60 e 70, a Avenida Pulawska, uma das principais artérias no sul da capital polonesa, tinha maisbetnacional vale a penamil painéis coloridos brilhando entre os blocosbetnacional vale a penaconcreto soviéticosbetnacional vale a pena14,5 quilômetrosbetnacional vale a penaextensão.
Na cidadebetnacional vale a penaPoznan, a sede da Orquestra Filarmônica ganhou um painel animadobetnacional vale a pena25 metrosbetnacional vale a penaextensão no qual dezenasbetnacional vale a penapássaros coloridos se alternavam cantando sobre uma nota musical.
Diferentemente do Ocidente, os neons poloneses não estavam associados a marcas comerciais, mas a símbolos comunistas: um elefante rosa para a loteria nacional; a sereia, símbolobetnacional vale a penaVarsóvia, coroando um livro na entrada das bibliotecas municipais; uma vaca na porta dos centrosbetnacional vale a penadistribuiçãobetnacional vale a penaleite.
"O neon era controlado pelo governo, era publicidade socialista cobrindo todas as ruas das principais cidades", observa Hill.
A abundância e variedade das placas luminosas contrastavam com os poucos produtos disponíveis nos estabelecimentos que anunciavam.
Ele cita uma pequena lojabetnacional vale a penaflores "controlada por duas senhoras velhinhas que deveria ter umas oitenta plantas à venda, nada mais, e quase nenhum cliente".
"Mas a fachada da floricultura era inteiramente cobertabetnacional vale a penafloresbetnacional vale a penaneon coloridas. Quer dizer: tinha mais investimento no neon do que na lojabetnacional vale a penasi", revela.
Peçasbetnacional vale a penamuseu
Os painéisbetnacional vale a penaneon perderam espaço com a decadência do regime comunista durante os anos 80, e com a abertura política.
"Houve um desejobetnacional vale a penamodernização ebetnacional vale a penaromper com tudo o que ligava o país ao passado comunista. Os painéisbetnacional vale a penaneon eram um símbolo forte desse período. Então pouca gente tinha interesse ou dinheiro para restaurar e manter esses painéis, o que é caro e complicado. A política os criou e a política os destruiu", afirma Hill.
Foi o desejobetnacional vale a penaconservar esse aspecto da história polonesa que o levou a abrir o Museu do Neon, que reúne hoje cercabetnacional vale a pena200 painéis, todos do período da Guerra Fria, alguns deles acompanhadosbetnacional vale a penafotosbetnacional vale a penaépoca ebetnacional vale a penareproduções dos projetos originais.
As peças da coleção foram todas doadas por proprietários que queriam se desfazer da herança comunista.