Johnny Depp x Amber Heard: resultado do julgamento pode desestimular denúnciasreal pokerviolência doméstica?:real poker

O veredicto surpreendeu especialistasreal pokerDireito, especialmente porque segue a derrotareal pokerDeppreal pokerum caso semelhante no Reino Unido há quase dois anos.

Para Heard, a decisão foi uma rejeição quase totalreal pokerseu testemunho.

Depp,real poker58 anos, negou com firmeza as alegaçõesreal pokerabuso emocional, físico e sexual que Heard diz terem ocorridoreal pokervárias ocasiões ao longoreal pokerseu relacionamentoreal pokercinco anos.

Comentários nas redes sociais

O júri ficou do ladoreal pokerDepp e considerou as alegaçõesreal pokerHeard como falsas.

Em um comunicado, a atrizreal poker36 anos disse que estava "com o coração partido" pela decisão. Sua equipe disse que vai recorrer.

Mas no tribunal da opinião pública, parecia que Heard já havia perdido mesmo antes do resultado final.

Durante as seis semanasreal pokerjulgamento, muito antesreal pokero júri dar seu veredicto, uma espéciereal pokerconsenso se estabeleceu na internetreal pokerque Heard estava mentindo.

Seu testemunho foi amplamente ridicularizado, hashtags chamando-areal pokersociopata foram tendências no Twitter e uma petição para removê-la da próxima sequência do filme Aquaman recebeu, até sexta-feira, 3real pokerjunho, maisreal poker4,4 milhõesreal pokerassinaturas.

No TikTok, os casais encenaram algumas das cenasreal pokerviolência que Heard denunciou no depoimento,real pokerum aparente esforço para provar que foram inventadas.

"Acho que devemos ser muito claros sobre isso: esse julgamento gerou muito assédio contra Amber Heard", diz Nicole Bedera, socióloga especializadareal pokerviolência sexual. "Foi chocante."

Especialistasreal pokerviolência doméstica como Bedera temem que a resposta profundamente negativareal pokerrelação à Heard tenha repercussões muito além do julgamento.

Impacto para futuras vítimas

Muitos alertam que o abuso online sofrido por Herad terá um efeito devastador na vidareal pokersobreviventesreal pokerviolência doméstica e pode desencorajar algumas a denunciarem seus casos.

"Há muitas sobreviventes que verãoreal pokerhistória refletida neste julgamento. E elas também serão prejudicados por este caso", disse Bedera.

"Acho que muitas vítimas agora vão se sentir mais inseguras com a ideiareal pokercontar seu caso no futuro", disse.

Casosreal pokerviolência doméstica tendem a ser resolvidos sem denúncias. Nos Estados Unidos, apenas doisreal pokercada cinco casos são reportados à polícia,real pokeracordo com a última pesquisa do Departamentoreal pokerJustiça dos EUA.

A mesma proporçãoreal pokermulheres,real pokertornoreal poker40%, apresentou denúnciasreal pokerviolência no relacionamento.

"Acho que ficou claro que as sobreviventes estão tomando decisões racionais quando optam por não denunciar seu caso", disse Alexandra Brodsky, advogadareal pokerdireitos civis e autora do livro Justiça Sexual.

"É feita uma análisereal pokercusto/benefício e, muitas vezes, esse cálculo mostra que é melhor não informar", segundo a especialista.

Na horareal pokercolocar na balança, pesa muito o medoreal pokeruma dolorosa investigação e julgamento - e o medoreal pokerque ninguém acredite nelas.

Ambos os temores foram demonstrados na resposta recebida por Heard, disse Kelly Sundberg, professora da Ashland University e autorareal pokerGoodbye Sweet Girl, um livroreal pokermemórias sobrereal pokerexperiênciareal pokerum relacionamento abusivo.

"Há uma razão pela qual a maioria das pessoas mantém seus abusos privados", disse ele.

"Mesmo se ela [Heard] tivesse vencido, isso teria um efeito assustador nas vítimas, porque ninguém quer ser desacreditado como ela foi", disse Sundberg.

