Eutanásia psiquiátrica: entenda essa prática polêmica e onde ela é permitida:casas de apostas novas 2024

paciente

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Mas Aurelia não tinha uma doença terminal.

A jovem holandesa teve permissão para pôr fim àcasas de apostas novas 2024vida devido ao "terrível sofrimento psicológico"casas de apostas novas 2024seus transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e psicose.

A eutanásia é permitidacasas de apostas novas 2024sete países e o procedimento é praticado principalmentecasas de apostas novas 2024pessoas com doenças terminais como o câncer, onde o paciente tem meses ou semanas com pouco qualidadecasas de apostas novas 2024vida pela frente.

Mascasas de apostas novas 2024quatro desses países - Holanda, Bélgica, Luxemburgo e recentemente Espanha - o procedimento é permitido para pessoas com doenças mentais, como depressão, ansiedade ou transtornoscasas de apostas novas 2024personalidade.

Em março, o Canadá também teve uma votação para permitir a eutanásia para doenças psiquiátricas a partircasas de apostas novas 2024marçocasas de apostas novas 20242023. Como aconteceucasas de apostas novas 20242018 com a mortecasas de apostas novas 2024Aurelia, a questão da "eutanásia psiquiátrica" ​​gerou um debate acirrado na comunidade médica na Espanha e no Canadá.

De um lado, há médicos que afirmam que uma doença mental pode causar tanto sofrimento e incapacidade quanto uma doença física. Do outro, há os que afirmam que existem tratamentos para curar esses distúrbios e que essas pessoas não devem ser ajudadas a morrer.

"Acredito que esforços públicos devem ser feitos para que as pessoas não queiram morrer. Mas que algumas pessoas queiram morrer é algo até certo ponto inevitável", diz David Rodríguez-Arias, professorcasas de apostas novas 2024bioética da Universidadecasas de apostas novas 2024Granada, na Espanha, e pesquisador chefe do projeto INEDyTO sobre bioética e fim da vida.

"Existem circunstâncias tão dramáticas, tão difíceis, tão irreversíveis e tão irremediáveis ​​que é inevitável que continue a haver algumas pessoas que pedem esse tipocasas de apostas novas 2024ajuda", afirma.

Para muitos psiquiatras, entretanto, a eutanásia é "fundamentalmente incompatível" com o papel do médico na cura dos enfermos.

"Abrir a porta para a eutanásia facilita a desvalorização do valor da vida, à qual temos direito como seres humanos", diz Manuel Bousoño García, professorcasas de apostas novas 2024psiquiatria da Universidadecasas de apostas novas 2024Oviedo, à BBC News Mundo.

"É preciso lutar para proteger as pessoas do sofrimento, não para eliminá-las."

Os critérios para a eutanásia

Há uma sériecasas de apostas novas 2024condições para a eutanásia psiquiátrica ser autorizada nos países onde ela é permitida. O problema é a dificuldadecasas de apostas novas 2024interpretaçãocasas de apostas novas 2024muitos dos critérios estabelecidos.

E diferenciar os pacientes elegíveis para o procedimento dos não elegíveis é um grande desafio para os profissionaiscasas de apostas novas 2024saúde mental.

Um paciente com saúde mental debilitada está apto a tomar a decisãocasas de apostas novas 2024acabar comcasas de apostas novas 2024própria vida? Oucasas de apostas novas 2024autonomia está sendo comprometida devido ao transtorno?

O psiquiatra Manuel Bousoño afirma que uma das características das doenças psiquiátricas é a diminuição dessa capacidade (de fazer escolhas racionais) e, portanto, esses pacientes devem ser protegidos.

"Muitas doenças psiquiátricas geram uma tendência ao suicídio que poderia levá-las a buscar uma saída na eutanásia, mesmo quecasas de apostas novas 2024doença seja tratável ou mesmo curável com os meios adequados", diz Bousoño. "E as pessoas com doenças mentais devem ser protegidas do risco quecasas de apostas novas 2024doença gera."

Mas David Rodríguez-Arias acredita que assumir que uma pessoa com transtorno mental é necessariamente incapazcasas de apostas novas 2024tomar decisões sobrecasas de apostas novas 2024saúde é "um preconceito comum".

"Não se pode presumir que uma pessoa com transtorno mental é incapazcasas de apostas novas 2024tomar decisões", explica ele. "Diantecasas de apostas novas 2024uma pessoa com depressão, deve-se demonstrar - não presumir - que ela é incapazcasas de apostas novas 2024decidir sobrecasas de apostas novas 2024própria morte", opina.

