Abatevai bet bonusanimais pode ser usado como estratégiavai bet bonusconservação?:vai bet bonus

Elefantevai bet bonusBotsuana

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A populaçãovai bet bonuselefantesvai bet bonusBotsuana triplicou nos últimos 30 anos

Em alguns minutos, toda a famíliavai bet bonuselefantes, com fêmeas mais velhas, reprodutoras, filhotes e elefantes jovens, estão todos mortos.

Essa é uma típica cenavai bet bonusabatevai bet bonuselefantes nos anos 1970 e 1980, quando milharesvai bet bonusanimais foram mortosvai bet bonuslocaisvai bet bonusque se acreditava que eles haviam se tornado uma superpopulação.

Por essa mesma razão, Botsuana permitiu a retomada da caça controlada após cinco anosvai bet bonusproibição. A medida é criticada por gruposvai bet bonusdefesavai bet bonusdireitosvai bet bonusanimais, mas divide os conservacionistas. Isso porque, nos últimos anos, alguns desses grupos têm "aceitado" o abatevai bet bonusanimaisvai bet bonuscertas circunstâncias.

Quais os argumentos contra e a favor nesse debate?

Espécies invasoras

No Estado americano da Flórida, por exemplo, temporadas anuaisvai bet bonuscaça são organizadas para diminuir a incidênciavai bet bonusuma espécie híbrida variante da píton birmanesa considerada uma espécie invasora.

As cobras, que podem atingir sete metros e pesar quase 100 quilos, acabaram se tornando uma ameaça para mamíferos nativos e algumas espéciesvai bet bonuspássaros.

A situação chegou a tal ponto que as autoridades da Flórida chegaram a contratar caçadores profissionaisvai bet bonuscobras da Índia.

Capitão Jeff Fobb, do Miami-Dade Fire Rescue’s Venom One Unit.

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O abatevai bet bonusespécies invasoras como a píton birmanesa não chegou a provocar uma grande reação negativa quando foi implementado na Flórida

Em casos como esse,vai bet bonusque espécies que são inseridasvai bet bonusdeterminado local e se reproduzem a pontovai bet bonuscolocarvai bet bonusrisco a biodiversidade, os conservacionistas têm aceitado o uso do abate.

Um caso mais bem-sucedido nesse sentido foi o da "invasão"vai bet bonusratosvai bet bonusLundy Island, no sudoeste da Inglaterra. Após a eliminação dos roedores,vai bet bonusapenas 15 anos triplicaram os contingentesvai bet bonusespéciesvai bet bonuspássaros como o bobo-pequeno e o papagaio-do-mar.

'Comedoresvai bet bonushomens'

Animais que atacam reiteradamente seres humanos são eliminadosvai bet bonusforma seletiva na África e na Ásia.

No ano passado, um tigre "comedorvai bet bonushomens", que havia matado 12 pessoas, foi baleado no Estado indianovai bet bonusMaharashtra depois que autoridades do Departamento Florestal argumentaram que essa seria a única formavai bet bonuscolocar fim aos ataques.

Atiradorvai bet bonuselite Nawab Shafath Ali Khan mirando
Legenda da foto, Atiradores como Nawab Shafath Ali Khan são contratados por diferentes Estados na Índia para matar animais que causam problemas a comunidade locais

Ativistas pelos direitos dos animais desaprovaram a decisão e chegaram a recorrer à Justiça para tentar barrar a execução. Esses grupos foram criticados, porvai bet bonusvez, por indianos que os acusaramvai bet bonusfazer partevai bet bonusuma elite urbana que desconhecia a realidade dos vilarejos ameaçados pelo felino.

Especialistas que há décadas lutam pela proteção do animal que é símbolo nacional do país apoiaram a medida. A justificativa é que ela seria um sacrifício necessário para manter o apoio das populações locais às atividadesvai bet bonusconservação da vida selvagem.

Tubarões

Um outro caso controverso e recente foi o abatevai bet bonustubarõesvai bet bonusgrande portevai bet bonus2014 na Austrália.

Após uma sérievai bet bonusataques a surfistas, que fez 7 vítimas entre 2010 e 2013, o governo autorizou a caça aos animais.

Protesto contra abatevai bet bonustubarões na costa oeste da Austráliavai bet bonus2014

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Liberação para caçavai bet bonustubarões na Austrália causou controvérsia e foi duramente criticada

Em cercavai bet bonustrês meses, 172 animais foram mortos. Ecologistas que se opuseram à medida ressaltaram que foram abatidos animaisvai bet bonuspequeno porte e espécies que não apresentavam qualquer risco aos banhistas.

Em abril deste ano, uma corte no país disse haver evidências "esmagadoras"vai bet bonusque a mortevai bet bonuspeixes predadores não reduz o númerovai bet bonusataques e proibiu os abates na região da Grande Barreiravai bet bonusCorais.

Meiosvai bet bonussubsistência

Elefantes comem cercavai bet bonus270 kgvai bet bonuscomida por dia. Em buscavai bet bonusalimento, os animais podem deixar um rastrovai bet bonusdestruição, esmagando colheitas e derrubando árvores.

Pessoas observam elefante atingido por um dardo com tranquilizantevai bet bonusSiliguri, na Índia

Crédito, AFP

Legenda da foto, Elefantes selvagens às vezes se afastam das florestas e acabam chegando a cidades

Botsuana afirma que o fator que mais pesou na decisãovai bet bonusautorizar a retomada da caça aos animais foi o "alto nívelvai bet bonusconflito entre animais e humanos" e o "impacto dele nos meiosvai bet bonussubsistência".

