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O homem que passou anos com doença misteriosa até inventar a cirurgia que o curou:blackjack pays
Assim como a mãe e a tia, Lindsay passou por inúmeras consultas com diversos médicos, entre eles neurologistas, endocrinologistas e especialistasblackjack paysmedicina interna. Mas nenhum deles conseguia explicar seus sintomas. "Depoisblackjack paysalguns meses, ficou claro que eles não tinham respostas. E eu percebi que minha mãe e minha tia haviam passado a vida inteira indo a médicos e nunca tiveram respostas", lembra.
Determinado a encontrar uma resposta, ele começou a pesquisar por conta própria. Depoisblackjack paysanos mergulhadoblackjack payslivros e artigos médicos eblackjack paysinúmeros contatos com especialistas, Lindsay acabou não apenas chegando a um diagnóstico - descobriu que suas glândulas suprarrenais produziam adrenalinablackjack paysexcesso - como também desenvolvendo uma cirurgia para curar a própria doença.
Hoje, ele dá palestras sobreblackjack paysexperiência e atua como consultor médico para ajudar outros pacientes com enfermidades raras.
Pesquisa por conta própria
Pouco tempo após o surgimento dos primeiros sintomas, Lindsay já estava tão debilitado que teveblackjack paysabandonar a faculdade e voltar a morar na casa da mãe,blackjack paysSt. Louis, no Estadoblackjack paysMissouri.
"Eu continuava piorando. Acabei ficando tão doente que só conseguia caminhar cercablackjack pays15 metros e só conseguia ficarblackjack payspé por poucos minutos antesblackjack payscomeçar a sentir o teto girar, cãibras e palpitações", relata.
Ele instalou uma camablackjack payshospital na salablackjack paysestar, onde passava a maior parte do dia deitado, fraco demais para se levantar ou caminhar mais do que alguns passos. Lindsay então mergulhoublackjack payslivros e artigos médicos indicados por amigos e especialistas.
Depoisblackjack paysmuita pesquisa, ele começou a suspeitar que tinha algum tipoblackjack paysdisautonomia (transtorno provocado por alterações no sistema nervoso autônomo, que controla funções como frequência cardíaca, pressão sanguínea e respiração). Mas, quando tentava apresentarblackjack paysteoria a médicos, a reação erablackjack paysincredulidade eblackjack paysque o tipoblackjack paysproblema que ele descrevia não existia.
Levou algum tempo até Lindsay descobrir que havia uma organização sem fins lucrativos dedicada ao estudo da disautonomia, a National Dysautonomia Research Foundation. A partir das informações obtidas com a fundação, ele conseguiu aprofundarblackjack payspesquisa.
Em 2002, Lindsay viajou à Carolina do Sul para participarblackjack paysum congresso da American Autonomic Society, organização que reúne especialistas no sistema nervoso autônomo. Aos 24 anos eblackjack paysuma cadeirablackjack paysrodas, ele fez uma apresentação sobre seu caso para cientistas do mundo inteiro reunidos no evento.
"Eu acreditava que tinha um problema muito grave no sistema nervoso autônomo e que (esse problema) não se encaixava na maioria das descrições (na literatura médica)", afirma.
Diagnóstico e tratamento
O casoblackjack paysLindsay chamou a atenção do médico H. Cecil Coghlan, professor da Universidadeblackjack paysAlabama,blackjack paysBirmingham.
Lindsay achava que tinha algum problemablackjack payssuas glândulas suprarrenais (que estão localizadas acima dos rins e liberam hormônios como adrenalina). Com a ajudablackjack paysCoghlan, ele conseguiu determinar queblackjack paysdoença estava relacionada à produção excessivablackjack paysadrenalina pelas glândulas suprarrenais.
