Uísque, cristais e restaurantescasino360 betluxo: como vivem os ricoscasino360 betmeio à crise na Venezuela:casino360 bet

Produtoscasino360 betluxo

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Legenda da foto, Produtoscasino360 betluxo ainda têm mercado na Venezuela

Mais que a escassezcasino360 betalimentos ou medicamentos, é talvez na faltacasino360 betsegurançacasino360 betCaracas - cidade com uma das mais altas taxascasino360 bethomicídio do mundo - que as classes mais altas sentem a deterioração da situação do país.

Mas nem por isso a vida para. Decidido a seguir usufruindocasino360 betsuas possibilidades, o empresário ainda frequenta seus restaurantes preferidos e hoje à noite vai a um dos lugares mais exclusivos do país: o Lagunita Country Club, onde se paga até U$ 100 mil (cercacasino360 betR$ 330 mil) para tornar-se sócio.

O empresário não é sócio: vai como convidadocasino360 betseus amigos.

Até pouco tempo atrás, conta, ganhava até R$ 100 mil por mês, mas a produçãocasino360 betsua companhia caiu cercacasino360 bet90% recentemente, e desde entãocasino360 betrenda não chega a R$ 4 mil.

Ele diz que isso foi resultado das travas impostas pelo governo, e também porque preferiu fazer as coisascasino360 betforma correta. Mantém seu estilocasino360 betvida graças a negócios no exterior.

Estantes semi-vazias

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Legenda da foto, Gôndolacasino360 betsupermercado semi-vazia, uma

"Sabe por que isso não explode?", comenta um amigo seu, uísque na mão, perto da pistacasino360 betdança.

"Porque ainda com essas filas as pessoas mantêm esperança - esperançacasino360 betlevar um poucocasino360 betcomida. No diacasino360 betque a esperança se acabar, isto tudo vai arrebentar."

O amigo, que durante anos trabalhou na bolsacasino360 betvalores e agora passa o tempo colecionando arte, diz que poderia viver emcasino360 betcasacasino360 betMiami mas, apesarcasino360 bettudo, prefere a Venezuela.

Como várias outras pessoas,casino360 betdistintas camadas socais, ele é partidário do "quanto pior, melhor". "Tudo precisa terminarcasino360 betexplodir para que comece um longo caminhocasino360 betreconstrução."

Sem filas

O empresário é um deles. Vive comodamente, mas consciente da realidade do país. Diz que situação é insustentável.

Não está alheio à crise - ainda que não enfrente as quase quatro horas e meiacasino360 betfila que os venezuelanos passam,casino360 betmédia por dia, para comprar alguns dos produtos regulados pelo governo.

Como o resto das pessoascasino360 betseu nível, ele compra alimentos por outros canais.

Costumava comprar através dos empregadoscasino360 betsua empresa, mas decidiu parar quando começaram a pedir 40,000 bolívares (cercacasino360 betUS$ 40 ou R$ 130 no mercado negro) por 20 quiloscasino360 betfarinhacasino360 betmilho, ingrediente básico da arepa, o pãozinho venezuelano.

O quilo a preço regulado custa 19 bolívares.

Considera-secasino360 betclasse alta, mas não rico. "Me sinto um pobre ao ladocasino360 betmeus amigos", brinca.

Seu filho,casino360 bet19 anos, conta que há pouco tempo sequestraram um conhecido seu. Quando a notícia se espalhou entre seu círculocasino360 betamigos, um deles apareceu com US$ 70 mil (R$ 230 mil)casino360 betdinheiro para pagar o resgate.

Alguns possuem jatinhos para viajar ao exterior ou levar os amigos para festejar o aniversário por um dia no paradisíaco arquipélagocasino360 betLos Roques, nas águas cristalinas do Caribe venezuelano.

Ainda existe uma Venezuela que vive assim.

Restaurante

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Legenda da foto, Alguns restaurantes ainda mantêm clientes apesar da crise

Uma Venezuela onde os restaurantes da moda continuam cheios e as lojascasino360 betimportados continuam vendendo seus produtos. Clientes continuam comprando brincos luxuosos Swarovskicasino360 betum shopping center da cidade.

Uma Venezuela onde uísque 18 anos continua regando as festascasino360 betaniversários, onde uma festacasino360 bet15 anos conta com a presençacasino360 betmúsicos celebridades, como o cantorcasino360 betreggaeton colombiano J Balvin e o porto-riquenho Farruko, e onde uma senhora comemora com suas amigas com um show privado do cantor romântico Luis Miguel.

Una classe especial

Quem tem acesso a dólares na Venezuela ainda vive bem, diferentementecasino360 betmuitos que mal sobrevivem.

Podem ser grandes empresários, diretorescasino360 betempresas, profissionais bem sucedidos e inclusive "boliburgueses", pessoas próximas do chavismo que fizeram riqueza graças ao governo.

