Contra o tempo: ex-guarda da SSapostasonline com94 anos julgado na Alemanha pode ser o último nazista no banco dos réus?:apostasonline com

Crédito, Bundesarchiv/Getty

Legenda da foto, Reinhold Hanning como soldado e agora; ele foi condenado a 5 anosapostasonline comprisão

E é para isso mesmo que serve este tipoapostasonline comjulgamento.

O casoapostasonline comdetalhes

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Entre os sobreviventes que colaboraram com provas estão Hedy Bohm, Leon Schwarzbaum (meio) e Max Eisen
  • Reinhold Hanning nega ter sido cúmpliceapostasonline commaisapostasonline com170 mil assassinatosapostasonline comAuschwitz
  • Procuradores afirmam que ele contribuiu para "o objetivo da exterminação"
  • Reinhold Hanning pediu desculpas, mas o sobrevivente Leon Schwarzbaum disse: "Eu perdi 35 parentes, como você pode se desculpar por isso?''
  • Maisapostasonline com1,1 milhãoapostasonline compessoas foram mortasapostasonline comAuschwitz, a maioria judeus

É claro que o objetivo era estabelecer a culpa ou inocência do réu e estabelecer seu papel no funcionamento do esquema que, sistematicamente, matou milhõesapostasonline compessoas.

Nos últimos anos, dois outros guardasapostasonline comcamposapostasonline comextermínio foram condenados por ajudar a facilitar o genocídio. E promotores estão correndo contra o tempo para trazer outras pessoas para o tribunal.

Mas o que ocorre neste momento, além do julgamentoapostasonline comuma só pessoa, é uma tentativa da Alemanhaapostasonline comexaminar seu momento mais sombrioapostasonline compúblico e registrar oficialmente, talvez pela última vez, o que aconteceu.

Os sobreviventes não podiam provar que Reinhold Hanning estava lá. Masapostasonline compresença no julgamento, suas vozes, são consideradas cruciais.

apostasonline com A BBC traz as históriasapostasonline comtrês personagens que marcaram o julgamento:

A sobreviventeapostasonline comAuschwitz

Legenda da foto, 'Não tenho o direitoapostasonline comperdoar", diz a sobrevivente Hedy Bohm

Hedy Bohm lembra, com detalhes vívidos,apostasonline comsua chegada a Auschwitz.

"Eu gostariaapostasonline comnão lembrar tanto, mas eu lembro", diz ela. "Não é algo que você consiga apagar da memória."

"Os gritos, o choro, as crianças, as ordens, os cachorros latindo... e no fundo esses campos cercados com aquelas construções. Onde eu estava? O que era aquilo? Eu não conseguia entender nada."

Hedy foi separadaapostasonline comseu pai eapostasonline comsua mãe. Ela nunca mais os viu. Tinha 14 anos.

"Achei que minha mãe conseguiria sobreviver e que quando acabasse estaríamos juntasapostasonline comnovo."

"Eu não sabia, nemapostasonline comAuschwitz nemapostasonline comtodos os meses que passeiapostasonline comtrabalho escravoapostasonline comfábricas, eu não sabia sobre o crematório, eu não sabia que o caminho que minha mãe tinha pegado - e todas as outras mães e crianças e bebês - ia direto para as câmarasapostasonline comgás e a cremação."

"Eu não sabia. Eu não posso perdoar os homens. Eu não acho que eu tenha o direitoapostasonline comperdoar por ter tido minha mãe e pai e milharesapostasonline comcrianças e bebês mortos. Quem sou eu para perdoarapostasonline comseus nomes? Não tenho o direito. Mas não tenho raiva. Graças a Deus, não tenho raiva."

Nascidaapostasonline comAuschwitz

Crédito, Angela Orosz Richt

Legenda da foto, A mãeapostasonline comAngela, Vera, foi submetida aos experimentosapostasonline comJosef Mengele

Angela Orosz-Richt nunca deixouapostasonline comfamília jogar fora cascasapostasonline combatata e usava os restos para cozinhar. Porqueapostasonline comAuschwitz elas salvaram a vidaapostasonline comsua mãe - e a dela.