Disposto a encontrar uma solução para seu problema, Lindsay discutiu com Coghlan a ideiablackjack paystentar adaptar um medicamento que já existia, mas nunca havia sido usadoblackjack paysuma doença como a sua. O tratamento, adotado a partirblackjack pays2004, envolvia a administraçãoblackjack paysnoradrenalina via terapia intravenosa, 24 horas por dia.
Lindsay diz que a medicação teve efeito e evitou que seu quadro piorasse, mas ele continuava doente e ainda não sabia exatamente o que estava causando a produção excessivablackjack paysadrenalina.
"Nós pensamos que, se eu tivesse um tumor na glândula suprarrenal, que estivesse liberando adrenalina, uma cirurgia poderia resolver o problema. Mas eu não tinha um tumor, e nós levamos quase dois anos até descobrir o que eu realmente tinha", relata.
Em 2006, sete anos depoisblackjack paysficar doente, Lindsay finalmente conseguiu uma resposta: um exameblackjack paysmedicina nuclear revelou uma anormalidade na medula (parte central)blackjack payssuas glândulas suprarrenais.
"O centro das minhas glândulas suprarrenais era hiperativo (o que levava à produçãoblackjack paysexcessoblackjack paysadrenalina) e meu corpo era hipersensível a isso. O que poderíamos fazer (para resolver o problema) era remover (a medula) das glândulas suprarrenais", observa.
Mas esse tipoblackjack payscirurgia não existia. Lindsay então decidiu inventar uma. "Eu passei os próximos quatro anos tentando descobrir uma maneirablackjack paysfazer essa cirurgia e, depois, tentando encontrar um médico que aceitasse realizar a operação", diz.
Lindsay acabou encontrando relatosblackjack payscirurgias que removeram essa parte central da glândula suprarrenalblackjack paysanimais. Ele estava disposto a ser o primeiro humano a passar pelo procedimento.
Cirurgia e recuperação
Somenteblackjack pays2010, depoisblackjack pays11 anos passados na maior parte do tempo preso a uma cama, Lindsay conseguiu reunir uma equipe médica que concordoublackjack paysfazer a cirurgia, na Universidadeblackjack paysAlabama.
Três semanas depois, ele já conseguia sentar, ficarblackjack payspé e até caminhar sem os sintomas que o afligiram por tanto tempo. Em 2012, ele fez a segunda cirurgia, na glândula suprarrenal do lado direito.
Hoje Lindsay diz levar uma vida produtiva. Ele ainda precisa tomar nove remédios por dia, mas acredita que eventualmente poderá reduzir a quantidadeblackjack paysmedicamentos.
"Eu não posso correr, não posso comer o tipo erradoblackjack payscomida. Ainda tenho desafios. Mas eu posso viver a maior parteblackjack paysuma vida normal, o que é maravilhoso", salienta.
Lindsay conta queblackjack paysmãe já estava muito doente quando ele conseguiu fazer a cirurgia, e ela não pôde se submeter a uma operação. Ela morreublackjack pays2016. Mas ele credita ao tratamento que inventou o fatoblackjack paysque a mãe pôde viver seus últimos anos com menos dor. Coghlan, o médico que acreditou nele e o ajudou a diagnosticar e tratar a doença, morreublackjack pays2015.
Em 2016, Lindsay finalmente conseguiu se formarblackjack paysBiologia. Hoje, aos 42 anos, ele dá palestras sobreblackjack paystrajetória e compartilhablackjack paysexperiência com médicos e pacientes com doenças raras. Ele planeja criar um centro para promover inovação e colaboração entre pacientes e médicos.
Ele afirma que continua pesquisando sobreblackjack paysdoença e espera um dia atuarblackjack paysparceria com uma universidade para analisar a causa genética da enfermidade. "Um teste genético tornaria um processo tão complicado (até conseguir um diagnóstico) muito mais simples", ressalta.
"Não acho que minha doença é tão rara que somente minha família tem. Acho que minha família foi a única que conseguiu ser diagnosticada, por causa do trabalho que fiz."
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