Crise na Venezuela: o drama dos milhareso jogo do bambambebês sem nacionalidade nascidos na Colômbia:o jogo do bambam

Mãe venezuelana com o filho na Colômbia

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Estima-se que 20 mil recém-nascidos não tenham nacionalidade porque são filhoso jogo do bambamvenezuelanos nascidos na Colômbia

A criança é um dos maiso jogo do bambam20 mil casoso jogo do bambambebês nascidoso jogo do bambamimigrantes venezuelanos na Colômbia que não têm nacionalidade.

As crianças apátridas, ou seja, sem nacionalidade, são um temao jogo do bambam"alta preocupação" para organizações internacionais como o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que defende a adoçãoo jogo do bambammedidas urgentes nestes tiposo jogo do bambamsituações.

Os bebês

De acordo com a diretoriao jogo do bambamMigração da Colômbia, 1.260.594 cidadãos da Venezuela se encontram neste país.

Produto desse alto fluxo migratório, nunca antes visto, é que existem maiso jogo do bambam20 mil recém-nascidoso jogo do bambamterritório colombiano que são filhoso jogo do bambamimigrantes venezuelanos.

Mas, pela legislação, não basta nascer na Colômbia para obter a nacionalidade.

Mulher com o bebêo jogo do bambamcamao jogo do bambamhospital
Legenda da foto, Muitas mulheres atravessam a fronteira para dar à luz devido à faltao jogo do bambammedicamentos na Venezuela

O êxodoo jogo do bambammassa dos venezuelanos é atribuído à crise econômica e à escassez que existe no país.

O casoo jogo do bambamDiego é um deles, filhoo jogo do bambamum casal que faz parte da enorme diáspora venezuelana.

Eles vivemo jogo do bambamum bairro no sulo jogo do bambamBogotá, longe dos restaurantes exclusivos e dos grandes centros comerciais da capital colombiana.

"Se nada mudar, espero que eles me deixem estudar aqui, que me deixem crescer (aqui)", diz Julia.

"Paremo jogo do bambamparir"

A questão gerou uma controvérsia especial nesta semana na Colômbia, como resultado da coluna "Paremo jogo do bambamparir", que é assinada pela jornalista e ex-apresentadora da CNNo jogo do bambamespanhol, Claudia Palacios, e publicada no jornal El Tiempo - o mais importante do país - que provocou uma tempestade nas redes sociais e foi descrito como "xenófobo", "eugênico" e até "fascista".

No artigo, Palacios afirma que o governo colombiano deve fazer do controleo jogo do bambamnatalidade dos imigrantes venezuelanos a prioridadeo jogo do bambamsua estratégiao jogo do bambammigração. E acrescenta:

"Mas, queridos venezuelanos, aqui não é como no seu país, e é bom que não seja, porque a pontao jogo do bambamsubsídios o socialismo do século 21 fez o país mais rico da região muito pobre, então a melhor formao jogo do bambamserem bem-recebidos é vocês estarem cienteso jogo do bambamque, apesar dos problemas internos, a Colômbia conseguiu recebê-los como nenhum outro país, mas se vocês continuarem se reproduzindo como estão fazendo, seria ainda mais difícil vê-los como oportunidade para o desenvolvimentoo jogo do bambamvezo jogo do bambamvê-los como problema. "

Coluna da jornalista Clauda Palacio

Crédito, Tomadoo jogo do bambamEl Tiempo

Legenda da foto, Jornalista defendeuo jogo do bambamcoluna que o controle da natalidade dos venezuelanos deveria ser uma prioridade do governo

Muitos leitores lembraram à jornalista os milhõeso jogo do bambamcolombianos que já buscaram refúgio na Venezuela, onde muitos também tiveram filhos.

A jornalista (que também contou com algumas vozeso jogo do bambamapoio) se defendeu no Twitter escrevendo que "a recepção que a Venezuela deu aos colombianos é reconhecida, mas que esse não é o ponto da questão. O ponto é que a migraçãoo jogo do bambammassao jogo do bambamcondições tão vulneráveis ​​não é o contexto ideal para ter filhos. Há responsabilidades individuais e estaduais, é disso que a minha coluna trata. "

Desamparo

Tanto o ACNUR quanto outras organizações não-governamentais alertam que os bebês apátridas são uma questão pendente na Colômbia.

"Recomendamos que, qualquer que seja o caminho que as autoridades colombianas decidam seguir, seja uma lei ou um decreto, o mecanismo permita resolver esses casos", diz Juan Ignacio Mondelli, responsável pela proteção do escritório regional do ACNUR.

María com o filhoo jogo do bambamhospitalo jogo do bambamCúcuta
Legenda da foto, Maria está confianteo jogo do bambamque seu filho terá acesso à saúde

O organismo internacional pontua que os filhoso jogo do bambamimigrantes podem passar a vida inteira sem direito a acessar vários serviços básicos, como saúde ou educação.

"Eles vivem nas sombras e, na prática, são excluídos", afirma o funcionário do organismo internacional..

As Nações Unidas não são a única entidade a demonstrar preocupação sobre o caso.

A Defensoria do Povo da Colômbia também pede às autoridades deste país para abordar a questão.

"A complexidade do fenômeno e as problemáticas daí decorrentes na garantia dos direitos das pessoas com maior vulnerabilidade, como crianças e migrantes, tais como o riscoo jogo do bambamapatridia, a desnutrição, a faltao jogo do bambamacesso a escolas e serviçoso jogo do bambamsaúde, entre outros, dão conta da necessidadeo jogo do bambamque as autoridades nacionais atuem rapidamente para evitar prejuízos irremediáveis ​​", disse a entidade à BBC News Mundo.

