'Já tive que me esconderpessoas me encarandolugares públicos':

Crédito, Atholl Mills/Arquivo pessoal

Legenda da foto, Britânico Atholl Mills,28 anos, nasceu com doença rara que causa formaçãocistos por todo o corpo

Um terço dos participantes do estudo, para o qual mil pessoas foram ouvidas, afirmou ter sido "encarada" por causa disso.

Segundo a ONG, umcada cinco adultos no Reino Unido se identifica como tendo uma diferença visível, como uma cicatriz, marca ou condição, e mais1 milhão dizem ter desfigurações significativas.

'Educar pessoas'

Mills diz que, com frequência, percebe pessoas encarando-o. "Houve momentos durante os quais tentei me esconder, e as pessoas realmente me acompanhavam para tentar continuar a me encarar", diz ele à BBC.

"Minhas duas irmãs costumavam ficar muito chateadas porque as pessoas estavam olhando... elas tentavam ficar na minha frente. Então, isso não me afeta apenas, mas as pessoas ao meu redor também."

Esse é o motivo pelo qual Mills decidiu se envolver na campanhaconscientização.

"Às vezes, as pessoas não percebem que estão encarando. Passei a dizer-lhes que era indelicado olhar para mim. Acho que algumas pessoas claramente não fazem por mal. Trata-seconscientizar e educar as pessoas."

Crédito, Amba Smith/Arquivo pessoal

Legenda da foto, Smith diz que quer mudar a representação dentro da indústriabeleza e maquiagem

A também britânica Amba Smith tem 20 anos e está estudando para se tornar uma maquiadoraefeitos especiais. Ela também tem uma diferença visível — uma marcanascença que vai da cabeça aos pés.

"Desde o momentoque saí da maternidade, recebi olhares e comentários maldosos."

Segundo ela,mãe e seu pai costumavam lhe dizer que as pessoas a olhavam porque a achavam "bonita".

"Mas eu sabia que no fundo não era isso."

Smith diz que agora aprendeu a ter orgulhosua marcanascença.

"Minha marcanascença não me define, não me faz a pessoa que sou", diz. "Se durante tanto tempo minha marcanascença definiu quem eu sou, agora isso não acontece mais."

Crédito, Shankar Jalota/Arquivo pessoal

Legenda da foto, Britânico Shankar Jalota desenvolveu vitiligo, condição que afeta o pigmento da pele, e isso afetouautoestima

Aos 14 anos, o britânico Shankar Jalota desenvolveu vitiligo, condição que afeta o pigmento da pele.

"Estava trabalhandoloja na época. Era horrível — você via os olhos das pessoas se movendo da esquerda para a direita, olhando para as manchas brancasminha pele", conta ele à BBC.

"Lembro-meque isso afetou minha saúde mental; me perguntava por que era daquela forma, por que não conseguia controlar (a doença)".

O objetivoJalota com a campanha é fazer com que o público abrace as pessoas com diferenças visíveis, começando pelas redes sociais.

"Estamos ajudando nossas futuras gerações a serem criadasum mundo mais acolhedor", acrescenta.

O que fazer?

Se, por algum motivo, você se pegar encarando alguém com uma diferença ou desfiguração visível, o conselho é sorrir, dizer "olá" ou reconhecer o erro com um pedidodesculpas.

"Pode parecer constrangedor para você, mas por favor, não grite ou puxe uma criança para longe. É melhor simplesmente explicar que todos nós somos diferentes e isso é uma coisa boa", segundo a Changing Faces.

O levantamento da ONG também revelou que pouco maisum quarto das pessoas com uma diferença visível foram encaradas enquanto trabalhavam, enquanto quase umacada cinco relatou que foi preterida quanto a oportunidadesdesenvolvimento, promoção, aumentos salariais ou contato cliente/cliente no ambientetrabalho.

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