‘Nos dispensaram por não prescrever cloroquina contra a covid-19’: médicos acusam operadorajogar xadrez online gratissaúde:jogar xadrez online gratis

Cartelajogar xadrez online gratiscomprimidos e caixa escrito 'hidroxicloroquina', com painel escrito 'coronavírus' atrás

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em estudo clínico brasileiro, usojogar xadrez online gratishidroxicloroquina não mostrou benefícios no tratamento para covid-19 e foi associada a efeitos colaterais mais frequentes

Em outra mensagem, o mesmo coordenador afirma que os médicos que não concordarem com a prescrição da hidroxicloroquina podem ser substituídos nos plantões da Hapvida.

As mensagensjogar xadrez online gratisWhatsApp às quais a BBC News Brasil teve acesso, confirmadas por médicos que prestaram serviços à empresa, ilustram as cobranças relatadas por profissionais do planojogar xadrez online gratissaúde para prescrever hidroxicloroquinajogar xadrez online gratiscasosjogar xadrez online gratiscovid-19.

O medicamento é desaconselhado por diversas entidadesjogar xadrez online gratissaúde internacionais e nacionais, após inúmeros estudos apontarem que é ineficaz contra o coronavírus e pode trazer riscos ao paciente.

A operadora nega que haja pressão e diz que seus médicos são livres para escolher a melhor linhajogar xadrez online gratistratamento para seus pacientes.

A reportagem apurou que as mesmas mensagens do coordenador da regiãojogar xadrez online gratisRibeirão Preto foram compartilhadas em, ao menos, três gruposjogar xadrez online gratisWhatsAppjogar xadrez online gratisprofissionais que atuam no Grupo São Francisco, rede do interiorjogar xadrez online gratisSão Paulo que foi comprada pela Hapvida no ano passado por R$ 5 bilhões.

"Eu não queria prescrever hidroxicloroquina a pacientes com a covid-19 porque não é um medicamento aconselhado por entidadesjogar xadrez online gratissaúde", conta o médico Mauro*, que relata ter sido dispensado pela Hapvida por não concordar com o uso do remédio contra o coronavírus.

Os relatosjogar xadrez online gratiscobrança sobre a hidroxicloroquina não se restringem às unidades da Hapvidajogar xadrez online gratisSão Paulo. A operadorajogar xadrez online gratissaúde, que estájogar xadrez online gratisdiversas regiões do país, é alvojogar xadrez online gratisinvestigações no Ceará, pelo Ministério Público e pelo Conselho Regionaljogar xadrez online gratisMedicina, após um médico relatar que foi desligado da empresa ao se recusar a prescrever a medicação.

Mensagemjogar xadrez online gratisWhatsapp

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Em mensagensjogar xadrez online gratisWhatsapp, coordenador da Hapvida no interiorjogar xadrez online gratisSão Paulo cobra que médicos prescrevam hidroxicloroquina aos pacientes.

Em nota à BBC News Brasil, o Conselho Federaljogar xadrez online gratisMedicina (CFM) afirma desconhecer casosjogar xadrez online gratiscobrançajogar xadrez online gratisempresas para a prescriçãojogar xadrez online gratisdeterminado medicamento. Porém, a entidade frisa que essas situações devem ser denunciadas. "O princípio que deve, obrigatoriamente, nortear o tratamento do paciente é o da autonomia do médico", diz comunicado da instituição.

A Hapvida nega qualquer pressão para que os médicos receitem a hidroxicloroquina. A empresa argumenta que adotou o remédio no tratamento contra o coronavírus por "haver evidências"jogar xadrez online gratisque a droga pode ajudar no combate ao vírus.

