Covid-19: os pontos fracos e fortes das vacinas mais adiantadas:real ao vivo

Profissionalreal ao vivojaleco segura seringa e frascoreal ao vivovidro escrito 'Covid-19 vaccine'

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Legenda da foto, Atualmente, maisreal ao vivo10 candidatas à vacina estão na fase 3real ao vivotestes clínicos, a última etapa antes da aprovação pelas agências regulatórias

O estudo, que analisa maisreal ao vivo43 mil indivíduos espalhados por África do Sul, Alemanha, Argentina, Brasil, Estados Unidos e Turquia, vai continuar por vários meses. Porém,real ao vivorazão da urgência da pandemia, esses achados iniciais já servirãoreal ao vivobase para que Pfizer e BioNTech peçam uma liberação emergencialreal ao vivoseu produto ao FDA, a agência regulatória dos Estados Unidos. De acordo com as empresas, essa requisição vai acontecer "nos próximos dias".

Mas essa candidata à vacina não é a única que está à beira da aprovação:real ao vivocomunicado divulgado essa semana, o laboratório Moderna também garantiu que o seu imunizante possui uma taxareal ao vivoeficáciareal ao vivo94%.

Com esse avanço nas pesquisas, muita gente pode estar se perguntando: quais são os pontos fortes e os pontos fracosreal ao vivocada competidor nessa corrida por uma vacina? Chegou a horareal ao vivoconhecê-los.

BNT162 (Pfizer e BioNTech)

Pelo que sabemos até o momento, a vacina BNT162 é uma das mais adiantadas e deve ser aprovada nos Estados Unidos nas próximas semanas. Umreal ao vivoseus maiores diferenciais está no fatoreal ao vivoque ela é baseadareal ao vivoRNA.

Em resumo, esse produto contém uma pequena sequência genética criadareal ao vivolaboratório que "ensina" as próprias células do corpo humano a produzirem proteínas parecidas com o Sars-CoV-2. A partir daí, o sistema imune reconhece a ameaça e cria uma resposta que protege o organismoreal ao vivouma futura infecção.

É preciso ponderar que os resultados anunciados por Pfizer e BioNTech ainda precisam ser publicadosreal ao vivoalgum periódico científico para serem avaliados por especialistas independentes.

Se eles forem realmente consistentes, representarão uma mudançareal ao vivoparadigma na ciência: essa seria a primeira vacina genética da história.

Mas qual a vantagem disso? Em primeiro lugar, elas são muito mais fáceis e rápidasreal ao vivoserem produzidas. As exigênciasreal ao vivolaboratório e equipamentos são menoresreal ao vivocomparação com os imunizantes que temos até o momento.

O maior ponto negativo por aqui está na necessidadereal ao vivomanter as doses numa temperaturareal ao vivomenos 70 °C para evitar que a substância perca seu efeito. Isso pode se tornar um grande empecilhoreal ao vivoregiões remotas ou muito quentes.

Em entrevistas recentes, os representantes da Pfizer disseram que estão pensandoreal ao vivosoluções e tecnologias para garantir essa temperatura tão baixa, que chega a ser mais fria que o inverno da Antártica.

Outro problema seria a disponibilidade desse imunizante no Brasil. Por ora, não há nenhum acerto para compra ou transferênciareal ao vivotecnologia ao país. Mesmo se o governo brasileiro e as duas empresas fecharem um acordo, as primeiras doses só chegariam aqui a partir do primeiro trimestrereal ao vivo2021, uma vez que outras nações já garantiram os primeiros lotes.

Profissional da saúde aplica vacina no braçoreal ao vivoidoso

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Legenda da foto, Com a limitação no númeroreal ao vivodoses, as primeiras vacinas aprovadas ficarão restritas a alguns grupos, como profissionais da saúde, idosos e portadoresreal ao vivodoenças crônicas

mRNA-1273 (Moderna)

Essa candidata também integra o grupo das vacinas baseadasreal ao vivoRNA. O anúncio recente feito pela Moderna se baseoureal ao vivo95 participantes dos testes clínicos que foram diagnosticados com covid-19. Os resultados mostram que 90 deles eram do grupo placebo, o que permitiu estipular a taxareal ao vivoeficáciareal ao vivo94%.

