A batalha esquecida que mudou o rumo da Segunda Guerra Mundial na Ásia:betesporte canção
Isoladas pelos japoneses, as forças aliadas dependiam exclusivamentebetesporte cançãosuprimentos que chegavam por via aérea, e poucos acreditavam que poderiam resistir ao ataque implacável.
Soldados japoneses marcharam para Kohima passando pelo que era na época a Birmânia (atual Mianmar), e seu objetivo era invadir a Índia.
Os japoneses já haviam derrotado os britânicos na Birmânia, mas ninguém esperava que eles conseguissem passar com sucesso pelas colinas e corredeiras infestadasbetesporte cançãomosquitos a caminhobetesporte cançãoKohima, capitalbetesporte cançãoNagaland, e Imfal, capital do Estadobetesporte cançãoManipur, na Índia.
Quando conseguiram, as tropas anglo-indianas encarregadasbetesporte cançãodefender as duas cidades foram cercadas por maisbetesporte canção15 mil soldados japoneses.
Elas lutaram durante semanas para evitar que os japoneses avançassem e tomassem a estratégica cidadebetesporte cançãoDimapur, que poderia abrir caminho para as planíciesbetesporte cançãoAssam. Poucos acreditavam que a defesa dos anglos-indianos poderia vencer.
Os soldados japoneses chegavam "horda após horda, noite após noite", relembra o capitão Rowland.
O confronto foi violento, e as forças anglo-indianas ficaram confinadasbetesporte cançãoGarrison Hill,betesporte cançãoonde se via Kohima.
Em um dado momento, a luta se transformoubetesporte cançãoum combate corpo a corpo, com apenas uma quadrabetesporte cançãotênis separando os dois lados.
Os soldados anglo-indianos sitiados resistiram até a chegadabetesporte cançãoreforços.
Após três meses,betesporte cançãojunhobetesporte canção1944, com maisbetesporte canção7 mil baixas e quase nenhum suprimentobetesporte cançãocomida, a divisão japonesa bateubetesporte cançãoretirada e voltou para a Birmânia, apesar das ordens vindasbetesporte cançãocima para permanecer e lutar.
"Foi uma tremenda resistênciabetesporte canção1,5 mil soldados britânicos-indianos", avalia o capitão Rowland.
"Se os japoneses tivessem tomado Garrison Hill, teriam ido para Dimapur."
As forças anglo-indianas receberam ordens para perseguir os japonesesbetesporte cançãoretirada, e Robin Rowland estava entre os que foram atrás deles.
Alguns soldados japoneses morrerambetesporte cançãocólera, febre tifóide e malária, mas a maioria morreubetesporte cançãofome porque os suprimentos deles haviam acabado.
De acordo com o historiador militar Robert Lyman, a batalha "mudou o curso da Segunda Guerra Mundial na Ásia".
"A invasão japonesa da Índia, da qual a Batalhabetesporte cançãoKohima foi uma parte significativa, foi [sua] primeira grande derrota no Extremo Oriente", disse ele à BBC.
Mas embora tenha sido um pontobetesporte cançãovirada, essa batalha nunca povoou o imaginário popular como o Dia D, Waterloo ou outras batalhas na Europa e no norte da África.
Muitas vezes, é descrita como "a batalha esquecida".
As pessoas no Reino Unido estavam simplesmente longe demais para registrá-la,betesporte cançãoacordo com Bob Cook, diretor do Museu Kohima na cidadebetesporte cançãoYork, na Inglaterra.
"Os alemães estavam a apenas 35 quilômetros do Reino Unido", diz ele. "O que mais preocupava o povo deste país era a ameaça iminentebetesporte cançãouma invasão alemã."
Mas houve algumas tentativasbetesporte cançãoensinar as pessoas sobre a batalhabetesporte cançãoKohima e Imphal. Em 2013, a mesma foi eleita a maior batalha britânica durante um debate no National Army Museum,betesporte cançãoLondres, um triunfo inesperado, derrotando o Dia D e Waterloo.
Robert Lyman saiubetesporte cançãodefesabetesporte cançãoKohima na ocasião.
"Grandes coisas estavambetesporte cançãojogobetesporte cançãouma guerra com o inimigo mais duro que qualquer exército britânico já teve que enfrentar", declaroubetesporte cançãoseu discurso.
Mas no subcontinente houve poucas tentativasbetesporte cançãodestacar a importância da batalha, na qual milharesbetesporte cançãosoldados indianos e da Commonwealth, incluindo homens da atual Índia, Paquistão e Bangladesh, perderam suas vidas.
