'Como descobri que meu pai era um escritorsuper stars slotbest-sellers sobre sexo':super stars slot
"Eu queria ser como elesuper stars slottantas formas", afirma ela. "Por isso eu aprendi tanto com aqueles jogos que fazíamos no carro. Eu realmente achava engraçado misturar palavras e conseguir coisas novas - parecia uma habilidade estranha do meu pai que muitos dos meus amigos não tinham."
Os paissuper stars slotSara eram apaixonados por quebra-cabeças e por organizar caças ao tesouro. Eles só não gostavamsuper stars slotnada que pudesse ameaçar a inocência dos seus filhos - por isso, todos os assuntossuper stars slotadultos eram completos tabus, especialmente o sexo.
"Meus pais se comportavam como se essas coisas não existissem", afirma ela. "Acho que nunca ouvi meu pai usar a palavra 'sexo' antes dos meus 30 anossuper stars slotidade."
O pior era se estivessem assistindo a um filme ou programasuper stars slottelevisão que incluísse uma cena romântica.
"O meu pai dizia 'Opa!' e se levantava para mudar o canal o mais rápido possível ou retirar a fita do videocassete", conta Sara."Às vezes, se ele não alcançasse o botão da TV rapidamente, ele simplesmente tirava o plugue da tomada."
"Acho que ele não queria responder perguntas sobre isso. Acho também que ele se sentia muito desconfortável sentado na sala com seus filhos com alguma coisa relacionada a sexo acontecendo."
Mas, um dia, quando ela tinha oito anossuper stars slotidade, Sara fez uma descoberta que desafiou tudo o que ela achava que sabia sobre ele.
Sozinhasuper stars slotum cômodo da casa da família e cansada do livro que estava lendo, Sara começou a examinar as estantes. Até então, ela não tinha altura suficiente para alcançar as prateleiras mais altas, mas agora ela descobriu que já podia fazê-lo.
No canto mais acima, à direita, ela viu, escondido atrássuper stars slotoutros livros, um conjuntosuper stars slotbrochuras com cores vivas firmemente embaladas, claramente para ocultá-las da visão. "Eu pensei: 'bem, é claro que é isso que vou ver", diz Sara. Ela afastou os livros da frente e agarrou vários.
Eles eram diferentessuper stars slotqualquer livro que Sara havia visto antes.
As suas capas exibiam ilustraçõessuper stars slot"mulheres atraentes e homens com aparência muito excitada, sentados no colo uns dos outros e se beijando", relembra ela - se aparecessem na TV da família, o pai dela teria mudado imediatamentesuper stars slotcanal. Muitos dos títulos incluíam a palavra "sexo" - os mais comportados incluíam "Como pegar garotas" e "O manual do sexo para pessoas com maissuper stars slot30 anos" (em tradução livre).
Nesse momento, Sara ouviu que seus pais estavam vindo. Ela sabia que não deveria estar olhando esses livros e foi colocá-lossuper stars slotvolta. Foi quando ela observou um detalhe que a deixou totalmente confusa.
"Eu vi na páginasuper stars slottítulosuper stars slotum dos livros: 'por Ira Alterman' - que era o nome do meu pai, e pensei: "Espere aí, o que é isso? O meu pai não escreve livros."
De fato, ela observou que o pai dela era indicado como o autorsuper stars slottodos os livros. "Fiquei muito confusa e não tive temposuper stars slotprocessar isso porque precisava colocar rapidamente os livros no lugar", conta Sara.
"Levei um tempo para entender que, sim, meu pai havia escrito aqueles livros impróprios sobre sexo que eu não deveria olhar", diz ela. Mais tarde, ela descobriria que, desde os anos 1970, os livros para adultossuper stars slotIra haviam vendido milhõessuper stars slotcópiassuper stars slottodo o mundo, traduzidos para muitos idiomas.
Mas ela definitivamente não podia perguntar para ele diretamente sobre nada disso. Quando ela trouxe para casa uma papeletasuper stars slotpermissão para que pudesse participarsuper stars slotaulassuper stars sloteducação sexual, já havia sido muito constrangedor - Ira não conseguia olhar para ela nos olhos enquanto assinava. Por isso, discutirsuper stars slotatividadesuper stars slotescritor era impensável.
"Acho que a maioria das crianças tem esse momentosuper stars slotque elas descobrem que os seus pais não são intocáveis, não são super-heróis, não sabem tudo - e isso poderá ocorrer junto com a revelaçãosuper stars slotque as crianças entendem que 'oh, meu Deus, meus pais fizeram sexo, fizeram sexo para que eu nascesse e provavelmente ainda fazem', afirma ela.
A relação dela com seu pai foi também afetada pelo descompasso entre a carreira dele como escritor e como ele se comportavasuper stars slotcasa. "Eu pareisuper stars slotconfiar nele até certo ponto porque eu sabia que o pai que ele me mostrava não representava totalmente a pessoa que ele era", conta ela.
