Como a Ciência explica que nunca esquecemoscbet strategyalgumas músicas:cbet strategy
Não sabemos ainda muito bem o porquê, mas a música é uma das poucas armas que os terapeutas têm para lidar com o avanço do malcbet strategyAlzheimer, a forma mais comumcbet strategydemênciacbet strategyidosos.
Mas como a música tem esse efeito na memória? Por que nunca esquecemoscbet strategynossas músicas favoritas?
"A música tem a capacidade duplacbet strategycriar e recuperar memórias dentro do cérebro humano", diz a psicóloga Lucía Amoruso, pesquisadora da Universidadecbet strategyBuenos Aires na Argentina, que investiga aspectos do comportamento e da música.
"Quando as pessoas sofremcbet strategydemência senil ou Alzheimer,cbet strategymuitos caso,s a música é a única chave que lhes resta para desbloquear essas memórias."
Música materna
Embora existam muitas teorias, não existe uma definitiva sobre quando a música apareceu na vida do ser humano.
De todas as hipóteses, incluindo a que indica que se pretendia imitar o "canto" dos animais, há uma surpreendente: a que sugere que foi a forma que as mães encontraram para acalmar seus filhos.
"Em tempos pré-históricos, as mães tinham que se afastarcbet strategyseus bebêscbet strategyintervalos regulares para ter as mãos livres para outras atividades e usavam uma formacbet strategyfalar como bebês, um 'tom maternal', para tranquilizá-los", explica Dean Falk, antropólogo da Universidade da Flórida no livro How Humans Achieved their Words (Como humanos conquistaram suas palavras,cbet strategytradução livre).
A tonalidade, aquela musicalidade com que nossas mães falam conosco especialmente quando somos bebês, abre nossos primeiros canaiscbet strategynossa memória.
"Várias análises indicaram que o cérebro dos bebês tem a capacidadecbet strategyresponder à melodia muito antes que a comunicação possa ser estabelecida por meiocbet strategypalavras", diz Amoruso.
"A música,cbet strategyalguma forma, nos ajuda a criar nosso primeiro vínculo social, que é com nossos pais. E isso será replicadocbet strategynossos outros laços sociais no futuro e, claro, com a música."
Então, quando crescemos com essa programação, toda vez que ouvimos uma melodia, um processo impressionante ocorrecbet strategynosso cérebro:cbet strategyvezcbet strategyativar uma área ou região, várias são ativadas.
"A primeira coisa que ocorre no cérebro quando ouvimos música é que nosso centrocbet strategyprazer é ativado e libera dopamina, que é basicamente um neurotransmissor que nos deixa felizes", explica Robert Zatorre, que é músico, psicólogo e fundador do Centrocbet strategyPesquisa do Cérebro, Música e Som, no Canadá.
Normalmente, as músicas que memorizamos ficam no lobo frontal, onde está localizada nossa "discoteca" mental.
"No entanto, embora pareça que a música simplesmente nos dá prazer e o guardamos na memória, a verdade é que muito mais coisas acontecemcbet strategynossas cabeças", diz Zatorre.
O cérebro, para começar, compara a melodia que está ouvindo com aquela gravada emcbet strategycabeça, o que nos permite reconhecer uma música simplesmente ouvindo suas primeiras notas.
"E outro processo que ocorre é que o cérebro deve separar a música do ruído externo. Esse processo também é bastante complexo, porque devemos iniciar vários processos cognitivos", explica Zatorre.
Músicas favoritas
Mas o que acontece quando uma música não só transmite prazer, mas também emoções (que podem até ser tristes) e desperta sentimentos?
Recentemente, por ocasião do Dia Mundial da Luta contra a Doençacbet strategyAlzheimer, perguntamos aos leitores sobre as canções que pensavam que nunca iriam esquecer.
E embora muitas delas estivessem relacionadas ao amor, a verdade é que a maioria era determinada por um momento preciso da vida: o nascimentocbet strategyum filho, a primeira viagem ao exterior, a mortecbet strategyum amigo, a libertação da prisão.
Na ciência, essa correlação também é explicada pela conexão das melodias com a memória.
"Existem vários sistemascbet strategymemória: episódica, temporal, semântica,cbet strategycurto prazo,cbet strategylongo prazo", enumera Amoruso.
Assim como uma música pode fazer partecbet strategyum momento específico, como uma viagem inesquecível, o momentocbet strategyque nos apaixonamos por alguém, uma conquista importante, o artista que interpreta a música ou a letra da música também desempenha um papel importante.
