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Por que mulheres estão abandonando o sutiã na Coreia do Sul:bet165
O 'movimento sem sutiã'
Apesarbet165ter recebido muitas mensagensbet165apoio, alguns usuários - tanto homens quanto mulheres - reagiram acusando a artistabet165querer "chamar atenção" e ser deliberadamente provocadora.
Eles acreditam que ela está usando o movimento das mulheres para se promover.
"Entendo que usar sutiã é uma escolha pessoal, mas ela sempre tira fotosbet165si mesma usando camisetas apertadas para destacar os seios. Ela não precisa fazer isso", escreveu um usuário no Instagram.
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Finalbet165Instagram post
"Não culpamos você por não usar sutiã. Estamos dizendo que você deve esconder seu mamilo", outro usuário escreveu.
"Que vergonha. Você iria à igreja assim? Você iria encontrar com o marido dabet165irmã ou sogro assim?"
"E não são apenas os homens, as mulheres também se sentem desconfortáveis", comentaram outras pessoas.
Mais recentemente, fotosbet165outra cantora famosa, conhecida como Hwasa, colocaram o movimento #NoBrabet165volta aos holofotes.
Liberdadebet165escolha
As fotos e os vídeos que mostram a artista chegando a Seul depoisbet165um showbet165Hong Kong, usando uma camiseta branca sem sutiã por baixo, viralizaram.
Mas desde então tem havido um aumento significativo do movimento #NoBra entre as mulheres "comuns".
E não se tratabet165um caso isoladobet165mulheres que buscam liberdadebet165escolha na Coreia do Sul.
Em 2018, o país testemunhou a ascensão do movimento Escape the Corset (liberte-se do espartilho,bet165tradução livre) - como parte desse protesto, muitas mulheres rasparam os cabelos e passaram a se expor sem maquiagem. Elas postaram as imagens nas redes sociais como um atobet165rebeldia.
O slogan 'Escape the Corset' foi criado para representar a luta contra os padrões irreaisbet165beleza, que exigem que as mulheres passem horas na frente do espelho passando maquiagem e cosméticos.
Muitas mulheres com quem a BBC conversou disseram que havia um vínculo significativo entre os dois movimentos, e a maneira como eles se propagam nas redes sociais é indicativobet165um novo tipobet165ativismo.
Medobet165atrair olhares
Recentemente, mulheres sul-coreanas passaram a protestar contra a cultura do patriarcado, a violência sexual e o crescimento dos chamados "crimes das câmeras escondidas",bet165que homens deixam câmeras escondidasbet165banheiros e outros locais públicos.
O anobet1652018 também foi palco dos maiores protestos femininos já registrados no país - milharesbet165mulheres foram às ruasbet165Seul pedindo repressão à pornografia ilegal com câmeras escondidas.
Algumas sul-coreanas com quem a BBC conversou disseram que agora estão enfrentando um dilema.
Elas defendem não usar sutiã, mas não se sentem confiantes o suficiente para sair na rua sem ele.
Uma das principais razões que elas citam é o medobet165atrair olhares depravados e desrespeitosos dos homens.
Jeong Seong-eun,bet16528 anos, fez parte da equipebet165produçãobet165No Brablem, documentáriobet1652014 sobre a experiência das mulheresbet165ficar sem sutiã.
Jeong diz que deu início ao projeto com amigas da universidade, onde começou a se questionar: "por que achamos natural usar sutiã?"
Direitobet165escolha
Embora ache positivo que mais mulheres estejam discutindo o assuntobet165público, ela também acredita que a maioria ainda "sente vergonha"bet165mostrar os mamilos através da camiseta.
"Elas sabem que usar sutiã ainda é considerado normal na Coreia do Sul, e é por isso que escolhem usar sutiã", avalia.
Park I-seul,bet16524 anos, é uma modelo sul-coreana engajada no movimento. No ano passado, ela decidiu fazer um vídeo documentando a ausênciabet165sutiã por três diasbet165Seul.
O conteúdo, que teve 26 mil visualizações, foi um sucesso.
Ela conta que algumasbet165suas seguidoras estão optando por usar bralettes (sutiãbet165tecido macio, sem aro),bet165vez dos modelos com bojo e arame, como um "meio termo".
"Eu tinha uma ideia erradabet165que, se a gente não usar sutiã, os peitos caem e ficam feios. Mas depois que gravei o vídeo, não uso mais. Agora uso bralette na maioria dos dias no verão, e fico sem sutiã no inverno", diz ela.