A mãeapostasonline comAngela estava grávida quando foi levada para o campoapostasonline comconcentração. Ela conseguiu manter a gravidez comendo restosapostasonline comalimentos da cozinha onde trabalhava. E ela também sobreviveu a experimentos - no útero - feitos pelo temido médico Josef Mengele.

"Ela virou seu ratinhoapostasonline comlaboratório. Um dia ele deu uma injeção no colo do útero dela. E o feto - eu - foi para o lado esquerdo. No dia seguinte ela recebeu outra injeção e eu fui para o outro lado. E era assim que ele brincava. Ele me movia com uma injeção. Depoisapostasonline comum tempo, por sorte, ele esqueceu dela."

Angela nasceuapostasonline comuma gelada tardeapostasonline comdezembroapostasonline com1944, escondida na camaapostasonline comcimaapostasonline comuma belicheapostasonline comuma acomodação feminina.

Algumas horas depois, conta ela,apostasonline commãe teve que ficarapostasonline comuma fila, descalça, para uma chamadaapostasonline comtrês horas, apavorada com a possibilidade da recém-nascida ser descoberta ou atacada pelos ratos famintos que assolavam o campo.

Pelo resto daapostasonline comvida, Angela conta,apostasonline commãe teve pesadelos com suas experiências no campo. "Quando ela estava morrendo eles deram morfina para ela mas ela continuava dizendo: Mengele está na porta, ele está vindo para me pegar!".

"A gente estava segunrandoapostasonline commão, mas Mengele estava lá."

Legenda da foto, Angela diz que mãe foi assombrada pela figuraapostasonline comMengele por toda a vida

O caçadorapostasonline comnazistas

Crédito, (C) British Broadcasting Corporation

Legenda da foto, Jens Rommel tenta encontrar nomesapostasonline comnazistas que ainda possam ser julgados

O ar é seco na quieta e triste sala que abriga parte do arquivo nacional da Alemanha. Caixasapostasonline compapel cinzas e padronizadas, cada uma com o númeroapostasonline comreferência carimbado, ocupam o espaço, do chão ao teto.

As caixas contém arquivos, detalhes, a história do período mais sombrio da história da Alemanha. E é analisando-as meticulosamente que Jens Rommel encontra as dicas que ajudam a descobrir nazistas como Reinhold Hanning.

Ele encontra o nome deles datilografadosapostasonline comregistrosapostasonline comtrabalho nazistas, escritosapostasonline comdiários ou mencionados como testemunhasapostasonline comjulgamentos anterioresapostasonline comnazistas do alto escalão.

Aqueles que comandaram as atrocidades estão mortos há tempos. Muitos não foram levados à Justiça,apostasonline comparte porque, por muito tempo, as autoridades alemãs foram relutantesapostasonline comconfrontar o passado. Jens busca oficiais "júnior", mais novos. Se eles ainda estiverem vivos, estão na casa dos 90 anos.

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Legenda da foto, No ano passado, outro guardaapostasonline comAuschwitz, Oskar Groening, foi condenado por colaborar com o assassinatoapostasonline com300 mil judeus

"Temos que tentar fazer o que é possível hoje", diz ele. "É importante para a sociedade na Alemanha e no exterior entender o que aconteceu nos campos, como era organizado e quem era responsável. Não apenas os oficiaisapostasonline comalta patente mas também osapostasonline combaixa eram necessários para que a máquina funcionasse."

Houve uma mudança na forma como a Alemanha lidava com essas pessoas. No passado, eles não eram considerados culpáveis, porque estavam simplesmente seguindo ordens. Mas nos últimos anos dois guardas dos campos nazistas foram considerados culpados por facilitar assassinatosapostasonline commassa simplesmente por trabalhar nos campos, fazendo parte da máquina nazista. E nesta sexta, isto se repetiu com Hanning.

Masapostasonline comdez anos já não haverá ninguém vivo para ser julgado. O casoapostasonline comReinhold Hanning é 1 dos cercaapostasonline com60 que Jens eapostasonline comequipe entregaram a promotores nos últimos três anos. Mas o tempo está acabando. Ele diz que se sente um pouco frustrado.

"Não posso mudar o que foi feito ou omitido no passado. Se tivéssemos tido mais dez anos, poderíamos ter feito mais."