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Por que primeira criaçãogreenbets afiliadospolvos do mundo está gerando polêmica:greenbets afiliados
Isso se estivergreenbets afiliadosbom humor.
Os polvos vivem cercagreenbets afiliadosquatro anos — então, com um ano, segundo ela, DJ é o equivalente a um adolescente.
"Ele definitivamente mostra o que você esperariagreenbets afiliadosum adolescente — alguns dias está bem mal-humorado e dorme o dia inteiro. Em outros, é muito brincalhão, ativo, quer ficar dando voltas no tanque e se exibir."
Os cuidadores alimentam o polvo com mexilhões e camarões e pedaçosgreenbets afiliadospeixe e caranguejo. Às vezes, colocam a comidagreenbets afiliadosum brinquedogreenbets afiliadoscachorro para que o animal possa brincar usando seus tentáculos e praticando suas habilidadesgreenbets afiliadoscaça.
A cor do polvo, conta Stacey, muda conforme seu humor.
"Quando está marrom-alaranjado, é mais como um tipogreenbets afiliadossentimento ativo ou lúdico. Já com manchinhas é mais curioso e interessado. Às vezes ele está nadandogreenbets afiliadostonsgreenbets afiliadoslaranja e marrom, vem pra pertogreenbets afiliadosvocê e fica cheiogreenbets afiliadosmanchinhas, só observando. É incrível."
Para ela, o animal mostragreenbets afiliadosinteligência através dos olhos.
"Quando você olha para ele e ele olha para você, você pode sentir que há algo ali."
O Reino Unido se prepara para incluir emgreenbets afiliadoslegislação uma emenda ao Projetogreenbets afiliadosLei do Bem-Estar Animal que reconhece o polvo como animal "senciente".
A mudança vem depois que uma equipegreenbets afiliadosespecialistas examinou maisgreenbets afiliados300 estudos científicos e concluiu que havia "fortes evidências científicas"greenbets afiliadosque esses invertebrados podiam sentir prazer, excitação e alegria, alémgreenbets afiliadosdor e angústia.
Os autores disseram estar "convencidosgreenbets afiliadosque criar polvosgreenbets afiliadoscondiçãogreenbets afiliadosalto bem-estar era impossível" e que o governo "poderia considerar a proibição da importaçãogreenbets afiliadospolvos criadosgreenbets afiliadosfazendas" no futuro.
O consumo desses animais, contudo, avança — da Ásia ao Mediterrâneo e, cada vez mais, nos Estados Unidos. Na Coreia do Sul, as criaturas às vezes são comidas vivas.
O númerogreenbets afiliadospolvos na natureza está diminuindo e os preços, subindo. Estima-se que 350 mil toneladas são capturadas a cada ano — maisgreenbets afiliados10 vezes o volumegreenbets afiliados1950.
Nesse contexto, a corrida para descobrir o segredo para se criar polvosgreenbets afiliadoscativeiro se arrasta há décadas. Isso porque não é simples "domesticá-los", já que comem apenas alimentos vivos e precisamgreenbets afiliadosum ambiente cuidadosamente controlado.
Empresasgreenbets afiliadospaíses como México, Japão e Austrália já investiram nessa área, mas foi uma multinacional espanhola, a Nueva Pescanova (NP), a primeira a anunciar o iníciogreenbets afiliadosfato do cultivo, previsto para 2022. A carne do animal começaria a ser comercializadagreenbets afiliados2023.
A companhia desenvolveu seu método com basegreenbets afiliadosuma pesquisa do Instituto Oceanográfico Espanhol que aborda os hábitos reprodutivos do polvo comum o Octopus vulgaris.
Conforme o site PortSEurope, a fazenda comercial estará localizada perto do portogreenbets afiliadosLas Palmas, nas Ilhas Canárias, com produção previstagreenbets afiliados3 mil toneladasgreenbets afiliadospolvo por ano. Aindagreenbets afiliadosacordo com o portal, a iniciativa, segundo a empresa, ajudaria a reduzir a quantidadegreenbets afiliadosanimais selvagens retirados da natureza.
