O legadomaquinas caça niqueissegregação da cidade natalmaquinas caça niqueisMuhammad Ali:maquinas caça niqueis
Nesta semana, centenasmaquinas caça niqueisfãsmaquinas caça niqueisluto fizeram uma peregrinação à casa rosa reformada recentemente e reaberta como museu apenas uma semana antes da morte do lutador.
Martin diz ter voltado para tentar trazer empregos para a comunidade, com o mercado e o restaurante que fica logo ao lado, o Prime Time Fish and Barbecue. A área precisamaquinas caça niqueisum impulso na economia.
"Está muito ruim", diz Martin sobre o bairro. "Tem muito assassinato, muito assassinato ocorrendo bem aquimaquinas caça niqueisvolta. É triste... tivemos provavelmente entre 20 e 25 homicídios num raiomaquinas caça niqueistrês ou quatro quarteirões."
As ruas estão cheiasmaquinas caça niqueiscasas abandonadas. Há poucos negócios. A casa no 3302 da Grand Avenue ficou vazia por muitos anos, o telhado caindo, antesmaquinas caça niqueisser comprada por dois advogadosmaquinas caça niqueisfora da cidade. Mesmo após o início da reforma, ladrões roubaram o novo ar-condicionado do local.
"A taxamaquinas caça niqueisusomaquinas caça niqueisheroína cresceu, tem muito crime por aqui", diz Martin. "Se eu aumentar a loja, consigo melhorar o bairro ao meu redor."
Na sexta-feira, o corpomaquinas caça niqueisAli será enterrado, mas não antesmaquinas caça niqueispassar uma última vez pormaquinas caça niqueiscidade natal - e especificamente pelo chamado "West End"maquinas caça niqueisLouisville, descrito pelo repórter local Phillip M Bailey, do Courier-Journal, como "deprimido economicamente e hiper-segregado",
"No final (da vida), seu desejo foi: 'Quero passar pelo oestemaquinas caça niqueisLouisville. Quero passar pelo bairro Russell, o Shawnee'", diz Bailey. "Acho que isso é como um pontomaquinas caça niqueisexclamação da frase dele "Louisville é a melhor". Ele amava o lugarmaquinas caça niqueisonde veio."
Muhammad Alimaquinas caça niqueisfato, uma vez, chamoumaquinas caça niqueiscidademaquinas caça niqueis"a melhor", mas também a mencionou quando se recusou a lutar na Guerra do Vietnã.
"Por que eles me pediriam para colocar um uniforme e viajar 10 mil milhasmaquinas caça niqueiscasa atirar bombas e balasmaquinas caça niqueis morenos no Vietnã, quando os chamados 'crioulos'maquinas caça niqueisLouisville são tratados como cachorros e simplesmente tem seus direitos humanos negados?", disse elemaquinas caça niqueis1967.
Diz a lenda que Ali jogoumaquinas caça niqueismedalhamaquinas caça niqueisouro olímpica no Rio Ohio depois que um restaurante se negou a servi-lo porque ele era negro.
Violet Montgomery, que costumava contratar os irmãos Ali para cuidar das crianças e ainda moramaquinas caça niqueisfrente à antiga casa dele, lembra bem daqueles dias - como da vezmaquinas caça niqueisque ela e seu marido tentaram ir a um cinema drive-in com os filhos nos anos 1950 e ouviram que "eles não serviam pessoasmaquinas caça niqueiscor".
"Foi meu único incidente com isso porque não deixei que acontecessemaquinas caça niqueisnovo. Não com minhas crianças", diz ela. "Eu as mantive longe disso."
A segregação está intrinsecamente ligada à históriamaquinas caça niqueisAli emaquinas caça niqueisLouisville, e enquanto a cidade se prepara para enterrar seu filho mais famoso, é difícil não perceber os efeitos que o racismo ainda tem ali.
"Esta é uma cidade muito educada e nem sempre falamosmaquinas caça niqueisassuntos difíceis como raça", diz Sadiqa Reynolds, presidente da Louisville Urban League. "Louisville cresceu muito, mas temos muito a avançar para que a cidade seja realmente a melhor."
Retondo Halsell - que moramaquinas caça niqueisuma grande casamaquinas caça niqueisdois andares do outro lado da casamaquinas caça niqueisAli - ainda se lembramaquinas caça niqueisquando foi transferido da escola onde Ali estudou, onde, tradicionalmente, só estudavam negros. Nos últimos dois anosmaquinas caça niqueisensino médio, Halsell foi estudarmaquinas caça niqueisum dos subúrbios mais ricos do lestemaquinas caça niqueisLouisville.