A Defensoria acrescenta que "muitos menoreso jogo do bambamidade nascidoso jogo do bambamnosso país não tem nacionalidade, o que resulta na impossibilidadeo jogo do bambamacesso e garantiao jogo do bambamseus seus direitos fundamentais, aumentando assim a vulnerabilidade dessa população."

Jorge

Bogotá e o departamento fronteiriço do Norteo jogo do bambamSantander são os dois destinos mais comuns da diáspora venezuelana.

Maiso jogo do bambam270.000 imigrantes se estabeleceram na capital colombiana, enquanto 176.695 pessoas do país vizinho estão localizadas na áreao jogo do bambamfronteira, principalmente na cidadeo jogo do bambamCúcuta.

Venezuelano com o seu filho

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Maiso jogo do bambamum milhãoo jogo do bambamvenezuelanos cruzaram a fronteira e agora residem na Colômbia

Maria, a mãeo jogo do bambamJorge, é uma delas. A venezuelana cruzou a fronteira porqueo jogo do bambamgravidez era perigosa e após o parto decidiu ficar na Colômbia.

O bebê nasceuo jogo do bambamfevereiro deste ano e teve que receber cuidados especiais por causa do peso baixo e do estadoo jogo do bambamfragilidadeo jogo do bambamque se encontrava.

"Eu não sei se será colombiano ou venezuelano, mas quero que esteja saudável", disse a mãe, na ala pediátrica do hospital públicoo jogo do bambamCúcuta.

María relata que o marido tenta deixar a Venezuela para se juntar a eles, mas ainda precisa juntar mais dinheiro.

Nesse meio tempo, ela fica com uma prima que morao jogo do bambamCúcuta há alguns anos.

Ela espera começar a trabalharo jogo do bambamuma padaria.

Por que não são colombianos?

Ao contrárioo jogo do bambamoutros países da América Latina ou dos Estados Unidos, o nascimentoo jogo do bambamterritório não confere nacionalidade na Colômbia.

Entre 2017 e 2019, maiso jogo do bambam3.300 recém-nascidos filhoso jogo do bambamimigrantes venezuelanos foram registrados neste país, mas não adquiriram a nacionalidade colombiana.

Mulher segurando bebê

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Organizações internacionais alertam para o perigo que pode ser gerado por crianças apátridas

Carlos Negret, Defensor Público, salienta que é por isso que uma lei que permita que "as crianças obtenham a nacionalidade por adoção" é necessária.

"Neste momento essas crianças estãoo jogo do bambamum limbo jurídico. Nós não vemos, da Ouvidoria, que a situação na Venezuela vai melhorar e é por isso que as crianças vão continuar nessa situação", disse a autoridade.

A entidade colombiana apresentou um projetoo jogo do bambamlei perante o Congressoo jogo do bambamabril para que todos os bebêso jogo do bambamimigrantes venezuelanos nascidos na Colômbia possam obter a nacionalidade deste país.

"O númeroo jogo do bambamcrianças nesta situação é extremamente grave. Nós temos que cortar (esse número), acabar com a má administração dessas crianças", disse Negret.

O defensor público salientou que esta situação deve "superar qualquer tipoo jogo do bambamnuance política".

O futuro

Julia e Maria concordam que gostariamo jogo do bambamvoltar para a Venezuela, mas não sabem quando isso será possível.

Enquanto isso, esperam encontrar apoio na Colômbia para que seus filhos tenham acesso à saúde e educação.

Elas receberam atenção no sistema público hospitalar, mas sabem que, como os filhos não são colombianos, eles não poderão ter atendimento médico caso tenham algum problema.

Mulher sentadao jogo do bambamcamao jogo do bambamhospital, com bandejao jogo do bambamcomida ao jogo do bambamfrente
Legenda da foto, Esta venezuelana teve que buscar atendimento médicoo jogo do bambamCúcuta porque apresentou um quadroo jogo do bambamhipertensão durante a gravidez. Ela quer ficar na Colômbia e conseguir um emprego

No inícioo jogo do bambamjunho, o presidente Ivan Duque se reuniu com emissários do ACNUR para tratar do crescente problema dos bebês apátridas.

O governo sinalizou que adotaria medidas para evitar que as crianças sejam deixadaso jogo do bambamsituaçãoo jogo do bambamdesamparo, mas ainda não anunciou quais serão.

A atriz americana Angelina Jolie, embaixadora do ACNUR, também demonstrou preocupação com a questão emo jogo do bambamrecente visita à Colômbia.

"O presidente e eu conversamos sobre o riscoo jogo do bambamque maiso jogo do bambam20 mil crianças venezuelanas se tornem apátridas e estamos comprometidoso jogo do bambamapoiá-las", disse Jolie.

Enquanto o Congresso e o governo debatem possíveis soluções para este conflito inesperado, Julia e María cuidamo jogo do bambamDiego e Jorge.

Julia segueo jogo do bambamuma ruao jogo do bambamBogotá rodeadao jogo do bambamrestaurantes, oferecendo seus produtoso jogo do bambamlimpeza, inclusive quando chove. Maria permaneceo jogo do bambamCúcuta.

Os filhos, nascidoso jogo do bambammeio ao seu êxodo, são os motivos que elas têm para não desistir.

Línea.

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