O insólito lugar onde foram parar pedaçosdicas apostas futebolconstruções dizimadas pela bombadicas apostas futebolHiroshima:dicas apostas futebol

Hiroshima arrasada depois da bombadicas apostas futebol6dicas apostas futebolagostodicas apostas futebol1945

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Você tinha uma cidade inteira, e um minuto depois não tinha mais. Uma grande questão para mim era: onde está essa cidade?', questiona geólogo

dicas apostas futebol Na manhãdicas apostas futebol6dicas apostas futebolagostodicas apostas futebol1945, a bomba atômica lançada pelos Estados Unidos na cidade japonesadicas apostas futebolHiroshima matou cercadicas apostas futebol80 mil pessoas no mesmo dia. No fimdicas apostas futebol1945, o númerodicas apostas futebolmortos havia chegado a pelo menos 140 mil.

A explosão também destruiu ou danificou 90% das construções da cidade.

"Foi o pior evento já causado pelo homem", afirma o geólogo Mario Wannier.

"Você tinha uma cidade inteira, e um minuto depois não tinha mais. Uma grande questão para mim era: onde está essa cidade? Para onde foi todo esse material?"

Wannier já havia se aposentado como professor da Universidade da Califórnia,dicas apostas futebolBerkeley, quando um colega mostrou a ele partículas incomuns coletadasdicas apostas futebolpraias do Japão.

Mãe consolando o filho queimado pela bombadicas apostas futebolHiroshima

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, No fimdicas apostas futebol1945, a bomba e a radiação subsequente já haviam matado pelo menos 140 mil pessoas

O geólogo havia participadodicas apostas futebolum projeto para comparar areiasdicas apostas futeboldiferentes partes do mundo com o intuitodicas apostas futebolavaliar a saúde dos ecossistemas marinhos.

Por isso, reconheceudicas apostas futebolcara que as partículas encontradas na penínsuladicas apostas futebolMotoujina, pertodicas apostas futebolHiroshima, eram especiais e poderiam desvendar o mistério das construções que desapareceram.

"É um tesouro ter descoberto estas partículas. É uma história incrível", afirma Wannier, autor principaldicas apostas futebolum novo estudo publicado na revista científica Anthropocene.

Partículas incomuns

"Já examinei centenasdicas apostas futebolamostrasdicas apostas futebolareia do sudeste asiático, e sou capazdicas apostas futeboldistinguir imediatamente grãos mineraisdicas apostas futeboloutras partículas criadas por animais ou plantas," destacou Wannier.

O geólogo começou então a analisar as amostrasdicas apostas futebolareiadicas apostas futebolMotoujina coletadas pelo colega, o geólogo basco Marcdicas apostas futebolUrreiztieta. E encontrou vestígiosdicas apostas futebolorganismos unicelulares chamados foraminíferos.

"Mas descobri algo mais. Aquelas partículas aerodinâmicas, vítreas e arredondadas me fizeram lembrar imediatamente das partículas esféricas que havia vistodicas apostas futebolamostras do período Cretáceo Terciário", encontradas na Penínsuladicas apostas futebolYucatán, no México, onde o impactodicas apostas futebolum meteorito provocou a extinçãodicas apostas futebolmassadicas apostas futebolespécies, incluindo dinossauros.

Partículasdicas apostas futebolHiroshima

Crédito, Wannier et al. Anthropocene

Legenda da foto, As partículas vítreas encontradasdicas apostas futebolpraias próximas a Hiroshima lembram as partículas produzidas por impactosdicas apostas futebolmeteoritos

Quando um meteorito atinge o solo, o material na superfície se liquefaz e é lançado para a atmosfera, onde forma gotasdicas apostas futebolmaterial vítreo que caem no solodicas apostas futebolformadicas apostas futebolchuva.

O geólogo viajou para o Japãodicas apostas futebol2015 para coletar mais amostrasdicas apostas futebolareia.

Nas praias localizadas a uma distância entre 7 km e 11 kmdicas apostas futebolHiroshima, o cientista encontrou uma alta concentração destas partículas, o que o levou a suspeitar que a bomba atômicadicas apostas futebol1945 poderia ser um fator-chave para explicar o enigma.

Em todas as amostras havia entre 12 gramas e 23,3 gramas destas partículas a cada quilodicas apostas futebolareia.

