Sem Reino Unido na UE, Brasil perde 'fiador'pix bet ganhe 12acordopix bet ganhe 12livre comércio entre bloco e Mercosul:pix bet ganhe 12

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Legenda da foto, Plebiscito sobre permanência do Reino Unido na União Europeia acontece nesta quinta-feira

Isso porque, segundo apurou a BBC Brasil, o Reino Unido tem sido um dos principais "fiadores" das negociações para o tratadopix bet ganhe 12livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Encabeçado pelo Brasil, o acordo sofre resistênciapix bet ganhe 12países como a França, temerosospix bet ganhe 12que produtos agrícolas sul-americanos possam enfraquecer a agricultura local.

Por outro lado, apesarpix bet ganhe 12subsidiada, a agricultura não é o forte da economia do Reino Unido (o setor responde por menospix bet ganhe 121% do PIB britânico), mais interessado nas perspectivaspix bet ganhe 12negócio que se abririam com a ampliação do fluxo comercial ─ especialmente para os setorespix bet ganhe 12indústria epix bet ganhe 12serviços.

"O setor agrícola não é tão forte no Reino Unido comopix bet ganhe 12outros países da Europa. O país sempre teve como princípio defender o livre comércio e está interessado nas oportunidadespix bet ganhe 12investimento que vão surgir", disse à BBC Brasil uma fonte envolvida nas negociações.

O Mercosul negocia há cercapix bet ganhe 1216 anos com a União Europeia um acordo para ampliar o intercâmbio comercial entre os dois blocos. O objetivo é que o tratado envolva não só questõespix bet ganhe 12barreiras tarifárias, mas também convergência e padronizaçãopix bet ganhe 12regras que facilitem a integraçãopix bet ganhe 12cadeias produtivas.

Em maio deste ano, pela primeira vez desde 2004, União Europeia e Mercosul trocaram ofertas tarifárias para negociar um acordopix bet ganhe 12livre comércio do qual foram excluídos "produtos sensíveis" ─ como carne bovina e etanol ─ para o bloco europeu,pix bet ganhe 12grande parte por pressão da França, maior potência agrícola europeia, epix bet ganhe 12outros países.

Mesmo assim, entidades agrícolas europeias criticaram o avanço das negociações. Segundo estudos citados por elas, a UE poderia perder até 7 bilhõespix bet ganhe 12euros (R$ 27 bilhões) se firmar o tratado com o Mercosul, "que já é um grande exportadorpix bet ganhe 12matérias-primas agrícolas".

A UE e o Mercosul vão "analisar ofertas" e voltarão a se reunirpix bet ganhe 12breve, antes das férias do verão europeu (inverno no Brasil), segundo o Itamaraty.

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Legenda da foto, Saída do Reino Unido da União Europeia poderia retardar retomada do crescimento brasileiro

Economia

Mas não é só essa a razão que explica a preferência do Brasilpix bet ganhe 12negociar com a União Europeia.

Se somados todos os seus Estados-membros, o bloco europeu é hoje o principal parceiro comercial do Brasil ─ com trocas anuais da ordem US$ 70,6 bilhões (R$ 241 bilhões).

"É muito mais vantajoso para o exportador brasileiro negociar com um bloco do que com um país individualmente", disse à BBC Brasil uma representante do governo brasileiro que pediu para não ser identificada.

"Estamos falandopix bet ganhe 12um mercadopix bet ganhe 12500 milhõespix bet ganhe 12pessoas contra um mercadopix bet ganhe 1264 milhões. Na hipótesepix bet ganhe 12o Reino Unido deixar a União Europeia, seria necessário criar novas normas e se adaptar a elas. Isso leva tempo e custa dinheiro", acrescentou.

Na outra ponta, o Reino Unido responde, atualmente, por apenas 1,5% das exportações brasileiras. Como 15º parceiro comercial do Brasil, está longepix bet ganhe 12ser economicamente desprezível, maspix bet ganhe 12importância geopolítica dentro da EU é "muito maior", disseram especialistas à BBC Brasil.

Em entrevista à BBC Brasil, Alan Charlton, embaixador do Reino Unido no Brasil entre 2008 e 2013, disse que o país sempre se mostrou favorável ao acordopix bet ganhe 12livre comércio com o Mercosul.

"Se o Reino Unido sair da União Europeia, o Brasil perde umpix bet ganhe 12seus maiores apoiadores dentro do bloco europeu e isso tornaria o acordo mais difícilpix bet ganhe 12ser forjado", afirmou.

Na avaliaçãopix bet ganhe 12Oliver Stuenkel, professorpix bet ganhe 12relações internacionais da FGV-SP, o Brasil poderia ser prejudicado pela instabilidade gerada pela eventual saída do Reino Unido do bloco europeu.

Ele lembra que o Brexit (saída britânica) pode desencadear o iníciopix bet ganhe 12um processopix bet ganhe 12ruptura maior na UE.

"Em primeiro lugar, a saída do Reino Unido da União Europeia poderia provocar uma crise financeira na Europa cujas implicações seriam, sem dúvida, sentidas no Brasil. Além disso, trariapix bet ganhe 12volta o riscopix bet ganhe 12instabilidade no continente aumentando tensões e aprofundando divisões. Essa instabilidade não é benéfica para o Brasilpix bet ganhe 12termospix bet ganhe 12comércio", afirma.

"Não acredito, assim, que essas perdas sejam compensadas por acordos bilaterais que o Brasil possa a vir firmar com o Reino Unido", acrescenta.

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Legenda da foto, Ministro das Relações Exteriores, José Serra deu indicaçõespix bet ganhe 12possível guinada na política externa brasileira

Mudanças?

Mas Charlton faz a ressalvapix bet ganhe 12que, na eventualidadepix bet ganhe 12o Reino Unido sair da União Europeia, o Brasil ou até mesmo o Mercosul poderiam ter mais "facilidade" para negociar um acordo bilateral com o país "a longo prazo".

"Se o Reino Unido realmente optar por abandonar a União Europeia, talvez seja mais fácil para o Brasil - ou até mesmo para o Mercosul - negociar um acordo bilateral. Um dos maiores problemas na negociação atual é a agricultura, que hoje já não tem presença forte na economia britânica", avalia.

"Sem dúvida para o Brasil é mais vantajoso negociar com a União Europeia. Mas não me parece ser difícil que um acordo bilateral com o Reino Unido seja firmado numa eventual saída. Os novos governos brasileiro e argentina já se mostraram inclinados a explorar novos mercados", acrescenta.

O atual ministro das Relações Exteriores, José Serra, já deu indicaçõespix bet ganhe 12uma possível guinada na política externa. Em declarações recentes, ele disse que o Mercosul não fará "concessões unilaterais" para destravar o acordo com a União Europeia.

"O Brasil não vai fazer concessões unilaterais, não faz sentido. Eles (UE) não fazem, por que nós vamos fazer?", questionou Serra a jornalistas, durante viagem no mês passado a Paris, na França.