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Jane Austen: Quatro dicasroulette rateausaúde que estão escondidas nos romances da escritora:roulette rateau
A palavra "saúde" aparece maisroulette rateau100 vezes nos seus seis romances mais celebrados. Além disso, quem analisarroulette rateauforma mais atenta suas obras vai perceber que a recuperação da saúde com frequência é panoroulette rateaufundo dos finais felizesroulette rateauAusten, uma recompensa concedida aos personagens mais merecedores, desde Marianne Dashwood,roulette rateauRazão e Sensibilidade, a Anne Elliot,roulette rateauPersuasão, cuja história começa com uma debilidaderoulette rateauseu estadoroulette rateausaúde.
Eu mesmo descobri recentemente. Ainda que meu interesse pela obraroulette rateauJane Austen venha desde a adolescência, só mais tarde notei algo extraordinário: o que a autora falava sobre saúde há maisroulette rateau200 anos e o que a ciência divulga hoje têm muitas similaridades.
Por isso, vale à pena prestar atenção na forma como seus personagens mais "saudáveis" comiam, se exercitavam e refletiam sobre a própria aparência.
Essa descoberta me levou a um projetoroulette rateaupesquisa que transformou para sempre a imagem que tinharoulette rateauAusten:roulette rateau"solteirona desiludida" a guru atemporal da saúde com uma brilhante sagacidade.
Repliquei a dieta da romancista por maisroulette rateaudois anos, incorporando estratégiasroulette rateaubem-estar encontradasroulette rateauseus textos sobre a vida cotidiana, encontrando formas novas e fascinantesroulette rateauabordar velhos problemas do corpo.
A seguir, conheça algumas das muitas lições para a saúde que Austen imortalizou:
1. Avalieroulette rateausaúde e bem-estarroulette rateauforma integral
Ainda que os livrosroulette rateauAusten possam trazer uma receita simplória para o sucesso do casamento (homem bonito + grande fortuna), no que se refere à saúde, a autora não era nada reducionista. Em contraste com alguns conceitos contemporâneos sobre o tema - mais focadosroulette rateaunúmeros, como o que a balança indica ouroulette rateautaxas como o índiceroulette rateaumassa corporal -, Austen via issoroulette rateauforma mais ampla.
Etimologicamente, a palavra health (saúde,roulette rateauinglês) significa "completo". Vem do inglês arcaico "hale" (robusto), algo que deveria dar um caráter rejuvenecedor ao corpo, ao estadoroulette rateauânimo e à mente.
Não é coincidência que os personagens mais "saudáveis"roulette rateauAusten não olhassem para o exterior na busca pela saúde. Eles levavamroulette rateauconta muitos outros fatores: seus níveisroulette rateauenergia,roulette rateaurelação com a comida e com os exercícios, a comodidade física e a felicidade mental.
Até o brilho na pele era levadoroulette rateauconta. Austen se refere a ele como uma "imagem da saúde" mais completaroulette rateauEmma, algo que pode florescer, independentemente das dimensões corporais.
Em vezroulette rateaupromover um padrão únicoroulette rateaubeleza física, os romancesroulette rateauAusten trazem uma ampla gamaroulette rateauformas e tamanhosroulette rateaucorpos. Desde a "roliça" Harriet Smithroulette rateauEmma até a "robusta" senhora Croftroulette rateauPersuasão, passando pela figura "vigorosa" e curvilínearoulette rateauLydia Bennetroulette rateauOrgulho e Preconceito.
Não nos esqueçamos da bela Jane Fairfaxroulette rateauEmma, descritaroulette rateautermos deliciosamente ambíguos como "uma média justa, muito apropriada, entre grosso e delgado".
Em resumo, os corpos atraentes podem serroulette rateau"todos os distintos aspectos", como disse Elinorroulette rateauRazão e Sensibilidade, uma afirmação que antecipa brilhantemente como entendemos hoje as diferentes formas corporais.
Exemplos como estes mostram como, para Austen, a saúde não se restringia a um número na balança ou ao tamanhoroulette rateauum vestido. Isso é especialmente relevante se levarmosroulette rateauconta que, no fim do século 18, tornou-se comum na Inglaterra o hábitoroulette rateause pesar - o que chegou a alimentar uma obsessão com o peso que, paradoxalmente, minou a saúderoulette rateaumuitos dos contemporâneos da escritora.
Foi uma épocaroulette rateauque se popularizou a tendência dos corpos extremamente magros, que beiravam o semblanteroulette rateauenfermos.
Aliás, Marianne Dashwood se viu envolvidaroulette rateauum disparate desse nívelroulette rateauRazão e Sensibilidade. "Confessa, Marianne", disseroulette rateauirmã Elinor. "Você não acha que existe algoroulette rateauinteressante nas bochechas rosadas, nos olhos fundos e no pulso acelerado da febre?"
Talvez nenhum outro autor tenha embarcado mais nessa moda do "aspectoroulette rateautuberculoso" do que Lord Byron. O famoso poeta, que nunca foi comedido, foi um dos primeiros controladores "neuróticos" do peso: se pesava compulsivamente e se submetia a ciclos intermináveisroulette rateaudietas quando o número não era do seu agrado.
