Por que vacinados ainda podem pegar covid (e não é falha do imunizante):bet win oficial
Antesbet win oficialmais nada, é preciso esclarecer que os dados oficiais e os estudos científicos são bem claros e oferecem respostas para esse e outros questionamentos. Mesmo com o avanço da variante ômicron, os imunizantes contra a covid-19 continuam a funcionar para aquilo que eles foram desenvolvidos: a prevençãobet win oficialcasos mais graves da doença, que causam hospitalização e morte.
Entenda a seguir como cientistas, médicos e instituiçõesbet win oficialsaúde seguem confiando no poderio das vacinas testadas e aprovadasbet win oficialvárias partes do mundo — e como elas estão ajudando a conter a pandemia.
A falsa controvérsia ganha terreno
Diante das notícias das celebridades infectadas e dos recordes diáriosbet win oficialnovos casosbet win oficialcovid-19bet win oficialpaíses como Estados Unidos, França e Reino Unido, a efetividade das vacinas voltou a virar motivobet win oficialdiscussão nas redes sociais.
No Brasil, uma das postagens que geraram mais polêmica foi um tuíte da advogada Janaina Paschoal, deputada estadualbet win oficialSão Paulo pelo Partido Social Liberal (PSL).
Ela escreveu: "Vivemos um momento tão intrigante, que pessoas vacinadas, com todas as doses, pegam covid-19 e recomendam a vacinação. Parece piada. Ninguém acha, no mínimo, curioso?"
Até o fechamento desta reportagem, a publicação já contava com maisbet win oficial14 mil curtidas e 6 mil compartilhamentos.
A BBC News Brasil entroubet win oficialcontato com a deputada Janaina Paschoal, que enviou uma notabet win oficialesclarecimentos a respeito da polêmica após a postagem no Twitter:
"Nunca neguei a doença, sempre estimulei comportamentos responsáveis e,bet win oficialvários momentos, incentivei a vacinação. Não obstante, penso que a dinâmica preponderante no Brasil não é saudável", escreve.
A deputada acredita que "existe uma vedaçãobet win oficialse debater a eficácia e os efeitos adversos das vacinas".
"Querem impor a vacinação, mediante a vedaçãobet win oficialdireitos básicos, como saúde, educação e trabalho, como se os vacinados não pegassem ou não transmitissem a covid. Não sou contrária à vacinação. Sou contrária à imposição e à obstrução do debate", finalizou.
Sobre os eventos adversos das vacinas mencionados por Paschoal, as agências regulatórias e diversas entidades científicas nacionais e internacionais são unânimesbet win oficialafirmar que as doses contra a covid são seguras para pessoas com maisbet win oficial5 anos.
Até o momento, os principais efeitos colaterais observados são leves e passam naturalmente após alguns dias. Entre os principais incômodos listados, destacam-se: dor e vermelhidão no local da picada, febre, dorbet win oficialcabeça, cansaço, dor muscular, calafrios e náuseas.
Os eventos mais graves, como anafilaxia, trombose, pericardite e miocardite (inflamações no coração), são consideradas raros pelas autoridades — e os benefíciosbet win oficialtomar as doses superam,bet win oficiallonge, os riscos observados, asseguram as agências.
Já a respeito da discussão sobre a eficácia e o fatobet win oficialindivíduos vacinados pegarem e transmitirem o coronavírus, o pediatra e infectologista Renato Kfouri esclarece que a primeira levabet win oficialvacinas contra a covid-19, da qual fazem parte CoronaVac e os produtos desenvolvidos por Pfizer, AstraZeneca, Janssen, entre outras, tem como objetivo principal reduzir o risco desenvolver as formas mais graves da doença, que estão relacionados a hospitalizações e mortes.
"As vacinas protegem muito melhor contra as formas mais graves do que contra as formas moderadas, leves ou assintomáticas da covid. Quanto mais grave o desfecho, maior a eficácia delas", resume Renato Kfouri, que é diretor da Sociedade Brasileirabet win oficialImunizações (SBIm).
A meta principal desses imunizantes, portanto, nunca foi barrar a infecçãobet win oficialsi, mas tornar essa invasão do coronavírus menos danosa ao organismo.
Esse mesmo racional se aplica à vacina contra a gripe, disponível há décadas. A dose, oferecida todos os anos, não previne necessariamente a infecção pelo vírus influenza, mas evita as complicações frequentes nos grupos mais vulneráveis, como crianças, gestantes e idosos.
Analisando o cenário mais amplo, essa proteção contra as formas mais severas têm um impacto diretobet win oficialtodo o sistemabet win oficialsaúde: diminuir a gravidade das infecções respiratórias é sinônimobet win oficialprontos-socorros menos lotados, maior disponibilidadebet win oficialleitosbet win oficialenfermaria ou UTI e, claro, mais tempo para a equipebet win oficialsaúde tratar os pacientesbet win oficialforma adequada.
E os dados mostram que as vacinas estão cumprindo muito bem esse papel: de acordo com o Fundo Commonwealth, a aplicação das doses contra o coronavírus evitou, até novembrobet win oficial2021, um totalbet win oficial1,1 milhãobet win oficialmortes e 10,3 milhõesbet win oficialhospitalizações só nos Estados Unidos.
