A volta do nazismo? Por que livroaposta ganha 7 reaisHitler virou best-seller após 70 anosaposta ganha 7 reaisproibição:aposta ganha 7 reais

"Edição crítica" do Mein Kampf

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Legenda da foto, Mesmo chamadaaposta ganha 7 reais'tediosa', nova ediçãoaposta ganha 7 reais'Mein Kampf' ('Minha Luta') está na lista dos mais vendidos da Alemanha há meses
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O que é o Mein Kampf?

Historic copies of Adolf Hitler's "Mein Kampf"

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  • Publicado originalmenteaposta ganha 7 reais1925 - oito anos antes da chegadaaposta ganha 7 reaisHitler ao poder
  • Editado pelo vice-líderaposta ganha 7 reaisHitler, Rudolf Hess, o livro abordaaposta ganha 7 reaisideologia política
  • Inclui os futuros planos dele para o país, como o Lebensraum, a necessidadeaposta ganha 7 reaiscolonizar territórios vizinhos para permitir que a Alemanha alcançasse seu potencialaposta ganha 7 reaisforma plena
  • O direito autoral sobre a obra, após a Segunda Guerra Mundial, foi dado ao Estado da Baviera, que se recusou a permitir a republicação do livro por temer seu poderaposta ganha 7 reaisincitar ódio
  • O livro caiuaposta ganha 7 reaisdomínio público no fimaposta ganha 7 reais2015 e a nova edição vendeu milharesaposta ganha 7 reaiscópias

O Estado da Baviera deu meio milhãoaposta ganha 7 reaiseuros para o Institutoaposta ganha 7 reaisHistória Contemporânea (IfZ, na siglaaposta ganha 7 reaisalemão), com sedeaposta ganha 7 reaisMunique e parcialmente controlado pelo governo, para produzir uma edição crítica comentada do livroaposta ganha 7 reaisHitler.

Ao mesmo tempo, disse que processaria qualquer pessoa que publicasse edições não comentadas. Mas depois,aposta ganha 7 reaisuma reviravolta, o governo da Baviera deu a entender que havia retirado o apoio financeiro para a edição comentada, deixando o IfZ sozinho no centro da polêmica.

Estratégia fracassada

Enquanto a data limiteaposta ganha 7 reaisjaneiroaposta ganha 7 reais2016 se aproximava, e, com ela, a publicação da nova versão do Mein Kampf, o institutoaposta ganha 7 reaisMunique e autoridades do governo começaram a manifestar preocupação com possíveis consequências do lançamento.

O instituto disse, na época, que seria perigoso se o Mein Kampf se tornasse um best-seller na Alemanha.

Mas, ao mesmo tempo, ele garantia ao público que isso nunca aconteceria. O diretor do instituto, Andreas Wirsching, declarou que seria irresponsável liberar o Mein Kampf para publicação sem comentários, porque neste caso todo mundo poderia fazer o que quisesse com o livroaposta ganha 7 reaisHitler.

O IfZ produziu uma ediçãoaposta ganha 7 reaispouco apelo comercial, pesando 5,4 kg, incluindo 3.700 notasaposta ganha 7 reaisrodapé e mais parecendo um tratado acadêmico.

Até especialistas consideraram a leitura é extremamente tediosa.

Por várias semanas foi quase impossível achá-lo nas livrarias, já que o instituto havia optado por fazer uma edição inicial com tiragem baixíssima. E mesmo as edições impressas demoraram - estranhamente - a chegar às lojas.

Mesmo assim, a abordagem paternalista defendida pelo institutoaposta ganha 7 reaisMunique e autoridades alemãs fracassou completamente na tentativaaposta ganha 7 reaisimpedir que o Mein Kampf se tornasse um best-seller.

Primeira posição

O máximo que conseguiram foi adiar o aparecimento do livroaposta ganha 7 reaisHitler na listaaposta ganha 7 reaismais vendidos da Alemanha.

O interesse do público parece na verdade ter aumentado,aposta ganha 7 reaisforma desnecessária, nesta tentativaaposta ganha 7 reaisocultar o livro, que manteve vivaaposta ganha 7 reaisaura do "obra proibida".