Procurada diversas vezes pela reportagem da BBC, a Nueva Pescanova não respondeu aos pedidosgreenbets afiliadosdetalhamento sobre as condiçõesgreenbets afiliadosque os polvos serão mantidos. Informações como tamanho dos tanques, a comida com que os animais serão alimentados e como serão abatidos não foram reveladas.
Um grupogreenbets afiliadospesquisadores dos EUA, Austrália e Inglaterra descreveu alguns anos atrás a criação dos animaisgreenbets afiliadoscativeiro como "ética e ecologicamente injustificada".
Em outubro deste ano, a organização ativista Compassion in World Farming (CIWF) tentou contato com governosgreenbets afiliadosvários países — incluindo a Espanha — instando-os a banir a iniciativa.
"Esses animais são incríveis. São solitários e muito espertos. Colocá-losgreenbets afiliadostanques estéreis sem estimulação cognitiva é errado", diz Elena Lara, gerentegreenbets afiliadospesquisa da CIWF. Segundo ela, qualquer pessoa que assistiu ao documentário vencedor do Oscargreenbets afiliados2021 — Professor Polvo (My Octopus Teacher) — entenderá a questão.
Os polvos têm cérebros grandes e complexos. Sua inteligência foi comprovadagreenbets afiliadosvários experimentos científicos —greenbets afiliadosque eles foram observados, por exemplo, usando cocos e conchas do mar para se esconder e se defender, egreenbets afiliadosque mostraram que podem aprender tarefas rapidamente.
Também conseguiram escapargreenbets afiliadosaquários e roubar armadilhas colocadas por pescadores.
Os animais não têm esqueletos para protegê-los e são altamente territoriais. Portanto, poderiam ser facilmente machucadosgreenbets afiliadoscativeiro. Se houvesse maisgreenbets afiliadosum polvogreenbets afiliadosum tanque, os especialistas dizem que eles poderiam começar a comer uns aos outros.
Se a fazendagreenbets afiliadospolvos for instalada na Espanha, aparentemente as criaturas criadas lá receberão pouca proteção sob a lei europeia. Os polvos — e outros cefalópodes invertebrados — são considerados seres sencientes, mas a legislação da UE que cobre o bem-estar dos animaisgreenbets afiliadoscriação só se aplica aos vertebrados — criaturas que têm espinha dorsal.
Além disso,greenbets afiliadosacordo com a CIWF, não existe atualmente nenhum método cientificamente validado para seu abate humanitário.
Cultivogreenbets afiliadosanimais aquáticos
- Aquicultura é o termo dado à criaçãogreenbets afiliadosanimais aquáticos para alimentação
- É o setorgreenbets afiliadosproduçãogreenbets afiliadosalimentos que mais cresce no mundo
- O mercado globalgreenbets afiliadosaquicultura está crescendo cercagreenbets afiliados5% ao ano e a projeção é que seu valor chegue a quase US$ 245 bilhões até 2027
- Cercagreenbets afiliados580 espécies aquáticas são cultivadasgreenbets afiliadostodo o mundo
- À medida que a população humana cresce, a aquicultura global pode fornecer uma fonte vitalgreenbets afiliadosalimentos
- Os peixes mantidosgreenbets afiliadoscativeiro tendem a ser mais agressivos e a contrair mais doenças
- A União Europeia publicou recentemente diretrizes reconhecendo a "faltagreenbets afiliadosboas práticasgreenbets afiliadosmanejo" e "lacunasgreenbets afiliadospesquisa" no impacto da aquicultura na saúde animal e pública
Humanos e polvos tiveram um ancestral comum 560 milhõesgreenbets afiliadosanos atrás. Esse é um dos fatos citados pelo biólogo evolucionário Jakob Vinther, da Universidadegreenbets afiliadosBristol (Reino Unido), ao falargreenbets afiliadossuas preocupaçõesgreenbets afiliadosrelação ao tema da criaçãogreenbets afiliadoscativeiro.