'Queriam obrigar a prescrever'

Logo no início da pandemia do novo coronavírus, diversos planosjogar xadrez online gratissaúde e hospitais públicos passaram a adotar a cloroquina e a hidroxicloroquina no tratamento da covid-19. As pesquisas iniciais apontaram possível benefício do medicamento, tradicionalmente usadojogar xadrez online gratiscasosjogar xadrez online gratisdoenças como malária e lúpus, contra sintomas do Sars-Cov-2, nome oficial do vírus.

Em abril, a Hapvida comercializou a hidroxicloroquina por R$ 18, a preçojogar xadrez online gratiscusto, para os pacientes.

No mês seguinte, adquiriu milharesjogar xadrez online gratisunidades do medicamento e passou a entregá-lo gratuitamente aos seus clientes.

No protocolo da Hapvida, é mencionado que a hidroxicloroquina deve ser adotada logo nos primeiros diasjogar xadrez online gratissintomas. Nas orientações da rede, a droga é contraindicadajogar xadrez online gratiscasosjogar xadrez online gratispessoas que têm dificuldades como problemas cardíacos ou renais e para aquelas que têm alergia à medicação.

Além da hidroxicloroquina e da cloroquina, o protocolo da Hapvida também inclui outros medicamentos, como o antiparasitário ivermectina, o corticoide prednisona e o antibiótico azitromicina.

"Mas a pressão maior é para a prescrição da hidroxicloroquina. Queriam nos obrigar a prescrever", afirma Mauro.

Folheto com mensagem da Hapvida divulgando a hidroxicloroquina distribuída gratuitamente na empresa

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Operadorajogar xadrez online gratissaúde divulga tratamento com a hidroxicloroquina a pacientes e afirma ter bons resultados. Na imagem, mensagem que constajogar xadrez online gratisum hospital da Hapvida no Ceará.

Os estudos sobre a hidroxicloroquina e a cloroquina — da qual a primeira é um derivado — apontaram que essas drogas são ineficazes contra a covid-19 e podem fazer com que os pacientes desenvolvam dificuldades, como problemas nos batimentos cardíacos. Em razão disso, muitas pesquisas sobre os medicamentos foram suspensas.

Em 23jogar xadrez online gratisjulho, um estudo feitojogar xadrez online gratishospitais brasileiros, publicado no periódico New England Journal of Medicine, apontou que a hidroxicloroquina sozinha, ou associada à azitromicina, não traz melhoras no tratamento da covid-19.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) interrompeu estudos com a cloroquina sob a alegaçãojogar xadrez online gratisque as pesquisas apontaram que ela não reduz a mortalidadejogar xadrez online gratispacientes com o coronavírus. Os testes foram retomados depois, mas até o momento os resultados mostram que não há eficácia do medicamento contra covid-19.

Em todo o mundo, há pesquisas com diferentes drogas que podem ter bom desempenho contra a covid-19. No entanto, não há, ao menos por ora, nenhum remédio com comprovação científica contra o coronavírus.

No momento, a principal recomendaçãojogar xadrez online gratisentidadesjogar xadrez online gratissaúde é que o médico decida por conta própria o melhor tratamento, conforme cada caso.

Isso significa que um profissional pode prescrever um medicamento off label — ou seja, para uma doença que não consta na bula —, desde que aponte os riscos e o paciente concordejogar xadrez online gratisutilizá-lo.

O Códigojogar xadrez online gratisÉtica Médica destaca que o profissionaljogar xadrez online gratissaúde não pode sofrer pressão para adotar determinado remédio.

Mensagemjogar xadrez online gratisWhatsapp

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Mensagemjogar xadrez online gratisum dos coordenadores da Hapvidajogar xadrez online gratisSão Paulo anuncia que médicojogar xadrez online gratisFortaleza ajudará a convencer pacientes com a covid-19 a tomarem a hidroxicloroquina.

Distribuição gratuitajogar xadrez online gratishidroxicloroquina

A despeito dos estudos que passaram a apontar a ineficácia da hidroxicloroquina contra o coronavírus e até mesmo riscos à saúde, a Hapvida manteve a distribuição do medicamento entre os pacientes.

