Coronavírus: 5 dias que determinaram o destino da pandemiaapostas desportivas moçambiquecovid-19:apostas desportivas moçambique

Wuhan

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Legenda da foto, Primeiro casoapostas desportivas moçambiqueuma 'pneumonia por causa desconhecida' foi registradoapostas desportivas moçambiqueWuhan no inícioapostas desportivas moçambiquedezembroapostas desportivas moçambique2019

Naquele momento, muitos dos pacientes estavam direta ou indiretamente ligados ao mercadoapostas desportivas moçambiquepeixes Huanan — o que levou os médicos a suspeitarem que poderiam estar observando um outro tipoapostas desportivas moçambiquepneumonia.

Amostras colhidas do pulmãoapostas desportivas moçambiquepessoas infectadas foram então enviadas a laboratóriosapostas desportivas moçambiquesequenciamento genético para que a causa da doença fosse identificada. Resultados preliminares indicaram, porapostas desportivas moçambiquevez, que se tratavaapostas desportivas moçambiqueum vírus ainda desconhecido, semelhante ao da Sars. Autoridadesapostas desportivas moçambiquesaúde locais e o Centro para Controleapostas desportivas moçambiqueDoenças do país já haviam sido notificados, mas nada havia sido tornado público.

Hoje acredita-se que já houvesse entre 2,3 mil e 4 mil pessoas infectadas, conforme um modelo matemático desenvolvido pelo MOBS Lab, da Northeastern University,apostas desportivas moçambiqueBoston, nos EUA.

Também é provável que o surto estivesse dobrando seu alcance a cada poucos dias. Epidemiologistas dizem que, no estágio inicialapostas desportivas moçambiqueuma epidemia, cada dia e até mesmo cada hora são críticos.

Mercadoapostas desportivas moçambiquepeixesapostas desportivas moçambiqueHuanan foi fechado no dia 1ºapostas desportivas moçambiquejaneiro

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Legenda da foto, Mercadoapostas desportivas moçambiquepeixesapostas desportivas moçambiqueHuanan foi fechado no dia 1ºapostas desportivas moçambiquejaneiro

30apostas desportivas moçambiquedezembroapostas desportivas moçambique2019: um alerta

Por voltaapostas desportivas moçambique16h do dia 30apostas desportivas moçambiquedezembro, a chefe da emergência do Hospital Centralapostas desportivas moçambiqueWuhan recebeu os resultados dos testes processadosapostas desportivas moçambiquePequim pelo laboratórioapostas desportivas moçambiquesequenciamento genético Capital Bio Medicals.

Ela suava frio ao ler o relatório, conforme relatou posteriormente a uma publicação estatal chinesa.

No topo, duas palavras alarmantes: "Sars Coronavírus". Ela as circulouapostas desportivas moçambiquevermelho e enviou a colegas pelo aplicativoapostas desportivas moçambiquecompartilhamentoapostas desportivas moçambiquemensagens WeChat (semelhante ao WhatsApp).

Em uma hora e meia, a imagem granulada havia chegado ao médico do departamentoapostas desportivas moçambiqueoftalmologia do hospital Li Wenliang. Ele a dividiu, porapostas desportivas moçambiquevez, com um grupoapostas desportivas moçambiquecolegas da universidade com um aviso: "Não circulem esta mensagem fora deste grupo. Digam a seus familiares e entes queridos que tomem precauções".

Pequim tentou acobertar a epidemiaapostas desportivas moçambiqueSars quando ela inicialmente se espalhou no sul da China entre 2002 e 2003, insistindo que a situação estava sob controle. A resposta, na época, foi bastante criticada pela comunidade internacional e chegou a motivar protestos dentro do país. Entre 2002 e 2004, a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) infectou maisapostas desportivas moçambique8 mil pessoas e matou quase 800 pelo mundo.

Robert Maguire, da OMS, e médico chinês visitam paciente com Sarsapostas desportivas moçambiqueGuangzhouapostas desportivas moçambiqueabrilapostas desportivas moçambique2003

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Legenda da foto, Robert Maguire, da OMS, e médico chinês visitam paciente com Sarsapostas desportivas moçambiqueGuangzhouapostas desportivas moçambiqueabrilapostas desportivas moçambique2003: houve críticasapostas desportivas moçambiquerelação à transparência das autoridades chinesas durante a epidemia

Nas horas seguintes, imagens da mensagemapostas desportivas moçambiqueLi acabaram se espalhando pela web e milhõesapostas desportivas moçambiquepessoas já falavam sobre Sars na China.