Era 1975, início do fim da políticamaquinas caça niqueissegregaçãomaquinas caça niqueisLouisville emaquinas caça niqueismuitas outras cidades. Antes disso, brancos e negros eram separados por leimaquinas caça niqueisdiversos locais nos EUA.
"Eu nunca tinha visto pessoas brancas antes", lembra Halsell. "Eu estava completamente confuso."
No início Halsell e seus amigos começaram a vandalizar a escola nova na tentativamaquinas caça niqueisque os mandassemmaquinas caça niqueisvolta para a antiga, mas depoismaquinas caça niqueisvários meses aceitaram a transferência e se estabeleceram.
Ele lembra que, como adolescente que cresceumaquinas caça niqueisum conjunto habitacional pobre, ficava escandalizado com a casa dos novos amigos.
"Disse para mim mesmo: Ah, vou pegar uma casa e consertá-la, fazer o lugar que eu moro ficar igual a este aqui'. Foi isso que me inspirou a fazer isso tudo", diz ele, mostrandomaquinas caça niqueiscasa, a maior do bairro.
Hoje, Louisville é uma das duas únicas cidades americanas que ainda tem um programaçãomaquinas caça niqueisfimmaquinas caça niqueissegregaçãomaquinas caça niqueisescolas, mesmo após o fim da fiscalização federal. A cidade optou por continuar levando algumas criançasmaquinas caça niqueisônibus para escolas mais distantes para assegurar que haja integração.
Pelo resto do país, porém, há sinaismaquinas caça niqueisque está havendo uma nova segregação - um reportagem recente do The Washington Post mostra aumento no númeromaquinas caça niqueisescolasmaquinas caça niqueisáreas pobresmaquinas caça niqueisque a maioria dos alunos sãomaquinas caça niqueisminorias étnicas.
"Acho que o interessante sobre Louisville é que as pessoas realmente abraçaram o sistema", diz Sarah Garland, autora do livro Divided We Fail, sobre o processomaquinas caça niqueisfim da segregação na cidade e diretora-executiva do The Hechinger Report. "Parecia que seria eleita uma nova diretoriamaquinas caça niqueisescolas que desmantelaria o sistema, mas eles não fizeram isso."
De acordo com Myron Orfield, diretor do Institute on Metropolitan Opportunity na escolamaquinas caça niqueisDireito da Universidademaquinas caça niqueis Minnesota, na décadamaquinas caça niqueis1970 tanto Louisville quanto Detroit,maquinas caça niqueisMichigan, tinham perfil populacional semelhante na proporçãomaquinas caça niqueismoradores negros e algum nívelmaquinas caça niqueisescolas segregadas. Mas Louisville foi forçada a acabar com a segregação, enquanto Detroit não foi.
Hojemaquinas caça niqueisdia, Detroit está falida, com grandes partes da cidade engolidas por pobreza extrema, enquanto Louisville está prosperandomaquinas caça niqueiscomparação.
Orfield defende que o processomaquinas caça niqueisdessegregação teve impacto ao desconectar o local onde a família comprava uma casa daquelemaquinas caça niqueisque seus filhos estudariam, o que retardou a disseminaçãomaquinas caça niqueisguetos urbanos. Nos EUA, as crianças normalmente estudammaquinas caça niqueisescolas públicas nos bairros onde moram.
"[Detroit] deixou para trás uma grande cidade vazia com os mais pobres dos pobres, que basicamente não consegue ser funcional. Cleveland está perto disso. São todas cidades que nunca tentaram integrar nada", diz ele. "O legado da segregação é prejudicial e danifica tudo."
Já Louisville e seus subúrbios criaram um gigantesco distrito escolar que tornou impossível para famílias brancas evitar ônibus escolares que levassem as crianças para escolasmaquinas caça niqueisoutros bairros.
Segundo Garland, isso significa que não apenas os alunos brancos conseguiam aproveitar as estruturas das escolas mais novas e modernas, mas famílias brancas cujos filhos eram enviados para escolas antes só para negros conseguiram fazer pressão para que os colégios obtivessem mais recursos.
Mas a dessegregação não consertou tudo, e até exacerbou alguns problemas. Ficou difícil para os paismaquinas caça niqueisbaixa renda, por exemplo, ir até a escola dos filhos, porque eles não tinham dinheiro para a passagem. Após 40 anos da políticamaquinas caça niqueisdessegregação, a composição racial da cidade ainda é dividida por rígidas linhas geográficas.
"O desenvolvimento econômico foi segregado na cidade e isso é uma espéciemaquinas caça niqueisquebra-cabeça geográfico e físico - como desfazer décadasmaquinas caça niqueisdiscriminaçãomaquinas caça niqueispolíticas habitacionais?", diz Garland.