Austen parece refutar repetidamente a moda da época que pregava que a magreza por si só tinha alguma correlação com saúde e felicidade.
Basta perguntar a qualquer umroulette rateauseus personagens cômicos - Sr. Woodhouse, Mary Musgrove ou Lady Bertram - que passam tempo demais preocupados com o próprio corpo,roulette rateaumaneira míope, enquanto se esquecem da imagem mais amplaroulette rateaubem-estar integral.
2. Não seja obcecado por comida
Apesar das referências escassas à comidaroulette rateausi, os livrosroulette rateauAusten dão a impressãoroulette rateauque ela entendia a cultura modernaroulette rateauobsessão por comida melhor que muita gente hoje.
Assim como nossa época, a era georgiana foi um temporoulette rateauexcessos. Graças a avanços nas técnicasroulette rateaucultivo, os alimentos eram mais abundantes que nunca na Inglaterra - e a crescente classe ociosa tinha mais tempo para aproveitá-los. Essa combinação implicava riscos inevitáveis à saúde, mergulhando parte das classes mais abastadasroulette rateauuma miniepidemiaroulette rateauobesidade.
Como escreveu o médico Thomas Short no século 18: "Creio que nenhuma época se pode permitir mais casosroulette rateaucorpulência que a nossa".
A autora revelou essa inquietação emroulette rateauobra, criando personagens obcecados com a comida como o Sr. Hurstroulette rateauOrgulho e Preconceito, "que vivia apenas para comer".
E enquanto seus contemporâneos defendiam dietas rígidas para dar conta do problema, ela tinha outras cartas na manga. Seus romances fazem referência a estratégias mentais como comerroulette rateauforma satisfatória e saudávelroulette rateauuma épocaroulette rateauexcessos.
Umroulette rateauseus "conselhos" consisteroulette rateauadotar o que ela chamaroulette rateau"um ar apropriadoroulette rateauindiferença" diante da comida: a importânciaroulette rateaumanter certa distância emocional na relação com os alimentos.
Suas heroínas são famosas por isso: se negam a falar, pensar ou exteriorizar seus sentimentos sobre alimentos além do absolutamente necessário. Em Orgulho e Preconceito, por exemplo, a breve amizaderoulette rateauLizzie com o Sr. Hurst é interrompida quando ela se nega a embarcarroulette rateauuma conversa sobre as delíciasroulette rateauum ensopado saboroso que ele não consegue pararroulette rateaucomer.
Austen não era, entretanto, puritana quando se tratavaroulette rateaucomida: pelo contrário, desfrutava plenamente destes prazeres, como demonstram suas cartas pessoais.
Mas reconhecia os inconvenientesroulette rateauaprofundar demais a relação com os alimentos. Basta perguntar ao Dr. Grantroulette rateauMansfield Park, cuja compulsão por comida o condenou a uma morte precoce (um dos poucos personagens que morrem nos romances da autora).
A ciência moderna confirma a sabedoria intuitivaroulette rateauAusten. Hojeroulette rateaudia, muitas pesquisas apontam que pensarroulette rateaucomida quando se tem fome pode estimular o pâncreas a produzir insulina, o que, porroulette rateauvez, gera sinais poderososroulette rateaufome para o cérebro.
A autora parece compreender o que só se começou a discutir na décadaroulette rateau1950: que a única formaroulette rateaunão se deixar ser controlado pela comida éroulette rateaufato comê-la.
Pode parecer um paradoxo, mas ninguém consegue enganar os hormônios da fome indefinidamente - e Austen assegura que suas heroínas comamroulette rateauforma naturalmente satisfatória.
Ainda que possa ser considerada mentalmente estoicaroulette rateaurelação a comida, Catherine Morland se orgulharoulette rateaupossuir um "bom apetite"roulette rateauuma cena na abadiaroulette rateauNorthanger. Ela simplesmente come quando tem fome, mesmo que seja tarde da noite, depoisroulette rateauum baile.
Emma Woodhouse, porroulette rateauvez, respeita os chamados da natureza, dizendo que "comeria alguma coisa se tivesse fome".
Os lembretes simplesroulette rateauAusten para comer bem, com regularidade e sem culpa hoje podem soar tão revolucionários quanto no início do século 19. Isso porque as tendências da época ditavam exatamente o contrário.
"Nunca se deve ver uma mulher comendo ou bebendo", dizia Lord Byron, espelhando um sentimento sexista do período, que considerava o ato naturalroulette rateaucomer como algo distante do feminino.
Essa foi uma das primeiras características culturais da época que Austen criticou, ainda adolescente e com uma sagacidade mordaz,roulette rateauAmor e Amizade. Sobretudo quando reconhece com franqueza: "Primeiro, foi necessário comer".
3. Exercite-se
Austen foi uma grande defensora da práticaroulette rateauexercícios físicos, especialmente para as mulheres.
