O dia1xbet partners18751xbet partnersque os Estados Unidos intervieram a favor da Venezuela contra o Reino Unido:1xbet partners
Sob a Doutrina Monroe, atribuída ao ex-presidente dos Estados Unidos James Monroe, que clamava por uma "América para os americanos", os Estados Unidos intervieram na disputa sobre a fronteira entre a Guiana Inglesa (atual Guiana) e a Venezuela.
Foi uma das poucas vezes na história1xbet partnersque a "relação especial" entre as duas potências anglo-saxãs foi rompida. E o motivo foi a Venezuela.
O pomo da discórdia
Com 159,5 mil quilômetros quadrados ricos1xbet partnersrecursos naturais, o Essequibo foi durante séculos o foco1xbet partnersuma disputa territorial histórica.
Foi inicialmente controlado pelos impérios espanhol e holandês, que mais tarde o cederiam aos britânicos.
Segundo documento do Departamento1xbet partnersEstado dos Estados Unidos, a disputa entre Caracas e Londres começou oficialmente1xbet partners1841, quando o governo venezuelano denunciou uma suposta incursão britânica1xbet partnerssolo venezuelano.
Em 1814, o Reino Unido havia adquirido a Guiana Inglesa por meio1xbet partnersum tratado com a Holanda, mas o pacto não definia a fronteira oeste do território e por isso os britânicos nomearam o explorador Robert Schomburgk1xbet partners1840 para determinar esse limite.
Pouco depois, foi inaugurada a chamada "Linha Schomburgk", um polêmico traçado que reivindicava quase 80 mil quilômetros quadrados adicionais, área equivalente a duas vezes à do Estado do Rio1xbet partnersJaneiro.
Ao mesmo tempo, a Venezuela — valendo-se dos limites estabelecidos na época1xbet partnerssua independência — garantiu que1xbet partnersfronteira se estendesse a leste do rio Essequibo, reclamando assim dois terços da então colônia britânica.
Gota d'água
Mas a linha da fronteira não parou por aí. Anos mais tarde, quando se descobriu a existência1xbet partnersouro na área disputada, o Reino Unido buscou estender a fronteira ainda mais, adicionando 85 mil quilômetros quadrados à1xbet partnerscolônia.
Para a Venezuela, essa foi a gota d'água. Seu governo decidiu então romper as relações com Londres e pedir ajuda aos EUA, solicitando à superpotência que colocassem1xbet partnersprática a Doutrina Monroe, que desde 1823 estabelecia que qualquer tentativa europeia1xbet partnersinterferir com Estados soberanos nas Américas seria vista como um sinal1xbet partnersuma "disposição hostil" frente a Washington.
Os Estados Unidos responderam expressando preocupação, mas inicialmente fizeram pouco para facilitar uma solução para o conflito.
Mas depois da insistência venezuelana e pressão do então presidente dos Estados Unidos Grover Cleveland e1xbet partnersseu ex-embaixador1xbet partnersCaracas,1xbet partnersjaneiro1xbet partners1895, a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos propôs a Resolução 252 ao Congresso, recomendando que a disputa fosse resolvida1xbet partnersarbitragem internacional.
Cleveland já havia declarado1xbet partnersuma declaração polêmica que a linha1xbet partnersfronteira no Essequibo havia sido expandida "de uma forma misteriosa".
A luta pela influência na América Latina
Além da questão do Essequibo, a intervenção dos Estados Unidos ocorreu no contexto1xbet partnersuma luta entre Washington e Londres para manter a América Latina1xbet partnerssuas esferas1xbet partnersinfluência.
"Uma espécie1xbet partnerstransição gradual entre o domínio britânico e americano já estava ocorrendo. Naquela época, a Grã-Bretanha ainda era muito mais influente do que os Estados Unidos na América Latina", diz Benjamin Coates, professor1xbet partnersHistória na Wake Forest University na Carolina do Norte (EUA), à BBC News Mundo, o serviço1xbet partnersnotícias1xbet partnersespanhol da BBC.
"E assim foi até pelo menos o fim da Primeira Guerra Mundial ou mesmo logo depois", acrescenta.
No final do século 19, também foi realizada a Divisão da África e, segundo Coates, os Estados Unidos temiam que as potências europeias tentassem dividir a América Latina da mesma forma que fizeram com o continente africano.
A decisão1xbet partnersdefender a Venezuela também foi política. Entre 1893 e 1897, os Estados Unidos viviam uma grande depressão econômica e uma das críticas da oposição ao presidente Cleveland era que ele não destacava seu país como potência.
Para Coates, a ironia da questão é que Cleveland foi na verdade "um dos presidentes mais anti-imperialistas" que os Estados Unidos já tiveram.
"Ele não estava necessariamente tentando exercer algum tipo1xbet partnerscontrole imperial dos EUA sobre a América do Sul, mas queria evitar que os britânicos se expandissem ainda mais", diz o especialista.