Há outras boas notícias relacionadas a essas primeiras boas-novas: o imunizante não provocou eventos adversos dignosreal ao vivonota e gerou uma resposta consistente do sistema imunológico mesmoreal ao vivoidosos ou indivíduos com doenças crônicas. Por fim, ele também parece prevenir contra quadros grandesreal ao vivocovid-19, que necessitamreal ao vivointernação e intubação.

Antesreal ao vivopedir a aprovação, a farmacêutica precisa aguardar mais um pouquinho para completar a metareal ao vivo150 eventos (ou 150 participantes do estudo que pegaram covid-19) para ter dados mais robustos. Isso deve acontecer nas próximas semanas.

Em comparação com o concorrentereal ao vivoPfizer e BioNTech, o produto da Moderna tem a vantagemreal ao vivoum armazenamento a menos 20 °C. Essa é uma temperatura muito mais fácilreal ao vivogarantir com os congeladores e freezers que temos atualmente.

Não há muitas informações sobre a possível chegada dessa vacina ao Brasil. Um caminho para obter o produto pode ser o Fundoreal ao vivoAcesso Global à Vacina para a Covid-19 (Covax), criado pela Organização Mundial da Saúde com o objetivoreal ao vivodistribuir doses aos países menos desenvolvidos. Nosso país faz parte da iniciativa.

Arte com informações sobre vacinas

AZD1222 (Universidadereal ao vivoOxford e AstraZeneca)

Testada no Brasil, essa candidata pertence ao time das vacinasreal ao vivovetor viral não-replicante.

Em resumo, ela foi construída a partirreal ao vivoum adenovírus, um tipo vírus que não prejudica nossa saúde. No interior dele, os cientistas inseriram alguns genes do Sars-CoV-2. Essa junção tem como objetivo suscitar uma reação do sistema imune.

A candidata está caminhando bem nos ensaios clínicos: segundo as informações divulgadas no último dia 23real ao vivonovembro, o imunizante tem uma taxareal ao vivoeficácia que varia entre 62% e 90%,real ao vivoacordo com a dosagem utilizada. Curiosamente, dar uma primeira dose "mais fraca" seguidareal ao vivouma segunda "mais forte" mostrou-se o esquema com os melhores resultados. Ainda não se ao certo quais as razões disso.

Apesar das porcentagensreal ao vivoeficácia serem mais baixasreal ao vivocomparação ao que foi obtido nos casosreal ao vivoPfizer/ BioNTech e Moderna, a AZD1222 apresenta algumas vantagens, como menor custo e mais facilidadereal ao vivoarmazenamento (ela pode ser guardada numa geladeira comum).

Tanto o ponto forte quanto o ponto fraco da AZD1222 estãoreal ao vivoseu ineditismo: até o momento, não existe nenhuma vacina aprovada que utiliza esse tiporeal ao vivometodologiareal ao vivovetor viral não-replicante. Por um lado, isso pode dar certo e revolucionar o conhecimento da área. Por outro, é preciso aguardar os resultados completos com calma para ver a eficácia e a segurança do produto.

Outra vantagem da candidata desenvolvida pela Universidadereal ao vivoOxford, na Inglaterra, e pela farmacêutica AstraZeneca está emreal ao vivodisponibilidade. Há um acordo com o Ministério da Saúde para a compra e a transferênciareal ao vivotecnologia. O laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz, está sendo capacitado para fabricar e distribuir as doses pelo país.

No cenário mundial, os responsáveis por essa vacina garantem que terão a capacidadereal ao vivoentregar 3 bilhõesreal ao vivounidades ao longoreal ao vivo2021.

