Coronavírus: farranew betcelebridades na Austrália irrita moradores 'presos' fora do país:new bet

Melissa McCarthy, Chris Pratt, Tom Hanks, Awkwafina, Idris Elba, Tilda Swinton, Julia Roberts, Zac Efron, Ed Sheeran, Matt Damon, Natalie Portman, Sacha Baron Cohen, Paul Mescal, Mark Wahlberg, Tessa Thompson, Rita Ora

Crédito, Reuters/Getty Images/EPA/BBC

Legenda da foto, Todas estas celebridades estiveram na Austrália no ano passado

A maioria dos famosos que chega aqui é para trabalhar. O governo da Austrália atraiu produções como a próxima sequência do filme Thor com incentivos fiscais.

Chris Hemsworth, Idris Elba e Matt Damonnew betuma festanew betSydney

Crédito, CHRIS HEMSWORTH/INSTAGRAM

Legenda da foto, Chris Hemsworth, Idris Elba e Matt Damon, estrelas do filme 'Thor',new betuma festanew betSydney

Com isso, não é raro avistar celebridades, sobretudonew betSydney.

Idris Elba se apresentandonew betum palco para concertos; Natalie Portman comprando mantimentosnew betBondi; Chris Pratt fazendo festanew betum hotel; e Efron almoçandonew betuma churrascaria coreananew betChinatown.

A listanew betvisitantes também inclui Awkwafina, Ed Sheeran, Jane Seymour, Melissa McCarthy, Michelle Ye, Paul Mescal, Rita Ora, Ron Howard, Taika Waititi, Tessa Thompson, Tilda Swinton, Tom Hanks e Lord Alan Sugar.

Há ainda as estrelas australianas que voltaram para casa: Nicole Kidman, Keith Urban, Kylie e Danni Minogue, Rose Byrne, Isla Fisher e seu marido britânico Sacha Baron Cohen.

"Estão chamandonew betAussiewood", afirmou um repórternew betentretenimento local à BBC.

Mas nem todo mundo está contente. Um ano depois que a Austrália fechou suas fronteiras, ainda há pelo menos 40 mil australianos presos no exterior.

Muitos dizem que foram impedidosnew betvoltar para casa. Um grupo apresentou uma denúncianew betviolaçãonew betdireitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU).

"Nenhum outro país impediu o retornonew betseus cidadãos dessa forma", diz Sabrina Tiasha, que voltou do Reino Unido no mês passado.

Zac Efron com seu irmão Dylan visitando a Ilha dos Cangurus

Crédito, ZAC EFRON/INSTAGRAM

Legenda da foto, Zac Efron foi uma das primeiras estrelasnew betHollywood a fazer da Austrália seu lar durante a pandemia

Por que isso está acontecendo?

As restrições impostas na fronteira da Austrália efetivamente impediram muitos cidadãosnew betvoar para casa.

O governo estabeleceu no ano passado um "limitenew betviagens" para chegadasnew betvoos internacionais, com o objetivonew betreduzir o risconew betsurtosnew betcovid-19.

Isso significa que os voos para a Austrália,new betmuitos casos, transportam apenas 40 passageiros. O limite aumentou o custo dos voos e fez com que as companhias aéreas priorizassem passageiros da classe executiva e primeira classe.

Os voos do Reino Unido para a Austrália podem custar entre 3 mil e 15 mil dólares australianos, obrigando muitos a recorrer à poupança e até a fundosnew betpensão. Há também a taxanew betquarentena obrigatória do hotel na chegada: 3 mil dólares australianos por pessoa.

Voo vazio da Qatar Airways para Sydney

Crédito, SABRINA TIASHA/ FACEBOOK

Legenda da foto, Os passageiros relatam que os voos comerciais para a Austrália estão praticamente vazios

Encontrar uma passagem aérea com preço pré-pandemia é raro. E mesmo com uma passagem, você pode acabar ficando fora do voo no casonew betoverbooking (quando a companhia aérea vende mais passagens do que o númeronew betassentos disponíveis).

"O que posso dizernew betforma conclusiva após seis meses: não existe um sistema", diz Tiasha.

O governo afirma, pornew betvez, ter organizado maisnew bet100 voosnew betrepatriação, incluindo 20 neste ano.

Mas com dezenasnew betmilharesnew betaustralianos ainda sem condiçõesnew betvoltar para casa, a revoltanew betrelação à faltanew betapoio do governo aumentou.

Maisnew betuma dúzianew betcidadãos retidos no exterior disseram à BBC que receberam pouca assistência das autoridades australianas.

Margaret e David Sparks são um casalnew bet70 anos que estavanew betférias no Reino Unido quando a pandemia começou. Eles ficaram presos lá por quase um ano.

