A vidabrabet double siteum médico especialistabrabet double siteeutanásia: 'Não sinto que estou matando o paciente':brabet double site

Doutor Yvesbrabet double siteLocht, especialistabrabet double siteEutanásia, aparece na imagem segurando frasco
Legenda da foto, O médico Yvesbrabet double siteLocht já realizou maisbrabet double site100 eutanásias e diz que os procedimentos lhe causam grande impacto pessoal e emocional

O doutor Locht - que realizou maisbrabet double site100 eutanásias - recebe constantemente pedidosbrabet double sitepacientes que querem morrer.

Mas por motivos pessoais e emocionais, ele diz que só pode fazer uma por mês.

"É um ato importante e difícil que tem um grande impacto emocional", admite. "Eu não chamobrabet double sitematar um paciente. Ele encurtoubrabet double siteagonia, seu sofrimento. Eu lhe forneço o cuidado final."

A BBC acompanhou o médico durante os atendimentos a três pacientes que pedirambrabet double siteintervenção.

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Alain: 'Quando perder a capacidadebrabet double siteme comunicar e me movimentar'

Alain sendo transferidobrabet double sitesua cadeirabrabet double siterodas, com a ajudabrabet double sitetrês homens. Homem cogitava fazer eutanásia, mas morreu antesbrabet double sitecomplicações rspiratórias
Legenda da foto, Alain saiu da França com os filhos para o consultório do doutor Locht. A eutanásia seria opção, mas ele morreu antes com complicações

Alain tem Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma condição que enfraquece todos os músculos gradualmente.

Em média, os pacientes com ELA morrem entre três e cinco anos após serem diagnosticados. Cercabrabet double site25%, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, sobrevivem por maisbrabet double sitecinco anos depois do diagnóstico.

Ele viajou 700 quilômetros com os dois filhos - saindo da França, onde a eutanásia é ilegal - para conseguir que o ajudem a encerrar a própria vida quandobrabet double sitesituação piorar.

A chegada ao consultório ébrabet double siteambulância, a única maneirabrabet double siteque Alain poderia ser transportado, diz De Locht.

O médico quer ter certezabrabet double siteque o pedido é feito pela vontade do paciente e pergunta sobre quando ele vai tomar a decisão.

"Eu acho que quando perder a capacidadebrabet double siteme comunicar e me mover", responde Alain.

De Locht explica a ele que a intervenção será feitabrabet double siteum pequeno quarto do hospital onde poderão estar um ou dois membros da família.

Cabe a Alain decidir se quer que os filhos o acompanhembrabet double sitesuas últimas horas, mas eles também têm a opçãobrabet double sitequerer ou não estar presentes.

Alain e seus dois filhosbrabet double siteconsulta com o doutorbrabet double siteLocht, sobre Eutanásia
Legenda da foto, Alain poderia ser acompanhado pelos filhos no momento da eutanásia, se assim ele e os filhos desejassem

Segundo o médico, Alain cumpre as três condições básicas para pedir a eutanásia: "Ele tem uma doença incurável e um sofrimento que não pode ser aliviado", diz ele, e "fez uma solicitação por escrito. Tenho o documento aqui".

Alain voltou para casa com a esperançabrabet double sitepoder pedir a eutanásia a qualquer momento. No entanto, ele morreu pouco depois,brabet double sitefevereiro,brabet double sitecomplicações respiratórias.

"Devemos aceitar que não podemos curar tudo", diz o o doutor De Locht à BBC. "Quando não podemos curar, nosso papel é tentar aliviar o paciente, atenuarbrabet double sitedor. Então, quando chego até o final continuo fazendo meu trabalho como médico."

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Louise: 'Eu não quero acabarbrabet double siteum lugar com cheirobrabet double siteurina'

Louise, mulher que cogita se submeter à eutanásia
Legenda da foto, Louise diz ter tomado a decisão 'para ter uma morte digna'

Louise tem 79 anos e estábrabet double sitebom estadobrabet double sitesaúde. Ela é paciente do doutor De Locht e, embora a eutanásia não esteja "na agenda" imediata, ela quer ter certezabrabet double siteque a opção estará disponível caso seja necessária.