"Uma das razões, acredito eu, é que os líderes da Índia estavam ocupados demais lidando com os efeitos da transição e divisão inicialmente", analisa Charles Chasie, historiador baseadobetesporte cançãoKohima, Nagaland.
"Os britânicos decidiram sair às pressas antes que as coisas ficassem muito complicadas e forabetesporte cançãocontrole no subcontinente."
A Batalhabetesporte cançãoKohima foi vista mais como uma guerra colonial, enquanto o discurso do pós-guerra se concentrou mais na luta pela independência da Índia liderada pelo líder Mahatma Gandhi.
Além do exército britânico-indiano, milharesbetesporte cançãopessoas da comunidade étnica naga lutaram ao lado dos britânicos e forneceram informações valiosas durante o conflito. Seu profundo conhecimento do território montanhoso foibetesporte cançãogrande ajuda para os britânicos.
Hojebetesporte cançãodia, poucos nagas que sobreviveram à Batalhabetesporte cançãoKohima ainda estão vivos. Sosangtemba Ao é um deles. Ele estava entre os recrutados pelo exército britânico para fechar a estrada da Birmânia.
"Os bombardeiros japoneses sobrevoavam todos os dias jogando explosivos", lembra Ao.
"O som era ensurdecedor e havia fumaça após cada ataque. Era angustiante."
Ele trabalhou ao lado dos ingleses por dois mesesbetesporte cançãotroca do pagamentobetesporte cançãouma rúpia por dia. E afirma que ainda tem muita admiração pela capacidadebetesporte cançãocombate dos soldados japoneses.
"O exército japonês estava altamente motivado. Seus soldados não tinham medo da morte. Para eles, lutar pelo imperador era divino. Quando pediam a eles para se render, se convertiambetesporte cançãocombatentes suicidas."
Para marcar o 75º aniversário da rendição japonesa, foi lançado recentemente na internet um documentário sobre a batalha, Memories of a Forgotten War ("Memóriasbetesporte cançãouma Guerra Esquecida",betesporte cançãotradução literal). O produtor Subimal Bhattacharjee ebetesporte cançãoequipe viajaram ao Japão há alguns anos para uma comemoração.
"Quando os veteranos japoneses e britânicosbetesporte cançãoKohima se conheceram, eles se abraçaram e começaram a chorar", contou.
"No passado eles atiraram um no outro, mas ainda assim demonstraram um vínculo especial. Foi espontâneo, não esperávamos isso."
Para os japoneses, foi uma derrota humilhante, e os veteranos japoneses raramente falambetesporte cançãosua experiênciabetesporte cançãoKohima.
"Não sobrou nada da comida japonesa", disse um deles, Wajima Koichiro, que foi entrevistado para o documentário.
"Foi um jogo perdido e então nos retiramos."
Os nagas, que ajudaram os britânicos e sofreram grandes baixas, continuaram a sofrer. Eles esperavam que os britânicos os reconhecessem como uma nação naga independente durante a transferênciabetesporte cançãopoder, e não como parte da Índia.
Mas ficaram "profundamente desapontados", diz o historiador Charles Chasie, e muitos culparam os britânicos pelos milharesbetesporte cançãonagas que morrerambetesporte cançãoconflitos subsequentes com o governo e o exército indiano.
Ao longo dos anos, as famílias dos mortosbetesporte cançãoKohima e Imphal, especialmente do Reino Unido e do Japão, viajaram até os dois cemitériosbetesporte cançãoguerra para prestar homenagem a seus antepassados.
O capitão Rowland voltou a Kohima com seu filhobetesporte canção2002 a convite do regimento indianobetesporte cançãoPunjab. Ele parou na frentebetesporte cançãoGarrison Hill, onde ele e seus soldados resistiram às hordasbetesporte cançãocombatentes japoneses 58 anos antes.
"Isso trouxebetesporte cançãovolta muitas memórias", afirmou Rowland, lembrando como um grupobetesporte canção1,5 mil homens enfrentou o poderiobetesporte cançãotoda a 31ª divisão japonesa.
"Foi uma grande conquista militar."
Antesbetesporte cançãodeixar Kohima, o capitão e seu filho pararam para colocar uma coroabetesporte cançãoflores na base do memorialbetesporte cançãoguerrabetesporte cançãopedra brutabetesporte cançãoGarrison Hill.
Ele sabe que a batalha não faz parte do imaginário popular como outras mais famosas, mas quem esteve lá jamais a esqueceu.
"Foi um grande tributo à resiliência da natureza humana", afirmou.
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