'Ele só embarcou porque achei seu passaporte', diz amigovítima do voo da EgyptAir:

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"Ele havia deixado uns pertences na minha casa e acabei encontrando seu passaporteuma caixa dois dias antes da viagem", afirmou Picard, dono uma assistência técnicamáquinascosturaÉvreux, à BBC Brasil.

Os dois se conheciam havia muitos anos e eram bastante próximos, disse.

Alguns amigos, segundo Picard, haviam aconselhado Hess a não viajar para o Egito por causa do históricorecentes distúrbios políticos no país eepisódios envolvendo radicais islâmicos.

Em março, um avião da EgyptAir havia sido sequestrado e desviado até o Chipre;outubro2015, um aviãopassageiros russo que decolara do balneário egípcioSharm el-Sheikh caiu sobre a península do Sinai, matando as 224 pessoas a bordo.

O voo MS804 da Egyptair, que fazia a rota Paris-Cairo, transportava 66 pessoas, sendo 56 passageiros, sete membros da tripulação e três seguranças da companhia aérea, cuja presença a bordo passou a ser comumviagens para países considerados a risco.

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Desde quinta-feira, operaçõesbusca aéreas e marítimas estão sendo realizadas no Mediterrâneo, entre a ilha gregaCreta e o norte do Egito.

Destroços do Airbus A320 foram encontrados a 290 quilômetros ao norteAlexandria, segundo o ministério egípcio da Defesa.

'Pressentimento'

"Eu não disse para ele desistir da viagem, como alguns fizeram", afirmou Picard. "É muito duro", acrescentou ele, que perdeu a mulher recentemente e diz agora viver sob um "estresse terrível".

Hess trabalhavauma cafeteria no hospitalÉvreux e costumava fotografar showsrock na cidade. Fãvôlei, registravafotos jogos do Évreux Volley Ball, onde trabalhava como voluntário.

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Outro amigo dele, donoum caféÉvreux que costumava frequentar, disse ao jornal Le Parisien que o francês hesitouviajar após ter localizado o passaporte.

"É estranho, como se ele tivesse um pressentimento", declarou.

Para Picard, Hess estava contente com a viagem. "Qualquer que seja a causa da queda do avião", diz, o resultado é que seu amigo "não está mais presente".

Ele diz, porém, achar que será mais duro lidar com a morte se as investigações concluírem tratar-seum atentado extremista.

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Histórias

Vários especialistasaviação se mantêm prudentes e afirmam que os elementos revelados até o momento não permitem saber se a queda do avião teria sido causada por problemas técnicos ou por um atentado.

Entre os 30 egípcios mortos na queda do avião, outra história tem recebido destaque na imprensa internacional: aReham Ashery eseu marido.

Reham sofriaum câncer e tinha viajado a Paris com o objetivoobter melhor tratamento médico.

O casal havia vendido vários bens para pagar a viagem e despesas médicas na França, segundo o jornal inglês Telegraph. O casal tinha três filhos, que ficaram no Egito.