Mastectomia preventiva: as jovens que tiraram os seios para evitar câncersporting citymama:sporting city

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Legenda da foto, Evelin Scarelli foi surpreendida por um diagnósticosporting citycâncersporting citymama aos 23 anos

Sem pensar muito, a coordenadorasporting cityprojetos decidiu passar pela cirurgiasporting cityretirada dos seios para diminuir os riscos da doença. A cirurgia redutorasporting cityrisco ou mastectomia preventiva, como é conhecida, diminuisporting city90 a 95% as chancessporting cityum paciente que possui a mutação do gene ter um câncersporting citymama.

"Retirar as mamas é uma decisão muito difícil porque é um procedimento irreversível, já que estamos falando da retiradasporting cityum órgão. Mas eu, que já havia passado por um tratamento, vi minha mãe também enfrentar um câncer e encarei a retirada das mamas como a chancesporting cityeu assumir o papelsporting cityprotagonista da minha vida e não deixar que a doença me dominasse", conta.

Na época do diagnóstico, Evelin e o marido se preparavam para realizar uma FIV (Fertilização in Vitro) e, assim, tentar realizar o sonhosporting cityter o primeiro filho. Além do medo da doença, veio a preocupaçãosporting citynão poder amamentar, algo que vinha sendo muito aguardado e planejado por ela.

"As falas sobre a amamentação são muito pesadas, a sociedade impõe que para ser mãe você precisa dar o peito e falta sensibilidade com as mães que não fazem isso. A amamentação é muito mais que isso, é um elosporting citycoração para coração. Ainda há muita desinformação e é uma barreira que precisa ser quebrada", diz Evelin.

Logo após a retirada dos dois seios, Evelin passou pela cirurgiasporting cityreconstrução das mamas com a colocaçãosporting citypróteses e ficou com os movimentos limitados nos meses que se seguiram. No ano passado, após a segunda FIV, o sonhosporting cityser mãe foi realizado e seu primeiro filho nasceu.

"Passei por duas fertilizações, a primeira era uma menina e o embrião não se desenvolveu. Na segunda tentativa conseguimos ter nosso filho Bento. Retirar meus seios foi uma decisão tomada com muita segurança. Eu queria fazer o procedimento para conseguir celebrar a vida do meu filho e poder ter a chancesporting cityvê-lo crescer", afirma.

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Legenda da foto, 'Eu queria fazer o procedimento para conseguir celebrar a vida do meu filho e poder ter a chancesporting cityvê-lo crescer', conta Evelin, na foto com o filho Bento

'Não sou menos mulher por não ter seios'

Foi também após enfrentar um câncersporting citymamasporting city2020 que a manicure Esther Marília da Silva Oliveira,sporting city37 anos, descobriu ter a mutação do gene BRCA1. Depoissporting citydois anossporting citytratamento com quimioterapia e radioterapia, os médicos solicitaram o mapeamento genético por precaução e veio o diagnóstico.

"Meu médico me chamou para uma conversa e explicou sobre a mastectomia preventiva, que reduzia muito a chancesporting cityeu ter novamente a doença, eu abracei a ideiasporting cityfazer o procedimento e retirar meus dois seios", lembra.

A manicure, que tem um enteado, afirma que não tinha o desejosporting cityser mãe e que a retirada das mamas não a afetou nesse aspecto. O procedimento, que também incluiu a retiradas dos ovários e das trompas, foi feitosporting cityfevereiro deste ano e inicialmente Esther optou pela não colocaçãosporting citypróteses nos seios.

"Encarei a cirurgiasporting citymaneira muito natural, porque o que eu queria era a minha cura, ter uma vida com qualidade e longa. Eu queria tirarsporting citymim a possibilidadesporting cityter um novo câncer", conta.

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Legenda da foto, 'A única pessoa que me preocupava era meu marido e ele me apoiou a fazer a cirurgia sem a reconstrução dos seios', conta Esther

Apesar da convicçãosporting citysua decisão, a manicure recorda que não contou sobre o procedimentosporting cityretiradasporting citymamas para seus amigos e familiares para evitar julgamentos e opiniões contrárias àsporting citydecisão que pudessem impactar seu emocional.

