'Ver bunkers na TV causa ansiedade', diz brasileiro na Ucrânia:888 bets 365
Para o empresário José Eduardo Melo, 33, a melhor opção no momento foi comprar uma passagem só888 bets 365ida para o Brasil, deixando seu apartamento novo e o escritório recém-reformado888 bets 365Odessa, cidade próxima ao Mar Negro onde ele e888 bets 365esposa, Anna, administram uma empresa888 bets 365intercâmbio para quem quer trabalhar fora do país.
Eles possuem três filiais da empresa no Brasil, e com a incerteza causada pelo conflito decidiram adiantar a viagem que fariam nos meses seguintes.
"Não acho que algo como uma grande guerra acontecerá, mas penso que um conflito como o que ocorreu na época da anexação da Crimeia é possível. Tenho um pouco888 bets 365receio, mas não há nada que eu possa fazer além888 bets 365pensar na nossa segurança. Dessa vez, meus sogros vão com a gente para o Brasil", conta.
Apesar das notícias constantes sobre o conflito, ele conta notar que as pessoas na cidade continuam a vida normalmente, e não há clima888 bets 365guerra.
"Ainda assim, para mim, dá uma certa ansiedade ver reportagens que mostram onde ficam os bunkers mais próximos, caso a população precise", diz ele, explicando que já existe uma lista do que se poderia ou não levar para essas estruturas feitas para resistir a projéteis888 bets 365guerra, embora não lembre dos itens.
Na cidade onde moram, a língua mais falada é o russo, e José conta perceber uma afinidade888 bets 365grande parte da população com o governo888 bets 365Putin.
"Não dá para generalizar, mas percebo que os mais velhos, como os avós da minha esposa, que viveram na União Soviética, têm uma visão muito positiva dessa época. Se 'tudo' voltasse a ser Rússia,888 bets 365forma pacifica, eles ficariam felizes. Ainda assim, se mostraram desapontados pela escalada do conflito."
Ainda sem passagem888 bets 365volta, José espera que as tensões diminuam logo. "Queremos poder curtir o próximo verão, que é muito bonito por aqui, na nossa casa nova, sem preocupações."
"O medo não faz parte do dia a dia, mas temos que nos preparar caso algo aconteça"
Mesmo a quase 500 quilômetros888 bets 365distância da cidade888 bets 365Odessa, Fernanda Krupin, 29, moradora888 bets 365Kiev, capital da Ucrânia, descreve uma sensação semelhante.
Ela chegou ao país depois888 bets 365começar um relacionamento com seu atual marido, um ucraniano que conheceu quando ele trabalhava888 bets 365São Paulo por alguns meses.
Com a chegada da pandemia, a empresa encerrou o projeto do qual ele participava e o casal precisou decidir qual seria o próximo passo.
"Escolhemos vir para Kiev, capital da Ucrânia, por ele ter mais oportunidades profissionais aqui. Já estou há um ano e meio, consegui um emprego888 bets 365uma empresa888 bets 365tecnologia e estou aperfeiçoando a língua", conta.
A brasileira diz ter considerado o conflito desde a primeira vez que pensou888 bets 365ir para a Ucrânia, já que ele existe desde 2014.
"Vim com isso888 bets 365mente, mas me sinto mais segura por estar mais longe da fronteira com a Rússia, que fica ao leste da Ucrânia. Não é tão próximo daqui e na prática, ao menos por enquanto, acaba não afetando nosso dia a dia."
Ela procura, por meio888 bets 365sua página Latina na Ucrânia, no Instagram, mostrar belezas e atividades que a capital oferece — uma visão pouco conhecida pelos brasileiros.
O que a deixa mais ansiosa não são as conversas dos conhecidos ucranianos, mas as mensagens888 bets 365parentes brasileiros preocupados.
"Tento tranquilizá-los. Brinco com a minha mãe que ainda não estou indo trabalhar888 bets 365tanque. Não há exércitos na rua nem nada do tipo."
Ela e o marido, no entanto, não descartam a possibilidade888 bets 365um conflito.
