Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa: o plano dos EUA para explorar comercialmente a Lua - que já causa atrito com a Rússia:jogo do foguete da blaze

Lua

Crédito, NASA

Legenda da foto, A Nasa se prepara para explorar os recursos da Lua

Bridenstein descreveu os acordos como um conjuntojogo do foguete da blazeprincípios para "criar um ambiente seguro e transparente que facilite a exploração, a ciência e as atividades comerciais para o bemjogo do foguete da blazetoda a humanidade".

O que são exatamente estes acordos e o que eles dizem sobre o futuro da exploração lunar?

Foguete da NASA.

Crédito, NASA

Legenda da foto, EUA se preparam para voltar à Luajogo do foguete da blaze2024

Regras do jogo

Os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa propõem regras que devem ser respeitadas por quem quer aproveitar as oportunidades que a Lua oferece.

O documento tem como base o Tratadojogo do foguete da blazeEspaço Exterior (OST, na siglajogo do foguete da blazeinglês), promulgado pela Organização das Nações Unidasjogo do foguete da blaze1967 e considerado o marco legal da exploração espacial.

Os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa estabelecem princípios e propõem que governos e empresas privadas com operações na Lua devem agir com fins pacíficos e transparência.

O documento, que é redigidojogo do foguete da blazetermos bem vagos, faz referência à necessidadejogo do foguete da blazecriar padrões para se trabalharjogo do foguete da blazemaneira colaborativa. Ele estabelece que é preciso prestar ajuda mútua no casojogo do foguete da blazeemergências, publicar dados e descobertas científicas, proteger o patrimônio e lugares históricos da Lua (como o local onde a Apolo 11 aterrissou) e fazer um bom manejo dos dejetos espaciais.

Astronauta na Lua

Crédito, NASA

Legenda da foto, Os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa buscam compartilhar princípios para exploração pacífica da Lua

"Esses acordos são um avanço tremendo para manter o espaço um lugar pacífico", disse Michelle Hanlon, coordenadora do Programajogo do foguete da blazeLeis Espaciais da Universidadejogo do foguete da blazeMississippi, à BBC News Mundo, o serviço da BBCjogo do foguete da blazeespanhol.

"É muito importante falar sobre como vamos manejar os direitos e obrigações na Lua antesjogo do foguete da blazechegarmos lá e começarmos a brigar."

Zonas seguras

Alémjogo do foguete da blazepropor normasjogo do foguete da blazecomportamento, os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa também falam sobre a extraçãojogo do foguete da blazerecursos do solo lunar, um aspecto que não estava presente no Tratado do Espaço Exterior.

"A capacidadejogo do foguete da blazeextrair e utilizar recursos da Lua, Marte e asteróides será fundamental para se apoiar a exploração e desenvolvimento espacial seguro e sustentável", diz o documento da Nasa.

Ele também fala na realizaçãojogo do foguete da blazeoperações que não gerem conflitos e falajogo do foguete da blaze"evitar interferências prejudiciais", com a criaçãojogo do foguete da blaze"zonas seguras".

"O que acontece se tivermos muitas pessoas buscando os mesmos recursos na mesma área?", pergunta Hanlon.

Lua

Crédito, NASA/Joel Kowsky

Legenda da foto, Os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa propõem a criaçãojogo do foguete da blazezonas seguras na Lua

Segundo a especialista, os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa respondem a essa pergunta com o conceitojogo do foguete da blazezonas seguras.

Os acordos dizem que a Nasa e países aliados devem informar o lugar e o objetivojogo do foguete da blazesuas operações lunares, para que possam trabalhar dentrojogo do foguete da blazesuas zonas seguras.

Privatização da Lua?

A ideiajogo do foguete da blazezonas seguras estájogo do foguete da blazeacordo com uma ordem executiva da Casa Branca,jogo do foguete da blazeabril deste ano, que afirma que "os americanos devem ter direito a participar da exploração, recuperação e uso dos recursos do espaço exterior".

Essa mesma ordem executiva estabelece que os Estados Unidos "não veem o espaço exterior como um bem global comum" e por isso defende que se faça um uso público e privado dos recursos espaciais.

Mesmo assim, o conceitojogo do foguete da blazezonas seguras não deixajogo do foguete da blazeser polêmico.

Dmitry Rogozin, diretor da agência espacial russa Roscosmos, se opõe aos Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa.

"O princípiojogo do foguete da blazeinvasão é o mesmo, seja na Lua ou no Iraque", escreveu Rogozin no Twitter quando a imprensa começou a noticiar os acordos, mesmo antesjogo do foguete da blazeuma apresentação oficial da Nasa.

Rogozin considera que esta iniciativa vai dar origem a um "novo Iraque ou Afeganistão".

Foguete sendo lancado

Crédito, NASA

Legenda da foto, Se espera que nos próximos anos mais missões comerciais partam para a Lua

Dimitri Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que os acordos vão necessitar "uma análise exaustiva do pontojogo do foguete da blazevista do direito internacional existente", segundo noticiou a revista Newsweek.

Como explica Hanlon, o OST diz claramente que nenhum país pode se apropriarjogo do foguete da blazeterritórios do espaço, mas não fala nada sobre o usojogo do foguete da blazerecursos extraídos no espaço.