"A única pessoa que me preocupava era meu marido e ele me apoiou a fazer a cirurgia sem a reconstrução dos seios. É uma nova fase para o casal e a gente vai se acostumando com a nova vida. Me sinto bem assim e por isso não pensosporting cityreconstruir os seios. Não sou menos mulher por não tê-los", afirma.

'Série da Netflix me ajudou a descobrir a minha mutação'

Desconhecendo a mutação do gene BRCA1 e BRCA2, que aumenta as chancessporting cityuma pessoa ter o câncersporting citymama, a publicitária Stefania Dominique Carnevalesporting cityLuca,sporting city26 anos, descobriu que poderia sofrer com o problema ao assistir a uma série da Netflix chamada The Bold Type.

Após ver os episódiossporting cityque a personagem principal e a mãe tiveram câncersporting citymama, ela decidiu investigar a própria genética, já quesporting citymãe havia enfrentado a doença recentemente.

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Legenda da foto, 'Me recuperei, passei a agradecer pela minha saúde e por poder levar uma vida normal', conta Stefania

"Eu não sabia que existia essa mutação e a série me alertou para isso. Quando descobri que eu era mutada, eu fiquei aflita,sporting citychoque e a primeira coisa que me passou pela cabeça foi que eu não queria ter câncer. Eu sabia que para isso eu precisava ter uma atitude, independentesporting cityqual fosse a possível consequência", recorda.

Inicialmente, a publicitária, com o médico que a acompanha, optou pela retirada das mamas com a reconstrução dos seios com próteses. Porém, duas semanas após o procedimento, Stefania teve complicações devido à cirurgia e precisou retirar as próteses, ficando sem seios.

"Eu tive um momentosporting cityluto, por dois dias só chorei porque eu teria que ficar alguns meses sem peito e isso me dava muito medo. Mas logo me recuperei, passei a agradecer pela minha saúde e por poder levar uma vida normal, fazendo tudo o que mais gosto, como correr, pedalar e viajar. Aos poucos fui amando o meu novo corpo", afirma.

Em dezembro, a publicitária passará por uma nova cirurgia para a colocaçãosporting citypróteses nos dois seios. Além da mudança estética, a detecção da mutação genética fez Stefania adiantar os planossporting cityter filhos para o ano que vem.

A maneira mais segurasporting citypacientes com mutação genética ter filhos, segundo os médicos, é através da fetilização in vitro, dessa forma é possível prevenir que o gene mutado passe para o bebê.

"Pode ser que futuramente eu tenha que retirar as trompas e os ovários, por isso pretendo ter filho logo. Quando fui retirar as mamas, uma das minhas preocupações foi com relação à amamentação. Mas eu busquei por uma consultorasporting cityamamentação para entender como é a alimentaçãosporting cityum recém-nascido com fórmula e ela me tranquilizou. Então decidi abrir mão da amamentaçãosporting cityprol da minha saúde", explica.

'Faltasporting cityapoio me fez desistir da cirurgia'

A decisãosporting cityretirar as mamas na maioria das vezes não é fácil e pode abalar o psicológico das mulheres. Foi o que aconteceu com a técnicasporting cityenfermagem Amanda Dias Ruivo,sporting city26 anos.

Após a mãe e as tias serem diagnosticadas com câncersporting citymama, o hospital solicitou que a técnicasporting cityenfermagem fizesse o mapeamento genético para analisar a probabilidadesporting cityAmanda também ter a doença no futuro.

"Fiz o examesporting city2019 e fui diagnosticada com a mutação BRCA1. Na época eu já tinha alguns nódulos no seio, mas depois da biopsia ficou constatado que não eram tumores", conta.

Amanda foi informada pelos médicos sobre a cirurgiasporting cityretirada das mamas e decidiu que faria o procedimento. No entanto, com a proximidade da data, que seria esse mês, ela desistiu do procedimento optando por fazer acompanhamento médico e exames semestralmente para verificar o surgimentosporting citynódulos.