O culto à sensibilidade que havia no século 18 acabou prejudicou a definição do feminismo da época ao difundir a "ideiaroulette rateaufraqueza", como observam especialistas daquele período como Edmund Burke. "As mulheres são muito sensíveis", escreveu, "por esta razão, aprendem a balbuciar e a dar risadinhas enquanto caminham, para esconderroulette rateaufraqueza".
Austen contra-atacou: "Não creia que sou uma jovem elegante", dispara Lizzie Bennetroulette rateauOrgulho e Preconceito.
A autora abraçou uma filosofia quanto à atividade física que poderia ser chamadaroulette rateau"exercício intuitivo". Ao contrário dos pesos e dos grunhidos que se ouvem nas academias modernas, isso compreenderia movimentos fáceis e naturais. Forçar o corpo a ir além da zonaroulette rateauconforto físico, nesse caso, não seria uma estratégia sustentável para estarroulette rateauforma.
Daí a sensata lógicaroulette rateauobservação da britânicaroulette rateauMansfield Park: "Nada me cansa mais do que fazer o que não gosto".
É também interessante observar o usoroulette rateaupalavras agradáveis e que produzem prazer - como "cômodo", "delicioso" e até "acolhedor" - para definir os treinos diáriosroulette rateaupersonagensroulette rateauAusten, que envolvem pouco suor ou esforço físico.
Os romances não aconselham nada além do movimento frequente e rotineiro, seja um passeio até o povoado mais próximo, um baile campestre ou simplesmente uma "volta" pela casa.
Em vezroulette rateauuma posturaroulette rateauculpa, do atual no pain, no gain (lema que pode ser traduzidoroulette rateaualgo como "sem dor, sem resultados"), os personagensroulette rateauAusten se sentemroulette rateauforma e satisfeitos apenas desfrutando das "felicidades do movimento rápido".
A ciência parece ter alcançado Austen, redescobrindo o conceito por trás da ideiaroulette rateauque o corpo é uma espécieroulette rateaumachina carnis, uma "máquina" que precisa mais se movimentar com regularidade (não necessariamente mais vigorosamente) para manter seus mecanismos metabólicos funcionando sem problemas. Caminhar, claro, foi e continua sendo a melhor formaroulette rateaufazer isso.
Caminhar é certamente o exercício preferido da autora. Seus personagens o fazem por quilômetros, todos os dias, até a casa ou povoado mais próximo. Como resultado, desfrutamroulette rateaualtos níveisroulette rateauenergia e aptidão física.
Irradiando "vida e vigor" em Orgulho e Preconceito, Lizzie Bennet aproveita a oportunidaderoulette rateaudar um passeioroulette rateauquase 5 km para visitarroulette rateauirmã. Os jornais da época confirmam o quão típicos eram esses passeios diários - as pessoas da mesma classe socialroulette rateauAusten podiam caminhar até 11 km por dia, distância percorrida apenas com visitas a amigos e familiares mais próximos.
4. Desenvolva 'um gosto pela natureza'
Um dos aspectos mais surpreendentes do códigoroulette rateausaúderoulette rateauAusten foi, para mim, um dos mais efetivos:roulette rateauinsistênciaroulette rateauque uma dieta saudável requer doses diáriasroulette rateaunatureza.
Seus romances não apenas encorajam o leitor a sair e tomar sol e ar fresco, mas praticamente receitam isso como um remédio milagroso. A personagem Jane Fairfax, por exemplo, entra na tramaroulette rateauEmma quando lhe recomendam tomar ar fresco por motivosroulette rateausaúde. E personagens que ficam fechados entre quatro paredes sofrem com frequência recaídasroulette rateausaúde misteriosas.
Ainda que desde a épocaroulette rateauHipócrates a medicina estude os impactos da natureza na saúde humana, a pesquisa moderna está começando a valorizar a natureza como um "nutriente" essencial.
"Aconselho que saias: o ar te fará bem", disse Sr. Thomas com convicçãoroulette rateauMansfield Park.
Os repetidos comandos da autora para que nos conectemos com a natureza - na costaroulette rateauLyme,roulette rateauDevonshire ou nos jardinsroulette rateauPemberley - têm cada vez mais respaldo científico.
O recente interesse por "banhosroulette rateaubosque" japoneses, a importância da luz solar na regulaçãoroulette rateaunossos níveis hormonais e os perigos modernos da "síndrome do edifício doente" (a grande quantidaderoulette rateauriscos para a saúde ao se passar tempo demaisroulette rateauambientes fechados): todos encontramroulette rateaucerta forma algum paralelo nos romancesroulette rateauAusten.
A escritora entendeu aindaroulette rateauforma completa o alcance original e amplo da palavra "dieta".
Muito além da comida, o termo deriva do grego diaita, que significa "formaroulette rateauvida", uma vida que melhora substancialmente quando se desenvolve um "gosto pela natureza" ao estiloroulette rateauAusten.
roulette rateau *Bryan Kozlowski é autor roulette rateau A dietaroulette rateauJane Austen: roulette rateau os segredosroulette rateauAusten para a alimentação, saúde e felicidade incandescente roulette rateau . roulette rateau Este artigo foi escrito para o portal roulette rateau History Extra.
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