Médicos têmslot spirit of adventureajudar pacientes também na hora da morte, diz enfermeira que perdeu filhoslot spirit of adventure2 anos:slot spirit of adventure
A inspiração da foto foi só uma das lições que ela diz ter aprendido desde a trágica perda, que mudou também a percepção que ela tinha sobre a própria profissão.
"A morte é horrível, sim, e machuca seu coração, é insuportável. Mas eu acho que falar sobre esta minha experiência com a morte só é possível porque quando ocorreu eu tive todas as ferramentas que eram necessárias para me curar. Eu me sinto quebrada, mas completa."
Hoje, alémslot spirit of adventuretrabalhar como enfermeira especializadaslot spirit of adventurecirurgias cardíacas, ela dá palestras e treinamentos para convencer profissionaisslot spirit of adventuresaúdeslot spirit of adventureque é preciso mais sensibilidade para ajudar o paciente e seus familiares também na horaslot spirit of adventureque ele está morrendo. Há algumas semanas, ela criou a organização Projeto 660,slot spirit of adventurereferência aos 660 dias que Mason viveu, para ajudar as pessoas a lidaremslot spirit of adventuremaneira mais saudável com a morte e, por isso, viverem melhor.
"Quando você estuda para ser um profissionalslot spirit of adventuresaúde ninguém diz que você precisa ajudar a família a passar bem por uma experiênciaslot spirit of adventuremorte. Ninguém estuda para se preparar para nenhuma morte, estudamos para salvar vidas."
O diaslot spirit of adventureque tudo mudou
Os gritos do marido foram a primeira coisa que Jessica ouviu quando acordou naquela manhãslot spirit of adventure31slot spirit of adventuremarçoslot spirit of adventure2016. "Acordei com os gritos do pai do Mason, desesperado, chamando meu nome. Jessica, Jessica, acorda, aconteceu um erro terrível", lembra. "Quando eu desci ele estava com o Mason no colo, coberto pelo próprio sangue", conta a mãe, emocionada.
Enfermeira experiente, ela diz que logo entendeu pela cena que a situação do bebê era provavelmente irreversível; fez, no entanto,slot spirit of adventuretudo para salvá-lo. "Eu olhei para o meu filho e pensei: ele está morto, ninguém poderia sobreviver a um trauma como este. E meu próximo pensamento, imediato, foi imediatamente começar a tentar a reanimá-lo", diz.
Durante todo o caminho para levar Mason até o hospitalslot spirit of adventurecaronaslot spirit of adventureum carro da polícia, ela tentou recuperar os batimentos cardíacos do menino com manobrasslot spirit of adventureressuscitação cardiopulmonar e respiração boca a boca. "Mas no meu primeiro fôlego sobre ele, minha boca se encheuslot spirit of adventuresangue. Foi muito difícil."
Ela lembra que gritava muito quando entrou carregando o filho no colo na emergência do hospitalslot spirit of adventureque ela mesmo trabalhava, pedindo socorro aos seus colegasslot spirit of adventureequipe. "Eu gritava: meu bebê está morrendo, meu bebê está morrendo!"
"Quando encontrei a médica da emergência, a primeira coisa que eu disse a ela foi: meu bebê está morto". Mas,slot spirit of adventurevezslot spirit of adventureconfirmar o diagnóstico da mãe e atestar o óbito, a médica ordenou que a equipe iniciasse os procedimentosslot spirit of adventureressuscitação, o que, para Jessica, fez toda a diferença para que ela começasse a processar o que estava acontecendo.
"Minha cabeça sabia que ele ia morrer, mas meu coração estava implorando para aquilo não ser verdade. Quando uma pessoa que você ama muito está morrendo, nós precisamosslot spirit of adventuretempo para colocar a cabeça e o coração no mesmo tempo."
Para Jessica, o fatoslot spirit of adventureos médicos e enfermeiros serem seus amigosslot spirit of adventuretrabalho e demonstrarem amor por Mason durante o atendimento fez toda a diferença para que depois, embora a tristeza da perda nunca passe, ela pudesse se recuperar a pontoslot spirit of adventureconseguir prosseguir com a vida na ausência do filho. É uma das atitudes que ela define como o processoslot spirit of adventure"orquestrar a morte"; pequenas ações que tornarão a experiência, ainda que muito triste, algo mais possívelslot spirit of adventurelidar.
"Eles começaram a fazer a ressuscitação claramente tomados pela emoção", diz. "Vi que um enfermeiro estava chorandoslot spirit of adventurejoelhos. Uma técnicaslot spirit of adventurelaboratório estava tão nervosa que não conseguia chegar com a agulha perto do braçoslot spirit of adventureMason. E eu pensei: nossa, eu também estou assustada, eu também estou triste! Essas coisas que eles fizeram por mim foi uma total validaçãoslot spirit of adventureque eu tinha um filho que eu amava e todos amavam, e que ele estava morrendo. Mostrar emoção era o que eu precisava".
Jessica diz que, antes da morte do filho, faltava nela mesmo como enfermeira o hábitoslot spirit of adventurefirmar alguma conexão com os pacientes, especialmenteslot spirit of adventuremomentos dramáticos como a morte. Quando um ente querido está morrendo, detalhes como um atendente que só olha para o celular ou as palavras friasslot spirit of adventureum médico ficam marcadas para sempre, diz ela.