Já o Centrobet win oficialControle e Prevençãobet win oficialDoenças da Europa (ECDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) calculam que 470 mil indivíduos com maisbet win oficial60 anos tiveram as vidas salvasbet win oficial33 países do continente desde que a vacinação contra a covid começou por lá.
O que explica a situação atual?
Mesmo diante das informações sobre o papel principal dos imunizantes, é inegável que a frequênciabet win oficialreinfecções oubet win oficialdiagnósticos positivos entre vacinados aumentou nos últimos tempos. E isso pode ser explicado por três fatores.
O primeiro deles é simples: acabamosbet win oficialsair do períodobet win oficialNatal e Réveillon,bet win oficialque as pessoas se aglomeram e fazem festas. Isso, por si só, já aumenta o riscobet win oficialtransmissão do coronavírus.
Segundo, passado praticamente um ano desde que as doses começaram a ficar disponíveisbet win oficialalgumas partes do mundo (inclusive no Brasil), os especialistas aprenderam que a imunidade contra a covid pós-vacinação não dura para sempre.
"Com o passar do tempo, vimos que o nívelbet win oficialproteção cai. Essa queda vai ser maior ou menor dependendo do tipobet win oficialvacina e da idadebet win oficialcada indivíduo", explica Kfouri.
"Isso deixou evidente a necessidade da aplicaçãobet win oficialuma terceira dose, primeiro para os idosos e imunossuprimidos, depois para toda a população adulta", complementa o médico.
O terceiro fator tem a ver com a chegada da variante ômicron, que é mais transmissível e tem capacidadebet win oficial"driblar" a imunidade obtida com as vacinas ou com um quadro préviobet win oficialcovid.
"Diante disso, a infecçãobet win oficialindivíduos vacinados deve ser vista como algo absolutamente comum e vamos precisar aprender a conviver com essa situação", acredita Kfouri.
"Felizmente, esse aumento recentebet win oficialcasosbet win oficialcovid tem se traduzido numa menor taxabet win oficialhospitalização e mortes, especialmente entre indivíduos que já foram vacinados", observa o diretor da SBIm.
"Ou seja: a vacina continua protegendo contra as formas mais graves, como esperado", conclui.
Os gráficos do Centrobet win oficialControle e Prevençãobet win oficialDoenças dos Estados Unidos (CDC) mostram claramente esse efeito das vacinas na prática.
Como você confere abaixo, a taxabet win oficialhospitalizações por covid-19 entre os não vacinados (linha azul) é muito superior quando comparada aos indivíduos que haviam recebido suas doses (linha verde) até novembro.
Aindabet win oficialacordo com o CDC, algo parecido acontece com o riscobet win oficialinfecção ebet win oficialmorte pelo coronavírus.
Até outubro, indivíduos não vacinados (linha preta) tinham um risco 10 vezes maiorbet win oficialtestar positivo e um risco 20 vezes superiorbet win oficialmorrer por covid na comparação com quem já havia recebido a dosebet win oficialreforço (linha azul escuro).
Mas o que aconteceu mais recentemente, a partirbet win oficialdezembro, com a chegada da variante ômicron? Mais atualizados, os gráficos do sistemabet win oficialsaúdebet win oficialNova York, também nos EUA, mostram uma diferença gritante.
A partir do iníciobet win oficialdezembro, a curvabet win oficialcasos, hospitalizações e mortes na cidade sobe vertiginosamente entre os não vacinados (linha roxa), e se mantém estável, ou com um ligeiro aumento, entre quem tomou as doses (linha laranja), como você pode conferir nas três imagens a seguir:
Num relatório recente, a Agênciabet win oficialSegurançabet win oficialSaúde do Reino Unido chegou a uma conclusão parecida.
Uma das análises incluída no artigo foi feita na Universidadebet win oficialCambridge, na Inglaterra, e mostra que, caso o indivíduo seja infectado com a ômicron, o riscobet win oficialhospitalização é 81% menor se ele tiver tomado as três doses do imunizante.
Já uma segunda pesquisa, feita pela própria agência, demonstra que as três aplicaçõesbet win oficialvacinas têm uma efetividadebet win oficial88%, embora ainda não se saiba quanto tempo dura essa proteção e se haverá necessidadebet win oficialreforços nos próximos meses.
Infelizmente, não existem dados semelhantes sobre a realidade brasileira — os ataques aos sistemasbet win oficialinformática do Ministério da Saúde no iníciobet win oficialdezembro ainda não foram 100% resolvidos e impossibilitam o acesso aos númerosbet win oficialhospitalizações e mortes por infecções respiratórias das últimas semanas.
Para Kfouri, todas essas evidências só reforçam a importância da vacinação num contextobet win oficialcirculação da ômicron e aumentobet win oficialcasos.
"É absolutamente errado pensar que não adianta tomar as doses porque todos vão ficar doentes mesmo assim. A vacina consegue transformar a covid numa enfermidade mais simples, que pode ser tratadabet win oficialcasa na maioria das vezes", afirma.
"Só vamos sair da pandemia com uma alta cobertura vacinal da população, incluindo as crianças, e o respeito aos cuidados básicos, como o usobet win oficialmáscaras, a prevençãobet win oficialaglomerações e a lavagem das mãos", completa o especialista.
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