Partículasdicas apostas futebolHiroshima classificadasdicas apostas futebolcaixas com diferentes anotações

Crédito, Wannier et al. Anthropocene

Legenda da foto, Wannier coletou amostras da areia e classificou cercadicas apostas futebol10 mil partículas encontradas pertodicas apostas futebolHiroshima

No total, Wannier coletou cercadicas apostas futebol10 mil partículasdicas apostas futebolareia e as classificoudicas apostas futebolseis grupos diferentes,dicas apostas futebolacordo com suas características físicas.

Os pesquisadores estimam que para cada quilômetro quadradodicas apostas futebolpraia, até uma profundidadedicas apostas futebol10 cm, havia entre 2,2 mil e 3,1 mil toneladas dessas partículas.

Algumas eram semelhantes a partículas encontradasdicas apostas futebollocaisdicas apostas futebolimpactodicas apostas futebolmeteoritos, mas outras pareciam ter uma composição similar à da borracha e continham uma variedadedicas apostas futebolmateriais revestidos com uma camadadicas apostas futebolvidro ou silício.

A maioria das partículas tinha entre 0,5 e 1 milímetrodicas apostas futeboldiâmetro.

Maisdicas apostas futebol1,8 mil graus

Para determinar a composição das partículas, Wannier e Urreiztieta entraramdicas apostas futebolcontato com Rudy Wenk, professordicas apostas futebolmineralogia na Universidadedicas apostas futebolBerkeley.

Wenk identificou uma composição química variada, incluindo concentraçõesdicas apostas futebolalumínio, silício e cálcio, glóbulos microscópicosdicas apostas futebolferro ricodicas apostas futebolcromo e ramificações microscópicasdicas apostas futebolestruturas cristalinas. Outras partículas eram compostasdicas apostas futebolcarbono e oxigênio.

As amostras foram analisadas com microscópios eletrônicos e técnicasdicas apostas futebolraios-X com escala menor que um mícron, ou um milionésimodicas apostas futebolmetro.

Partículasdicas apostas futebolHiroshima observadas com microscópios eletrônicos

Crédito, Wannier et al. Anthropocene

Legenda da foto, As amostras foram analisadasdicas apostas futebolescalasdicas apostas futebolmenosdicas apostas futebolum mícron - ou um milionésimodicas apostas futebolmetro

Um dos cientistasdicas apostas futebolBerkeley que analisaram as amostras foi Nobumichi Tamura, que tinha um interesse especial no projeto.

"Minha mãe e meu pai nasceram no Japão", disse Tamura.

"Meu pai tinha 12 anos quando lançaram a bomba. Ele morava a cercadicas apostas futebol300 km ao nortedicas apostas futebolHiroshima e testemunhou os resultados deste terrível acontecimento."

A composição das partículas corresponde aos materiais que eram comuns nas construçõesdicas apostas futebolHiroshima na época da bomba, incluindo cimento, mármore, aço inoxidável e borracha.

As análises determinaram que as partículas foram formadas sob condições extremas, a temperaturas superiores a 1,8 mil graus Celsius.

Edicas apostas futebolmicroestrutura única também indica como se formaram.

De acordo com Tamura, "a hipótese da explosão atômica é a única explicação lógica possível paradicas apostas futebolorigem".

Memorial da Pazdicas apostas futebolHiroshimadicas apostas futebol1945

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O Memorial da Pazdicas apostas futebolHiroshima foi o único edifício que ficoudicas apostas futebolpé próximo ao epicentro do impacto

Wannier explica o processo nos seguintes termos: "O material do solo volatiza e se movedicas apostas futeboldireção à nuvem atômica, onde altas temperaturas alteram suas condições físicas".

"Existem muitas interações entre as partículas, há muitas pequenas esferasdicas apostas futebolcolisão, que produzem essas aglomerações."

Wenk enviou cópias das análises das partículas para Jun Ichi Ando, ​​professor da Universidadedicas apostas futebolHiroshima, que vem estudando o granito do famoso Memorial da Pazdicas apostas futebolHiroshima, a única estrutura que permaneceudicas apostas futebolpé na região do epicentro do impacto.

Os cientistas esperam ainda analisar as amostrasdicas apostas futebolareia das praias próximas a Nagasaki no futuro, onde a segunda bomba caiudicas apostas futebol9dicas apostas futebolagostodicas apostas futebol1945, matando cercadicas apostas futebol80 mil pessoas.

"Há maisdicas apostas futebol70 anos esse material estava ali e nunca foi estudadodicas apostas futeboldetalhes", afirma Wannier.

"Esperamos que este estudo chame a atenção da comunidade científica e que outros pesquisadores aproveitem essa oportunidade."

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