"Eles cobravam, nos hospitais ejogar xadrez online gratisreuniões online, que os pacientes deveriam sair da unidade com a hidroxicloroquina, mesmo aqueles que se recusassem a tomar. Diziam que era inaceitável que os médicos não usassem a medicação no tratamento", comenta Mauro.

Os médicos ouvidos pela reportagem contam que a cobrança da Hapvida para prescrever o remédio começou no iníciojogar xadrez online gratismaio.

Na época, a Fundação Ana Lima, braço social da Hapvida, anunciou que havia adquirido comprimidosjogar xadrez online gratishidroxicloroquina e os entregou a hospitais da operadorajogar xadrez online gratissaúde, que iriam distribuí-los gratuitamente aos pacientes da rede.

Quando anunciou as entregas dos remédios,jogar xadrez online gratismaio, o presidente do sistema Hapvida, Jorge Pinheiro, disse que a empresa tinha comprimidos disponíveis para tratar 20 mil pessoas e afirmou que a operadorajogar xadrez online gratissaúde estava trabalhando para ampliar a quantidade.

Pinheiro declarou, aindajogar xadrez online gratismaio, que as pessoas poderiam realizar os tratamentosjogar xadrez online gratissuas próprias residências, conforme as dosagens indicadas pelos médicos. Ele afirmou que seria uma formajogar xadrez online gratisevitar que os pacientes apresentassem quadros gravesjogar xadrez online gratiscovid-19.

Em nota à BBC News Brasil, a Hapvida argumenta que adquiriu os comprimidosjogar xadrez online gratisrazão da escassez dos medicamentos nas farmácias e que distribui os remédios aos pacientes como "formajogar xadrez online gratisafiançar o acesso ao tratamento".

Questionada pela reportagem, a empresa não informou quanto investiu especificamente nos comprimidosjogar xadrez online gratishidroxicloroquina, nem quantos lotes comprou até o momento. No geral, a operadora afirma que investiu maisjogar xadrez online gratisR$ 110 milhões no combate à pandemia, "em equipamentos, profissionais e insumos".

Logo após o início da distribuição dos comprimidos na rede, os médicos, segundo Mauro, passaram a ser cobrados insistentemente para prescrever o remédio. Ele diz que a orientação era receitar a hidroxicloroquina a todos pacientes com sintomas gripais que não fossem alérgicos ao medicamento e não tivessem problemas cardíacos ou renais. "Mesmo que a pessoa ainda não tivesse confirmação da doença, eles diziam para prescrever", relata Mauro.

A partirjogar xadrez online gratismeadosjogar xadrez online gratisjunho, segundo ele, a prescrição do remédio se tornou praticamente obrigatória nos hospitais da Hapvida na regiãojogar xadrez online gratisRibeirão Preto. "Eles deixaram muito claro que quem não prescrevesse seria desligado da empresa", relata Mauro.

A mesma pressão também foi relatadajogar xadrez online gratisFortaleza. O médico Felipe Nobre,jogar xadrez online gratis26 anos, conta ter sido frequentemente questionado sobre a prescrição do medicamento para pacientes com a covid-19.

"Desde o fimjogar xadrez online gratismarço havia a sugestão para prescrever o remédio. Em abril, a pressão aumentou muito. Mas a maioria dos médicos não quis receitar, por não haver evidências sólidas. Até então, era usado apenasjogar xadrez online gratispacientes internados, que tinham acompanhamento e faziam eletrocardiograma diariamente. Não havia nada que indicasse que também deveria ser usado para casos leves", explica.

Assim como no interiorjogar xadrez online gratisSão Paulo, ele comenta que a cobrança para receitar a hidroxicloroquinajogar xadrez online gratisFortaleza aumentou quando a Hapvida adquiriu os comprimidos do medicamento. "A partirjogar xadrez online gratismaio, queriam que entregasse para qualquer casojogar xadrez online gratissíndrome gripal. Os coordenadores mandavam estudosjogar xadrez online gratisbaixa qualidade para justificar e usavam poder argumentativo chulo para tentar nos convencer", relata Felipe.

