'Nossa mãe matou o pedófilo que nos abusou, mas não acabou com nossos pesadelos':blaze casino app

Fotografiablaze casino appum homem branco idoso
Legenda da foto, O registro criminalblaze casino appMichael Pleasted estendeu-se por três décadas, até os anos 1990

Ele foi acusadoblaze casino appabusos sexuais contra meninos na região onde morava, no distrito londrinoblaze casino appSilvertown. Legalmente, como ocorreblaze casino apptodos os casos deste tipo, os nomes dos meninos não puderam ser divulgados durante o julgamento.

Mas a BBC News agora pode noticiar, pela primeira vez, que todos os três meninos envolvidos no caso eram filhosblaze casino appSarah Sands.

O mais velho, Bradley, tinha na época 12 anos. Em 2021, ele renunciou ao seu direito ao anonimato para revelar o abuso. E,blaze casino appentrevista à BBC News, seus irmãos gêmeos mais jovens, Alfie e Reece, fizeram o mesmo. Eles tinham 11 anos quandoblaze casino appmãe matou o homem acusadoblaze casino appabusar das crianças.

Agora jovens adultos — com 19 e 20 anosblaze casino appidade — eles lembram do momentoblaze casino appque ficaram sabendo, quando ainda eram crianças, o que ablaze casino appmãe havia feito. Ao lado dela, eles contam que foi difícil crescer com a mãe na prisão.

Sands afirma sentir remorsos pelo que fez. Mas seus filhos não têm dúvidas sobre o que sentem.

"Eu aplaudi a atitude ela", conta Bradley à BBC. "Não vou negar isso."

"Ela realmente fez com que nos sentíssemos mais seguros", acrescenta Alfie. "Aquilo não diminuiu os pesadelos. Mas nos deu uma sensaçãoblaze casino appsegurança, porque você podia andar pela rua sabendo que ele não iria aparecerblaze casino apprepente na esquina."

Uma mulher brancablaze casino appmeia idade sentada ao ladoblaze casino apptres jovens brancos
Legenda da foto, Sarah Sands e seus filhos (da esquerda para a direita) Reece, Bradley e Alfie conseguiram reconstruir seu relacionamento depois que a mãe foi libertada

"Ele morava literalmente do outro lado da rua. Eu abria a minha janela e via a casa dele", conta Bradley.

Reece, que tinha 11 anos na época, diz que é "bom saber que ele está morto". Mas acrescenta: "muitas vezes nós acordávamos chorando [e perguntando] 'onde está a mamãe?'"

Meses antes do assassinato, Sarah Sands eblaze casino appfamília haviam se mudado para uma nova casa, tambémblaze casino appSilvertown.

Ela fez amizade com Pleasted, que morava sozinho. Ele era uma figura conhecida na região. Muitas vezes, ele se sentava ao lado da bancablaze casino appjornal do bairro e conversava com os moradores locais e seus filhos.

"Eu achava que ele fosse um idoso simpático", relembra ela. "Eu cozinhava para ele, cuidava dele e sempre fazia companhia quando tinha tempo."

Ela conta que Pleasted se aproximou da família, mas que queria na verdade aliciar seus filhos. Um dia, ele convidou os três meninos para visitaremblaze casino appcasa.

Até que, certa noite, os gêmeos contaram para a mãe que Pleasted os havia abusado sexualmente. E, uma semana depois, Bradley, o mais velho, relatou a mesma coisa. Pleasted foi preso e acusadoblaze casino appabuso sexual.

Enquanto aguardava o julgamento, o juiz o libertou sob fiança e disse que ele poderia voltar para casa. Sands conta que ficou surpresa e desesperada. Para levar seus filhos para longeblaze casino appPleasted, ela se mudou com a família para a casablaze casino appsua mãe.

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Legenda da foto, Sarah Sands e seus filhos (da esquerda para a direita) Alfie, Reece e Bradley

'O mundo inteiro congelou'

Na noite do ataque, Sands foi filmada pelo circuito fechadoblaze casino appTV indo para o apartamentoblaze casino appPleasted. Ela conta que queria pedir a ele que se declarasse culpado das acusações e poupasse os meninosblaze casino appcomparecer ao tribunal.

"Eu percebi que havia cometido um enorme erro. Ele não sentia nenhum tipoblaze casino appremorso. Ele disse 'seus filhos estão mentindo'. O mundo inteiro congelou. Eu tinha a faca na minha mão esquerda e lembro que ele tentou arrancá-lablaze casino appmim", relembra ela.

Ela insiste que não pretendia matar Pleasted.

Horas depois do assassinato, ela se entregoublaze casino appuma delegacia, com a faca e as roupas manchadasblaze casino appsangue. No julgamento, o juiz afirmou que não acreditava que ela estivesse "pensado racionalmente no que poderia resultar o porte da faca", mas acrescentou: "tenho certezablaze casino appque ela tinha na mente a possibilidadeblaze casino appusá-la".

