'Fui abusado sexualmente na infância e só agora, aos 47, me sinto livre para buscar o amor':falha ao processar pagamento bet7k

Matt responde com uma risada, discordando.

"Você não precisa revelar demaisfalha ao processar pagamento bet7kum primeiro encontro", aconselha Maddy.

Matt é cauteloso.

"Tudo isso é novo pra mim", diz ele, demonstrando nervosismo ao se imaginar cara a cara com outra pessoa.

De acordo com seus amigos, Matt é um bom partido - um homem gentil e atraente que teve uma carreirafalha ao processar pagamento bet7ksucesso como administradorfalha ao processar pagamento bet7kteatrofalha ao processar pagamento bet7kLondres, o destino para onde seguiu após sair da casa onde vivia e passou a infância, no sudoeste inglês. Nessa cidade, conta ele, acabou sendo vítimafalha ao processar pagamento bet7kuma sériefalha ao processar pagamento bet7kabusos.

Apesar da imagem que passa,falha ao processar pagamento bet7kum homem confiante, o britânico não tem conseguido compartilhar uma vida íntimafalha ao processar pagamento bet7ktoda afalha ao processar pagamento bet7kfase adulta.

Matt contoufalha ao processar pagamento bet7khistória à Sarah Bowen, na série The Untold, da Radio 4 da BBC.

"Durante muito tempo na minha vida eu fechei as possibilidades para isso (estar com alguém). Eu viviafalha ao processar pagamento bet7kum mundofalha ao processar pagamento bet7kfantasia ou colocava as mulheresfalha ao processar pagamento bet7kum pedestal como um meiofalha ao processar pagamento bet7knão fazer nada", diz ele.

Os medosfalha ao processar pagamento bet7kMatt sobre entrar numa relação remontam afalha ao processar pagamento bet7kinfânciafalha ao processar pagamento bet7kuma cidade litorânea do sudoeste britânico.

Ele cresceufalha ao processar pagamento bet7kuma área nobre, com dois irmãos mais velhos e vários amigos para brincar nos parques e dunasfalha ao processar pagamento bet7kareia na praia - e se considera sortudo por isso.

Masfalha ao processar pagamento bet7kum dia quente no local, quando tinha oito anos e entroufalha ao processar pagamento bet7kum banheiro público apertado, após jogar futebol, dois homens o seguiram e dariam início a uma história que afetaria profundamente afalha ao processar pagamento bet7kvida.

Matt lembra que naquele dia um dos homens elogiou seu desempenho no jogo, dizendo que o menino havia acenado para eles do campofalha ao processar pagamento bet7kfutebol. Matt, porém, disse que não os reconhecia. Mas os homens insistiram na história, o chamaramfalha ao processar pagamento bet7kmentiroso e disseram que contariam ao diretor da escola o quanto ele estava sendo mal educado.

Nesse momento, um dos abusadores fingiu que sentia uma dor na região da virilha. O outro disse a Matt que a culpa era dele, por ter ferido seus sentimentos.

Ele disse então que o menino precisava massagear a virilha do homem para fazê-lo se sentir melhor. Matt diz que sabia que aquilo era errado e começou a chorar.

Os homens continuaram insistindo, e, diante da pressão, ele acabou fazendo o que queriam.

"Eu me lembrofalha ao processar pagamento bet7kir para casa depois do que aconteceu e da minha mãe perguntando se havia algofalha ao processar pagamento bet7kerrado comigo."

Matt quase não comeu naquela noite. Ele diz que é difícil descrever o tamanho da confusão nafalha ao processar pagamento bet7kcabeça e a culpa que sentia. Ele não achava que poderia contar aos pais porque se sentia,falha ao processar pagamento bet7kalguma forma, responsável pelo que havia se passado.

"Foi como estarfalha ao processar pagamento bet7kum acidentefalha ao processar pagamento bet7kcarro", diz ele.

"Você não sabe o que diabos está acontecendo. Então só se cala e finge que não aconteceu nada".

Aquele não foi, porém, o fim dessa história.

Matt se viu forçado a reencontrar seus agressores nos 18 meses que se seguiram.