Além disso, é difícil dizer quando uma doença mental é incurável, crônica e incapacitante, condições necessárias para que a eutanásia seja permitida.

Bousoño afirma que é muito raro uma doença ser realmente intratável. "Felizmente, existem tratamentos muito eficazes na redução do nívelcasas de apostas novas 2024sofrimento. Ao longocasas de apostas novas 2024maiscasas de apostas novas 202440 anoscasas de apostas novas 2024prática profissional, eu nunca encontrei nenhum casocasas de apostas novas 2024sofrimento intratável".

"Os padrõescasas de apostas novas 2024tratamento e os próprios diagnósticos no campo da saúde mental variam muito. Mesmo os próprios especialistascasas de apostas novas 2024saúde mental não compartilham os critérioscasas de apostas novas 2024diagnóstico ou tratamento", afirma o professor Rodríguez-Arias.

"Eu acho que os pacientes com problemascasas de apostas novas 2024saúde mental, inclusive aqueles com depressão, podem ser candidatos,casas de apostas novas 2024tese, a esse tipocasas de apostas novas 2024ajuda para morrer, desde que tenham competência efetiva para tomar essa decisão e desde que convençam os médicoscasas de apostas novas 2024quecasas de apostas novas 2024condição é crônica e incapacitante ", diz o professor à BBC News Mundo.

Seringa

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Legenda da foto, A Holanda foi o primeiro país do mundo a legalizar a eutanásia

Suicídio: previne ou facilita?

Os defensores da eutanásia afirmam que as pessoas têm direito à autonomia e autodeterminação para acabar com o sofrimento intolerável causado por uma doença.

Quem é contra afirma que a sociedade deve fazer mais para ajudar os doentes mentais e que o papel dos psiquiatras é prevenir o suicídio e não oferecê-lo como tratamento.

"A possibilidadecasas de apostas novas 2024acesso ao suicídio assistido vai contra o que a psiquiatria promove como ciência, que é a cura ou alívio das doenças mentais e suas consequências", diz Manuel Bousoño.

"A luta pela melhoria deve ser no sentidocasas de apostas novas 2024uma assistência melhor e mais completa, ainda que isso implique custos mais elevados do que a eutanásia, que serve apenas para eliminar os membros mais fracoscasas de apostas novas 2024uma sociedade", acrescenta.

Mas o que acontece quando o sofrimentocasas de apostas novas 2024um paciente é verdadeiramente irremediável?

"Acho que a tarefa dos psiquiatras é saber quando devemos prevenir os suicídios e quando devemos apoiá-los", diz Asunción Álvarez del Río, professora e pesquisadora do Departamentocasas de apostas novas 2024Psiquiatria e Saúde Mental da Universidade Nacional Autônoma do México, diz à BBC Mundo.

"O problema é que, por definição, muitos psiquiatras consideram que se alguém quer se suicidar ou tirar a própria vida isso é uma expressãocasas de apostas novas 2024perturbação, um sintoma da doença, e isso está errado. Em muitos casos, pode ser a expressãocasas de apostas novas 2024uma depressão profunda ou algo que pode ser tratado. Mas nem sempre."

A especialista acredita que há um problema com a formação psiquiátrica que afirma que, se alguém pensacasas de apostas novas 2024acabar com a vida, é porque está perturbado. "Tem gente que tem muita certezacasas de apostas novas 2024que quer acabar comcasas de apostas novas 2024vida porquecasas de apostas novas 2024vida não vai melhorar e quer usarcasas de apostas novas 2024liberdade para pararcasas de apostas novas 2024viver", acrescenta ela, autora dos livros Eutanásia e Prática e Ética da Eutanásia.

O que é fato é que muitos pacientes psiquiátricos, mesmo nos países mais desenvolvidos, não encontram tratamento adequado paracasas de apostas novas 2024doença (ou não o procuram) e acabam cometendo suicídio. Em países como a Bélgica ou a Holanda, houve testemunhoscasas de apostas novas 2024pais cujos filhos cometeram suicídiocasas de apostas novas 2024forma violenta após terem tido a eutanásia negada.

"É muito dificil ter que ouvir um filho pedir a eutanásia. Mas também é muito difícil para ele se suicidar", diz o professorcasas de apostas novas 2024bioética David Rodríguez-Arias. "A lei vai permitir apenas aquelas mortes que sejam muito bem argumentadas, justificadas e revisadas por várias pessoas especializadas".