Prova1xbet partnersfogo para a Doutrina Monroe
O historiador Matthew Pinsker, do Dickinson College, na Pensilvânia (EUA), explica que a Doutrina Monroe foi, desde1xbet partnersfundação e por mais1xbet partners70 anos, "honrada mais em1xbet partnersviolação do que na realidade".
Mas a disputa pelo Essequibo mudou essa dinâmica.
"Parte da razão pela qual os Estados Unidos se envolveram foi porque um ex-embaixador dos EUA na Venezuela estava exercendo pressão1xbet partnersnome dos venezuelanos. Trinta anos se passaram desde o fim da guerra civil e o país estava mais forte e determinado1xbet partnersprojetar poder. Também havia a esperança1xbet partnersque os Estados Unidos se tornassem uma potência mundial", diz Pinsker à BBC News Mundo.
De fato, o escritor, advogado e ex-embaixador dos EUA na Venezuela William Scruggs desempenhou um papel fundamental na campanha para ajudar o país ao publicar um panfleto controverso intitulado British aggressions in Venezuela; or The Monroe doctrine on trial (Agressões britânicas na Venezuela; ou A doutrina Monroe1xbet partnersjulgamento,1xbet partnerstradução livre para o português).
Ventos1xbet partnersguerra
Embora irritado com a intervenção americana, o Reino Unido estava muito distraído com vários conflitos que enfrentou ao redor do mundo, especialmente na África do Sul, para se concentrar neste assunto.
No entanto, o ex-primeiro-ministro britânico, Lord Salisbury, respondeu à pressão dos EUA alegando que a Doutrina Monroe não tinha validade como lei internacional.
Mas Cleveland não deu o braço para torcer e essa resposta o enfureceu.
Em 171xbet partnersdezembro1xbet partners1895,1xbet partnerssessão extraordinária no Congresso dos Estados Unidos, o presidente solicitou a criação1xbet partnersuma comissão que teria a tarefa1xbet partnersinvestigar exaustivamente os limites das nações1xbet partnersdisputa e propôs que as conclusões dessa comissão fossem levadas a cabo "de qualquer forma".
A proposta foi aprovada por unanimidade e rumores1xbet partnersguerra com o Reino Unido começaram a circular na imprensa americana.
Londres sabia que não tinha condições1xbet partnersentrar1xbet partnersuma nova guerra com os Estados Unidos e acabou aceitando a intervenção em1xbet partnersex-colônia.
Foi assim que os Estados Unidos, representando a Venezuela, e o Reino Unido firmaram1xbet partners21xbet partnersfevereiro1xbet partners1897 um tratado1xbet partnersWashington para submeter a controvérsia à arbitragem internacional.
A Venezuela estava convencida1xbet partnersque a Justiça estaria do seu lado, mas a comissão acabou julgando1xbet partners31xbet partnersoutubro1xbet partners1899 a favor do Reino Unido, estabelecendo a "Linha Schomburgk" como fronteira entre os dois territórios.
Uma disputa não resolvida
A polêmica decisão é conhecida hoje como 'Laudo Arbitral1xbet partnersParis'.
"O painel1xbet partnersarbitragem dominado pelos americanos acabou cedendo a maior parte do território disputado aos britânicos. A mediação mostrou a força dos Estados Unidos na América Latina e também foi um ponto1xbet partnersinflexão para as relações britânico-americanas no caminho para a "relação especial" entre os dois países", explica Pinsker.
O historiador Benjamin Coates diz acreditar que a Venezuela teve sucesso1xbet partnersfazer com que os EUA interviessem e os ajudasse, mas lamenta que, uma vez que Washington entrou na briga, "ignorou completamente os interesses venezuelanos".
Muito mais tarde, na década1xbet partners1950, surgiram algumas evidências que falavam da cumplicidade entre os delegados britânicos e o juiz russo daquele tribunal1xbet partnersParis, cujo voto foi decisivo para a decisão contra a Venezuela.
Em resposta a essas revelações,1xbet partners1962 a Venezuela denunciou a sentença como "nula e sem efeito" e reativou a reivindicação do território perante a Organização das Nações Unidas (ONU).
Após a denúncia venezuelana, foi assinado o Acordo1xbet partnersGenebra, segundo o qual a área é controlada pela Guiana, embora1xbet partnerssoberania seja reivindicada pela Venezuela.
O acordo, que tinha caráter temporário, previa o prazo1xbet partners4 anos para dirimir a controvérsia.
No entanto, suas diretrizes continuam1xbet partnersvigor e a disputa pelo território1xbet partnersEsequiba continua.
Mas a Venezuela não tem mais o apoio1xbet partnersWashington e seus sonhos1xbet partnerscontrolar uma região rica1xbet partnersrecursos naturais parecem ter desaparecido, por enquanto.
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