A buscaavião da betanocientistas por espécieavião da betanotrigo centenária resistente ao aquecimento global:avião da betano

Crédito, BBC/Tony Jolliffe

Legenda da foto, A coleção do museu inclui uma amostra coletada pelo capitão James Cook, que desbravou a Austrália

As variedades centenáriasavião da betanotrigo estão armazenadasavião da betanocentenasavião da betanoantigos arquivosavião da betanopapelão, organizadosavião da betanofileiras, nos cofres do museu. Cada um contém folhas secas, talos ou espigasavião da betanogrãos, eavião da betanoalguns casos todos os três,avião da betanocentenasavião da betanoanos atrás.

Todas variedades foram cuidadosamente rotuladas, detalhando exatamenteavião da betanoorigem — informação essencial para os cientistas.

"A coleção remota aos anos 1700, incluindo um espécime coletado da primeira viagem do capitão (e navegador britânico James) Cook à Austrália", conta à BBC Larissa Welton, parte da equipe que está digitalizando o arquivo do Museuavião da betanoHistória Natural.

A amostraavião da betanoJames Cook éavião da betanoum trigo selvagem. Parece espichada e semelhante a uma grama — bem diferente das variedadesavião da betanotrigo cultivadas atualmente. E é justamente nessas diferenças que os cientistas têm se concentrado.

"Temos espécimes que sãoavião da betanoantes da introduçãoavião da betanovárias técnicas agrícolas atuais, então elas podem nos revelar algo a respeitoavião da betanocomo o trigo crescia livremente, ou como crescia antesavião da betanohaver fertilizantes artificiais."

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Legenda da foto, Wheat makes up about a fifth of the total calories consumed around the world

Por que o trigo importa tanto?

O trigo é um dos cultivos mais importantes do mundo: é usado para produziravião da betanopão a macarrão,avião da betanocereais matinais a bolos, e é parte essencial da nossa dieta.

A guerra na Ucrânia, país que é importante exportadoravião da betanotrigo, tem ameaçado o suprimento global.

Mas esse não é o único problema. As mudanças climáticas têm tido um impacto crescente. Cientistas estimam que um aumentoavião da betano1°Cavião da betanotemperatura pode causar a reduçãoavião da betanoaté 6,4% da quantidadeavião da betanotrigo cultivada no planeta.

Pragas e doenças também têm reduzido as colheitas globaisavião da betanocercaavião da betano20% ao ano.

De modo geral, colheitas modernasavião da betanotrigo têm enfrentado dificuldades. A revolução verde dos anos 1950 e 1960 direcionou os agricultores às variedades capazesavião da betanoproduzir mais grãos, mas a busca por colheitas maiores fez com que outras variedades fossem deixadasavião da betanolado — incluindo as capazesavião da betanolidar melhor com climas extremos. Ou seja, a diversidade do trigo é menor hojeavião da betanodia.

"Queremos descobrir se há, entre aquilo que perdemos, coisas que possamos trazeravião da betanovolta às variedades modernas", afirma Matthew Clark, geneticista do Museuavião da betanoHistória Natural.

E isso é importante: o mundo precisaráavião da betanocercaavião da betano60% mais trigo para alimentar uma população crescente até 2050. Daí a busca por variedades que consigam cresceravião da betanolocais onde hoje não há plantio — ou que consigam suportar ambientesavião da betanoprocessoavião da betanotransformação.

"Por exemplo, ao analisar colheitas que conseguiram sobreviveravião da betanoáreas mais marginais — locaisavião da betanoclima quente e seco — podemos ajudar mais países desenvolvidos a aumentaravião da betanoproduçãoavião da betanocomida", diz Clark.

Ele explica que isso pode ser feito por meio da reprodução tradicional, da modificação genética ou da edição genética (técnicaavião da betanoque genes podem ser especificamente adicionados, removidos ou substituídos).

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Legenda da foto, O John Innes Centre também tem amostras antigasavião da betanotrigo - e algumas já estão sendo úteis para agricultores modernos

Cientistas no Centro John Innes,avião da betanoNorwich (Inglaterra), também estão "caçando" amostrasavião da betanotrigo.

O arquivo do centro tem amostrasavião da betano100 anos e contém variedades do mundo inteiro. As amostras ficam armazenadas a 4°C, para que as sementes permaneçam viáveis — ou seja, para que possam ser plantadas e consigam crescer.

"O que queremos fazer é procurar variedades genéticas novas e úteis", explica o cientista Simon Griffiths, enquanto analisa a coleção. A busca, diz ele, é por "resistência a doenças e ao estresse, por mais rendimento e por mais eficiência no usoavião da betanofertilizantes".

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Legenda da foto, Trigo do John Innes Centre: "Há tanta diversidade que não foi plenamente explorada ainda por criadores modernosavião da betanotrigo, e achamos que podemos levar isso a eles"

A equipe do John Innes está usando variedades mais antigas e cruzando-as com mais modernas. Alguns testes foram bem-sucedidos.

"Há uma doença grave no trigo, que se chama ferrugem amarela. Isso é um problema global cada vez mais difícilavião da betanose controlar", aponta Griffiths.

"Dentro dessa coleçãoavião da betanotrigos antigos, há algumas (variedades) que são resistentes a essa doença, e isso está sendo analisado por criadores neste momento para se defender dessa ameaça significativa à produçãoavião da betanotrigo."

A equipe também está interessadaavião da betanoencontrar variedadesavião da betanotrigo mais nutritivas.

"E quanto ao conteúdo nutritivo do trigo? Sabemos que somos capazesavião da betanoaumentar o conteúdoavião da betanofibras eavião da betanominerais no trigo", o cientista agrega.

"Há tanta diversidade que não foi plenamente explorada ainda por criadores modernosavião da betanotrigo. Achamos que podemos levar isso a eles."

No futuro, o trigo que a humanidade cultiva precisará mudar. Talvez as respostas para se encontrar a melhor variedadeavião da betanotrigo estejam no passado.

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