Por que a China se viu obrigada a negar que venda carne humana:poker scope
poker scope "É uma acusação totalmente maldosa, vil e inaceitável para nós."
Foi com essas palavras - pouco ouvidas no mundo da diplomacia - que o Ministério das Relações Exteriores da China, através da figura do seu embaixador na Zâmbia, reagiu à ondapoker scopenotícias e comentáriospoker scoperedes sociais sobre acusaçõespoker scopeque a China exporta carne humana para a África - na formapoker scopecarne enlatada.
A imprensa estatal chinesa responsabiliza tabloides da Zâmbia pela divulgação dos rumores, dizendo que "pessoas com motivos espúrios tentam destruir a arraigada cooperação entre Zâmbia e China."
Polêmica
Os rumores vierampoker scopeum jornal do país africano. A publicação cita uma mulher zambiana que trabalhapoker scopeuma fábricapoker scopeprocessamentopoker scopecarnes na China, cujo nome não foi divulgado.
Essa mulher alerta consumidores africanos a deixarempoker scopecomprar carne enlatada (chamada "corned beef") da China. O "corned beef" é um tipopoker scopecarnepoker scopevaca cozida tratada com salmoura.
A entrevistada assegura ao jornal que empresas chinesas recolhem cadáveres para usar a carnepoker scopeprodutos enlatados para o mercado africano.
Na reportagem do diário zambiano, outras pessoas afirmam que o usopoker scopecarne humano se difundiu "porque a China reserva a carnepoker scopemelhor qualidade para mercadospoker scopepaíses poderosos".
Insatisfação
O embaixador Youming solicitou ao governo da Zâmbia que investigue o tabloidepoker scopequestão "para limpar o nome do povo chinês".
As fotos que circularam nas redes sociais e que mostrariam a "carne humana", segundo os rumores, seriam imagens criadas para uma campanha publicitáriapoker scopeum jogopoker scopecomputador, segundo o site Snopes.com, que se dedica a investigar rumores que circulam pela internet.
O vice-ministro da Defesa da Zâmbia, Christopher Mulenga, disse, porpoker scopevez, que as autoridades do país investigarão as fontes que originaram a notícia e "lamentou o incidente".
"O governo da Zâmbia lamenta esse incidente, levandopoker scopeconsideração a estreita relação que existe entre nosso país e a China", pontuou.
A China financia projetospoker scopeinfraestrutura importantes na Zâmbiapoker scopetrocapoker scoperecursos naturais do país africano.
Mas o poderio chinês na economia da Zâmbia também tem gerado insatisfação da população local, segundo a imprensa zambiana.
Alguns trabalhadores acusaram empresas chinesaspoker scopenão zelarem pela segurança dos trabalhadores africanos epoker scopepagar salários muito baixos.
O investimento chinês na África entre 2005 e 2014 chegou a aproximadamente US$ 32 bilhões (R$ 114,6 milhões), segundo cifras divulgadas pelo Ministério do Comércio da China e citadas pela revista The Economist.
Escândalos
A China se viu envolvidapoker scopeuma sériepoker scopeescândalos relacionados a segurança alimentar nos últimos anos.
Em 2015, a imprensa chinesa anunciou o confiscopoker scopemaispoker scope100 mil toneladaspoker scopecarne contrabandeada - boa parte dela tinha sido congelada havia maispoker scope40 anos.
O escândalo do leitepoker scopepó contaminado com substância química melanina teve grande repercussãopoker scope2008 - assim como a prisãopoker scopepessoas que vendiampoker scopecarnepoker scoperato como sendo carnepoker scopecarneiro.
Em 2014, um repórter chinês filmou trabalhadorespoker scopeuma processadora manipulando carne sem nenhuma condiçãopoker scopehigiene.
A gravação mostrava os empregados da produtora Husi Foodpoker scopeXangai, subsidiária do Grupo OSI com sede nos Estados Unidos, cortando carne sem luvas e pegando pedaços do chão, enquanto reclamavam que o produto cheirava "podre".
A fábricapoker scopequestão era até então uma das fornecedoras da rede McDonald's, que tem maispoker scope2 mil restaurantes na China.
As autoridades municipaispoker scopeXangai investigaram a fábrica e encontraram milharespoker scopeprodutos vencidos reempacotados com novas dataspoker scopevalidade.