Galã e progressista, premiê do Canadá repete fenômeno Mujica e 'bomba' imagem do país:x1 fort bet
"É evidente que a imagem do país ex1 fort betseu presidente estão entrelaçadas. Dessa forma, o Canadá transformou-se num fenômenox1 fort betpopularidade por se contrapor ao discurso do medo, que domina o debate mundial desde os atentadosx1 fort bet11x1 fort betsetembrox1 fort bet2001", diz.
Entre os assuntos agora relacionados ao país estão o feminismo, após a criaçãox1 fort betum gabinete ministerial composto por igual númerox1 fort bethomens e mulheres, e a proteção a refugiadosx1 fort betguerra, uma vez que Trudeau abriu as portas para 25 mil sírios.
"A imagem projetada por ele foi muito positiva até agora. Mas a chave para o sucessox1 fort betTrudeau, ex1 fort betqualquer outro governante, continua a ser a capacidadex1 fort betadministrar a economia. Ou seja, usar o seu carisma para colocarx1 fort betprática ideias que vão além da geraçãox1 fort betempregos no curto prazo, garantindo prosperidade nas décadas seguintes", diz Toope.
Novo Mujica?
O fenômeno midiático vivido pelo Canadá atualmente já foi experimentado por outros países. O pequeno Uruguai também viveu diasx1 fort betglória graças a um líderx1 fort betapelo popular. Entre 2010 e 2015, períodox1 fort betque foi presidido pelo ex-guerrilheiro socialista José Mujica, o país ganhou visibilidade.
Isso aconteceu graças à postura austerax1 fort betMujica, que ganhou a alcunhax1 fort bet"o presidente mais pobre do mundo". Tanto que,x1 fort bet2013, o Uruguai acabou eleito o país do ano pela revista inglesa The Economist. Intelectuais, celebridades e jovens europeus e americanos se encantaram com o jeitox1 fort betserx1 fort betMujica, que andava num velho Fusca e doava 90% do saláriox1 fort betpresidente.
Mujica também tomou medidas progressistas. Ax1 fort betmaior impacto foi a regulamentação da produção, venda e consumo da maconha, algo inédito num continente acostumado à violência da guerra às drogas. Como consequência, o país passou a figurar na mídia internacional ex1 fort betdebates acadêmicos.
O efeito Mujica traduziu-se aindax1 fort betrecordesx1 fort betturismo. A pequena Montevidéu, antes à sombrax1 fort betBuenos Aires, hoje é vista como uma espéciex1 fort betAmsterdã graças à imagemx1 fort bettolerância. E, com apenas 3,6 milhõesx1 fort bethabitantes, o país recebeux1 fort bet2015 um numeroso fluxox1 fort betturistas - segundo dados da Organização Mundialx1 fort betTurismo (OMT), a taxax1 fort bet808 visitantes para cada 1000 habitantes é inédita na América Latina.
"O impactox1 fort betum presidente popular sobre a imagemx1 fort betum país é muito similar ao que aconteceu com a Igreja Católica. Comx1 fort betpersonalidade ligada às camadas populares e um discurso unificador, a ascensão do Papa Francisco revitalizou a imagem do catolicismo. Sua capacidadex1 fort betconquistar público é enorme, assim como ax1 fort betchamar atenção para as principais questões globais", diz Michael Mulvey, especialistax1 fort betmarketing do consumo e professorx1 fort betpublicidade da Universidadex1 fort betOttawa.
FHC e Lula
Nos últimos 20 anos, o Brasil também foi alçado ao estrelato graças à presençax1 fort betgovernantes marcantes. Reconhecido pela atuação como sociólogo, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) atraiu uma inédita ondax1 fort betatenção mundial para o país, após décadasx1 fort betatraso político e caos econômico.
"Com suas falas bem preparadas e ações, ele solidificou uma imagemx1 fort betseriedade e boa administração para o público externo com interesses econômicos, acadêmicos e culturais pelo Brasil", diz Paulo Wrobel, professor do Institutox1 fort betRelações Internacionais da PUC-Rio.
"Especialmentex1 fort betsistemas presidencialistas, um país ganha status internacional se ele tem uma liderança minimamente competente", diz Wrobel.
A boa fase prosseguiu durante o governox1 fort betLula, que fugia da imagemx1 fort betpolítico sisudo e distante do público. "Ele transmitia confiança no país com seu discursox1 fort betascensão social e redução das desigualdades", diz Wrobel à BBC Brasil. "E também um lado anedótico, pitoresco, que foi capitalizadox1 fort betforma inteligente pelo próprio Lula", afirma.
A projeção internacional, no entanto, foi drasticamente reduzida com a eleição da presidente Dilma Rousseff. "O que foi conquistado nas últimas duas décadas evaporou-se. Dilma não tem o conteúdox1 fort betFernando Henrique e tampouco o magnetismox1 fort betLula", diz Wrobel.
Wrobel não vê saída rápida para a atual atrofia na imagem do Brasil. "Fernando Henrique demorou anosx1 fort betmandato para conseguir projeção internacional. Lula também. Michel Temer, se continuar, vai governar somente mais dois anos. Não é o suficiente", diz.