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, 'Tive muita faltasporting cityapoio das pessoas nesse processo porque elas não enxergam como prevenção. Além disso, a questão estética foi algo que pesou', diz Amanda

"Na minha família, minhas primas não quiseram fazer o mapeamento genético e me olham como se eu estivesse procurando doença. Eu tive muita faltasporting cityapoio das pessoas nesse processo porque elas não enxergam como prevenção. Além disso, a questão estética foi algo que pesou, não tem como negar. Não consigo me imaginar sem meus seios e por isso decidi adiar a cirurgia até eu me sentir preparada para o procedimento", conta.

Como Amanda é portadora do gene que pode se manifestar a qualquer momento, além do acompanhamento médico regular, ela também tem restrição com relação ao usosporting cityanticoncepcional e medicamentos que afetem seus hormônios.

Mutação BRCA1 e BRCA2

Ter a avó, mãe ou irmã com câncersporting citymama não significa que a mutação está presente. Apenas 0,2% da população tem mutações no gene BRCA1 e BRCA2, e cercasporting city0,1% tem a mutaçãosporting cityum deles.

A mutação no BRCA1 aumentasporting cityaproximadamente 40% o riscosporting citya pessoa desenvolver câncersporting citymama. Já a mutação no BRCA2, também aumenta os riscossporting citycâncersporting citymamasporting city40% e osporting cityovário,sporting city12% a 15%.

A cirurgia redutorasporting cityrisco ou mastectomia preventiva — como a feita por Evelin, Esther, Amanda e tantas outras mulheres — pode reduzirsporting cityaté 95% o riscosporting citycâncersporting citymama.

A garantia não ésporting city100% porque é possível que um tumor se desenvolvasporting cityalgum resquíciosporting citytecido mamário ou nos ductos mamários. A colocaçãosporting cityprótese pode ser feita na mesma cirurgiasporting cityque as mamas são retiradas ou a paciente pode optar pela não colocação das próteses.

"Quandosporting cityorigem genética, o câncersporting citymama afeta as gerações subsequentes cada vez mais cedo,sporting cityum intervalosporting cityoito a dez anos", explica Vilmar Marques, médico e membro da Sociedade Brasileirasporting cityMastologia.

"Por exemplo, se a mãe teve câncer aos 40 anos, é possível que a filha tenha o tumor aos 30; por isso, é importante ficar atento à genética familiar esporting citycaso das mutações BRCA recomendamos que o acompanhamento seja feito a partir dos 25 anos. Além disso, para a retirada da mama a paciente deve ter acompanhamento psicológico para evitar que ela sofrasporting citytranstornos no futuro."

Como prevenir o câncersporting citymama

O câncersporting citymama é o tipo que mais acomete mulheressporting citytodo o mundo. No Brasil, foram estimados 66.280 novos casos da doença para 2022, segundo o Instituto Nacionalsporting cityCâncer (Inca).

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Legenda da foto, Câncersporting citymama é o tipo que mais acomete mulheres no mundo

Descobrir um câncersporting citymama precocemente é muito importante e aumentam consideravelmente as chancessporting citycura da doença. Quando diagnosticadosporting cityestágio 1 as chancessporting citycura chegam a 95%, e os tratamentos,sporting citygeral, são menos invasivos, ao contrário dos demais estágios.

Ter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos regularmente são recomendações básicas para prevenir o câncersporting citymama, já que o excessosporting citypeso aumenta o riscosporting citydesenvolver a doença, segundo a Sociedade Brasileirasporting cityMastologia.

Ainda não há certeza da associação do usosporting citypílulas anticoncepcionais com o aumento do risco para o câncersporting citymama. Mas, podem estar mais predispostas a ter a doença mulheres que usaram contraceptivos oraissporting citydosagens altassporting cityestrogênio, que usaram a medicação durante anos e as que começaram a usar anticoncepcionalsporting cityidade precoce, antes da primeira gravidez.

- Este texto foi publicadosporting cityhttp://vesser.net/geral-63294051

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