Pelo meioaposta ganha 7 reaisabril, o Mein Kampf havia chegado aos primeiros lugares da famosa listaaposta ganha 7 reaisbest-sellers da Spiegel, onde ficou por várias semanas.

Até agora ele está lá, na 14ª posição, apesaraposta ganha 7 reaismuitas livrarias não terem o livro à mostra e outras só venderem sob encomenda.

A abordagem pode ter falhado mas, pelo visto, a preocupação com as possíveis consequências do livroaposta ganha 7 reaisHitler também se mostraram infundadas.

Não há sinaisaposta ganha 7 reaisque as pessoas que compram o livro o estejam fazendo por outra razão senão curiosidade e interesse genuíno.

Também não há nenhuma razão para pensar que,aposta ganha 7 reaisum ano, mais ou menos, esta primeira empolgação com todo o caso tenha desaparecido, e o Mein Kampf seja mais popular na Alemanha do que na Inglaterra ou nos EUA.

Muitos devem se perguntar, como eu mesmo o fizaposta ganha 7 reaisum texto para o jornal alemão Die Welt, se não teria sido melhor seguir a abordagem liberal do mundo anglosaxônico,aposta ganha 7 reaisvez do tratamento paternalista que desconfia da sociedade civil.

Na verdade, alguém poderia até questionar se o sucessoaposta ganha 7 reaisMein Kampf - e o fato e ele levar os alemães a se engajar com seu passado - é tão ruim assim,aposta ganha 7 reaisum momentoaposta ganha 7 reaisque políticos do mundo todo são constantemente comparados a Hitler e que ressurge um populismo parecido com os dos anos 1920.

O medo expresso na Alemanha eaposta ganha 7 reaisoutros lugarres, claro, éaposta ganha 7 reaisque o livro possa dar início a uma nova ondaaposta ganha 7 reaisantisemitismo e que permita o fortalecimento da direita radical.

Jornal Il Giornale na banca com livroaposta ganha 7 reaisHitler

Crédito, AP

Legenda da foto, O jornal italiano Il Giornale foi criticado por distribuir cópias gratuitas do Mein Kampf na semana passada

A preocupação cresceu com o anúncio da editoraaposta ganha 7 reaisextrema-direita alemã Schelmaposta ganha 7 reaisque publicaria uma versãoaposta ganha 7 reaisMein Kampf sem comentários. O Estado da Baviera pediu a promotores que processassem a editora.

O anúncio da Schelm deve ser visto como uma jogadaaposta ganha 7 reaismarketing, assim como a decisão, anunciada na semana passada, do jornal italiano Il Giornaleaposta ganha 7 reaisdistribuir cópias gratuitas do livroaposta ganha 7 reaisHitler.

Mas esses lances só se tornam possíveis porque o governo da Baviera decidiu impedir publicações do livro por 70 anos e é improvável que tenham um efeito duradouro.

Neonazistas e seus simpatizantes tinham acesso fácil ao livro pela internet por anos e, por isso, é improvável que sejam afetados pelo volta do Mein Kampf impresso.

Na verdade, não há correlação entre a forma com que os países lidaram com o livro no passado e a forçaaposta ganha 7 reaismovimentos extremistas nesses locais.

Pode-se argumentar que o perigo estáaposta ganha 7 reaisoutro lugar: que é o paternalismo da abordagem alemã na republicaçãoaposta ganha 7 reaisMein Kampf, mais do que o livroaposta ganha 7 reaissi, que está fortalecendo o populismoaposta ganha 7 reaisdireita.

Como o intelectual alemão Nils Minkmar alertou na Der Spiegel, a arrogância cultural e a "soberbaaposta ganha 7 reaisrelação a classes menos educadas" está levando à "alienação das classes baixas da sociedade liberal", e assim ao reaparecimento do populismoaposta ganha 7 reaisdireita no país que Hitler uma vez liderou.

Thomas Weber é professoraposta ganha 7 reaisHistória e Assuntos Internacionais na Universidadeaposta ganha 7 reaisAberdeen. Seu livro Wie Adolf Hitler zum Nazi Wurde (Como Hitler virou um nazista - Propyläen, 2016), será publicadoaposta ganha 7 reaisinglês pela Oxford University Press and Basic Books. @Thomas__Weber