Mas, quando Sara se tornou adolescente e foi para o ensino médio, ela retornousuper stars slotsegredo para os livros escondidos. Ela havia conhecido o seu primeiro namorado. Mas eram os anos 1990 e conseguir informações sobre o que aconteceria a seguir não era tão fácil. E, por estranho que possa parecer, os livros do seu pai eram melhor do que nada.
Mas havia também um lado negativo. Os títulos escritos por Ira eram partesuper stars slotuma sériesuper stars slotlivros mais ampla - todossuper stars slotautores homens - que apresentavam uma personagem chamada Bridget.
"Bridget era uma mulher gorda", diz Sara, e a personagem era alvosuper stars slotzombarias sobre a ideiasuper stars slotque uma mulher gorda seria sexy. Olhando para trás, Sara agora compreende que isso incutiu nela a ideiasuper stars slotque mulheres acima do peso não mereciam ser objetosuper stars slotdesejo, o que causou efeito negativo sobre asuper stars slotpercepção do próprio corpo.
"Foi algo ainda mais horrível saber que o meu pai fazia essas brincadeiras e que o meu pai achava que as mulheres gordas não eram merecedorassuper stars slotamor e sexo", conta Sara.
Por isso, nas duas décadas que se seguiram, embora eles permanecessem próximos, os livrossuper stars slotIra permaneceram um tabu que Sara não conseguia discutir com ele.
Nessa época, ela saiusuper stars slotcasa, conheceu um homem chamado Sam e se casou com ele. Eles se mudaram para o outro lado do país, na costa oeste, onde ela se tornou uma escritora bem sucedida. Mas, enquanto Sara progredia emsuper stars slotnova vida, o pai dela parecia estar na direção contrária.
Já com maissuper stars slot60 anossuper stars slotidade, Ira perdeu o trabalho no setorsuper stars slotmarketing que manteve por 30 anos. "Foi muito doloroso ver um homem que sempre considerei uma espéciesuper stars slotsuper-herói e que foi minha referência para tantas coisas na vida,super stars slotrepente, lutandosuper stars slotuma forma que eu nunca havia visto antes", relembra Sara.
Enquanto ela o ajudava a procurar emprego, ela observou que alguma coisa não estava muito certa. "Meu pai me fazia as mesmas perguntas várias vezes e ficava muito frustrado", conta Sara. Primeiramente, ela achou que fosse apenas um sinal da idade. Depois ela foi visitá-lo e ficou horrorizada vendo-o dirigirsuper stars slotforma irregular. "Era muito assustador, mas novamente atribuí tudo isso àsuper stars slotidade."
A mudançasuper stars slotcomportamento mais alarmante veio quando Ira anunciou que havia paradosuper stars slotprocurar emprego. No início, Sara ficou aliviada, achando que isso significava que o seu pai agora entrariasuper stars slotuma aposentadoria precoce, mas feliz. Até que ele disse que tinha uma ideiasuper stars slotnegóciosuper stars slotmente.
Ira disse que iria começar a escrever livros novamente. Sara congelou. Ela perguntou o que ele queria dizer com escrever livros novamente? Eles ainda não haviam discutido a carreira dele como autor.
Ele contou que tinha uma ideia para um livro infantil, baseadosuper stars slotum cão doméstico muito querido. "E então ele disse: 'e também quero começar a escrever livros como costumava fazer, pois eles eram muito populares e vou querersuper stars slotajuda com eles'."
Sara perguntou do que ele estava falando. Ela sabia exatamente o que ele queria dizer, mas queria ouvir da boca dele.
Mas ele contou que havia se inspirado no recente casamento dela para escrever um livro chamado "A Noiva Travessa" (tradução livre do inglês), que seria destinado a "noivas e recém-casadas, para servirsuper stars slotguiasuper stars slotcomo agradar o seu homem na noitesuper stars slotnúpcias", segundo Sara.
"Foi um choque para mim porque foi a primeira vez que ele reconheceu esses livros e eu também nunca havia ouvido meu pai dizer a palavra 'sexo', nem falar sobre nenhum tema sexual antes."
No início, Sara recusou-se a ajudar o seu pai com esse pedido bizarro. Mas, pouco depois, surgiu uma explicação para a dramática mudançasuper stars slotcomportamentosuper stars slotIra.
Em abrilsuper stars slot2014, quando Sara tinha 34 anos e Ira tinha 68, ela recebeu um email dasuper stars slotmãe. A mensagem dizia que ela e o marido haviam visitado um neurologista, que diagnosticou Ira com Alzheimer.
Sara havia acabadosuper stars slotsaber que estava grávida e a notícia foi devastadora. Ela voou para Massachusetts para falar pessoalmente com o neurologistasuper stars slotIra. Ele contou a ela que Alzheimer é uma doença cerebral progressiva que destrói lentamente a memória e a capacidadesuper stars slotraciocínio. É degenerativa e terminal - ao fim, perde-se totalmente a capacidadesuper stars slotrealizar as tarefas mais simples.