"Eu acho que você tembrabet double siteenfrentar a morte e, se puder, esperá-labrabet double sitepé", diz. "É algo que afeta a todos nós, porque todos nós vamos morrer, mas eu tenho o direitobrabet double siteexigir qualidade ao final da minha vida."

Louise argumenta que a eutanásia é uma maneira mais humana e mais eficientebrabet double siteacabar com a vida. "Eu não quero acabarbrabet double siteum lugar com cheirobrabet double siteurina", exclama.

Ela sabe, no entanto, que por orabrabet double sitesolicitação será negada.

Yvesbrabet double siteLocht, médico especialistabrabet double siteeutanásia, lê as notas que registra sobre a história dos pacientes
Legenda da foto, Há alguns anos, o dr. De Locht mantém um registro com as históriasbrabet double siteseus pacientes

"É difícil dizer 'não'", diz o o doutor De Locht. "Somos obrigados a escolher, frente à quantidadebrabet double sitesolicitações, então sempre pego os pacientes mais graves."

Ainda que tenha realizado maisbrabet double site100 eutanásias, ele tevebrabet double siterecusar algumas e nem sempre por razões médicas.

"Por razões afetivas,brabet double sitenenhuma forma eu praticaria a eutanásia a pessoas que conheço muito bem ou a membros da família", admite ele.

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Michel: 'Não é o câncer que me leva, sou eu quem decide'

Michel ebrabet double siteesposa Isabelle. Ele cogitava fazer eutanásia
Legenda da foto, Michel estava 'absolutamente decidido' a seguir adiante com o procedimento, masbrabet double sitemulher gostariabrabet double siteter mais tempo com ele

Uma noite antesbrabet double sitefazer a eutanásia, o doutor De Locht visita o paciente, Michel, que espera combrabet double siteesposa.

Michel,brabet double site82 anos, é ex-chefebrabet double sitepolícia e tem câncer terminal na mandíbula. Ele tem se alimentado por meiobrabet double siteum tubo gástrico há quase um ano.

De Locht o cumprimenta e pergunta se ele mudoubrabet double siteideia.

"Não há perigo (de mudançabrabet double siteideia)", responde Michel com a voz rouca.

Ele diz que depoisbrabet double sitese consultar com o médicobrabet double siteBruxelas pela primeira vez, sentiu como se tivesse retirado o peso que sentia nos ombros. "Isso me transformou. Eu pensei que finalmente havia uma saída."

Sua dor é tão insuportável que ele passou a pensarbrabet double sitesuicídio, mas não deu o passo final porque queria partir "com dignidade".

Parabrabet double sitemulher Isabelle, tem sido difícil aceitar isso e ela sente que seria melhor esperar.

"No início ele me disse: 'Eu vou lutar até o fim, vou fazer todo o esforço para tentar melhorar'", diz Isabelle, mas ela reconhece que nenhum dos intensos tratamentos a que foi submetido funcionou.

"Chegou o momentobrabet double siteele acabar com a própria vida, porque já não é mais abrabet double sitevida", diz ela, com resignação. "Ele me disse: 'Eu me sinto como um cachorro amarrado'. É um pouco desumano."

Doutor Yvesbrabet double siteLocht, especialistabrabet double siteeutanásia
Legenda da foto, O médico Yvesbrabet double siteLocht, depoisbrabet double sitefazer a eutanásiabrabet double siteMichel, umbrabet double siteseus pacientes, diz que ficou impactado com o caso

Michel estava satisfeito por ter deixado tudobrabet double siteordem para a família antesbrabet double sitepartir. "Não é o câncer que me leva, sou eu quem decide."

Às 10 horas da manhãbrabet double site23brabet double siteabril, depoisbrabet double sitepassar a noite acordado com a mulher e os filhos, ele morreubrabet double sitepaz.

Foi um momentobrabet double siterecolhimento para o doutor De Locht.

"A imagem da mulher e dos filhos dele chorando vai continuar comigo por uns dias. É algo que realmente me impacta agora."

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