Coronavirus

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Legenda da foto, Vacinas com vírus inativado, baseadasreal ao vivoRNA,real ao vivosubunidade proteica... há muitos tiposreal ao vivoarmas que estão sendo testadas na luta contra a covid-19

CoronaVac (Sinovac)

Ela foi destaque nas manchetes da semana passada, após a paralisação dos testes clínicos no Brasil por causa da mortereal ao vivoum voluntário. A Agência Nacionalreal ao vivoVigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan trocaram farpas numa sériereal ao vivonotas e entrevistas coletivas.

Passados alguns dias da disputa, tudo acabou esclarecido (o óbito nada teve a ver com a vacina) e o estudo foi retomado normalmente.

Polêmicas à parte, a farmacêutica Sinovac apostou na estratégia do vírus inativado. Os cientistas utilizaram algum método, como calor ou substâncias químicas, para incapacitar o Sars-CoV-2,real ao vivomodo que ele não cause infecção ou se replique dentro do organismo. Mesmo assim, quando aplicado numa vacina, ele é reconhecido pelo sistema imune, que cria uma resposta protetora.

O ponto forte aqui está na confiabilidade. A ciência trabalha com vacinasreal ao vivovírus inativados há quase sete décadas. Então já se sabe muito bem como produzi-las e os principais problemas que podem aparecer pelo caminho.

Na contramão, o ponto fraco é a demora. A fabricação exige um rigor elevadíssimo e uma planta industrial mais equipada. A formulação também não rende muitoreal ao vivodoses por litro.

O produto está na fase 3real ao vivotestes e espera completar o número mínimoreal ao vivoeventos (voluntários infectados com a covid-19) para calcularreal ao vivotaxareal ao vivoeficácia, como aconteceu recentemente com Pfizer/BioNTech e Moderna.

A refrigeração parece não ser um problema por aqui, já que outras vacinasreal ao vivovírus inativados podem ficar numa geladeira convencional.

Outro ponto positivo é o acordo entre Sinovac e o Instituto Butantan,real ao vivoSão Paulo, que deve facilitar o acesso à CoronaVac no Brasil.

Sputnik V (Institutoreal ao vivoPesquisa Gamaleyareal ao vivoEpidemiologia e Microbiologia)

Por muito tempo, a palavra que melhor definia a Sputnik V era mistério. As primeiras notícias vindas da Rússia, onde fica o Institutoreal ao vivoPesquisa Gamaleya, já diziam que a candidata estavareal ao vivofase avançadareal ao vivopesquisas. Logoreal ao vivoseguida, ela foi aprovada pelo governo daquele país.

Os especialistas ficaram bastante apreensivos, pois os testes clínicos que garantem confiabilidade ao processoreal ao vivopesquisa não haviam sido registrados ou publicadosreal ao vivoqualquer periódico científico.

De lá para cá, muitas informações vieram à tona: a vacina é baseada no vetor viral não-replicante (o mesmo tipo da Universidadereal ao vivoOxford/AstraZeneca) e está sendo testadareal ao vivocercareal ao vivo40 mil voluntáriosreal ao vivopaíses como Rússia, Emirados Árabes Unidos e Belarus.

Numa dessas análises preliminares, os pesquisadores da Sputnik V revelaram uma eficáciareal ao vivo92%, com basereal ao vivo20 eventos registrados. É preciso esperar o estudo evoluir um pouco mais para que essa taxa seja consolidada.

Há especulaçõesreal ao vivoque o imunizante não requer congelamento, mas essa informação ainda precisa ser confirmada.

O governo do estado do Paraná anunciou acordo com os russos há quase dois meses. O Ministério da Saúde também disse manter conversas a respeito da Sputnik V, mas sem definições por enquanto.

JNJ-78436735 (Johnson & Johnson)

África do Sul, Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Estados Unidos, México e Peru são os países onde a vacina da Johnson & Johnson é testada atualmente. São maisreal ao vivo60 mil voluntários nesses países.