Médico Felipe Nobre

Crédito, Arquivo pessoal

Legenda da foto, Médico Felipe Nobre relata ter sido dispensado após se recusar a prescrever hidroxicloroquina a pacientes com covid-19, na Hapvidajogar xadrez online gratisFortaleza

'Ofensores'

Os médicos ouvidos pela reportagem relatam que foi criado um ranking para analisar os profissionais que prescreviam a hidroxicloroquina. Os que não receitavam a medicação eram chamadosjogar xadrez online gratis"ofensores".

Um dos prints aos quais a reportagem teve acesso mostra o mesmo coordenador da Hapvida, citado no início do texto, afirmando que a empresa faria "os ajustes que fossem necessários"jogar xadrez online gratisrelação aos médicos que não prescrevessem hidroxicloroquina.

"Quem não estiverjogar xadrez online gratisacordo com as orientações, peço que me avise e agendaremos reunião para tratar caso a caso. Até a data a reunião, se não se sentirem à vontade, nos avisem que arrumaremos substitutos aos seus plantões", escreveu o coordenador, no mês passado,jogar xadrez online gratisgruposjogar xadrez online gratismédicos que atuam na operadorajogar xadrez online gratissaúde na regiãojogar xadrez online gratisRibeirão Preto.

Também nas mensagens que constam nos prints, o coordenador cita que os médicos deveriam encaminhar os pacientes que não queriam receber a hidroxicloroquina para uma sala na qual um médico tentaria convencê-los a tomar o remédio.

Mauro não queria prescrever o medicamento e manifestou seu incômodo com a situação. "Sigo a medicina baseadajogar xadrez online gratisevidência. Se não tem comprovação científica e há estudos dizendo que podem aumentar os problemas do paciente, não era aceitável prescrever", declara o médico. Pouco depois das reclamações, por voltajogar xadrez online gratis20jogar xadrez online gratisjulho, ele foi desligado do quadrojogar xadrez online gratismédicos da Hapvida.

Ao ser dispensado pela empresa, ele diz que se sentiu impotente e humilhado. "Gostojogar xadrez online gratistrabalhar e dou o meu melhor. Mas não vou seguir ordens que vão contra as orientações da Sociedade Brasileirajogar xadrez online gratisInfectologia (que também é contra o uso da cloroquinajogar xadrez online gratistratamentojogar xadrez online gratiscovid-19) e dos maiores gruposjogar xadrez online gratispesquisa do mundo", relata Mauro.

Mensagemjogar xadrez online gratisWhatsapp

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Segundo médicos ouvidos pela reportagem, cobrança sobre a hidroxicloroquina se tornou maior após rede começar a distribuir o remédio.

O médico Jorge* começaria a dar plantões no Grupo São Francisco, da Hapvida no interiorjogar xadrez online gratisSão Paulo, quando recebeu as mensagens da coordenação sobre a hidroxicloroquina. "Era uma cobrança por prescrição sem embasamento. Eles se baseiamjogar xadrez online gratisestudos observacionais, que na prática científica não tem valorjogar xadrez online gratisprova", relata.

Os estudos observacionais, que costumam ser citados como argumentos para o usojogar xadrez online gratisremédios contra a covid-19, são considerados insuficientes por cientistas para definir se uma droga é eficaz contra determinada doença.

"Os estudos observacionais têm uma relevância baixa, porque não são, por exemplo, randomizados (quando participantes são definidosjogar xadrez online gratisforma aleatória). Podem ter muitos vieses. Não são adequados (para atestar a eficáciajogar xadrez online gratisum medicamento)", disse o infectologista Sergio Cimerman, diretor científico da Sociedade Brasileirajogar xadrez online gratisInfectologia,jogar xadrez online gratisrecente entrevista à BBC News Brasil.