O país tem uma grande área protegida para a maior partevai bet bonusseus 130 mil elefantes - pouco maisvai bet bonus27 mil, entretanto, vivem fora das reservas, muitas vezesvai bet bonuslocais próximos a núcleos humanos e a plantações.

US$ 55 mil por um elefante adulto

Elefantes são longevos. Eles não se reproduzem tanto quanto os tigres, por exemplo, mas a ausênciavai bet bonuspredadores e o fatovai bet bonusviveremvai bet bonusgrandes grupos aumentavai bet bonusexpectativavai bet bonussobrevivência.

De acordo com o Centrovai bet bonusPesquisa para Ecologia e Conservação da Universidadevai bet bonusPretoria, cada fêmea pode ter até 12 filhotesvai bet bonusuma vida médiavai bet bonus60 anos.

Leão empalhadovai bet bonusNevada

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Apoiadores da liberação da caça controlada afirmam que ela gera receita para as comunidades locais

Para muitos países, livrar-se dos animais não é apenas uma solução fácil, mas um caminho para gerar mais receita.

"A retomada da caça controlada vai ajudar as comunidades a aumentar a arrecadação e,vai bet bonusparalelo, mitigar os problemas causados pelos elefantes," afirma Erik Verreynne, veterinário da vida selvagem e consultor baseadovai bet bonusGaborone, Botsuana.

Isso porque as licenças para caça são emitidas pelo governo federal para comunidades locais, que as vendem,vai bet bonusgeral, para caçadores ocidentais endinheirados. Um elefante adulto pode valer até US$ 55 mil.

"Botsuana nunca excedeu a cotavai bet bonus340 elefantes quando permitiu a caça. Além disso, outros 200 ou 300 animais 'encrenqueiros' são mortos todo anovai bet bonuscaçadas organizadas pelas populações locais. Mas sacrificando cercavai bet bonus700 elefantes por ano nós conseguiremos construir uma basevai bet bonusapoio maior à conservação", diz Verreynne.

Necessário

Essa visão é compartilhada pelas autoridades encarregadas da preservação da vida selvagemvai bet bonusUganda, que também emite permissões para caça.

"A caça é necessária, ela ajuda a controlar as populaçõesvai bet bonusanimais, especialmente predadores", afirma Bashir Hangi, diretorvai bet bonuscomunicação da Autoridade para a Vida Selvagemvai bet bonusUganda.

Lá, os caçadores têmvai bet bonustrabalharvai bet bonusconjunto com os funcionários do Departamento Florestal responsáveis por rastrear os animais que podem ser abatidos.

"Eles não podem sair matando o que aparecer", acrescenta Hangi. Ele afirma que 80% da receita proveniente da atividade fica nas comunidades locais.

Um estudovai bet bonus2013 publicado pela organização Economists at Large, entretanto, apontou que esse percentual é inferior a 3% na maior parte do continente africano.

Solução arcaica

Especialistas como a cientista Paula Kahumbu, baseadavai bet bonusNairóbi, no Quênia, discordam dessa prática.

"Precisamos enfrentar os problemas causados pelos conflitos entre elefantes e seres humanos. Mas matar os animais não é parte da solução."

"Não consigo imaginar o som repugnante dos tiros que tiram a vida desses animais maravilhosos."

Elephants correm pela planícievai bet bonusChobe district,vai bet bonusBotsuana

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Botsuana contabiliza um elefante para cada 18 pessoas

Kahumbu defende que Botsuana abra suas fronteiras, para que o "excedente"vai bet bonuselefantes possa se dispersar para países vizinhos como Angola. Em paralelo, ela afirma que as autoridades deveriam erguer cercas elétricas para evitar que os elefantes destruam plantações.

"O abate foi testado na África do Sul. Eles mataram milharesvai bet bonusanimais e não funcionou. Caçar elefantes é algo que causa estresse aos animais e agrava o problema do conflito entre eles e os humanos."

"Também faz com que eles se reproduzam mais rápido."

O conflito entre os animais e as comunidades locais também é um problemavai bet bonuspaíses asiáticos. A permissão para a caça, entretanto, ainda não é vista como alternativa. Os animais que causam problemas são normalmente reconduzidos à floresta.

"Superpopulaçõesvai bet bonuselefantes são resultado da perdavai bet bonushabitat desses animais. Matar não é uma solução", afirma Sanjeeta Pokharel, que estuda o comportamento dos elefantes asiáticos.

Pontovai bet bonusequilíbrio

A caça é comumente vista como um esporte sangrento, e imagensvai bet bonuscaçadores posando ao ladovai bet bonusum grande felino como um leão, pode exemplo, ouvai bet bonusum elefante podem causar um grande efeito negativo e manchar a reputação do país, especialmente nos diasvai bet bonushoje.

Foto datadavai bet bonus18vai bet bonusdezembrovai bet bonus1921: Edward VIII posa com tigre morto durante um tour no Nepal

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Caça esportiva muitas vezes evoca imagens do passado colonial africano

Também é visto como um resquício do colonialismo, um símbolo da épocavai bet bonusque o homem branco explorava as riquezas naturais da África.

Masvai bet bonusBotsuana, que contabiliza um elefante para cada 18 pessoas, caçar é uma atividade corriqueira.

"Já estamos vendo uma violência retaliatória nessas comunidades. Leões envenenados, animais presosvai bet bonusarmadilhas e condenados a uma morte lenta. Também estamos vendo aumentar a caça furtiva", afirma Verreynne.

"Botsuana está avaliando todas as opções. Mas nós precisamos atingir um pontovai bet bonusequilíbrio entre o bem-estar animal e o bem-estar humano. Matar com uma bala é para mim mais menos cruel nessas circunstâncias."

Rayita

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