Paralimpíada: 'Precisamos naturalizar a deficiência e não sóbet365 pix nubank4bet365 pix nubank4 anos':bet365 pix nubank

Mariana Torquato sorrindobet365 pix nubankfrente a parede vermelha

Crédito, Caroline Martins/Arquivo pessoal Mariana Torquato

Legenda da foto, 'Paralimpíada é incrível. A gente só tem que tomar cuidado com essa representatividade que só acontecebet365 pix nubank4bet365 pix nubank4 anos', diz Mariana Torquato

"As pessoas costumam me colocar num pedestal, me dar parabéns, simplesmente por eu estar bebendo cerveja no bar, sendo que eu só estou sendo uma universitária", diz ela (quebet365 pix nubankseguida esclarece que interrompeu as idas ao bar devido à pandemia).

Torquato, que é criadora do canal no YouTube 'Vai uma mãozinha aí?', que tem maisbet365 pix nubank160 mil inscritos, diz que é desafiador explicar isso para quem não sente na pele o preconceito.

"Se uma pessoa chegar para você e falar: 'nossa, você é uma inspiração para mim', você vai achar isso bom, porque você não escuta isso simplesmente por cortar uma cebola. Provavelmente estará fazendo alguma coisa massa."

O capacitismo, Torquato diz, "é um preconceito que se disfarçabet365 pix nubankcuidado, admiração, inspiração e elogio".

"Não é uma coisa gostosa ouvir que você é uma inspiração para outra pessoa dar valor ao corpo dela. Se ela não dá valor ao corpo dela, o problema é dela. Ela não precisa olhar meu corpo — que ela acha que é imperfeito, que ela acha que tá errado, que ela acha que é inferior ao dela — para se contentar com o corpo dela."

Faltabet365 pix nubankconhecimento

Moniz diz que é a faltabet365 pix nubankconhecimento que faz muita gente não ver pessoas com deficiência como capazes.

"A grande maioria das pessoas que são capacitistas, é por faltabet365 pix nubankconhecimento. É ignorância no sentidobet365 pix nubanknão procurar saber e não se interessar."

Ela defende que falta espaço para o tema nos meiosbet365 pix nubankcomunicação e que faltam pessoas com deficiência realmente incluídas nas mais diversas áreas do mercadobet365 pix nubanktrabalho.

É também por isso que tanto Moniz quanto Torquato argumentam que a inclusãobet365 pix nubankpessoas com deficiência deve vir desde a infância, na escola.

"Quando a gente categoriza pessoas por tipobet365 pix nubankgente, isso é uma coisa que não tem o menor sentido. Se eu estudasse numa escola especial, você acha que eu teria conseguido entrar na faculdade? Ou teria conseguido um emprego quando a pessoa olhasse meu currículo e visse onde eu estudei?", diz Torquato, ao criticar o decreto que prevê escolas especializadas para atender pessoas com deficiência.

O decreto que institui a política nacionalbet365 pix nubankeducação para alunos com deficiência, do governo Jair Bolsonaro, entroubet365 pix nubankvigorbet365 pix nubankoutubro do ano passado, mas foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federalbet365 pix nubankdezembro. Em agosto, o STF realizou audiência pública para discutir o tema.

A preocupação do governo, na avaliação das entrevistadas, deveria serbet365 pix nubankmelhorar o atendimento nas escolas regulares.

"A inclusão que a gente viu atualmente no Brasil não é perfeita, até porque a gente tem pouca experiênciabet365 pix nubankinclusão. A gente precisabet365 pix nubankcurso,bet365 pix nubankcapacitação,bet365 pix nubanksegundo professor,bet365 pix nubankmonitoria,bet365 pix nubankcoisas que a gente não vêbet365 pix nubanktodas as escolas, ebet365 pix nubankreformas para acessibilidade", diz Torquato.

Ana Clara Moniz embet365 pix nubankcadeirabet365 pix nubankrodas

Crédito, Arquivo Pessoal Ana Clara Moniz

Legenda da foto, 'A gente luta para que existam adaptações nas escolas regulares e não para que separem a gente', diz Ana Clara Moniz

Moniz conta que estudou durante 14 anosbet365 pix nubankuma escola regular, onde teve uma experiência que considera muito positiva — depoisbet365 pix nubankter sido negadabet365 pix nubankoutras duas instituiçõesbet365 pix nubankensino.

"Os amigos que estudaram comigo, hoje são, por exemplo, engenheiros que pensambet365 pix nubankacessibilidade porque viveram comigo vários momentos, comobet365 pix nubankexcursãobet365 pix nubankescola que eu não conseguia participar porque chegava lá e não conseguia entrar nos lugares porque não tinha escada e todo mundo ficava muito indignado com isso", diz. "Quando a gente não tem esse contato, muitas vezes a gente deixa isso passar."

E resume: "A gente luta para que existam adaptações nas escolas regulares e não para que separem a gente. Inclusão não é segregação."

'4bet365 pix nubank4 anos'

Na batalha para normalizar as pessoas com deficiência, Moniz e Torquato dizem que as Paralimpíadas sãobet365 pix nubankgrande importância — apesarbet365 pix nubankdestacarem que ainda falta investimentobet365 pix nubankatletas paralímpicos ebet365 pix nubankmaior cobertura dos jogos.

Foi exatamentebet365 pix nubankresposta à faltabet365 pix nubankvisibilidade da Paralimpíadabet365 pix nubankrelação à Olimpíada que Moniz, que conclui a graduaçãobet365 pix nubankjornalismo neste ano, decidiu cobrir o evento pelo próprio Instagram — onde conta com maisbet365 pix nubank50 mil seguidores e apresentabet365 pix nubankquadrobet365 pix nubankmedalhas a depoimentos exclusivosbet365 pix nubankatletas que estãobet365 pix nubankTóquio.

"Não que eu resolva o problema dessa faltabet365 pix nubankvisibilidade — nem chego perto disso —, mas queria falar sobre, me dedicar a assistir e entender o que está acontecendo", diz ela, que colocou como meta cobrir a Paralimpíadabet365 pix nubankParis,bet365 pix nubank2024, depoisbet365 pix nubankassistir ao documentário Pódio para Todos (Netflix).

Milton Ribeiro

Crédito, ABR

Legenda da foto, Ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que presença dos alunos com deficiência "atrapalha" os outros na sala

Torquato diz que assistir a uma competição com "pessoas com corpos parecidas com o meu é uma coisa que enche meu coraçãobet365 pix nubankamor, alegria e representatividade". Mas alerta:

"Paralimpíada é incrível, a gente só tem que tomar cuidado com essa representatividade que só acontecebet365 pix nubankquatrobet365 pix nubankquatro anos. Precisamos naturalizar a deficiência — e não sóbet365 pix nubankquatrobet365 pix nubankquatro anos."

E Moniz lembra que mesmo os atletas paralímpicos enfrentam problemas da faltabet365 pix nubankacessibilidade e do capacitismo no dia a dia.

"Eles têm que brigar numa vagabet365 pix nubankdeficiente, têm que brigar num restaurante que só tem escada, têm que brigar numa loja que eles têm que entrar. Não é como se as medalhas fossem resolver tudo", diz. "Não estou diminuindo as medalhas, mas as Paralimpíadas não resolvem o que a gente tá lutando todos os dias pra falar."

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