Em Louisville, as partes leste e oeste da cidade são divididas pelo que se conhece como "divisa da Rua Nove".
"Chamaram a Rua Novemaquinas caça niqueisMuromaquinas caça niqueisBerlim por muito tempo", diz Thomas Williams, um advogado do local.
A parte oeste da cidade é predominantemente negra, enquanto a parte leste é predominantemente branca. A expectativamaquinas caça niqueisvida para uma pessoamaquinas caça niqueisParkland émaquinas caça niqueiscercamaquinas caça niqueis10 anos menos que do resto da cidade.
O númeromaquinas caça niqueishomicídios chegou a 84maquinas caça niqueis2015, e 75% deles ocorreram no oeste da cidade. Dois terços das vítimas eram negras, apesarmaquinas caça niqueisos negros serem apenas 22% da população.
A renda média e o nívelmaquinas caça niqueiseducação são menores, enquanto taxasmaquinas caça niqueisdoenças cardíacas e diabetes são mais altas no oeste.
"Louisville é uma cidade extremamente segregada", diz Cathy Hink, diretora-executivo da Metropolitan Housing Coalition, uma agência que defende políticas habitacionais mais justas. "Este tipomaquinas caça niqueisdiscriminação, intencional ou não, ainda ocorre."
De acordo com Hinko, após políticas habitacionais racistas e práticas discriminatórias serem tornadas ilegais, coisas mais banais - como leismaquinas caça niqueiszoneamento - mantiveram a segregação da cidade e deixaram casas com preços mais baixos longe dos bairros mais ricos.
Bailey diz que a reputaçãomaquinas caça niqueiscidade "bem-educada" significa que temas raciais fiquem dormentes até que surja uma grande polêmica.
Ele destacou o fatomaquinas caça niqueisque, enquanto falava com a BBC por telefone, estava indo para uma reunião que iria decidir se a Universidademaquinas caça niqueisLouisville deveria retirar o monumento aos Confederados adjacente ao campus.
"Em 2016 estamos tendo um debate sério e agressivo sobre os Confederados - debatendo se isso é uma discussão sobre raça", diz. "Estamos fazendo este debatemaquinas caça niqueisLouisville mesmo enquanto estamos virando uma cidade mais diversa."
Quando incidentes graves ocorrem, porém, costuma-se usar o legadomaquinas caça niqueisMuhammad Ali para unir as pessoas.
Em setembromaquinas caça niqueis2015, as paredes brancas do centro islâmicomaquinas caça niqueisque Ali costumava ir quando estava na cidade foi vandalizada.
"Nazistas falam árabe", dizia a pixaçãomaquinas caça niqueiscores vermelhas. "Muçulmanos - deixem os judeusmaquinas caça niqueispaz."
Muhammad Babar mencionou o incidentemaquinas caça niqueisuma cerimônia ecumênica para Ali na mesquita feita dois dias após a morte do lutador.
"Seguindo o ensinamento do campeão - a mensagemmaquinas caça niqueiscompaixão, amor e paz - a cidade inteira veio limpar o centro", disse ele na sala lotada.
O fatomaquinas caça niqueisa cidade ser oficialmente declarada "Cidademaquinas caça niqueiscompaixão"maquinas caça niqueis2011 sempre é mencionado quando o tema da segregação é levantado. A cidade e seu prefeito, Greg Fischer, tem investido na parte oeste como uma vitrine centralmaquinas caça niqueissua gestão com foco na compaixão.
Isso é feitomaquinas caça niqueisdiversas formas, como o programamaquinas caça niqueisjustiça restauradoramaquinas caça niqueisLouisville, que coloca condenados jovens junto com suas vítimas para discutir uma punição adequada, na tentativamaquinas caça niqueisevitar reincidência.
Até depois da morte, o legadomaquinas caça niqueisAli continuar ligado ao lado oestemaquinas caça niqueisLouisville. Em um nível micro, donosmaquinas caça niqueislojas como Tony Martin esperam que o interesse renovado por Ali possa trazer mais visitantes ao museu.
No nível macro, Bailey diz que, com milharesmaquinas caça niqueispessoas indo até Louisville para o funeral e a cidade recebendo atenção internacional, ele espera que haja uma chancemaquinas caça niqueismudança duradoura.
"O foco não estámaquinas caça niqueisKentucky ou Louisville, masmaquinas caça niqueisuma partemaquinas caça niqueisLouisville predominantemente negra que, até localmente, é esquecida", diz ele.
"Agora que o filho mais famoso que Louisville já teve - e provavelmente terá - morreu, estamosmaquinas caça niqueisum localmaquinas caça niqueisreflexão para pensar o que a cidade quer ser."