Ele foi atacadofalha ao processar pagamento bet7kmaisfalha ao processar pagamento bet7k30 ocasiões,falha ao processar pagamento bet7k12 banheiros públicos diferentes e, uma vez,falha ao processar pagamento bet7kum apartamento privado.

Em uma dessas ocasiões, outros homens participaram dos abusos, que envolveram outras crianças.

"Eles conseguem controlar você fazendo ameaçasfalha ao processar pagamento bet7kque (se você não aceitar) as coisas vão piorar", diz ele, explicando por que voltou a encontrar os homens. "É como uma força do mal. Você tem medofalha ao processar pagamento bet7kque eles te matem, então é obrigado a aceitar".

"O controle da cumplicidade é muito pior do que o abuso - tem ameaças e aquele climafalha ao processar pagamento bet7kcrueldade."

Fotos escolares dessa época mostram o efeito que os abusos tiveram na infânciafalha ao processar pagamento bet7kMatt.

Uma imagemfalha ao processar pagamento bet7kantesfalha ao processar pagamento bet7kesses episódios acontecerem mostra o menino feliz e sorridente com os cabelos loiros bagunçados. Uma outra tirada um ano depois mostra que ele havia arrancado boa parte dos cabelos.

Quando os abusos finalmente acabaram, Matt prometeu a si mesmo que ninguém mais o machucaria. Ele diz que sentiu como se algo dentro dele tivesse desligado.

"Durante a maior parte da minha vida adulta, eu tive problemas reais com questõesfalha ao processar pagamento bet7kintimidade sexual", diz, embora quisesse ter um relacionamento.

"Durante anos, imaginei que o sexo fosse uma coisa extremamente desconfortável e horrível".

Virar adolescente também foi difícil, a pontofalha ao processar pagamento bet7kele querer que existisse uma pílula que impedisse o desenvolvimento do seu apetite sexual. O menino se sentia confuso e envergonhado. Ele se sentia sujo por dentro, por causa dos desejos que tinha, embora já fosse quase um rapaz.

"Eu simplesmente fugiafalha ao processar pagamento bet7kqualquer menina que demonstrasse interesse ou se aproximassefalha ao processar pagamento bet7kmim. Meu medo era quefalha ao processar pagamento bet7kalgum momento ela quisesse fazer sexo."

Jogar rúgbi ajudou o menino a expressar seus sentimentos, especialmente a raiva que sentia. Enfrentar outros jogadores agressivamente virou uma formafalha ao processar pagamento bet7klidar com o sentimentofalha ao processar pagamento bet7kintimidação que tinha na presençafalha ao processar pagamento bet7koutros homens.

Outra "muleta emocional" foi o álcool.

Matt começou a beber quando tinha 15 anos. Aos 17 ele chegou a roubar para comprar bebida.

"No começo eu bebia porque dava prazer, porque me sentia muito melhor bêbado do que sóbrio", diz ele.

O problema, porém, ficou tão grave que ele começou a sofrer tremores, palpitações e "apagões".

Certa vez, depoisfalha ao processar pagamento bet7kuma noite fora, ele teve uma alucinaçãofalha ao processar pagamento bet7kque Hitler, Stálin e Mussolini estavamfalha ao processar pagamento bet7kpé ao ladofalha ao processar pagamento bet7ksua cama. Em vezfalha ao processar pagamento bet7kparar, ele decidiu beber mais.

Quando estava com 20 anos, ele teve um colapso nervoso e foi expulso da universidade. Foi aí que voltou a viver com os pais, sabendo que precisavafalha ao processar pagamento bet7kajuda. Isso o levou a um grupofalha ao processar pagamento bet7kAlcoólicos Anônimos, onde encontrou um "sensofalha ao processar pagamento bet7kespiritualidade" que se tornou a base parafalha ao processar pagamento bet7kcura.

Admitir e lidar com o problema do álcool foi um caminho para que começasse a se abrir sobre o abuso sexual que sofreu. Durante anos, ele havia mantido a históriafalha ao processar pagamento bet7ksegredo.

