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Talvez possamos até dizer que não sobreviveríamos por muito tempo se todos eles desaparecessem.

No entanto, ainda temos um longo caminho pela frente antescasa de aposta betmotionsermos capazescasa de aposta betmotionentender exatamente o que a maioria desses vírus faz, ou até mesmo o que a maioria deles é.

Estima-se que o campo da virologia tenha explorado até agora apenas cercacasa de aposta betmotion1% da diversidade viral existente.

A maioria dos vírus permanece desconhecida — eles são o que alguns cientistas chamamcasa de aposta betmotion"matéria escura viral".

Patógenos

Apesar disso, eles estão presentescasa de aposta betmotiontodas as partes do nosso corpo. Um estudo liderado pelo pesquisador Kei Sato, da Universidadecasa de aposta betmotionTóquio, no Japão, publicadocasa de aposta betmotionjunhocasa de aposta betmotion2020, encontrou víruscasa de aposta betmotiontecidos humanos do cérebro, sangue, rins e fígado.

A equipecasa de aposta betmotionSato queria quantificar esses vírus para criar um "atlas" viral do tecido humano.

Eles fizeram isso comparando os dados da sequênciacasa de aposta betmotionRNA com os das bibliotecas existentescasa de aposta betmotiongenomas virais, mas isso significava que eles só podiam contar os poucos vírus conhecidos que já estavam catalogados.

Segundo Sato, isso quer dizer que atualmente há um viés na busca por vírus conhecidos, emcasa de aposta betmotionmaioria nocivos, os chamados "patógenos".

"Além dos viesescasa de aposta betmotionnossas bibliotecascasa de aposta betmotionreferência genética, é difícil coletar amostrascasa de aposta betmotiontecidos saudáveis além do intestino, o que significa que podemos estar ignorando muitos vírus inofensivos ou inclusive potencialmente benéficos", explica.

Má interpretação

É fácil pensar nos vírus como invasores forasteiros maliciosos.

Depoiscasa de aposta betmotionentrarcasa de aposta betmotioncontato com a superfíciecasa de aposta betmotionuma célula humana, um vírus injeta seu códigocasa de aposta betmotionDNA ou RNA, sequestrando o maquinário da célula e transformando-a efetivamentecasa de aposta betmotionuma fábrica para a produçãocasa de aposta betmotionnovos vírus.

Se você imaginar um vírus agora, pense quecasa de aposta betmotioncapacasa de aposta betmotionproteína é semelhante a uma nave espacial, chamada "capsídeo", que ele usa para se transportar entre as células.

Talvez você já tenha visto a imagem do coronavírus responsável pela pandemiacasa de aposta betmotioncovid-19, o Sars-CoV-2, comcasa de aposta betmotion"coroa" formada por pontas que cobrem a superfície do capsídeo.

No entanto, os vírus não são tão estranhos quanto podem parecer.

O termo "vírus", na verdade, descreve entidades com atributos muito diversos.

"Às vezes, nossas palavras para nos referirmos às coisas do mundo não correspondem realmente ao que existe", diz o professor Frederic Bushman, especialista mundialcasa de aposta betmotionmicrobioma humano da Universidade da Pensilvânia, nos EUA.

Por exemplo, os vírus podem ser transmitidos por meiocasa de aposta betmotionuma ampla variedadecasa de aposta betmotionmecanismos. Para alguns, nos chamados retrovírus endógenos, o DNA viral passa diretamente entre as células humanas porque estão integradas aos cromossomos.

Na verdade, 8% do genoma humano é composto por esses retrovírus endógenos.

Apenas uma pequena fração, menoscasa de aposta betmotion2%, do nosso DNA codifica a produção diretacasa de aposta betmotionmoléculascasa de aposta betmotionproteína (em um processo conhecido como transcrição), e os biólogos costumavam pensar que o restante não era funcional, alguns até chamavamcasa de aposta betmotion'DNA lixo'.

Acredita-se agora que grande parte desse DNA é derivadacasa de aposta betmotioninserçõescasa de aposta betmotionvírus anteriores, e descobrimos que ela é muito importante na regulação da transcriçãocasa de aposta betmotionoutros genes.

Alguns genescasa de aposta betmotionvírus são encontradoscasa de aposta betmotionregiões do DNA humano que produzem proteínas essenciais.

Ao longo da história evolutiva, esses genes foram incorporados para o funcionamento essencialcasa de aposta betmotionnossos organismos, então não está claro se deveríamos chamá-loscasa de aposta betmotiongenes humanos ou virais.

Um gene usado no desenvolvimento da placenta humana foi pego emprestadocasa de aposta betmotionum retrovírus endógeno, que evoluiu pela primeira vez para produzir proteínas que se fundem às células hospedeiras.

Ao longo do nosso passado evolutivo, esse processocasa de aposta betmotioncoletar genes por meio da árvore da vida parece ter ocorrido muitas vezes.

Foi sugerido que cercacasa de aposta betmotion145 dos nossos 20 mil genes surgiram dessa transferência horizontalcasa de aposta betmotiongenes.

Ao transferir moléculas genéticas entre espécies diferentes dessa maneira, os vírus conectam efetivamente a árvore evolutivacasa de aposta betmotionuma intrincada rede.