O laboratórioapostas desportivas moçambiquesequenciamento havia, entretanto, cometido um erro — não se tratava da Sars, masapostas desportivas moçambiqueum novo coronavírus, bastante semelhante. Notícias sobre um possível surto começaram a circular.

O Comitêapostas desportivas moçambiqueSaúdeapostas desportivas moçambiqueWuhan já estava cienteapostas desportivas moçambiqueque havia algo acontecendo nos hospitais da cidade. Naquele dia, funcionários da Comissão Nacionalapostas desportivas moçambiqueSaúde chegaramapostas desportivas moçambiquePequim e novas amostras foram enviadas a pelo menos cinco laboratórios públicosapostas desportivas moçambiqueWuhan e Pequim para que fossem sequenciados concomitantemente.

Conjuntos residenciaisapostas desportivas moçambiqueWuhanapostas desportivas moçambiqueabrilapostas desportivas moçambique2020

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Legenda da foto, Conjuntos residenciaisapostas desportivas moçambiqueWuhan: no momento do lockdown, calcula-se que milhares já estavam infectados

Enquanto mensagens sobre um possível retorno da Sars viralizavam no país, o Comitêapostas desportivas moçambiqueSaúdeapostas desportivas moçambiqueWuhan emitiu ordens aos hospitais instruindo-os a reportar todos os casos diretamente ao órgão e a não darem nenhum tipoapostas desportivas moçambiquedeclaração sem autorização prévia.

Em 12 minutos, as ordens até então sigilosas foram vazadas online.

O tempo entre a explosãoapostas desportivas moçambiquecomentários nas redes sociais chinesas e a disseminação da notícia no resto do mundo talvez tivesse sido maior, não fosse pela experiente epidemiologista Marjorie Pollack.

Editora da ProMed-mail, newsletter que costuma emitir alertas globais sobre surtosapostas desportivas moçambiquedoenças, ela recebeu um e-mailapostas desportivas moçambiqueum contatoapostas desportivas moçambiqueTaiwan perguntando se tinha ouvido algo sobre os rumores que circulavam na internet na China.

Epidemiologista Marjorie Pollack

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Legenda da foto, Epidemiologista Marjorie Pollack disparou mensagem para uma listaapostas desportivas moçambique80 mil pessoas pedindo informações sobre a doença

Em fevereiroapostas desportivas moçambique2003, a ProMed havia sido o primeiro veículo a dar a notícia ao mundo sobre o primeiro surtoapostas desportivas moçambiqueSars. Agora, Pollack sentia que estava vivendo uma espécieapostas desportivas moçambiquedéjà-vu.

"Minha reação foi: 'Temos um grande problema'", contou à BBC.

Três horas depois, ela havia acabadoapostas desportivas moçambiqueescrever um post pedindo a quem pudesse que ajudasse com mais informações sobre o surto. A mensagem foi enviada a aproximadamente 80 mil assinantes faltando um minuto para meia-noite.

31apostas desportivas moçambiqueDezembro: cientistas oferecem ajuda

À medida que a notícia começou a se espalhar, o professor George F. Gao, diretor-geral do Centro para Controleapostas desportivas moçambiqueDoenças da China, passou a receber ofertasapostas desportivas moçambiqueajuda vindas dos quatro cantos do mundo.

O país reativou a infraestruturaapostas desportivas moçambiquecombate a doenças infecciosas montada depois da epidemiaapostas desportivas moçambiqueSars —apostas desportivas moçambique2019, Gao havia prometido que o amplo sistemaapostas desportivas moçambiquevigilância chinês seria capazapostas desportivas moçambiqueantever um episódio como aquele.

Dois dos cientistas que entraramapostas desportivas moçambiquecontato com o professor, entretanto, dizem que o CDC não parecia preocupado.

"Mandei uma mensagem longa a George Gao, me oferecendo para enviar uma equipe para apoiá-loapostas desportivas moçambiquetudo o que precisasse", disse à BBC Peter Daszak, presidente do grupoapostas desportivas moçambiquepesquisa EcoHealth Alliance, baseadoapostas desportivas moçambiqueNova York.

A resposta, contudo, foi breve — apenas para desejar Feliz Ano Novo.

Diretor do Centroapostas desportivas moçambiqueControleapostas desportivas moçambiqueDoenças na China, George F Gao

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Legenda da foto, O diretor do Centroapostas desportivas moçambiqueControleapostas desportivas moçambiqueDoenças na China, George F Gao, foi contactado por cientistasapostas desportivas moçambiquediferentes países

O epidemiologista Ian Lipkin, professor da Universidadeapostas desportivas moçambiqueColumbia,apostas desportivas moçambiqueNova York, também tentou entrarapostas desportivas moçambiquecontato com Gao — que retornou a ligação quando Lipkin estava jantando, já próximo da meia-noite. O relato sobre a conversa dá contorno ao discurso das autoridades chinesas naquele momento crítico.