"Se eu tivesse recebido esse tiporeal pokerresposta antesreal pokerescrever meu livro, acho que não me sentiria segurareal pokerpublicá-lo", disse ela.

"Foi horrível", acrescentou Bedera. "As pessoas a chamavamreal pokerpsicopata, mentirosa, diziam que ela era louca, que era manipuladora, diziam que ela merecia o que aconteceu."

Padrões duplos

Na última semana do julgamento, Heard, mãe solteirareal pokeruma filhareal poker1 ano, falou sobre o assédio durante o julgamento, dizendo que recebeu "centenasreal pokerameaçasreal pokermorte regularmente, se não diariamente".

"As pessoas querem me matar, me dizem todos os dias. As pessoas querem colocar meu bebê no micro-ondas e me dizem", disse ele. "Tem sido uma agonia."

Durante o julgamento, o tribunal ouviu gravaçõesreal pokerHeardreal pokerque ela parecia zombar e intimidar seu ex-parceiro. Em um vídeo, a atriz admite ter "batido"real pokerDepp antesreal pokerpedir para ele não ser um "bebê".

"Diga ao mundo, Johnny", ela exige delereal pokeroutras imagens, gravadasreal poker2016. "Diga a eles: 'Eu, Johnny Depp, um homem, também sou vítimareal pokerviolência doméstica'".

Essas gravações eram frequentemente usadas como prova nas mídias sociaisreal pokerque Heard estava mentindo e que ela era a agressora "real"real pokerseu relacionamento.

Mas esse mesmo escrutínio não parecia se aplicar a Depp.

O tribunal ouviu várias testemunhas - incluindo umareal pokersuas ex-namoradas, a atriz Ellen Barkin - descrever o suposto abusoreal pokerdrogas e álcool e tendências violentas do ator.

Em áudio gravado, o júri ouviu Depp gritando insultos e obscenidades para Heard, e viu mensagens dizendo que desejava quereal pokerex-mulher morresse.

"Houve um duplo padrão, com certeza", disse Bedera.

"Johnny Depp também disse algumas coisas realmente horríveis. Mensagensreal pokertexto sobre a ideiareal pokerestuprar e assassinar Amber Heard me vêm à mente", disse a especialista. "Muitas pessoas foram rápidasreal pokerdizer 'foi apenas uma piada' na época."

Possíveis repetições

Especialistas também temem que o caminho legal seguido por Depp, abrindo um processoreal pokerdifamação, possa ser usado por autoresreal pokerabusos.

"Uma coisa que realmente faltou na cobertura é que Heard não processou Depp por abuso", disse a advogada Alexandra Brodsky. "Foi Depp quem processou Heard por dizer que ela foi abusada, e nem mesmo por ele."

Brodsky descreveu uma "horda" crescentereal pokeradvogados e consultoresreal pokerrelações públicas aconselhando jovens sobre como limpar seus nomes depoisreal pokerserem acusados ​​de agressão sexual na faculdade.

"Muito disso são processos por difamação, ou pelo menos ameaçasreal pokerprocessos por difamação. Vimos essa estratégia se espalhar", confirmou.

Neste caso, após seis semanasreal pokerdepoimentos, o júri decidiu por unanimidade que Heard havia difamado Depp no texto no jornal. "O júri me deu minha vidareal pokervolta", disse o atorreal pokerum comunicado após o veredicto.

Mas buscar indenização por difamação se torna "alarmante" quando os perpetradores a usam como estratégiareal pokerrelações públicas, disse Brodsky.

"A verdade é que, não importa o que acontecesse no final do julgamento, Depp teria se tornado, pelo menos para algumas pessoas, o herói", disse ela. "Estou realmente preocupado com o efeito 'copiador'."

Ao mesmo tempo, esses casos atuam como um impedimento para as vítimasreal pokergeral, disse ela.

"Alguém vê seu amigo, colegareal pokerclasse ou uma celebridade enfrentando um processoreal pokerdifamação e diz: 'Não quero lidar com isso'."

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