Calcula-se que esta classe represente 16% da população, quase 5 milhõescasino360 betpessoas.

Está divididacasino360 betum segmento A/B, que passoucasino360 bet3,1% da populaçãocasino360 bet1999 a 1,3% este ano, e C, que passoucasino360 bet18,2% durante o governocasino360 betHugo Chávez para 14,8% agora.

É um grupo que historicamente se acostumou a vivercasino360 betum nível alto, no contextocasino360 betuma economia petroleira.

"Desde os anos 80, ninguém poupacasino360 betbolívares. Como a moeda na Venezuela estava sobrevalorizada, ganharam dólares a rodo e agora têm uma poupança significativacasino360 betmoeda forte, muito mais que qualquer outra classe média e alta da América Latina", explica o economista Luis Vicente León, diretor da consultoria Datanálisis.

León diz que essa classe mantém seu nívelcasino360 betvida, mas está "perdendo capacidadecasino360 betcomprar" e vendo seu padrãocasino360 betvida "encarecendo significativamente".

"Sua poupança ecasino360 betrenda foram reduzidas, seu fluxocasino360 betcaixa parou e estão vivendocasino360 betsuas atividades passadas, não atuais."

História conhecida

Protestos en Venezuela

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Legenda da foto, Protestos na Venezuela pela faltacasino360 betfarinhacasino360 betmilho

O outro rosto do país, mais conhecido atualmente, é o das pessoas que precisam percorrer uma dúziacasino360 betlojas ou supermercados para fazer compras; que fazem filas.

Nelas, esperam os venezuelanos que não podem - ou não querem - recorrer ao mercado negro nem aos bachaqueros, que compram produtos a preços regulados e os vendem a preço muito superior ao mercado paralelo.

A Venezuela atravessa uma escassezcasino360 betalimentos, mas há comida. Os maiscasino360 bet40 produtos básicos que têm seu preço regulado há 13 anos pelo governo é que são os mais difíceiscasino360 betencontrar. O resto se pode conseguir.

Entrarcasino360 betum supermercado não é problema - a menos que seja para comprar um destes produtos.

Frutas e verduras estão à vendacasino360 betPetare, bairro popular no lestecasino360 betCaracas, mas a preços pouco acessíveis. O açúcar e o café são vendidoscasino360 betsaquinhoscasino360 bet100 gramas ou menos, para quem não pode bancar um quilo.

Café e açúcar vendidos por gramacasino360 betsaquinhos

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Legenda da foto, Café e açúcar vendidos por gramacasino360 betsaquinhos

Com uma inflaçãocasino360 bet180%casino360 bet2015, que pode chegar a 720% este ano segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a imensa maioria dos venezuelanos não tem dinheiro suficiente para adquiri-los.

Resultado: come-se menos e pior. As porções são menores e muitos só comem uma ou duas vezes por dia.

'Não entendíamos o sofrimento dos pobres'

Uma mulhercasino360 betclasse média alta que vive comcasino360 betfamília na zona residencialcasino360 betCaurimare diz à BBC Mundo que há três meses ainda pegava uma ou outra fila para comprar comida.

Parou quando a funcionária do supermercado lhe disse que às vezes havia episódios violentos.

Consegue seus produtos atravéscasino360 betcontatos. Em seu celular, guarda númeroscasino360 betbachaqueros, mas diz que nunca os usou.

Sua dieta tem variado um pouco, mas nada assustador, diz, pois pode substituir alimentos. O que sim lhe preocupa é a escassezcasino360 betmedicamentos.

É nesse campo que as diferençascasino360 betclasse desaparecem mais.

Campocasino360 betgolfe

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Legenda da foto, Insegurança é o que mais afeta as classes abastadas na Venezuela

"Tenho um planocasino360 betsaúde nos Estados Unidos, mas não vou tomar um avião por uma trivialidade", diz ela. "Porém, às vezes a saúde pode piorar e as pessoas morremcasino360 betcoisas que não devem morrer."

Seu marido é médico e não consegue os remédios para tratar da psoríase (doença infecciosa) que lhe afeta uma das mãos.

Para ela, como para o empresário, a insegurança écasino360 betmaior preocupação.

Em casa, a família sai cada vez menos mas, apesar dos riscos, não quer trancar as filhascasino360 betcasa. De noite, só sai no carro blindado do irmão

O medo está presente. Há poucos dias, uma amiga foi morta durante um sequestro.

"Isto precisa explodir logo", afirma. Mas tem esperança no futuro.

Sua filha,casino360 bet17 anos, vai todos os domingos a Petare dar apoio escolar a crianças da área.

"Nós, a nossa geração, não entendíamos o sofrimento dos pobres", diz.

"Hoje as novas gerações têm outra consciência sobre a realidade do país."

Gerações que ela espera serem capazcasino360 betlevar a Venezuela adiante.