A pressão da Hapvida sobre a hidroxicloroquina, segundo Jorge, o desmotivou a trabalhar na operadorajogar xadrez online gratissaúde. "Não cheguei a dar nenhum plantão por lá", diz o médico.

Jorge e Mauro decidiram não denunciar a cobrança da empresa. "É um grupo muito forte. É muito difícil que aconteça algo", argumenta Mauro. Os dois médicos pediram que tivessem as identidades preservadas na reportagem, por temerem represálias.

Em nota, a Hapvida afirma que o protocolo contra a covid-19, no qual recomenda o usojogar xadrez online gratismedicamentos como a hidroxicloroquina, foi elaborado por um comitê médico internacional "que se apoiajogar xadrez online gratisevidências clínicas, ejogar xadrez online gratiscomum acordo com os pacientes".

A empresa afirma,jogar xadrez online gratisnota, que "sempre respeitou a soberania médica quando o objetivo é salvar vidas" e diz que nunca pressionou os profissionaisjogar xadrez online gratissaúde a prescreverem hidroxicloroquina ou qualquer remédio no tratamento da covid-19.

O Ministério Públicojogar xadrez online gratisSão Paulo informou à reportagem que não recebeu nenhuma denúncia sobre o tema até o momento.

O Conselho Regionaljogar xadrez online gratisMedicinajogar xadrez online gratisSão Paulo (Cremesp) confirma que recebeu denúncias sobre hospitais e planosjogar xadrez online gratissaúde que estariam obrigando os médicos a adotarem determinado medicamento contra a covid-19. A instituição, porém, não revelou as empresas que são investigadas, pois argumentou que as apurações "tramitam sob sigilo determinado por lei".

Investigações no Ceará

No Ceará, uma acusaçãojogar xadrez online gratisque a Hapvida estaria pressionando os médicos a prescreverem hidroxicloroquina se tornou alvo do Ministério Público local.

O relato que motivou a investigação partiu do médico Felipe Nobre. Ele narra situações como uma meta estabelecida pela empresa para que os médicos prescrevessem hidroxicloroquina, ao menos, duas vezes por plantão. O profissionaljogar xadrez online gratissaúde comenta que chegou a receber quatro visitasjogar xadrez online gratiscoordenadores da empresajogar xadrez online gratisseu consultório.

"Falaram que as prescrições estavam sendo auditadas para ver quem prescrevia ou não. Eu disse que não receitaria. Me ofereceram até proteção jurídica, caso acontecesse algo com um paciente. Mas eu não quis prescrever uma medicação que poderia mais prejudicar do que ajudar", diz Felipe.

"Não havia acompanhamento dos pacientes que usavam o remédio. Entregar a hidroxicloroquina era uma estratégia para tentar diminuir a internação e evitar que os hospitais ficassem lotados, porque a Hapvida vendeu muito durante a pandemia", comenta o médico.

A operadora nega que tenha deixadojogar xadrez online gratisacompanhar pacientes que recebem o medicamento para tomarjogar xadrez online gratiscasa. A empresa afirma, inclusive, que tem observado bons resultados entre os clientes com a covid-19 que tomaram hidroxicloroquina.

Em 19jogar xadrez online gratismaio, Felipe foi dispensado pela operadorajogar xadrez online gratissaúde. "Havia falado para um dos coordenadores que eu não tinha a intençãojogar xadrez online gratisprescrever o medicamento. Deixei isso muito claro. Depois, ele me avisou que recebeu ordens para me desligar e que eu nem precisaria dar plantão naquela data, que seria o meu dia", conta.