"Acredito que a lei não permitiria que os jovens acabassem se suicidando quando ainda tivessem alternativas para uma vida com qualidade", acrescenta o especialista.

A responsabilidade dos médicos que se deparam com o desafiocasas de apostas novas 2024diagnosticar uma pessoa nessa situação e saber se ela cumpre os critérios acaba sendo gigantesca.

São os médicos que vão ter que dizer quando uma pessoa está tomando uma decisão com autonomia ou quandocasas de apostas novas 2024capacidadecasas de apostas novas 2024decidir está afetada. São também eles que precisam garantir que todas as opções para tentar melhor o sofrimento da pessoa tenham sido testadas. "É uma responsabilidade do médico responsável por esse paciente e ele deve consultar outros médicos que também deverão avaliar o paciente", explica Asunción Álvarez del Río.

"Tem havido casos interessantescasas de apostas novas 2024que pacientes psiquiátricos falam do alívio que sentem quando a eutanásia é autorizada e como isso lhes permite continuar vivendo, porque eles sabem que quando decidirem morrer, eles já têm essa ajuda. E também é fato que os pacientes que tem a eutanásia negada muitas vezes encontram outra forma mais violentacasas de apostas novas 2024se suicidar", acrescenta.

Jovem segura cartazcasas de apostas novas 2024protesto na espanha

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Legenda da foto, Lei aprovada na Espanha gerou enorme controvérsia

Abrir o debate

O númerocasas de apostas novas 2024pessoas que são autorizadas a fazer o suicídio assistidocasas de apostas novas 2024casoscasas de apostas novas 2024sofrimento psíquico é muito pequeno: representa entre 1% e 3%casas de apostas novas 2024todos os casoscasas de apostas novas 2024eutanásiacasas de apostas novas 2024países onde os procedimentos são legais.

Na Holanda, dos 6.938 procedimentoscasas de apostas novas 2024eutanásia realizadoscasas de apostas novas 20242020, 60 foram mortes assistidas onde a causa era sofrimento decorrentecasas de apostas novas 2024transtornos mentais.

Mesmo assim, ainda existem muitos temorescasas de apostas novas 2024todo o mundo para abrir o debate sobre a legalização da eutanásia e do suicídio assistido.

O professorcasas de apostas novas 2024bioética David Rodríguez-Arias diz que ainda existem muitos tabus na sociedade sobre a morte. "Existe a ideiacasas de apostas novas 2024que abrir mão da vida é um tipocasas de apostas novas 2024fracasso e talvez isso gere também um sentimentocasas de apostas novas 2024culpa por parte das outras pessoas, da sociedade", afirma. "E isso pode explicarcasas de apostas novas 2024parte esse tabu e esse silenciamento da morte."

"Mas essa tendência contrasta com toda uma tradição cultural, filosófica e literária. De Sêneca a Hume, há diversos filósofos que falam do suicídio como uma forma honrosacasas de apostas novas 2024encerrar uma vida com algum sentido", opina.

"E as sociedades estão cada vez mais entendendo que as biotecnologias aplicadas à manutenção da vida às vezes só conseguem prolongar a vida, sem preservarcasas de apostas novas 2024qualidade", acrescenta o especialista.

Del Río acredita também que é preciso debater o assunto e aceitar que sempre vão existir posições contrárias.

"Não se tratacasas de apostas novas 2024fazer as pessoas concordarem, mascasas de apostas novas 2024respeitar as diferentes posições. É isso que deve ser considerado", diz.

O médico Manuel Bousoño, no entanto, acredita que a Espanha "estava melhor sem essa lei". "Minha opinião é que com a legislação sobre a eutanásia se abre uma porta difícilcasas de apostas novas 2024fechar, que vai gerar mais sofrimento do que corrigir".

"Teria sido muito melhor uma leicasas de apostas novas 2024Cuidados Paliativos, quecasas de apostas novas 2024nosso país ainda são insuficientes", afirma o especialista.

Onde buscar ajuda?

CAPS e Unidades Básicascasas de apostas novas 2024Saúde (saúde da família, postos e centroscasas de apostas novas 2024saúde)

UPA 24h

Samu 192

Hospitais

Pronto-socorro

CVV - Centrocasas de apostas novas 2024Valorização da Vida (apoio emocional e prevenção do suicídio)

188 (ligação gratuita a partircasas de apostas novas 2024qualquer linha telefônica fixa ou celular)

www.cvv.org.br (Chat, Skype ou e-mail)

Línea

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