"Uma das coisas que o médico disse foi que pessoas com Alzheimer tendem a perder o seu encanto social", diz Sara. "Por isso, não fique ofendida se o seu pai começar a ser inadequadosuper stars slotalguns momentos, ou comportar-sesuper stars slotforma que você não reconhece - isso é apenas uma característica da doença e não significa que o seu pai subitamente se tornou uma pessoa pior ou diferente."
Apesar da tragédia do diagnósticosuper stars slotIra, ele veio como um alívio para Sara. Finalmente ela compreendia por que ele havia começado a agirsuper stars slotforma tão diferente.
Por isso, Sara decidiu ajudar Ira da forma que pudesse. Antes que fosse tarde demais, ela concordousuper stars slotajudá-lo a escrever os seus livros.
Não foi fácil para ela - discutir sobre sexo com seu pai ainda parecia profundamente estranho e ela ainda mantinha sentimentos residuaissuper stars slotvergonha e desgosto sobre a forma como havia descoberto seus livros quando criança. Mas ela encontrou uma formasuper stars slotcolocar tudo issosuper stars slotlado.
"Eu nem escrevi muito - meu trabalho foi maissuper stars slotedição e feedback. Ele me ligava com ideiassuper stars slotlivros ou capítulos novos sobre alguma posição ou tendência sexual, ou qualquer coisasuper stars slotque estivesse pensando no momento", conta ela.
"Eu precisava atender às ligações e aconselhá-lo, ou ele me enviava manuscritos impressos dos seus livros para que eu analisasse, editasse e colaborasse com a criação, embora algumas vezes eu o fizesse com um olho fechado, literalmente."
Pouco tempo depois, Ira anunciou que queria voltar àsuper stars slotcidade natalsuper stars slotPerkasie, na Pensilvânia, para rever os lugares associados àsuper stars slotinfância feliz antes que se esquecesse deles.
"Ele queria ir aos campossuper stars slotbaseball e ver onde ele e seus irmãos jogavam... ver um carrossel histórico com belos cavalos entalhados na madeira...", conta Sara.
"Ele sabia que asuper stars slotvida estava chegando ao fim e a viagem era uma oportunidadesuper stars slotpassar algum tempo muito especial com ele."
Havia um estímulo ainda maior para a viagem - na época, Sara estava grávidasuper stars slotseis meses. Ira sobreviveu para conhecer seu neto, mas sabia que nunca veria o bebê crescer.
Ira Alterman morreusuper stars slot6super stars slotjulhosuper stars slot2015, dois dias depois do seu aniversáriosuper stars slot70 anos. Pouco tempo depois, os livros para adultos que ele pediu para Sara ajudar foram publicados, com algum sucesso comercial.
Mas havia um outro projeto para o qual ele também pediu a ajudasuper stars slotSara.
Ira havia sempre contado histórias para dormir, para ela e para o irmão - "ele inventava todo tiposuper stars slothistórias maravilhosas sobre a nossa família e os nossos gatos, ou criaturas mágicas", lembra Sara. Embora ele ainda se recordasse, Sara esuper stars slotmãe o ajudaram a escrever uma coletânea dessas histórias, para que seus netos pudessem ler.
Transcrevendo suas palavras, ela conta, "fui transportadasuper stars slotvolta para minha infância,super stars slottotal admiração da capacidade do meu paisuper stars slotjuntar palavras, da mesma forma que admiravasuper stars slotcapacidadesuper stars slotjuntar palavras quando brincávamos com seus jogossuper stars slotpalavras no carro".
Sara escreveu um livrosuper stars slotmemórias intitulado "Nunca mais vamos falar disso" (em tradução livre), sobre o seu relacionamento com seu pai. No final, ela incluiu uma das histórias para dormirsuper stars slotIra, chamada "O menino do suéter feio" (em tradução livre).
O personagem principal chama-se Colin, nome do filhosuper stars slotSara. Embora o menino vá crescer sem conhecer Ira, ele já tem essa lembrança do avô.
O pequeno Colin estava muito animado. Era seu aniversário esuper stars slotavó havia enviado um presentesuper stars slotuma caixa muito grande.
"Meu Deus", pensou ele enquanto retirava as belas fitas, laços e o papelsuper stars slotpresente. "Isso vai ser ótimo!"
Ele pegou a caixa e retirou um presente grande, embaladosuper stars slotpapel dourado. Ele rasgou o papel e agarrou... o suéter mais feio que ele já tinha visto.
"Este é o suéter mais feio que já vi", gritou ele...
"Meu filho adora essa história", diz Sara. "Assim conseguimos,super stars slotcerta forma, atender ao desejo do meu paisuper stars slotmanter uma ligação com seus netos."
As fotos sãosuper stars slotpropriedadesuper stars slotSara Faith Alterman.
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