Sarah Sands foi condenada por homicídio culposo (não doloso), ou seja, sem intençãoblaze casino appmatar. O juiz considerou que ela havia perdido o controle. Ela foi condenada a três anos e meioblaze casino appprisão, masblaze casino appsentença acabou sendo estendida para sete anos e meio por ter sido considerada branda demais.

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Legenda da foto, Sarah Sands foi filmada no circuito internoblaze casino appTV saindo do apartamentoblaze casino appMichael Pleasted após o ataque

Os juízes do Tribunalblaze casino appRecursos afirmaram que, na noite do crime, ela não fez nada para ajudar Pleasted — nem chamou o atendimentoblaze casino appemergência. Ela passou cercablaze casino appquatro anos na prisão.

"Eu havia feito justiça com as próprias mãos", afirma ela hoje. "Sempre fui criada para assumir a responsabilidade pelos meus atos."

Sem pai e com a mãe atrás das grades, os meninos foram morar com a avó.

"Ficávamos todosblaze casino appum quarto. Não havia privacidade", conta Bradley à BBC. "Minha avó telefonava para minha mãe na prisão e perguntava se eu podia sair e jogar futebol, ou sair com meus amigos. E, muitas vezes, ela dizia 'não'."

Alfie conta que os três irmãos "perderam muita coisa". Eles a viam uma vez por mês nas visitas à prisão. "Às vezes, você só quer contar um problema para ablaze casino appmãe e não pode", diz.

Seus amigos sabiam o que havia acontecido. Mas Bradley afirma que se lembra das pessoas perguntando: "onde está ablaze casino appmãe? Nós nunca a vemos por aqui."

"Eles tinham raivablaze casino appmim", acrescenta Sands. "Antes da prisão, éramos tão próximos e,blaze casino apprepente, eu não estava mais lá. Foi horrível para eles."

Questionada se sentia remorsos por ter posto fim à vidablaze casino appMichael Pleasted, ela responde: "com certeza". Ela acrescenta: "eu trago vida para o mundo. Nunca me ocorreu que eu seria culpadablaze casino apptirar vida do mundo."

Mudançasblaze casino appnome

Durante o processo, surgiu a informaçãoblaze casino appque, no passado, Pleasted tinha outro nome — Robin Moult — e que havia mudado esse nome depoisblaze casino appser condenado por pedofilia. Ele havia recebido 24 condenações por abusos sexuais ao longoblaze casino apptrês décadas.

Ele fora preso pelos crimes, mas, quando se mudou para seu novo bairro, ninguém ali — nem mesmo as autoridades locais — sabia sobre o seu passado.

Sarah Sands agora faz campanha por restrições mais rígidas aos abusadores sexuais que mudam seus nomes.

A parlamentar trabalhista Sarah Champion afirma que alguns abusadores usam novas identidades para conseguir atestadosblaze casino appantecedentes criminais, que são obrigatórios para certos empregos.

"Depois que mudam seus nomes, eles conseguem uma nova carteirablaze casino appmotorista e um novo passaporte naquele nome", afirma Champion. "Isso permite que eles consigam um novo atestadoblaze casino appantecedentes criminais."

"E estamos descobrindo que essas pessoas estão indo para escolas e outros lugares onde há crianças e pessoas vulneráveis", segundo ela, "usando seus cargosblaze casino appconfiança das formas mais horríveis."

Um porta-voz do Ministério do Interior britânico afirmou que a questão já foi analisada, mas o Ministério não podia publicar as conclusões porque continham informações confidenciais, que poderiam ser usadas por criminosos para fraudar o sistema. O Ministério afirmou que o Reino Unido tem um dos controles mais rígidos do mundo para lidar com abusadores sexuaisblaze casino appcomunidades locais.

A reconstrução da família

Sarah Sands saiu da prisãoblaze casino app2018. Seus filhos afirmam que conseguiram reconstruir seu relacionamento com ela desde então.

"Ela nos mima bastante", conta Reece, sorrindo. "É bom, mas nos faz perceber todos os anos que perdemos juntos."

"Não há nada que vá romper a união da família", acrescenta Bradley.

Os meninos contam que, quando eram crianças, sentiam culpa por terem revelado o abuso.

"Se todos nós tivéssemos ficadoblaze casino appboca fechada, teríamos tido nossa mãe e teríamos ido fazer compras, ido ao cinema, feito o que um menino normalblaze casino app12 anosblaze casino appidade faz", afirma Bradley.

Mas eles dizem que entendem hoje que é importante que as vítimas se manifestem. "É difícil, mas as coisas melhoram um dia", afirma Reece.

"Você deve denunciar sempre", acrescenta Alfie. "É melhor falar. Se você não falar, só vai ser pior."

- Este texto foi publicadoblaze casino apphttp://vesser.net/geral-63737355