'Nossa mãe matou o pedófilo que nos abusou, mas não acabou com nossos pesadelos':gol de ouro apostas esportivas
Ele foi acusadogol de ouro apostas esportivasabusos sexuais contra meninos na região onde morava, no distrito londrinogol de ouro apostas esportivasSilvertown. Legalmente, como ocorregol de ouro apostas esportivastodos os casos deste tipo, os nomes dos meninos não puderam ser divulgados durante o julgamento.
Mas a BBC News agora pode noticiar, pela primeira vez, que todos os três meninos envolvidos no caso eram filhosgol de ouro apostas esportivasSarah Sands.
O mais velho, Bradley, tinha na época 12 anos. Em 2021, ele renunciou ao seu direito ao anonimato para revelar o abuso. E,gol de ouro apostas esportivasentrevista à BBC News, seus irmãos gêmeos mais jovens, Alfie e Reece, fizeram o mesmo. Eles tinham 11 anos quandogol de ouro apostas esportivasmãe matou o homem acusadogol de ouro apostas esportivasabusar das crianças.
Agora jovens adultos — com 19 e 20 anosgol de ouro apostas esportivasidade — eles lembram do momentogol de ouro apostas esportivasque ficaram sabendo, quando ainda eram crianças, o que agol de ouro apostas esportivasmãe havia feito. Ao lado dela, eles contam que foi difícil crescer com a mãe na prisão.
Sands afirma sentir remorsos pelo que fez. Mas seus filhos não têm dúvidas sobre o que sentem.
"Eu aplaudi a atitude ela", conta Bradley à BBC. "Não vou negar isso."
"Ela realmente fez com que nos sentíssemos mais seguros", acrescenta Alfie. "Aquilo não diminuiu os pesadelos. Mas nos deu uma sensaçãogol de ouro apostas esportivassegurança, porque você podia andar pela rua sabendo que ele não iria aparecergol de ouro apostas esportivasrepente na esquina."
"Ele morava literalmente do outro lado da rua. Eu abria a minha janela e via a casa dele", conta Bradley.
Reece, que tinha 11 anos na época, diz que é "bom saber que ele está morto". Mas acrescenta: "muitas vezes nós acordávamos chorando [e perguntando] 'onde está a mamãe?'"
Meses antes do assassinato, Sarah Sands egol de ouro apostas esportivasfamília haviam se mudado para uma nova casa, tambémgol de ouro apostas esportivasSilvertown.
Ela fez amizade com Pleasted, que morava sozinho. Ele era uma figura conhecida na região. Muitas vezes, ele se sentava ao lado da bancagol de ouro apostas esportivasjornal do bairro e conversava com os moradores locais e seus filhos.
"Eu achava que ele fosse um idoso simpático", relembra ela. "Eu cozinhava para ele, cuidava dele e sempre fazia companhia quando tinha tempo."
Ela conta que Pleasted se aproximou da família, mas que queria na verdade aliciar seus filhos. Um dia, ele convidou os três meninos para visitaremgol de ouro apostas esportivascasa.
Até que, certa noite, os gêmeos contaram para a mãe que Pleasted os havia abusado sexualmente. E, uma semana depois, Bradley, o mais velho, relatou a mesma coisa. Pleasted foi preso e acusadogol de ouro apostas esportivasabuso sexual.
Enquanto aguardava o julgamento, o juiz o libertou sob fiança e disse que ele poderia voltar para casa. Sands conta que ficou surpresa e desesperada. Para levar seus filhos para longegol de ouro apostas esportivasPleasted, ela se mudou com a família para a casagol de ouro apostas esportivassua mãe.
'O mundo inteiro congelou'
Na noite do ataque, Sands foi filmada pelo circuito fechadogol de ouro apostas esportivasTV indo para o apartamentogol de ouro apostas esportivasPleasted. Ela conta que queria pedir a ele que se declarasse culpado das acusações e poupasse os meninosgol de ouro apostas esportivascomparecer ao tribunal.
"Eu percebi que havia cometido um enorme erro. Ele não sentia nenhum tipogol de ouro apostas esportivasremorso. Ele disse 'seus filhos estão mentindo'. O mundo inteiro congelou. Eu tinha a faca na minha mão esquerda e lembro que ele tentou arrancá-lagol de ouro apostas esportivasmim", relembra ela.
Ela insiste que não pretendia matar Pleasted.
Horas depois do assassinato, ela se entregougol de ouro apostas esportivasuma delegacia, com a faca e as roupas manchadasgol de ouro apostas esportivassangue. No julgamento, o juiz afirmou que não acreditava que ela estivesse "pensado racionalmente no que poderia resultar o porte da faca", mas acrescentou: "tenho certezagol de ouro apostas esportivasque ela tinha na mente a possibilidadegol de ouro apostas esportivasusá-la".