"Você se sente tão conivente com aquilo e a manipulação força o seu silêncio. Você não conta a ninguém - você tenta esconder a todo custo. É uma negação consciente que você faz para sobreviver", diz ele.

Um psicólogo incentivou Matt a se abrir para os pais. Inicialmente, ele foi cauteloso, não queria magoá-los. Embora soubesse que eles não eram responsáveis pelo abuso, ele sentia raiva por não ter recebido proteção dos pais. Já conversar com a irmã, Caroline, foi mais fácil.

"O sentimento foifalha ao processar pagamento bet7kculpa", conta ela. "Me perguntei por que fui capazfalha ao processar pagamento bet7kajudá-lo. Eu era a irmã mais velha mandona que achava que cuidava dele, então foi muito perturbador descobrir que isso tinha acontecido e que eu estava completamente por fora."

Caroline pensoufalha ao processar pagamento bet7kaconselhar Matt a ir à polícia, mas se deu contafalha ao processar pagamento bet7kque não haveria provas para sustentar uma acusação. Ela então se ofereceu para fazer o que fosse preciso para ajudá-lo a se curar e a viver uma vida plena.

Ao longo dos anos, Matt recebeu ajudafalha ao processar pagamento bet7kvários tiposfalha ao processar pagamento bet7kterapia e viajando para a Índia e o Brasil.

Ele aprendeu a lidar com seus gatilhos emocionais e a superar o mal estar que sentia por estar fisicamente próximo a outra pessoa.

Mas os resultados vieram aos poucos. Matt diz que demorou 20 anos para conseguir se lembrar completamente da coerção e das ameaças que havia sofrido. Ele diz que foi só aí que entendeu que o abuso não foi culpa dele.

"Isso me permitiu seguirfalha ao processar pagamento bet7kfrente e deixarfalha ao processar pagamento bet7ksentir vergonha", diz.

À medida que se abria mais sobrefalha ao processar pagamento bet7khistória,falha ao processar pagamento bet7kconfiança crescia. Hoje, ele ajuda outras pessoas que passaram por experiências parecidas e está considerando aderir a uma campanha da Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade contra Crianças (NSPCC, da siglafalha ao processar pagamento bet7kinglês), que ajuda crianças a saber a quem recorrer se estiverem sendo abusadas.

Emfalha ao processar pagamento bet7kvida pessoal, o progresso tem sido mais tímido.

Ainda que tenha conseguido completar um perfilfalha ao processar pagamento bet7kum sitefalha ao processar pagamento bet7kencontros, durante meses ele evitou relacionamentos "ao vivo".

Em especial, ele temia que as pessoas com quem saísse quisessem saber por que ele não bebia e por que não teve relacionamentos anteriores. Ele se sentia inseguro pelo fatofalha ao processar pagamento bet7knunca ter tido um relacionamento baseadofalha ao processar pagamento bet7kigualdade, partilha, gentileza e amor - e quefalha ao processar pagamento bet7kúnica experiênciafalha ao processar pagamento bet7ksexo ter sido a que teve durante os mesesfalha ao processar pagamento bet7kabusos.

"Se a outra pessoafalha ao processar pagamento bet7kum encontro sentir que você está escondendo alguma coisa, isso pode causar um estranhamento. Talvez seja melhor ser aberto (sobre essa história)", diz.

Finalmente ele teve coragemfalha ao processar pagamento bet7kpublicar seu perfil online. Quase imediatamente recebeu respostas promissoras.

Agora Matt está pronto para seu primeiro encontro marcado no site - um café com uma mulher com quem acredita ter muitofalha ao processar pagamento bet7kcomum.

Ele diz que está se esforçando para não pensar demais no que vai dizer e fazer. Ele sente que deu um enorme passo adiante.

"Muito da vergonha que eu sentia por causa do abuso ficou para trás, então eu não sinto necessidadefalha ao processar pagamento bet7kme desculpar pelos efeitos colaterais que eu tive", diz Matt. "Eu aceito que estou com medo, mas também me sinto feliz porque há uma chancefalha ao processar pagamento bet7ka minha vida não se resumir aquele abusos. Eles não são tudo na minha vida."

*Matt Carey é um pseudônimo.

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