"Tanto os Estados Unidos como a Rússia criaram o precedentejogo do foguete da blazeque se pode tomar coisas da Lua e reivindicá-las a si próprio", diz a especialista.

"Se formos olhar isso da maneira mais pessimista ou cínica, não há dúvidajogo do foguete da blazeque as zonas seguras são uma formajogo do foguete da blazereivindicar direito sobre propriedade. É uma formajogo do foguete da blazedizer 'não chegue pertojogo do foguete da blazemim'."

Hanlon, no entanto, diz que é preciso deixarjogo do foguete da blazelado a mentalidadejogo do foguete da blazepropriedadejogo do foguete da blazeterrenos e conceitojogo do foguete da blazeestabelecimentojogo do foguete da blazeraízes e pensar como se pode proteger as pessoas, as equipes e o patrimônio - sem chamar issojogo do foguete da blazepropriedade.

"Haverá muitos conflitos da interpretação que os Estados Unidos farão do OST para justificar que eles podem extrair recursos da Lua", diz Hanlon.

Marte

Crédito, NASA

Legenda da foto, Montar uma base na Lua pode ajudar na viagem para Marte

"Há quem diga que o espaço é um bem comum e quem diga que não, e ambos os lados têm líderes muito inteligentes,jogo do foguete da blazetal forma que não poderemos ir para o espaçojogo do foguete da blazeforma segura e sustentável até que os dois lados cheguem a um acordo."

Nesse sentido, Hanlon comemora a criação dos Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa, porque pelo menos "agora temos algo na mesa para se discutir".

"É melhor fazer essas discussões mais cedo do que tarde."

Mineração lunar

A mineração e a extraçãojogo do foguete da blazerecursos da Lua parecem ideiajogo do foguete da blazeficção científica, mas os especialistas não acreditam que seja impossível.

Paul Byrne, professorjogo do foguete da blazeGeologia Planetária da Universidade Estatal da Carolina do Norte, acredita que algo assim será possível nos próximos 20 anos.

Byrne, no entanto, considera que o cenário mais provável não é ojogo do foguete da blazerecursos lunares sendo trazidos para a Terra, mas sim da exploração destes recursos no próprio local na Lua ou para transporte a pontos mais longínquos, como Marte, por exemplo.

"Há poucos motivos comerciais para fazer mineração na lua e trazer esses recursos para a Terra", disse Byrne à BBC Mundo.

Orion

Crédito, NASA

Legenda da foto, A cápsula Orion foi construída para levar os próximos astronautas à Lua

"Que eu saiba, não há nada na superfície lunar que não se possa conseguir com custos menores na Terra."

Byrne explica que a Lua não parece um lugar particularmente bom para a extraçãojogo do foguete da blazemetais como ouro, prata e elementos raros, porque é muito provável que eles estejamjogo do foguete da blazeprofundidades impossíveisjogo do foguete da blazese alcançar.

Também se discute a possibilidadejogo do foguete da blazeextraçãojogo do foguete da blazehélio-3, um isótopojogo do foguete da blazehélio que poderia ser usado como combustível para reatoresjogo do foguete da blazefusão, gerando grandes quantidadesjogo do foguete da blazeenergia não contaminante, ainda que não se conheça o volumejogo do foguete da blazehélio-3 que pode ser extraído.

O que faz mais sentido, para Byrne, é construir estruturas na Lua para utilizaçãojogo do foguete da blazerecursos e usá-los ali mesmo.

Nos polos Norte e Sul da Lua, por exemplo, há depósitosjogo do foguete da blazebilhõesjogo do foguete da blazetoneladasjogo do foguete da blazehélio que poderiam servirjogo do foguete da blazecombustível para foguetes.

Lua

Crédito, NASA

Legenda da foto, A última visita à Lua foijogo do foguete da blaze1972

Reabastecer veículos na Lua poderia reduzir os custosjogo do foguete da blazeviagem para lugares mais distantes.

Byrne disse que também se pode contemplar outras possibilidades como compactar o solo lunar e usar esse material para construir casas, ou construir casasjogo do foguete da blazeplástico e metal e cobri-las com o material do solo lunar, que ajudaria a protegê-lasjogo do foguete da blazeradiação.

O geólogo, no entanto, afirma que ainda estamos longejogo do foguete da blazepoder criar uma indústria sustentáveljogo do foguete da blazemineração na Lua.

"Odeio ser cínico, mas não sei como se poderia ganhar dinheiro com isso", diz Byrne. "Talvezjogo do foguete da blaze60 anos me chamemjogo do foguete da blazeidiota por dizer isso, mas por ora ainda não é possível inventar esse mercado."

Byrne se diz cético quanto à possibilidadejogo do foguete da blazevoltar a Lua até 2024. "É um prazo extremamente ambicioso."

Mas ele diz que o interesse por mineração na Lua segue crescendo.

"É inevitável que no longo prazo os humanos tenham atividades comerciais no espaço. Os Acordosjogo do foguete da blazeArtemisa são um primeiro passo para que estas atividades aconteçamjogo do foguete da blazeforma pacífica e colaborativa."

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