"Temos que nos preparar e começar a pensar888 bets 365um plano 'B'. Por enquanto só deixamos uma mala com dinheiro e documentos888 bets 365um local888 bets 365fácil acesso. Meu maior medo é que o Mykyta, que tem 35 anos, seja recrutado para lutar888 bets 365caso888 bets 365guerra. Além disso, se precisar sair daqui, não sei o que eu faria com seus dois cachorros, que são grandes e por isso, mais difíceis888 bets 365serem transportados."
Por medo do conflito, alguns brasileiros já cancelaram viagens
Apesar da iminência888 bets 365uma guerra agora ser considerada por especialistas a mais forte dos últimos tempos, a ucraniana Olena Vladyka, 25, relata que não sente muita diferença dos dias atuais para outros anos da história do conflito — exceto pela mudança nos seus negócios.
Olena se tornou fluente888 bets 365português após escolher o idioma como888 bets 365segunda língua quando cursava Letras na Nacional Universidade Linguística888 bets 365Kiev.
Trabalhando como intérprete888 bets 365russo e ucraniano, guia888 bets 365passeios turísticos e auxiliar888 bets 365buscas genealógicas para aqueles com descendentes no país, o maior público da jovem é o brasileiro.
"Para quem mora aqui, eu acho que nada mudou. A situação é igual a que começou oito anos trás, e seguimos indo para o trabalho, para escola, cuidando das tarefas diárias. Mas para aqueles que olham888 bets 365fora, eu percebo que há muita preocupação", diz.
No Instagram da agência888 bets 365Olena, Amigo888 bets 365Kyiv, as perguntas dos brasileiros não focam mais nos destinos turísticos ou preços dos serviços.
"Eles questionam como está a situação e até se ainda temos comida, o que realmente não falta. Alguns tours que eu faria888 bets 365abril e888 bets 365maio já foram cancelados por conta desse medo."
'Sempre considerei o risco, mas estar com a minha esposa é mais importante'
Morando na mesma cidade que José, João Timóteo888 bets 365Oliveira, 56, diz já ter ouvido que por estar próximo ao porto, Odessa poderia ser um dos locais888 bets 365ataque. Apesar disso, ele garante que ninguém na cidade parece estar preocupado com a possibilidade.
Ele mora na Ucrânia há seis meses e se mudou para o país após se apaixonar por Natasha, uma ucraniana, pela internet. Já aposentado por ter trabalhado na indústria petroquímica, o que garantiu a ele uma aposentadoria especial, decidiu se juntar a ela, com quem se casou.
"Eu sempre soube do fator888 bets 365risco, mas888 bets 365momento como esse, acabei pensando na felicidade da minha esposa. Eu tenho que estar do lado dela, principalmente se a situação for888 bets 365risco", diz João.
Mesmo estando há poucos meses no país, ele conta que se impressiona com a beleza da cidade e com a facilidade que se adaptou à rotina.
"Eu vivo como faria no Brasil. Tenho passeado e estudando o idioma, uma rotina normal. Até mesmo o povo, que imaginei ser mais frio, depois que você conhece mais888 bets 365perto, são muito amigáveis e até parecidos com os brasileiros".
"Eu vou ao supermercado para comprar pão todos os dias e observo que não falta nada e ninguém faz estoque888 bets 365comida. A sensação não é a888 bets 365que uma guerra está prestes a acontecer."
Nos canais oficiais do governo, o brasileiro afirma que a mensagem passada pelas autoridades sempre procura transmitir paz.
"Dizem que o ataque não é tão iminente, que a Ucrânia está preparada e que a população não entrar888 bets 365pânico. Claro que cada pessoa reage888 bets 365uma forma diferente", afirma.
"Entre os brasileiros, há alguns com plano888 bets 365fuga, com medo, e outros tranquilos. Ouvimos falar888 bets 365alguns abrigos na capital, possíveis alarmes888 bets 365sirene, esse tipo888 bets 365coisa. Não é que uma invasão irá ocorrer, mas é aquela coisa, é melhor estar preparado."
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