Má reputação

No entanto, os vírus costumam ter má reputação, uma vez que aqueles que recebem mais publicidade apresentam efeitos prejudiciais, causando doenças como aids, abola, catapora e, claro, covid-19.

Na verdade, temos muito pouco conhecimento sobre como a maioria dos vírus afeta os humanos.

Pode haver maiscasa de aposta betmotion320 mil vírus diferentes que infectam mamíferos, muitos dos quais são inofensivos, enquanto alguns podem nos trazer benefícios.

Por exemplo, alguns vírus chamados bacteriófagos atacam as bactérias no nosso corpo e têm, portanto, um papel crucial na regulação do nosso microbioma.

Assim como uma espécie animal selvagem invasora pode se reproduzir incontrolavelmente quando entracasa de aposta betmotionuma nova área sem predadores ou patógenos (como os sapos-cururus na Austrália ou os ratoscasa de aposta betmotionilhas tropicais), as bactérias também tomariam nossos corpos sem esses mecanismos reguladores.

Os vírus também parecem ser importantes na regulação do nosso sistema imunológico.

Em humanos, o vírus da hepatite G pode proteger contra o HIV; enquantocasa de aposta betmotionratos, o vírus da herpes é conhecido por reduzir doenças autoimunes.

Muitos pesquisadores suspeitam que os vírus tenham um papel importante na manutenção do "tônus imunológico"casa de aposta betmotionhumanos (ou seja, um sistema imunológico saudável pronto para responder a patógenos que não é hiperativo, tampouco insuficientemente ativo), embora a identidade e o papelcasa de aposta betmotionvírus específicos sejam pouco conhecidos.

Isso não significa negar os efeitos nocivoscasa de aposta betmotionalguns vírus e os impactos devastadores que eles podem ter na vida das pessoas.

Muitos vírus são claramente muito prejudiciais para nós, e desenvolvemos mecanismos para conter seus ataques.

A equipecasa de aposta betmotionBushman demonstroucasa de aposta betmotionabrilcasa de aposta betmotion2020 que a amamentação reduz a incidênciacasa de aposta betmotionvírus potencialmente patogênicos que crescemcasa de aposta betmotioncélulas humanas no intestino do bebê.

Como um todo, o viroma humano não é "bom", nem "mau" — é simplesmente uma parte antigacasa de aposta betmotionnós.

Vírus e evolução

Os vírus compartilham uma relação evolutiva profunda com animais e plantas.

Cada célula do seu corpo faz partecasa de aposta betmotionuma cadeia ininterruptacasa de aposta betmotionvida que se estende por maiscasa de aposta betmotion3,8 bilhõescasa de aposta betmotionanos.

Os vírus têm sido uma parte importante dessa dança evolutiva desde o início.

Quanto mais aprendemos sobre o viroma, mais percebemos como alguns aspectos são essenciais para uma vida saudável.

Por isso, se espera uma revolução na maneira como concebemos os vírus.

Lembre-secasa de aposta betmotionque costumávamos ver todas as bactérias como "germes" perigosos, até que finalmente obtivemos uma compreensão mais sutilcasa de aposta betmotioncomo elas sustentam nossa saúde: a alteração do microbioma bacteriano está agora envolvidacasa de aposta betmotionuma ampla variadacasa de aposta betmotiondoenças, incluindo a doençacasa de aposta betmotionCrohn, síndrome do intestino irritável, diabetes tipo 2 e até distúrbioscasa de aposta betmotionsaúde mental, como depressão.

Somos ecossistemas ambulantes: quimerascasa de aposta betmotioncélulas animais, vírus, bactérias, fungos e outros, e manter o equilíbrio desses ecossistemas é vital para nosso bem-estar.

Ainda temos que entender exatamente como funciona nosso viroma humano, mas interrupções podem ter consequências imprevisíveis.

O distanciamento social e o uso generalizadocasa de aposta betmotionprodutos químicos virucidas, tanto para aplicaçãocasa de aposta betmotionespaços públicos quanto para desinfetar as mãos para reduzir a transmissão viral, tem sido um elemento crucial no combate à atual pandemiacasa de aposta betmotioncovid-19.

Essas mudançascasa de aposta betmotionestilocasa de aposta betmotionvida e outras, como a maneira como nossa alimentação muda e como interagimos com outras pessoas, provavelmente transformarão nosso viroma.

"Na atual pandemiacasa de aposta betmotioncovid-19, muitas pessoas veem os vírus simplesmente como 'o inimigo', mas precisamos entender melhor os possíveis aspectoscasa de aposta betmotionpromoção da saúde do nosso viroma humano", conclui Sato.

O ritmocasa de aposta betmotionnovas descobertas na áreacasa de aposta betmotionvirologia é deslumbrante — então prepare-se para muitas outras que vão lançar luz sobre a ecologia secretacasa de aposta betmotionnosso mundo interior.

casa de aposta betmotion *Tom Oliver é professorcasa de aposta betmotionecologia aplicada da Universidadecasa de aposta betmotionReading, no Reino Unido, e autorcasa de aposta betmotion'The Self Delusion', livrocasa de aposta betmotionciências sobre a interconectividade humana.

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