"Uma viagem, um momento, fazem parte da memória episódica, mas acontece que a música é interpretada por um artista que conhecemos bem, suas características, história... Aí também se ativa a memória semântica", afirma o especialista.
"Para ser armazenadacbet strategynosso cérebro, a música dependecbet strategytodos esses sistemascbet strategymemória", acrescenta.
'Toquecbet strategynovo'
Para Zatorre, além desse processo, com a música, também existe um fenômeno associado à repetição.
"O que acontece quando gostamos muitocbet strategyuma música? Nós a repetimos", diz ele.
"E não apenas por um breve período. Por exemplo, uma música que nos marcou quando tínhamos 15 anos, podemos ouvi-la muitas vezes pelo restocbet strategynossas vidas. Ela acaba gravada na nossa memóriacbet strategyforma excepcional", explica Zatorre.
"Algo que não acontece da mesma forma com outras coisas que nos dão prazer: comer nossa comida favorita ou visitar nosso lugar preferido", completa.
E aí vem outro fator: a música não só cria memórias e evoca emoções, mas também condiciona nosso comportamento e nossas memórias.
Um dos principais estudoscbet strategyAmoruso examinou como, por meio da música, as pessoas podem antecipar o comportamento dos outros.
Emcbet strategypesquisa, intitulada "O tempo do tango: experiência e antecipação contextual durante a observação da ação", a neurologista destaca que as pessoas estudadas que ouviam tango há muitos anos (e também o dançavam) podiam antecipar,cbet strategyapenas milissegundos, o erros que quem nunca tinha ouvido a famosa melodia argentina ia cometer ao dançar pela primeira vez.
"O que os resultados deste estudo mostram é que as reações no cérebro que permitiram antecipar esse erro foram inteiramente devidas à experiênciacbet strategyquem ouvia e dançava tango há muitos anos", explica.
Até o último suspiro
Recentemente, viralizou um vídeocbet strategyuma idosa sentadacbet strategyuma cadeira, que depois que alguém a fez ouvir a famosa peçacbet strategybalé O Lago dos Cisnes,cbet strategyPyotr Ilyich Tchaikovsky, parece começar a dançar.
Emcbet strategycadeiracbet strategyrodas, com os olhos fechados, como se evocassem uma luz, realiza movimentoscbet strategybalé com as mãos, quase como se estivesse diantecbet strategyum auditório lotado.
Mas a verdade é que ela estavacbet strategyuma casacbet strategyrepouso. Seu nome era Marta González, e ela sofriacbet strategyAlzheimer (faleceucbet strategy2019, logo após a gravação do vídeo). Mas ela havia estudado balécbet strategyCuba e não havia esquecido aqueles belos movimentos do Lago dos Cisnes, apesar do avanço da doença. E eles foram ativados ao ouvir música.
Como isso pode acontecer, se um dos locais mais afetados pelo Alzheimer é o lobo frontal?
"É algo que ainda não podemos respondercbet strategyforma conclusiva. O que poderíamos afirmar é que a música é a chave para muitas memórias que ainda estão na nossa memória, apesarcbet strategysofrermoscbet strategyuma doença degenerativa", explica Amoruso.
No entanto, nem qualquer música pode ser usada para tratar pessoas afetadas por demência senil ou Alzheimer.
"Não se pode dizer com certeza que a música é a última coisa que esquecemos. Muitos pacientes com Alzheimer não reagem aos tratamentos com música", diz Zatorre.
Mas o especialista aponta uma diferença: quando a música para o tratamento é escolhida pelo paciente é quando há os melhores resultados.
"O vínculo com a música e a memória tem um alto grau emocional. Muitos desses pacientes acessam essas memórias graças à música. Na verdade, às vezes, é o último recurso para acessar essas memórias", nota Amoruso.
Para Zatorre e Amoruso, a música também tem sido um elemento fundamental para lidar com o confinamento. E talvez seja assim que nos lembramoscbet strategy2020 e do contexto da pandemia do coronavírus.
"Muitos dos pacientes que tratei me confessaram que nem sexo, nem comida, nem bebida alcoólica ajudaram muito a lidar com o confinamento e as circunstâncias que nos levaram a viver a pandemia", disse Zatorre .
"A maioria indica que a música tem sidocbet strategymaior aliada. Que essa tem sido uma formacbet strategyaguentar o que está acontecendo. E tenho certeza que muitas memórias foram criadas a partir dessa combinação."
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