Baseada na tecnologia do vetor viral não-replicante (a mesma utilizada por Universidadereal ao vivoOxford/AstraZeneca e Sputnik V), ela parece estar um pouco atrasada, uma vez que ainda não foram feitos anúnciosreal ao vivoanálises preliminares pela farmacêutica. A expectativa é que isso ocorra nas próximas semanas.

A principal vantagem aqui estaria nos números: uma parte dos estudosreal ao vivofase 3 dessa candidata avalia uma única aplicação da vacina. As demais concorrentes carecemreal ao vivoduas doses para surtir efeito. Se esse esquema der certo, isso pode significar uma economiareal ao vivobilhões e bilhõesreal ao vivodólares.

Até o momento, não foram oficializados acordos entre Brasil e Johnson & Johnson para a compra desta vacina contra a covid-19.

Cientista segura bandeja com uma sériereal ao vivoampolas

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Legenda da foto, Há várias estratégias e tecnologias sendo avaliadas para criar vacinas contra a covid-19: desde métodos consagrados com vírus inativados até formulações novas com RNA, um código genético criadoreal ao vivolaboratório

NVX-CoV2373 (Novavax)

Falamos aqui da representante mais avançada da classe das vacinasreal ao vivosubunidade proteica. Em vezreal ao vivousar o vírus inteiro, ela foi desenvolvida a partirreal ao vivoum pedacinho do Sars-CoV-2 capazreal ao vivoativar uma resposta imune.

Em relação aos competidores listados anteriormente, o desempenho da Novavax demorará mais para ser conhecido. Uma parte dos estudosreal ao vivofase 3 são realizados no Reino Unido com 15 mil voluntários, onde os resultados preliminares são aguardados para janeiro ou fevereiroreal ao vivo2021.

Há uma outra parcela desta pesquisa que vai ser feita com dezenasreal ao vivomilharesreal ao vivoparticipantes nos Estados Unidos. Mas a etapa está prevista para começar apenas no finalreal ao vivonovembro ou inícioreal ao vivodezembro.

Como o produto da Novavax faz parte do Covax (aquele consórcio da OMS para compra e distribuiçãoreal ao vivodoses aos países menos desenvolvidos), é possível que ela chegue ao Brasilreal ao vivoalgum momento, se tudo der certo.

Ad5-nCoV (CanSino)

Também feita a partirreal ao vivovetor viral não-replicante (a exemplo das candidatasreal ao vivoUniversidadereal ao vivoOxford/AstraZeneca, Sputnik V e Johnson & Johnson), ela foi aprovada emergencialmente para uso entre militares chineses, mesmo antes dos estudos maioresreal ao vivosegurança e eficácia.

Nos testesreal ao vivofase 3, a Ad5-nCoV é atualmente aplicadareal ao vivomaisreal ao vivo40 mil voluntários do Paquistão, da Arábia Saudita e do México.

São poucas as informações a respeito desta vacina. Portanto, é necessário aguardar os responsáveis para novos anúncios e novidades.

Covaxin (Bharat Biotech)

Desenvolvida na Índia, é uma das últimas candidatas a entrar na fase 3 dos testes clínicos. Assim como a CoronaVac, ela também utiliza vírus inativados emreal ao vivoformulação.

Como dito anteriormente, há uma grande experiência mundial no uso dessa tecnologia, apesarreal ao vivoela ser custosa e demorada quando comparada aos métodos mais modernos.

Os responsáveis pretendem recrutar maisreal ao vivo25 mil participantesreal ao vivoterritório indiano. De acordo com uma reportagem da Reuters, a expectativa é que a distribuição das doses se inicie a partirreal ao vivofevereiroreal ao vivo2021.

Mais detalhes sobre a Covaxin devem ser divulgadosreal ao vivobreve.

Línea

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