"Temos um exemplogreenbets afiliadosorganismo que evoluiu para ter uma inteligência extremamente comparável à nossa."
Suas habilidadesgreenbets afiliadosresoluçãogreenbets afiliadosproblemas, para brincadeira e desenvolver a curiosidade são muito semelhantes às dos humanos, diz Vinther — e ainda assim são "de outro mundo".
"Isso é potencialmente como seria se fôssemos encontrar um alienígena inteligentegreenbets afiliadosum planeta diferente."
A Nueva Pescanova afirmagreenbets afiliadosseu site que está "firmemente comprometida com a aquicultura como um método para reduzir a pressão sobre os pesqueiros e garantir recursos sustentáveis, seguros, saudáveis e controlados, complementando a pesca."
Lara, da CIWF, argumenta, no entanto, que as ações da NP são puramente comerciais e o argumento ambiental da empresa não é lógico. "Isso não significa que os pescadores vão parargreenbets afiliadospescar (polvos)."
Ela afirma que a criaçãogreenbets afiliadospolvos pode aumentar a pressão crescente sobre os estoquesgreenbets afiliadospeixes selvagens.
Os polvos são carnívoros e precisam comergreenbets afiliadosduas a três vezes o seu próprio pesogreenbets afiliadosalimentos para viver. Atualmente, cercagreenbets afiliadosum terço dos peixes capturados ao redor do planeta é transformadogreenbets afiliadosração para outros animais — e cercagreenbets afiliadosmetade dessa quantidade vai para a aquicultura.
Assim, o polvogreenbets afiliadoscriação poderia ser alimentado com produtosgreenbets afiliadospeixe provenientesgreenbets afiliadosunidades populacionais já superexploradas.
A ativista está preocupada com os consumidores que desejam fazer a coisa certa e podem pensar que comer polvogreenbets afiliadoscriação é melhor do que polvo capturado na natureza.
"Não é mais ético — o animal vai sofrer a vida inteira", diz ela.
Um relatóriogreenbets afiliados2019 liderado pela professora associadagreenbets afiliadosestudos ambientais da New York University, Jennifer Jacquet, pontua que proibir a criaçãogreenbets afiliadospolvos não deixaria os humanos sem comida suficiente.
Isso significará "apenas que os consumidores ricos pagarão mais por polvos selvagens cada vez mais escassos", afirma.
O debate engloba vária complexidades culturais.
A agricultura industrialgreenbets afiliadosterra evoluiugreenbets afiliadosforma diferentegreenbets afiliadostodo o mundo. Os porcos, por exemplo, demonstraram ser inteligentes — então qual é a diferença entre um porcogreenbets afiliadoscriação industrial produzindo um sanduíchegreenbets afiliadosbacon e um polvogreenbets afiliadoscriação industrial sendo assado na brasagreenbets afiliadosum restaurante espanhol?
Os conservacionistas argumentam que não havia conhecimento sobre a sensibilidadegreenbets afiliadosmuitos animaisgreenbets afiliadoscriação quando os sistemas intensivos foram configurados e qie os erros do passado não deveriam ser repetidos.
Como os porcos foram domesticados há muitos anos, temos conhecimento suficiente sobre suas necessidades e sabemos como melhorar suas vidas, diz Lara.
"O problema com os polvos é que eles são completamente selvagens, então não sabemos exatamente do que eles precisam, ou como podemos proporcionar uma vida melhor para eles."
Dado tudo o que sabemos sobre a inteligência dos polvos, e o fatogreenbets afiliadoseles não serem essenciais para a segurança alimentar, uma criatura inteligente e complexa deveria começar a ser produzidagreenbets afiliadosmassa para alimentação?
"Eles são seres extremamente complexos", afirma Vinther.
"Acho que, como humanos, precisamos respeitar isso se quisermos cultivá-los ou comê-los."
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