Sarah Sands foi condenada por homicídio culposo (não doloso), ou seja, sem intençãogol de ouro apostas esportivasmatar. O juiz considerou que ela havia perdido o controle. Ela foi condenada a três anos e meiogol de ouro apostas esportivasprisão, masgol de ouro apostas esportivassentença acabou sendo estendida para sete anos e meio por ter sido considerada branda demais.
Os juízes do Tribunalgol de ouro apostas esportivasRecursos afirmaram que, na noite do crime, ela não fez nada para ajudar Pleasted — nem chamou o atendimentogol de ouro apostas esportivasemergência. Ela passou cercagol de ouro apostas esportivasquatro anos na prisão.
"Eu havia feito justiça com as próprias mãos", afirma ela hoje. "Sempre fui criada para assumir a responsabilidade pelos meus atos."
Sem pai e com a mãe atrás das grades, os meninos foram morar com a avó.
"Ficávamos todosgol de ouro apostas esportivasum quarto. Não havia privacidade", conta Bradley à BBC. "Minha avó telefonava para minha mãe na prisão e perguntava se eu podia sair e jogar futebol, ou sair com meus amigos. E, muitas vezes, ela dizia 'não'."
Alfie conta que os três irmãos "perderam muita coisa". Eles a viam uma vez por mês nas visitas à prisão. "Às vezes, você só quer contar um problema para agol de ouro apostas esportivasmãe e não pode", diz.
Seus amigos sabiam o que havia acontecido. Mas Bradley afirma que se lembra das pessoas perguntando: "onde está agol de ouro apostas esportivasmãe? Nós nunca a vemos por aqui."
"Eles tinham raivagol de ouro apostas esportivasmim", acrescenta Sands. "Antes da prisão, éramos tão próximos e,gol de ouro apostas esportivasrepente, eu não estava mais lá. Foi horrível para eles."
Questionada se sentia remorsos por ter posto fim à vidagol de ouro apostas esportivasMichael Pleasted, ela responde: "com certeza". Ela acrescenta: "eu trago vida para o mundo. Nunca me ocorreu que eu seria culpadagol de ouro apostas esportivastirar vida do mundo."
Mudançasgol de ouro apostas esportivasnome
Durante o processo, surgiu a informaçãogol de ouro apostas esportivasque, no passado, Pleasted tinha outro nome — Robin Moult — e que havia mudado esse nome depoisgol de ouro apostas esportivasser condenado por pedofilia. Ele havia recebido 24 condenações por abusos sexuais ao longogol de ouro apostas esportivastrês décadas.
Ele fora preso pelos crimes, mas, quando se mudou para seu novo bairro, ninguém ali — nem mesmo as autoridades locais — sabia sobre o seu passado.
Sarah Sands agora faz campanha por restrições mais rígidas aos abusadores sexuais que mudam seus nomes.
A parlamentar trabalhista Sarah Champion afirma que alguns abusadores usam novas identidades para conseguir atestadosgol de ouro apostas esportivasantecedentes criminais, que são obrigatórios para certos empregos.
"Depois que mudam seus nomes, eles conseguem uma nova carteiragol de ouro apostas esportivasmotorista e um novo passaporte naquele nome", afirma Champion. "Isso permite que eles consigam um novo atestadogol de ouro apostas esportivasantecedentes criminais."
"E estamos descobrindo que essas pessoas estão indo para escolas e outros lugares onde há crianças e pessoas vulneráveis", segundo ela, "usando seus cargosgol de ouro apostas esportivasconfiança das formas mais horríveis."
Um porta-voz do Ministério do Interior britânico afirmou que a questão já foi analisada, mas o Ministério não podia publicar as conclusões porque continham informações confidenciais, que poderiam ser usadas por criminosos para fraudar o sistema. O Ministério afirmou que o Reino Unido tem um dos controles mais rígidos do mundo para lidar com abusadores sexuaisgol de ouro apostas esportivascomunidades locais.
A reconstrução da família
Sarah Sands saiu da prisãogol de ouro apostas esportivas2018. Seus filhos afirmam que conseguiram reconstruir seu relacionamento com ela desde então.
"Ela nos mima bastante", conta Reece, sorrindo. "É bom, mas nos faz perceber todos os anos que perdemos juntos."
"Não há nada que vá romper a união da família", acrescenta Bradley.
Os meninos contam que, quando eram crianças, sentiam culpa por terem revelado o abuso.
"Se todos nós tivéssemos ficadogol de ouro apostas esportivasboca fechada, teríamos tido nossa mãe e teríamos ido fazer compras, ido ao cinema, feito o que um menino normalgol de ouro apostas esportivas12 anosgol de ouro apostas esportivasidade faz", afirma Bradley.
Mas eles dizem que entendem hoje que é importante que as vítimas se manifestem. "É difícil, mas as coisas melhoram um dia", afirma Reece.
"Você deve denunciar sempre", acrescenta Alfie. "É melhor falar. Se você não falar, só vai ser pior."
- Este texto foi publicadogol de ouro apostas esportivashttp://vesser.net/geral-63737355