"Ele disse que tinha identificado o vírus. Era um novo coronavírus. E não era altamente transmissível. Isso não fazia muito sentido para mim porque já tinha ouvido que muitas, muitas pessoas haviam sido infectadas."

"Não acho que ele estava sendo dúbio, acho que ele estava apenas errado", afirma o epidemiologista.

Epidemiologista Ian Lipkin, da Universidadeapostas desportivas moçambiqueColumbia
Legenda da foto, O epidemiologista Ian Lipkin, da Universidadeapostas desportivas moçambiqueColumbia, tentou entrarapostas desportivas moçambiquecontato com Gao

Para o americano, o colega chinês deveria ter compartilhado naquele momento os sequenciamentos genéticos que já tinha obtido. "Na minha visão, seria preciso divulgar. É algo muito importante para hesitação."

Gao, que recusou os pedidosapostas desportivas moçambiqueentrevista para esta reportagem, declarou à imprensa chinesa que os sequenciamentos foram divulgados assim que possível, e que ele nunca afirmara publicamente que não havia transmissãoapostas desportivas moçambiquehumano para humano.

Naquele dia, o Comitêapostas desportivas moçambiqueSaúdeapostas desportivas moçambiqueWuhan publicou um comunicadoapostas desportivas moçambiqueque informava sobre 27 casosapostas desportivas moçambiquepneumonia viral identificados na região, sem evidência clara, entretanto,apostas desportivas moçambiqueque houvesse transmissão entre seres humanos.

Emissora CGTN noticia 27 casosapostas desportivas moçambique'pneumonia viral'

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Legenda da foto, A emissora CGTN noticia 27 casosapostas desportivas moçambique'pneumonia viral': seriam dias até que as autoridades chinesas confirmassem a transmissão entre humanos

Seriam necessários mais 12 dias até que a China compartilhasse o sequenciamento genético do patógeno com a comunidade internacional.

O governo chinês recusou vários pedidosapostas desportivas moçambiqueentrevista da BBC para comentar o assunto. Em posicionamentos enviados por escrito, afirmou que a China "sempre havia agidoapostas desportivas moçambiqueforma aberta, transparente, com responsabilidade e celeridade" no combate à covid-19.

1ºapostas desportivas moçambiquejaneiroapostas desportivas moçambique2020: frustração internacional

A lei internacional estipula que surtosapostas desportivas moçambiquedoenças infecciosas que possam gerar preocupação global devem ser reportados à Organização Mundialapostas desportivas moçambiqueSaúde (OMS)apostas desportivas moçambiqueaté 24 horas.

No dia 1ºapostas desportivas moçambiquejaneiro, entretanto, a OMS ainda não havia sido notificada sobre o que ocorria na China.

No dia anterior, membros da organização haviam visto a publicação da ProMed, alémapostas desportivas moçambiquealgumas informações na internet, e resolveram entrarapostas desportivas moçambiquecontato com a Comissão Nacionalapostas desportivas moçambiqueSaúde do país.

"Era para ter sido reportado", diz Lawrence Gostin, professor do O'Neill Institute for National and Global Health Law da Universidadeapostas desportivas moçambiqueGeorgetown, nos EUA, e colaborador da OMS.

"A falhaapostas desportivas moçambiquereportar (o surto) foi claramente uma violação do Regulamento Sanitário Internacional (International Health Regulations)."

A epidemiologista Maria Van Kerkhove, que se tornaria uma das principais líderes técnicas da OMS no combate à pandemia, participou da primeiraapostas desportivas moçambiquemuitas reuniões à distância no meio da noiteapostas desportivas moçambique1ºapostas desportivas moçambiquejaneiro.

"Nós tínhamos uma suspeita inicialapostas desportivas moçambiqueque pudesse ser um novo coronavírus. Para nós, não era uma questãoapostas desportivas moçambiquese havia ou não transmissãoapostas desportivas moçambiquehumano para humano, mas qual era a extensão naquele momento e onde estava acontecendo."

Maria Van Kerkhove, da OMS

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Legenda da foto, Maria Van Kerkhove, da OMS: membros do alto escalão da organização estavam frustrados com a faltaapostas desportivas moçambiqueinformações naquele momento

Dois dias depois, as autoridades chinesas responderam à OMS. O retorno, entretanto, foi vago —apostas desportivas moçambiqueque haviam sido registrados 44 casosapostas desportivas moçambiqueuma pneumonia viralapostas desportivas moçambiquecausa desconhecida.

