Émilie du Châtelet, a matemática grávida que correu contra ‘sentençaroleta spin paymorte’ para terminar seu maior legado científico:roleta spin pay

Émilie havia abandonado toda a vida social aristocrática e só interrompiaroleta spin payprodução para ver seu jovem amante e pairoleta spin paysua quarta e última filha.

Em 4roleta spin paysetembroroleta spin pay1749, Du Châtelet deu à luz seu bebê. Seis dias depois, ela morreuroleta spin payembolia pulmonar.

Se o mau presságio se concretizou, o mesmo aconteceu comroleta spin paymissão. Du Châtelet terminou seu trabalho dias antes do parto.

O que começou como uma tradução francesa do famoso livroroleta spin payIsaac Newton Princípios Matemáticos da Filosofia Natual, mais conhecido como Principia, acabou se tornando um volumeroleta spin paymaisroleta spin pay500 páginas com contestações e checagens próprias eroleta spin payterceiros às teorias do físico inglês.

O livro seria publicado 10 anos depois e marcaria toda uma geraçãoroleta spin paymatemáticos e físicos franceses, e suas ideias filosóficas o tornariam peça-chave no Iluminismo europeu.

Essa ainda é a única tradução completaroleta spin payfrancês desse texto revolucionário e ao mesmo tempo sombrioroleta spin payNewton.

No entanto, 270 anos apósroleta spin paymorte, Émilie du Châtelet é lembrada quase exclusivamente por ter sido amanteroleta spin payVoltaire por 15 anos (que, aliás, não era o amante mencionado acima).

É verdade que,roleta spin payvida, ele era o autor mais famoso da França.

Mas, como mostramroleta spin payprodução intelectual e estudos recentes, ela era uma cientista talentosa e intelectual com mérito próprio.

Autodidata

Gabrielle Émilie le Tonnelierroleta spin payBreteuil nasceuroleta spin pay17roleta spin paydezembroroleta spin pay1706roleta spin payParis, no seioroleta spin payuma família aristocrática francesa. Era a única menina entre seis irmãos.

Se por um lado teve aulas com professores prestigiados e aos 12 anos falava seis línguas,roleta spin payoutro, por ser mulher, não lhe foi permitido continuar os estudos e teve que se tornar autodidata para, com a ajudaroleta spin payamigos, aprender os dois temas que mais a atraíam: matemática e física.

Ela tinha tanto talento para a matemática queroleta spin payVersalhes era famosa por seu dom como apostadora. O dinheiro obtido era gasto com livros e equipamentos científicos.

"Se eu fosse rei, reformaria esse abuso que encolhe metade da humanidade. Eu gostaria que as mulheres participassemroleta spin paytodos os direitos humanos, sobretudo, os da mente", afirmou.

Nunca chegou a ser rei, ou rainha, mas se tornou marquesa.

"Quando completou 18 anos, sabia que teria que se casar e aceitou a proposta do marquês Florent-Claude du Châtelet, um distinto oficial do Exército", relata a biografia publicada pela Sociedade Americanaroleta spin payFísicaroleta spin pay2008.

"Esse acabou sendo um arranjo conveniente para Émilie", continua o texto, "porque o marido estava frequentemente longeroleta spin paycasa, deixando-a livre para satisfazer seus próprios interessesroleta spin payestudar matemática e ciências porroleta spin payprópria conta."

Nos primeiros anosroleta spin paycasamento, tiveram três filhos e ela exercia seu papelroleta spin paymãe e dama da alta sociedade que as normas sociais exigiam.

Mas aos 26 anos ela deu um basta.

Émilie questionava os anosroleta spin payque "gastou seu tempo" com "coisas inúteis". "Dedicava um tempo extremo ao cuidado dos meus dentes, do meu cabelo, e ao descuidoroleta spin payminha mente eroleta spin paymeu conhecimento", escreveu ela.

Uma mente livre

Du Châtelet não era apenas passional emroleta spin paytrajetória intelectual, mas também na amorosa, diz Robyn Arianrhod, matemática e historiadora da ciência, na revista Cosmosroleta spin pay2015.

