A homofobia internalizada está entre as causas do ataquefair play betOrlando?:fair play bet

Crédito, Reuters

O pai do atirador também sugeriu que seu filho manifestava fortes opiniões contra gays, levando muitos a crer que o ataque foi motivado por homofobia.

Mas, conforme novas informações sobre Mateen vêm à tona, mais complexo fica esse cenário.

Testemunhas disseram que ele esteve na Pulse várias vezes nos últimos três anos e interagiu com homensfair play betaplicativosfair play betrelacionamento para gays. À rede CNN,fair play betex-mulher, Sitora Yusufiy, disse cogitar que ele tivesse uma inclinação homossexualfair play betsegredo.

Isso fez especialistas questionarem se o atirador foi levado a agir, ao menosfair play betparte, por um intenso desprezo porfair play betprópria orientação sexual. Ele poderia ter sido levado a odiar e agredir gays porque odiava a si mesmo?

"Apesarfair play betnão ser comum, não é inédito que uma pessoa seja violenta com gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros (LGBT) por causafair play betum dilema interno próprio", diz Genevieve Weber, especialistafair play betaconselhamentofair play betpessoas afetadas por homofobia internalizada e professora da Universidade Hofstra,fair play betNova York.

As definiçõesfair play bethomofobia internalizada variam, mas é essencialmente quando pessoas LGBT se deparam com crenças sociais negativas sobre esta comunidade e absorvem estas noções, considerando-as como a única verdade possível.

Pesquisadores dizem que se tratafair play betalgo involuntário e que, apesarfair play betMateen ser um exemplo extremo, é algo que afeta muitos homossexuais e transgênerosfair play betalgum pontofair play betsuas vidas.

Legenda da foto, Ex-mulherfair play betOmar Mateen diz que ele não queria que as pessoas soubessem que ele gostavafair play betfrequentar a noite gay

"Infelizmente, é um conceito bastante simples", diz Ilan Meyer, pesquisador sêniorfair play betlei para políticas públicas e orientação sexual da Universidade da Califórnia,fair play betLos Angeles. "Todos aprendemos quais são as convenções sociais. Aprendemos sobre o estigma e o preconceito direcionado a certos grupos desde muito cedo."

"Então, quando uma pessoa começa a se reconhecer como gay ou lésbica, essa negatividade já está presente."

As mensagens da sociedade sobre a homossexualidade podem virfair play betdiversas fontes, dizem especialistas, como a família, a escola e a mídia.

O preconceito pode ser transmitido discretamente, por meiofair play betxingamentos ou declarações preconceituosas - "isso é tão gay" -, ou claramente, por meio do bullying efair play betensinamentos contra gays por religiões que não aceitam o público LGBT.

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Legenda da foto, Homem chora enquanto ora pelas vítimas do atentadofair play betuma igreja - um dos locaisfair play betfé cada vez mais receptivos ao público LGBT

"Muitas religiões não são homofóbicas", diz Meyer. "Mas,fair play betalguns casos, se você é uma pessoa religiosa e ouve mensagens negativas repetidamentefair play betpessoas que são renomadas emfair play betcomunidade, pode ser uma lição muito dolorosa."

"Isso certamente ocorre na comunidade cristã evangélica dos Estados Unidos, por exemplo, onde você pode aprender coisas terríveis ao ir à igreja toda semana."

Sohail Ahmed, um jovem muçulmanofair play betLondres, diz que ter travado uma batalha comfair play betprópria sexualidade o levou a manifestar visões religiosas cada vez mais extremadas, ao pontofair play better considerado realizar um ataque terrorista.

"Pesquisava todo o texto islâmico para saber o que fazer ao ter desejos homossexuais", disse ele à BBC. "Algo que sempre surgia era a necessidadefair play better mais fé, fortalecer seu lado religioso. Pode parecer paradoxal... mas me tornei mais radical na tentativafair play betme curar da homossexualidade."

Ahmed diz ter escondidofair play betverdadeira orientação sexualfair play bettodos que conhecia e começado a acreditar que era uma pessoa "má".

"Pensava que era gay como puniçãofair play betDeus por algo que tinha feito. Era horrível acordar todo dia com uma voz na cabeça dizendo que eu era desprezível", conta ele.

"Era um ciclo sem fim. Só aumentou meu ódio por mim mesmo e por outros gays. Foi muito destrutivo."

Ahmed deixou para trás estas opiniões e, agora, ajuda outras pessoas a deixaremfair play betser radicais. Ele se assumiu gay e, hoje, segue um ramo mais progressista do Islã que aceita o público LGBT.

Mas especialistas alertam que a homofobia internalizada pode ter também um impacto negativo na saúde mentalfair play betuma pessoa e causar depressão e ansiedade, impedir alguémfair play better relacionamentos íntimos ou levá-las a atitudes perigosas.

"A homofobia internalizada não é um problema mentalfair play betsi, mas causa distúrbios psicológicos", afirma Meyer.

"Com certeza, se você está passando por um período difícilfair play betautoaceitação, pode ser bem estressante e levar ao consumo abusivofair play betdrogas ou álcool. Você pode vir a usar drogas durante o sexo para se anestesiar do que está fazendo."

Pessoas afetadas por este sentimento precisam entender que se tratafair play betuma condição que pode ser superada, afirma Weber.

"Com a ajuda adequadafair play betum terapeuta ou alguém que realmente entenda o que está acontecendo, a pessoa pode se recuperar e amar a si mesma ao perceber que há toda uma comunidade que a apoiará."

Tanto Weber quanto Meyer dizem que esclarecer a sociedade como um todo é crucial para evitar que uma pessoa desenvolva uma homofobia internalizada e seus efeitos negativos.

"Os ambientes escolares precisam não só ser inclusivos, mas ensinar às crianças sobre gays e lésbicas", diz Meyer. Ele também incentiva que qualquer um que enfrente problemas comfair play betsexualidade busque por imagens e histórias positivas na internet.

Weber diz ser importante se certificarfair play betque há pessoas preparadas para ajudar nestes casos. "Temosfair play betgarantir que há profissionais treinados para compreender a questão e estar acessíveis a quem precisa."

Ainda não se sabe ao certo se Mateen realmente sofria com uma homofobia internalizada - ou se ele tentou buscar ajuda. Meyer diz que não há pesquisas suficientes para apontar uma ligação direta entre a homofobia internalizada e comportamentos violentos.

"No entanto, Mateen não seria a primeira pessoa a demonstrar homofobia tanto interna quanto externamente." Entre os exemplos estão políticos conservadores que manifestaram posições anti-LGBT e depois foram "tirados do armário" ao terfair play bethomossexualidade exposta pela mídia, diz ele.

Mas, quanto ao atiradorfair play betOrlando, essa é uma questão que ainda não foi respondida.