O segundo funeral da menina misteriosa enterrada há 145 anos e encontradabanco betanoreformabanco betanocasa nos EUA:banco betano
banco betano A descobertabanco betanoum caixão com o corpobanco betanouma meninabanco betanoperfeito estado debaixobanco betanouma casa chocou moradoresbanco betanoSan Francisco, no Estado americano da Califórnia, no mês passado.
Mas a surpresa maior envolve o mistériobanco betanotorno do corpo: até agora, só se sabe que a criança tinha três anos quando morreu e que foi enterrada cercadabanco betanocuidados especiais no final do século 19.
E no último fimbanco betanosemana, maisbanco betano100 pessoas participarambanco betanouma cerimônia fúnebre para dar adeus à criança pela segunda vez.
Na lápide, foi gravada a seguinte frase: "Se não houve luto, ninguém se lembrará".
Mas por que a descoberta gerou tanta repercussão?
Como um filmebanco betanoterror, os restos mortais da menina ainda não identificada apareceram durante a reformabanco betanouma casa construídabanco betano1936.
Durante as escavações, no entanto, os operários não encontraram ossosbanco betanodecomposição, mas um pequeno caixãobanco betanometal, feitobanco betanochumbo e bronze.
Através da superfície do vidro, era possível observar seu interior: uma menina loira com um vestido branco feito à mão e decorado com delicados laços.
Seu cabelo era adornado com uma rosa e folhasbanco betanoeucaliptos nas laterais. Também exalava forte cheirobanco betanolavanda.
Os indícios comprovam que ela parece ter sido enterrada com grande esmero e amor.
Sem saber o que fazer, os operários chamaram a proprietária da casa, Ericka Karner, que estava fora da Califórnia com o marido e os filhos.
"Em primeiro lugar, fiquei chocada, obviamente, ao saber que havia um caixãobanco betanouma menina debaixo da casa", disse Ericka ao jornal americano Los Angeles Times.
"Mas, passado o susto, não fiquei muito surpresa, porque conhecia a história da região".
Cemitérios
A área a que Karner se refere é o distritobanco betanoRichmond,banco betanoSan Francisco, onde havia vários cemitérios no final do século 19.
Com a expansão da cidade, as autoridades aprovaram uma sériebanco betanoportarias que priorizaram a construçãobanco betanoresidências. Como resultado, os mortos tiverambanco betanoser mudadosbanco betanolugar.
O antigo cemitério Odd Fellow's ficava abaixo do que mais tarde seria a casabanco betanoEricka.
O local foi fechado no final do século 19 e todos os corpos enterrados ali foram transferidos para valas comuns na cidade vizinhabanco betanoColma.
Acredita-se, contudo, que a menina misteriosa com cachos loiros teria sido deixada para trás por alguma razão.
Quando Ericka decidiu procurar as autoridades para saber o que poderia ser feito, veio a segunda surpresa.
Ela foi informadabanco betanoque o corpo erabanco betanosua responsabilidade, já que foi encontrado embanco betanopropriedade.
Ericka, então, se viu diantebanco betanoduas opções: ou poderia comprar um jazigo para enterrar a menina, a um custobanco betanoUS$ 7 mil (R$ 24 mil), ou desembolsar muito mais dinheiro, deixando os trâmites nas mãosbanco betanouma empresa arqueológica.
"Como o problema é meu se eles mudaram o cemitériobanco betanolugar e esqueceram um corpo? A responsabilidade é deles", reagiu Ericka.
Enquanto esperavam por uma decisão, os restos mortais da menina permaneceram por dez dias nos fundos da casa dos Karner.
"Foi uma atitude totalmente desrespeitosa", disse à BBC Mundo, o serviçobanco betanoespanhol da BBC, Elissa Davey, fundadora da ONG Garden of Innocence (Jardimbanco betanoinocência,banco betanotradução literal), responsável por enterrar crianças não identificadas ou abandonadas.
Um funcionário colocou Erickabanco betanocontato com Elissa e o corpo pôde ser enterrado.
"Fizemos todo o possível para dar a ela um enterro respeitoso. Ela foi tratada da mesma forma que tratamos as crianças que enterramos", explica Elissa.
Teste da DNA
Mas a história não terminou com o sepultamento.
Autoridades ainda estão trabalhando para descobrir quem era a menina, que foi batizadabanco betanoMiranda Eve.
Segundo Elissa, a investigação se baseia atualmentebanco betanoduas frentes.
De um lado, três fiosbanco betanocabelo da menina foram coletados para a realizaçãobanco betanotestesbanco betanoDNA na Universidade da Califórnia,banco betanoDavis. Os testes vão permitir identificar como ela viveu e o que comeu.
De outro, Elissa Davey e seus colegas tentam buscar mapasbanco betanoSan Francisco do final do século 19 que mostrem a exata localização do antigo cemitério e a relação do corpo com a casa onde foi encontrado.
Enquanto o caso está sendo resolvido, a ONG diz estar felizbanco betanoter oferecido um enterro digno à menina.
Participaram da cerimônia maisbanco betano100 pessoas,banco betanodiferentes partes do Estado.
"Nem sei quem são", disse Elissa.
"Elas vieram porque ouviram a história. Queriam estar lá para representar a família e se certificarembanco betanoque o corpo foi devidamente enterrado."