"Ela era demais para a maioria das pessoas do seu tempo: ambiciosa demais, intelectual demais, emocional demais e liberada sexualmente demais", afirma a pesquisadora.

Tanto foi que durante todaroleta spin payvida foi alvoroleta spin payfofocas.

Dizia-se, por exemplo, que a matemática não lhe interessava tanto quanto ter romances com os homens que lhe ensinavam. Mas, no caso dela, a realidade superou a ficção.

Quando Du Châtelet e Voltaire começaram a se relacionar, ela tinha 26 anos e ele, 38.

À época, era normal que pessoasroleta spin paycasamentos arranjadosroleta spin payfamílias aristocráticas vivessem separadas e tivessem amantes, acrescenta Arianrhod, queroleta spin pay2011 publicou um livro sobre Du Châtelet e outra cientista, Mary Somerville, chamado Seduzidas pela Lógica (em tradução livre).

O incomum é que a marquesa não tinha um relacionamento discreto com Voltaire, já que eles moravam juntos.

E, embora ele fosse uma celebridade, ainda era um plebeu.

Como se não bastasse o escândalo para a sociedade da época, o maridoroleta spin payDu Châtelet apoiou o romance dos amantes e até se tornou amigoroleta spin payVoltaire.

Tanto que o marido, Voltaire e o amante citado acima, o poeta e soldado Jean Françoisroleta spin paySaint-Lambert, estavam com ela no diaroleta spin paysua morte.

Madame Newton

A casaroleta spin paycampo para onde Du Châtelet e Voltaire se mudaram tornou-se um localroleta spin payencontro para intelectuais e cientistas, alémroleta spin payum laboratório para diversas experiências.

A biblioteca tinha maisroleta spin pay20 mil livros, mais do que muitas universidades da época, diz o texto da Sociedade Americanaroleta spin payFísica.

Segundo a entidade, uma das contribuições mais importantes dela à ciência está ligada à conservaçãoroleta spin payenergia, com baseroleta spin payexperimentos com bolasroleta spin paychumbo caindo sobre um leitoroleta spin payargila.

"Ela mostrou que as bolas que atingiram o barro com o dobro da velocidade penetraram quatro vezes mais profundamente no barro; aquelas com três vezes a velocidade atingiram uma profundidade nove vezes maior. Isso sugeriu que a energia é proporcional ao mv², não ao mv, como Newton sugerira", explica.

Sua profunda admiração por Newton não a impediuroleta spin paymostrar as limitações da teoria que ela defendia tanto publicamente e que lhe valeu o apelido "Madame Newton".

Du Châtelet e Voltaire promoveram as teorias do britânico Newtonroleta spin payum momentoroleta spin payque a comunidade científica e intelectual francesa privilegiava as ideias filosóficas do francês René Descartes.

Eles foram os primeiros a perceber que "Principia havia mudado não apenas a maneira como vemos o mundo, mas a maneira como vemos a ciência", escreveu Arianrhodroleta spin paySeduzidas pela Lógica.

Com Newton, a ciência deixouroleta spin payser qualitativa e ligada a especulações metafísicas e religiosas, ganhando teorias e métodos quantitativos.

"Desde então, esse estiloroleta spin payfísica matemática teve um impacto tão impressionante na maneira como vivemos e como olhamos no universo que Newton é provavelmente o cientista mais importanteroleta spin paytodos os tempos e Émilie era uma das primeiras estudiosas a promover ativamenteroleta spin paynova maneira radicalroleta spin paypensar", afirma Arianrhod.

Principia abrangeu muitos dos valores do Iluminismo, e o texto finalroleta spin payChâtelet (que elogiava a teoria newtoniana e, ao mesmo tempo, a criticava usando as mesmas ferramentas) era como a iluminação quadrada.

É por isso que Arianrhod escreveroleta spin payseu livro que du Châtelet "quebrava estereótipos sobre mulheres e matemáticos, estereótipos que duraram até as vésperas do século 21".

"Em particular, mostrou que é possível ser emocional e racional, intelectual e sexy."

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