A China afirma ter se comunicado regularmente com a OMS a partir do dia 3apostas desportivas moçambiquejaneiro. Mas registrosapostas desportivas moçambiquereuniões internas da organização obtidas pela agênciaapostas desportivas moçambiquenotícias Associated Press (AP) e compartilhadas com a BBC mostram uma realidade diferente e revelam a frustraçãoapostas desportivas moçambiquefuncionáriosapostas desportivas moçambiquealto escalão da OMS na semana seguinte.

"Dizer que 'não há evidênciaapostas desportivas moçambiquetransmissãoapostas desportivas moçambiquehumano para humano' não é suficiente. Precisamos ver os dados", diz, segundo os registros, Mike Ryan, diretorapostas desportivas moçambiqueemergências da OMS.

A organização era legalmente obrigada a reproduzir as informações fornecidas pela China. Ainda que houvesse suspeitaapostas desportivas moçambiquetransmissão entre humanos, a OMS só conseguiria confirmá-la três semanas depois.

"Essas preocupações nunca foram expressas publicamente. Eles apenas reproduziram as informações dadas pela China", diz o repórter da AP Dake Kang.

"No fim do dia, a impressão com que o mundo ficou foi aquela que as autoridades chinesas queriam,apostas desportivas moçambiqueque tudo estava sob controle. E é claro que não estava."

2apostas desportivas moçambiquejaneiro: médicos silenciados

O númeroapostas desportivas moçambiqueinfectados dobrava a cada poucos dias, e cada vez mais pessoas procuravam os hospitaisapostas desportivas moçambiqueWuhan.

Neste momento,apostas desportivas moçambiquevezapostas desportivas moçambiqueabrir espaço para que os médicos compartilhassem suas preocupações, a imprensa estatal deu início a uma campanha para silenciar os profissionaisapostas desportivas moçambiquesaúde.

No dia 2apostas desportivas moçambiquejaneiro, a emissora estatal Televisão Central da China (CCTV) veiculou uma reportagem sobre os médicos que haviam falado sobre o surto quatro dias antes, retratando-os como "usuários da internet" que haviam "espalhado rumores".

Em seguida, os profissionais foram chamados pela Secretariaapostas desportivas moçambiqueSegurança Públicaapostas desportivas moçambiqueWuhan para prestar depoimento e foram "tratadosapostas desportivas moçambiqueacordo com a lei", segundo as autoridades.

Um dos médicos era Li Wenliang, o oftalmologista cujo relato havia viralizado, que chegou a assinar uma confissão. Em fevereiro, ele morreuapostas desportivas moçambiquecovid-19.

Oftalmologista Li Wenliang na cama do hospital

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Legenda da foto, Oftalmologista Li Wenliang tentou alertar sobre a gravidade da doença

O governo chinês afirma que isso não chega a ser indicativoapostas desportivas moçambiqueque estava tentando suprimir as notícias sobre o surto, e que pedia apenas a médicos como Li que não espalhassem informações ainda não confirmadas.

Mas o impacto da postura das autoridades chinesas foi significativo. Enquanto ficava cada vez mais aparente para os médicos que havia,apostas desportivas moçambiquefato, transmissão entre humanos da doença, eles eram impedidosapostas desportivas moçambiquese manifestar publicamente.

Um profissional da saúde que trabalhava na mesma unidade que Li, o Hospital Centralapostas desportivas moçambiqueWuhan, disse à reportagem que, nos dias seguintes, "havia muitas pessoas com febre".

"Estava foraapostas desportivas moçambiquecontrole. Entramosapostas desportivas moçambiquepânico, mas o hospital nos disse que não tínhamos autorização para falar com ninguém."

Médico no hospital Jin Yintan,apostas desportivas moçambiqueWuhan,apostas desportivas moçambique17apostas desportivas moçambiquejaneiro

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Legenda da foto, Médico no hospital Jin Yintan,apostas desportivas moçambiqueWuhan,apostas desportivas moçambique17apostas desportivas moçambiquejaneiro: númeroapostas desportivas moçambiquecasos aumentava exponencialmente

Segundo o governo chinês, "é preciso seguir um rigoroso processo científico para determinar se um vírus pode ser transmitidoapostas desportivas moçambiquepessoa para pessoa".

As autoridades seguiriam afirmando que não havia transmissão entre seres humanos por outros 18 dias.

3apostas desportivas moçambiquejaneiro: o memorando sigiloso

Laboratóriosapostas desportivas moçambiquetodo país estavamapostas desportivas moçambiqueuma corrida contra o tempo para fazer o sequenciamento completo do genoma do vírus. Entre eles, estava um renomado virologistaapostas desportivas moçambiqueXangai, Zhang Yongzhen, que começou o sequenciamento no dia 3apostas desportivas moçambiquejaneiro.

