COP26: 'Agora é momentopaíses ricos trazerem solução', diz ministro do Meio Ambiente do Brasil:

Joaquim Leite chegou à cúpula do clima,Glasgow, na segunda (8/11), e desde então tem se negado a responder qualquer pergunta dos jornalistas presentes à conferência. "Zero perguntas", disse ele ao ser abordado por jornalistas.

Num claro contraste com a visão adotada nos três primeiros anosgoverno do presidente Jair Bolsonaro, que levou a recordesemissões e destruição florestal, o Brasil resolveu aderir a compromissos na COP26 que incluem combater destruiçãoflorestas, financiar povos indígenas e reduzir emissõesmetano na agropecuária. Também anunciou que vai reduzir50% as emissõesgases do efeito estufa2030 e zerar o desmatamento ilegal até 2028.

Mas as negociações durante a cúpula do clima foram lideradas pela equipe técnica do Itamaraty, que há tempos tenta convencer o governo Bolsonaro da necessidademelhorar a imagem do Brasil no exterior.

Mudançapolítica climática?

Em entrevista à BBC News Brasil, o embaixador Paulino FrancoCarvalho Neto, negociador-chefe do Brasil na COP26 disse que o governo fez uma "reflexão cuidadosa" sobrepolítica ambiental e resolveu "corrigir" rumos.

Todos os indicadores ambientais pioraram acentuadamente nos primeiros dois anosgestão do presidente. Em 2020, o desmatamento na Amazônia foi o maior12 anos; o volumeemissõesgases poluentes foi o maior14 anos e o númerofocosincêndio foi o maiordez anos.

"Ninguém discute esses números. Houve realmente isso. Houve um aumento das nossas emissões, basicamente pelo aumento no desmatamento", disse Carvalho Neto.

"O que nós queremos fazer agora é corrigir isso. Olhar com muita seriedade, envolver recursos no combate ao desmatamento, aumentar os recursos, sejam nacionais ou internacionais."

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