Felipe comenta que ficou abalado com o desligamento da empresa. "Mas eu não poderia depositar a curajogar xadrez online gratisuma doença a um remédio que não tem eficácia comprovada", declara. Na época, já havia estudos que apontavam que a cloroquina e a hidroxicloroquina não apresentavam bons resultados contra o Sars-Cov-2.

Ele conta que passou a dar plantõesjogar xadrez online gratisoutros hospitais. "Não demorei para conseguir outros empregos", diz. O médico lamenta a situaçãojogar xadrez online gratiscolegas que permaneceram na Hapvida. "Muitos não concordamjogar xadrez online gratisprescrever, mas não querem perder o trabalho. Acabam sem opção, infelizmente", relata.

Felipe procurou o Conselho Regionaljogar xadrez online gratisMedicina do Ceará e relatou o caso. A reportagem tentou contato com a entidade, mas não obteve resposta.

O caso também foi levado ao Ministério Público do Ceará (MPCE), que instaurou um inquérito civil para apurar a conduta da Hapvida.

O promotorjogar xadrez online gratisJustiça Eneas Romero, coordenador do Grupo Especialjogar xadrez online gratisCombate à Pandemia no MPCE, comenta que as acusações contra a operadorajogar xadrez online gratissaúde são graves. "Isso interfere na conduta do médicojogar xadrez online gratisoferecer o tratamento que considerar mais adequado ao paciente. Não cabe ao plano fazer interferências sobre o que o paciente deve usar", diz à BBC News Brasil.

"Para prescrever a hidroxicloroquina é preciso haver acompanhamento constante com exames cardíacos, porém isso não era feito e traz sérios riscos. Não queriam internar os pacientes, por isso davam a medicação e mandavam para casa", acrescenta o promotor.

Eneas explica que as provas sobre o caso ainda estão sendo analisadas. Posteriormente, decidirá as providências cabíveis. "Pode acontecer responsabilização civil e administrativa contra o plano", detalha. Segundo ele, caso confirmadas as suspeitas, a Hapvida pode ser multada pela Defesa do Consumidor (Decon) e responder a uma ação civil pública na Justiça.

O promotor aconselha que os profissionaisjogar xadrez online gratissaúde denunciem a situação ao Ministério Público e ao conselho localjogar xadrez online gratisMedicina.

Em nota à BBC News Brasil, a Hapvida afirma que metade dos quase 4 mil médicos das emergências e urgências da rede adotou a hidroxicloroquina no tratamento da covid-19 por escolha própria. Já a outra metade, segundo a operadora, usa outras drogas para o tratamento da doença. "Isso comprova a total liberdadejogar xadrez online gratistomar uma condução terapêutica", diz o comunicado.

A empresa declara,jogar xadrez online gratisnota, que qualquer tipojogar xadrez online gratiscobrança para o uso da hidroxicloroquina não faz parte da conduta da rede.

A Hapvida afirma que deve "investigar e rever processos internos" com seus médicos, "em prol da liberdade terapêutica". Por fim, declara que "segue determinada no combate à pandemia".

*Nomes alterados a pedido dos entrevistados.

jogar xadrez online gratis Após a publicação desta reportagem, a Hapvida enviou uma nova notajogar xadrez online gratisesclarecimento à BBC News Brasil. Segue a íntegra:

jogar xadrez online gratis "Nota à imprensa

Sobre a matéria, o sistemajogar xadrez online gratissaúde elucida que:

- Não há registrosjogar xadrez online gratisinternações resultantesjogar xadrez online gratisqualquer efeito colateral pelo uso do medicamento;

- Acompanha atentamente a jornadajogar xadrez online gratistodos os pacientes até o desfechojogar xadrez online gratiscada caso;

- Se apoia na transparênciajogar xadrez online gratistodos os seu processos e protocolosjogar xadrez online gratisatendimento com o objetivo principaljogar xadrez online gratissalvar vidas."

Línea
  • jogar xadrez online gratis Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube jogar xadrez online gratis ? Inscreva-se no nosso canal!