Terremotos lentos: como esse fenômeno pode ajudar a Ciência a prever os grandes tremores:google jogos

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Ele e seus colegas publicaram recentemente um estudo sobre esse tipogoogle jogosterremoto que ocorregoogle jogoscertas regiões sísmicas, como a do sudeste mexicano, onde duas placas interagem.

A pesquisa deles constatou que terremotos lentos (ou silenciosos) estavam por trás dos últimos quatro tremoresgoogle jogosmaior magnitude no país.

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Legenda da foto, Cercagoogle jogos300 pessoas morreram no terremotogoogle jogos19google jogossetembrogoogle jogos2017 na Cidade do México

Diferentemente dos tremores que sacodem a superfície, os terremotos lentos liberam energia pouco a pouco durante semanas ou meses, o que os torna imperceptíveis e nada destrutivos.

Mas especialistas afirmam que estuda-los é muito importante para entender melhor como os terremotos são gerados. Embora um tremor lento nem sempre antecipe um "normal", é um fator a ser levadogoogle jogosconsideração.

"A observação dos terremotos lentos ocorridos nos últimos 20 anos abre uma janela para entendermos a física que controla os terremotos", diz Sergio Ruiz, do Departamentogoogle jogosGeofísica da Universidade do Chile.

"E também abriria uma janela para 'antecipar' os terremotos. Mas, por enquanto, é fundamental criar um modelo, por que isso acontece às vezes, e nãogoogle jogostodos os casos", explica.

O que acontece nas profundezas

Os terremotos geralmente acontecem quando a interação das placas tectônicas libera energia para a superfície, o que faz com que o solo trema abruptamente.

No entanto, há outros tiposgoogle jogosinteraçõesgoogle jogoscamadas inferiores ou superiores àquelasgoogle jogosque ocorrem os terremotos que são sentidas na superfície terrestre. Um desses eventos são os terremotos lentos.

Ruiz lembra que alguns atingiram magnitude 7, o que seria um perigo considerável se fossem terremotos com efeitos na superfície, mas o fatogoogle jogosocorrerem durante semanas ou meses elimina o risco.

É como se sobre uma mesa houvesse pratos, xícaras e talheres, explica o geofísico chileno. Se a mesa for movida rapidamente, o que estágoogle jogoscima vai balançar. Mas, se for movida bem lentamente, os objetos vão permanecer praticamente estáticos.

"Um terremoto lento pode ser da mesma dimensãogoogle jogosum grande, um 'normal', mas como se move muito lentamente não é percebido", diz Ruiz.

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Legenda da foto, Os terremotos lentos foram observadosgoogle jogoszonasgoogle jogossubducção, onde as placas tectônicas interagem

Cruz-Atienza explica que eles podem ser monitorados com aparelhosgoogle jogosGPS específicos,google jogos"altíssima precisão", que medem a deformação dos continentes com uma exatidão aproximadagoogle jogos2 mm.

"Com isso, podemos medir até que ponto o continente se deforma e, como há um rebote, a volta do deslizamento lento ou do terremoto lento, com o contato das placas sob o continente", explica o especialista.

Por trásgoogle jogosgrandes terremotos

A partir do estudogoogle jogosterremotos lentos, os cientistas determinaram que vários abalos sísmicosgoogle jogosgrandes proporções que sacudiram diferentes regiões do planeta foram precedidos por esses eventos "silenciosos".

Entre eles, estão o terremotogoogle jogosmagnitude 9,1 no Japãogoogle jogos2011, que causou um tsunami e acidente nuclear na usinagoogle jogosFukushima; ogoogle jogosmagnitudegoogle jogos7,8 na Nova Zelândiagoogle jogos2016; e ogoogle jogosmagnitude 8,2 no Chilegoogle jogos2014.

No caso do México, Cruz-Atienza identificou que terremotos lentos precederam quatro grandes terremotos no país, incluindo ogoogle jogossetembrogoogle jogos2017, que provocou o desmoronamentogoogle jogosprédios na Cidade do México, e ogoogle jogosfevereirogoogle jogos2018, perto da cidadegoogle jogosPinotepa Nacional.

"Demonstramos as tensões ou deformações que este lento e profundo terremoto induziu na área mais superficialgoogle jogoscontato das placas e que foi ele que desencadeou a ruptura desse terremotogoogle jogosmagnitude 7,2 que causou tantos danosgoogle jogosPinotepa", explica o especialista.

Sua pesquisa no Sul do México constatou que terremotos lentos ocorrem a cada 3,5 anos no Estadogoogle jogosGuerrero, e a cada 1,5 anosgoogle jogosOaxaca, como resultado do deslizamento das placasgoogle jogosCocos (oceânica) e Norte-Americana (continental).

Cada região do mundo temgoogle jogosprópria periodicidade. No entanto, tanto Cruz-Atienza quanto Ruiz alertam que, com as evidências atuais, não se pode dizer que terremotos lentos são um fenômeno que sempre produzirá terremotos na superfície.

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Legenda da foto, O abalo sísmicogoogle jogosmagnitude 8,2google jogosIquique, no Chile, também foi precedido por um terremoto lento

"Há muitos terremotos lentos que não produziram terremotos. Terremotos lentos, pelo menos com a capacidadegoogle jogosobservação que temos hoje, parecem ser uma condição necessária, mas não suficiente para produzir um terremoto. Deve haver outras condições para produzi-los", explica Cruz-Atienza.

O que isso ensina aos cientistas?

O estudogoogle jogosterremotos lentos é um passo importante para os pesquisadores avaliarem se há evidênciasgoogle jogosque a atividade na crosta terrestre está avançandogoogle jogosdireção a um evento com potencial destrutivo.

"Eles permitiram que a comunidade científica entendesse muito melhor o comportamento das falhas geológicas onde ocorrem terremotos perigosos. Esses terremotos lentos que não percebemos modificam as tensões e deformações da crosta continental que podem eventualmente causar grandes terremotos" , diz o pesquisador mexicano.

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Legenda da foto, Os alertas sísmicos são resultado do avanço na compreensão dos terremotos — mas os cientistas estão tentando gerar mais ferramentasgoogle jogosantecipação

A observaçãogoogle jogosterremotos lentos só foi feita nos últimos 20 anos, mas para Ruiz "isso abre uma janela para entender a física que controla os terremotos".

"Ainda é muito difícil concluir se os terremotos lentos são um fenômeno geral. Como não temos uma boa quantidadegoogle jogosterremotos lentos registrados, fica a dúvida. Essas observações precisam ser mantidas ao longo do tempo para ser possível tirar conclusões mais precisas", avalia.

Mas o que falta para a ciência ser capazgoogle jogosantecipar a possibilidadegoogle jogosum terremoto perigoso? Ambos os especialistas concordam que é preciso realizar mais pesquisa sobre como esses eventos são gerados.

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Legenda da foto, Na América Latina, é necessário instalar mais instrumentosgoogle jogosmedição para a pesquisa avançar, dizem especialistas

Além disso, é necessário instalar mais instrumentosgoogle jogosmediçãogoogle jogostodas as regiões sísmicas. "Por enquanto, o que mais falta é aumentar a instrumentação para poder medir terremotosgoogle jogosforma terrestre", explica Ruiz.

Embora sejam realizadas inúmeras pesquisas geofísicas na América Latina, a região ainda está atrasada no que se refere a issogoogle jogoscomparação com outras partes do mundo.

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