E esse movimento não é específico da capital.
Também inspirou a empresária e estudantebet165design visual Nahyeun Lee,bet16522 anos,bet165Daegu.
Ela fundou a marca Yippee, como partebet165seu projetobet165mestrado na Keimyung University. Desde maio deste ano, ela vende adesivos para mamilos como alternativa ao uso do sutiã.
Da-kyung,bet16528 anos, da provínciabet165Jeollanam-do, conta que se inspirou nas fotos da cantora e atriz Sulli. Ela agora usa sutiã no trabalho quando está perto do chefe, mas não quando sai com o namorado.
"Meu namorado diz que se eu não me sinto confortável usando sutiã, não deveria usar", diz ela.
A mensagem do movimento é que as mulheres têm o direitobet165escolher, mas afinal o que as pesquisas dizem sobre não usar sutiã?
Não usar sutiã faz mal à saúde?
"Acredito que as mulheres têm o direitobet165escolher, mas se você tiver uma massa mamária significativa e não houver suporte para essa massa, a postura será afetada, incluindo o pescoço e as costas", diz a fisioterapeuta Deidre Mc Ghee, codiretora do Breast Research Australia, da Universidadebet165Wollongong.
"À medida que as mulheres envelhecem,bet165estrutura anatômica muda, a pele muda e o nívelbet165suporte diminui naturalmente."
"Quando as mulheres se exercitam sem suporte, isso faz com que os seios se movam, e usar um top pode aliviar a dor no peito e ajudar a prevenir dores nas costas e no pescoço", acrescenta.
"Nossa pesquisa mostrou que, mesmo quando as mulheres não têm seios, por exemplo, após uma mastectomia bilateral, uma vez que os seios fazem parte da nossa identidade sexual, muitas ainda protegem essa área e encurvam os ombros".
Jenny Burbage é professora sêniorbet165biomecânica na Universidadebet165Portsmouth, no Reino Unido, e diz que a sensaçãobet165desconforto ou dor das mulheres que usam sutiã está "ligada ao usobet165um sutiã mal ajustado".
Mas tudo isso não chega nem perto da primeira vezbet165que as mulheres fizeram campanha contra o sutiã.
A expressão "feministas queimam sutiã" surgiu após um protesto do ladobet165fora do concursobet165beleza Miss América,bet1651968.
As manifestantes da época jogaram vários itens - incluindo sutiãs, que eram vistos como um acessório que oprimia simbolicamente as mulheres -bet165uma enorme latabet165lixo, embora nunca os tenham queimadobet165fato.
Mas, desde então, a "queimabet165sutiã" se tornou associada ao movimentobet165libertação das mulheres.
Em junho deste ano, milharesbet165mulheres na Suíça saíram do trabalho, queimaram sutiãs e bloquearam o trânsitobet165um diabet165manifestações para exigir igualdade salarial e fim do assédio e violência sexual.
O No Bra Day, "dia sem sutiã", celebradobet16513bet165outubro, tornou-se uma data para aumentar a conscientização sobre o câncerbet165mamabet165todo o mundo. Mas, no ano passado, mulheres nas Filipinas usaram a data para pedir maior igualdadebet165gênero.
Para a jornalista Vanessa Almeda, o No Bra Day "faz valer a feminilidade e a valorizaçãobet165quem somos como mulheres".
"O sutiã simboliza como as mulheres estão sendo mantidasbet165cativeiro", afirma.
As ativistas deram um passo além nos últimos anos, destacando o usobet165dois pesos e duas medidas no que diz respeito à censurabet165mamilos masculinos e femininos.
Em dezembrobet1652014, o Netflix lançou um documentário intitulado Free the Nipple ("Liberte o mamilo",bet165tradução livre), que acompanha um grupobet165mulheres jovens na cidadebet165Nova York que iniciam uma campanha para protestar contra a criminalização e censura dos seios femininos.
Isso fez com que a campanha "Free the Nipple" se tornasse um fenômeno global.
O recente movimento #NoBra na Coreia do Sul é um exemplo da atenção cada vez maiorbet165todo o mundo às restrições impostas ao corpo feminino.
A reação contra as mulheres que participaram da campanha sugere uma resistência cultural no país.
No entanto, para muitas sul-coreanas, essa é uma questão fundamentalbet165"liberdade individual".
A crescente visibilidade do movimento sugere que, para muitas mulheres no país, a hashtag vai continuar ganhando força até que o sutiã não seja mais um problema.
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