"As pessoas estão tão estressadas e temerosas que vão pagar qualquer quantia para voltar para casa. Mas, como aposentados, realmente temos que pensar muito sobre o custo", afirmou Sparks à BBC no início deste ano.

Eles tiveram três voos cancelados até conseguirem finalmente voltarnew betum voonew betrepatriação no mês passado.

John e Margaret Sparks mostram seus passaportes australianos

Crédito, JOHN AND MARGARET SPARKS

Legenda da foto, John e Margaret Sparks ficaram presos por quase um ano no Reino Unido

Nos grupos do Facebook, os australianos presosnew betoutros países aconselham uns aos outros a manter as malas prontas. Os sortudos lembramnew betdetalhes como superaram obstáculos para voltar para casa.

"Tire seu celular do modo silencioso à noite para receber ligações a qualquer hora sobre um voonew betúltima hora", escreveu um deles. "Esteja pronto para partir com 24-48 horasnew betantecedência."

Centenasnew betpessoas postam pedindo ajuda. Muitas estão desesperadas para voltar para casa: seja para cuidarnew betparentes doentes ou que estão morrendo; porque perderam seu emprego ou casa; ou porque o preçonew betestar longenew betentes queridos se tornou insuportável.

Debate sobre direitos humanos

Alguns acreditam que a política do governo está violando os direitos humanos. As leis internacionais determinam que os cidadãos têm o direitonew betretorno — é um dos princípios mais frequentemente invocadosnew betcasosnew betrefugiados.

Um grupo chamado Stranded Australians Abroad entrou com uma petição no Comitênew betDireitos Humanos da ONU, pedindo uma intervenção.

Mas os especialistas alertam que não se pode fazer muito sem uma garantia semelhante na lei australiana.

O professor Ben Saul, da Universidadenew betSydney, diz que um caso extremo —new bet"um australiano que acaba na miséria" — poderia argumentar que o limitenew betviagens é desnecessariamente punitivo. Outros especialistas afirmam que separações familiares prolongadas podem violar os direitos da criança.

A Austrália poderia aprovar uma lei para tornar as coisas mais justas, como fazer com que as companhias aéreas priorizem o acessonew betcidadãos vulneráveis, defende Saul.

Mas o governo sustenta que o preço para voltar para casa fica por conta das companhias aéreas.

"[Nossa] maior prioridade neste momento é ajudar os australianos no exterior", disse uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores à BBC, acrescentando que eles ajudaram maisnew bet39 mil australianos a regressar desde o início da pandemia.

'Tratamento diferente para os ricos'

Ainda assim, os críticos argumentam que as autoridades adotaram políticas mais flexíveis para celebridades.

O governo reduziu pela metade o limitenew betviagensnew betjaneiro, citando a ameaça da variante do Reino Unido. Mas dias depois, permitiu a entradanew betmaisnew bet1,7 mil jogadoresnew bettênis, funcionários e outras pessoas ligadas ao Aberto da Austrália.

"Eles priorizaram um torneionew bettênisnew betdetrimentonew betseus próprios cidadãos", diz Tiasha.

As controvérsias não param por aí. A quarentena no hotel é um requisito para todos, mas muitas estrelas foram isentas.

Julia Roberts e Ed Sheeran se isolaramnew betum rancho luxuoso foranew betSydney. Damon, Kidman e Dannii Minogue também foram autorizados a fazer quarentenas privadas.

"As celebridades estãonew betsuas mansões particulares", diz Andrew Hornery, repórternew betfofocas do Sydney Morning Herald.

"É um cenário bem diferentenew betestar apertadonew betum hotel quatro estrelas com vista para uma rodovia."

O bilionário britânico Lord Sugar embarcou para a Austrálianew betjulho passadonew betprimeira classe para gravar um programanew betTV. Foi uma experiência excelente, ele tuitou, tendo viajado apenasnew betjatinhos particulares anteriormente.

Naquela mesma semana, houve relatosnew betaustralianos acampando no aeroportonew betHeathrow,new betLondres, após serem retiradosnew betvoos.

Uma mulher postou uma foto dos filhos dormindo no chão do terminal; eles não tinham para onde ir, escreveu ela na postagem que se tornou viral. Mais tarde, foi informado que ela conseguiu um voo para casa.

"Há um tratamento 100% diferente para os ricos ou famososnew betcomparação com as pessoas comuns", diz Kanisha Batty, uma australiana que recebeu uma extensãonew betvisto para o Reino Unido. Ela brincou que a deportação talvez seja o caminho mais rápido para voltar para casa.

Damien Eisenach, que está preso no Peru, concorda que parece "um sistema dualista".

"Há muito apoio para jogadoresnew bettênis e celebridades — e apoio zero para as pessoas do outro lado", afirma.

Línea

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