"Eu entrava na salaslot spirit of adventurecirurgia, preparava o paciente, e dali eu já ia para uma outra sala com um paciente morrendo, sem pensar muito. Como uma listaslot spirit of adventureprocedimentos a executar", diz. "Eu nem acho que é faltaslot spirit of adventureempatia dos profissionais, acho que é mais medo. Mas se você trabalha com isso e se permite estar inteiramente ali, vivendo o momento enquanto o pai se despedeslot spirit of adventureuma filha, você saberá como agir."
Os dois minutos mais dolorosos
Depoisslot spirit of adventureuma horaslot spirit of adventureatendimento a Mason, a médica comunicou a Jessica que eles seguiriam com a ressuscitação por mais dois minutos, e então parariam. "Foram os dois minutos mais dolorosos da minha vida. Então nesses dois minutos eu cantei a música do 'boa noite' no ouvido dele pela última vez. Eu o segurei-o no meu colo por quatro horas depois que ele morreu. Eu me permiti sentir tudo. E a coisa mais profunda que eu fiz foi tirar uma foto da mãoslot spirit of adventureMason sobre o meu peito".
Melhorando a história do luto
Desde a morteslot spirit of adventureMason, muitas das tentativasslot spirit of adventureJessicaslot spirit of adventurelidar melhor com o luto causaram estranhamento na própria família. Como quando ela, por exemplo, decidiu convidar seus filhos, que à época tinham 5 e 6 anos, a decorar o caixão do bebê antesslot spirit of adventureenterrá-lo.
"Havia cercaslot spirit of adventure60 pessoas reunidas na minha casa quando Mason morreu, e eu cheguei da funerária com uma amiga carregando aquele caixão infantil. Minha família ficou furiosa: 'como você aparece aqui carregando um caixão? Você tem problemas?", diz. O caixão vazio ficou no quartoslot spirit of adventureJessica nos dias que antecederam o enterro, mas ela acha que a experiência ajudou as crianças a lidarem com a morte do irmão.
"Mostrei o caixão para as crianças, e elas disseram: nossa, que caixa bonita! Eu falei sim, nós vamos decorá-la, e é nela que seu irmão passará o resto do tempo. E eles começaram a pegar brinquedos para colocar lá dentro. E provavelmente foi uma das coisas mais terapêuticas que fizemos."
Na casa da famíliaslot spirit of adventureJessica, por exemplo, existe até hoje o "jardimslot spirit of adventureMason", feito por amigos e familiaresslot spirit of adventurehomenagem ao bebê. Ela e o paislot spirit of adventureMason se divorciaram, e ela hoje tem uma filhaslot spirit of adventurenove meses com o namorado, que também é médico e já lidou com tragédias pessoais, alémslot spirit of adventureentender a paixão da enfermeira pelo tema. "Quando voltei a namorar e a sairslot spirit of adventureencontros, um dos meus requisitos era que fosse alguém que também tivesse sofrido", diz.
Jessica também criou um gruposlot spirit of adventuremães que perderam filhos, e passou a colecionar históriasslot spirit of adventureexperiênciasslot spirit of adventuremorte. Concluiu, a partir delas, que as que puderam viver o momento da morte com tranquilidade,slot spirit of adventurecontato físico com o ente querido, com tempo e privacidade adequados, conseguiram seguir com a vida apesar do luto.
A educadora defende que, quando um ente querido morre, é necessário que a família "esgote" todos os sentidosslot spirit of adventurerelação ao ocorrido. "Deixe-o ver, cheirar, beijar a mão do filho pela última vez, ouvir o pânico da equipe médica tentando salvá-lo. E,slot spirit of adventurelonge, o mais importante é o toque. Deixem que o familiar sinta a temperatura do corpo daquela pessoa querida. É preciso entender que a morte é verdade para, um dia, sentir-se melhor", afirma.
Outra ferramenta muito importante ao alcance do profissionalslot spirit of adventuresaúde é explicar profundamente tudo o que está acontecendoslot spirit of adventurecada etapa. "O coração do seu filho parouslot spirit of adventurebater e estamos fazendo tudo o que podemos para que ele volte a bater. Ela está morrendo e estamos tentando salvá-la", exemplifica.
Embora seus treinamentos sejam bem recebidos por enfermeiros, pacientes, terapeutas e voluntários, Jessica diz que suas ideias ainda despertam muitas críticas, principalmenteslot spirit of adventuremédicos mais experientes. O trabalho também é visto com ressalvas até mesmo entre membrosslot spirit of adventuresua família.
"Quando meu pai soube que eu ia ao Brasil para fazer minha palestra ele disse 'poxa, você já fez todas aquelas coisas estranhas para o funeral do Mason, agora ainda vai contar isso para estranhos no mundo todo? Isso é tão constrangedor'", ri. "Mas eu já perdi o medoslot spirit of adventureser esquisita. Se eu puder ajudar uma pessoa ao menos a ter uma experiênciaslot spirit of adventuremorte melhor, vou continuar com esse trabalho."
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