Depoisapostas desportivas moçambiquetrabalhar por dois dias consecutivos, ele obteve um genoma completo. Os resultados revelavam um vírus semelhante ao da Sars e, portanto, provavelmente transmissível.

Virologista Zhang Yongzhen

Crédito, China CDC

Legenda da foto, O virologista Zhang Yongzhen colocaria fim ao impasse sobre o sequenciamento do genoma do vírus

No dia 5apostas desportivas moçambiquejaneiro, o escritórioapostas desportivas moçambiqueZhang escreveu à Comissão Nacionalapostas desportivas moçambiqueSaúde recomendando a tomadaapostas desportivas moçambiquemedidasapostas desportivas moçambiqueprecauçãoapostas desportivas moçambiqueespaços públicos.

"Naquele mesmo dia, ele estava trabalhando para ter os dados prontos assim que possível, para que o resto do mundo pudesse saber do que se tratava e avançássemos no diagnóstico", afirma Edward Holmes, virologista e biólogo evolutivo da Universidadeapostas desportivas moçambiqueSidney, na Austrália, que trabalha com Zhang.

Mas Zhang não conseguia tornar seus achados públicos. No dia 3apostas desportivas moçambiquejaneiro, a Comissão Nacionalapostas desportivas moçambiqueSaúde havia enviado um memorando sigiloso aos laboratórios proibindo que cientistas sem autorização analisassem o vírus e divulgassem informações.

"Isso acabou silenciando cientistas e laboratórios, que não puderam investigar o vírus — sob o riscoapostas desportivas moçambiqueque suas análises vazassem para o mundo externo e alarmassem as pessoas", diz o jornalista da AP Dake Kang.

Nenhum laboratório veio a público anunciar o sequenciamento do genoma do vírus. As autoridades continuaram afirmando que se tratavaapostas desportivas moçambiqueuma pneumonia viral sem evidência claraapostas desportivas moçambiquetransmissão entre humanos.

Apenas seis dias depois, divulgariam que o patógeno era um novo coronavírus e, mesmo naquele momento, não compartilhariam nenhum sequenciamento genético — o que impediu que outros países analisassem os dados e pudessem começar a mapear a disseminação do vírusapostas desportivas moçambiqueseus territórios.

Professor Edward Holmes
Legenda da foto, Da Austrália, o virologista Edward Holmes ajudaria Zhang a divulgar para o mundo o genoma do novo coronavírus

Três dias depois,apostas desportivas moçambique11apostas desportivas moçambiquejaneiro, Zhang toma uma decisão que o colocaapostas desportivas moçambiquerisco, mas acaba pondo um fim no impasse. Enquanto embarcavaapostas desportivas moçambiqueum voo entre Pequim e Xangai, ele autoriza o colega australiano Edward Holmes a divulgar o sequenciamento que havia feito.

No dia seguinte, o laboratórioapostas desportivas moçambiqueZhang foi fechado para "retificação" — mas, a partir daquele momento, outros cientistas também decidiriam tornar públicos seus achados.

A comunidade científica internacional entrouapostas desportivas moçambiqueação, e um kit para testeapostas desportivas moçambiquediagnóstico estaria pronto no dia 13apostas desportivas moçambiquejaneiro.

Apesar das evidências coletadas por médicos e cientistas, a China não confirmaria que haviaapostas desportivas moçambiquefato transmissão entre humanos da doença até o dia 20apostas desportivas moçambiquejaneiro.

No começo, todo surto epidêmico é caótico, diz o especialistaapostas desportivas moçambiquesaúde Lawrence Gostin.

"Seria difícilapostas desportivas moçambiquequalquer forma controlar o vírus, desde o dia 1. Mas, no momentoapostas desportivas moçambiqueque fomos informadosapostas desportivas moçambiqueque ele era transmissível entre humanos, a vaca já tinha ido para o brejo, o vírus já tinha se espalhado."

"Essa foi uma oportunidade que tivemos (de tentar controlar a disseminação) e que perdemos", acrescenta.

Para o virologista que pesquisa morcegos Wang Linfa, da Escolaapostas desportivas moçambiqueMedicina Duke-Nus,apostas desportivas moçambiqueCingapura, "antes do dia 20, a China poderia ter feito muito mais".

"Depois disso, o resto do mundo deveria estarapostas desportivas moçambiquefatoapostas desportivas moçambiqueestadoapostas desportivas moçambiquealerta e ter combatido melhor o vírus."

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