Musculação pode ter efeito rápidobetapostaredução da gordura no fígado, indica estudo:betaposta

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Legenda da foto, Não é só o álcool: o fígado também é afetado pela gordura dentro dele

Para entender a descoberta e o que ela pode representar para o nosso cotidiano, é preciso primeiro entender as partes do corpo envolvidas, seu funcionamento - e as disfunções.

A gordura que não se vê

Quando você pensabetapostagordura, pode logo pensar naquela que se vê: na barriga, nos braços, nas pernas...

No entanto, ela também se acumula nos órgãos. E o fígado, já conhecido por segurar o consumo excessivobetapostaálcool e alimentos pesados, também sofre com a presença anormalbetapostagordura dentro dele - que se torna tóxica para o órgão.

"Todo mundo tem um poucobetapostagordura no fígado. Mas quando há um acúmulo e ele não é tratado, o quadro pode evoluir para uma inflamação, a esteato-hepatite. Se continuar não tratando, pode até se desenvolver para uma cirrose e,betapostacasos mais extremos, carcinomas (tumores malignos)", explica à BBC News Brasil Leandro PereirabetapostaMoura, professor da Unicamp e coordenador da pesquisa.

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Legenda da foto, Pilhasbetapostaaçúcar; fígado participa do controle glicêmico no organismo

Por isso, o fígado é afetado com a obesidade e, também, com a diabetes tipo 2 (relacionada à obesidade e ao sedentarismo, que normalmente atinge pessoas com maisbetaposta40 anos - apesarbetapostaafetar pessoas cada vez mais cedo).

Estas são, atualmente, condições que representam alguns dos mais graves e crescentes riscos à saúde da populaçãobetapostanível mundial. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde),betaposta2016, 13% dos adultosbetapostatodo o o globo estavam obesos;betapostarelação à diabetes (de ambos os tipos),betaposta2014, ela atingia 8,5% deles.

E estes distúrbios são ainda correlacionados: segundo a organização britânica Diabetes.co.uk, acredita-se que a obesidade seja responsável por 80 a 85% do riscobetapostadesenvolver a diabetes tipo 2. Algumas pesquisas chegaram a mostrar que pessoas obesas têm 80 vezes mais chancesbetapostadesenvolver essa doença.

Mas como a diabetes 2 - envolvida no estudo - afeta diretamente o fígado?

A diabetes é uma doença que se manifesta por problemas na produção ou nos efeitos da insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que permite a entrada da glicose nas células, para transformá-labetapostaenergia.

O fígado é um dos principais órgãos envolvidos na gestão do açúcar no organismo. Isso porque ele "estoca" glicose, liberada quando o fígado responde à insulina. Isso se evidencia por exemplobetapostajejuns, pois é o órgão que garante algumas horasbetaposta"combustível" para o corpo sem a alimentação.

"O pâncreas secreta a insulina, mas ela agebetapostadiferentes formas no organismo. Por exemplo, no cérebro, ela pode controlar a forme; no músculo, ela faz a captaçãobetapostaglicose. No fígado, a ação da insulina é justamente liberar e parar a produçãobetapostaglicose", explica Moura, que fez pós-doutorado pela Unicampbetapostaparceria com a EscolabetapostaSaúde PúblicabetapostaHarvard.

"Quando a gordura se torna tóxica para o fígado, o órgão deixabetapostaresponderbetapostaforma adequada à insulina. Então, indivíduos obesos e diabéticos apresentam um quadrobetapostaresistência à insulina. Significa que eles têm o hormônio, mas o organismo não responde bem".

Legenda da foto, Pesquisa analisou efeitosbetapostaexercíciobetapostaforça na redução da gordura no fígado - próximos passos devem envolver testes com humanos

O papel dos exercícios

Assim, reduzir a presença da gordura no órgão é algo fundamental para pacientes como obesos e diabéticos.

Mas como fazê-lo?

Uma vez que os efeitos da reduçãobetapostapeso e dos exercícios aeróbicos na eliminação da gordurabetapostatodo o organismo já são bem conhecidos, Moura ebetapostaequipe decidiram testar o papel dos exercíciosbetapostaforça especificamente no fígado.

Como queriam saber o papel da atividade muscular, fizeram testes com cobaias garantindo que não haveria perdabetapostapeso.

Os camundongos, manipulados sob as regras da legislação brasileira e da avaliação do comitêbetapostaética da Unicamp no que diz respeito a pesquisas com animais, foram divididosbetapostatrês grupos: o grupobetapostacontrole recebeu uma ração padrão e não fez exercícios; outro recebeu dieta hiperlipídica (35%betapostagordura) e também não fez exercícios; o último grupo também teve a dieta hiperlipídica mas, quando já havia ficado obeso e diabético, fez exercíciosbetapostaforça por 15 dias.

Com o fim do teste, este grupo (cobaias que passaram por exercícios) ainda estava obeso, mas tinha valores normaisbetapostaglicemiabetapostajejum; também teve reduçãobetaposta25-30% na gordura no fígado. Já os obesos sedentários permaneceram diabéticos.

Agora, os próximos passos dos pesquisadores devem incluir testes com humanos e buscar por detalhes sobre como este impacto positivo do exercício muscular acontece. Segundo Leandro Moura, a chave para isso deverá estar no papelbetapostacertas proteínas que temos no corpo.

"Está sendo bastante investigado o papel das chamadas 'exercinas', proteínas liberadas para o sangue durante o exercício físico. Quando liberadas para o organismo, elas atuambetapostadiferentes órgãos: cérebro, fígado, pulmão...", explica.

Eventualmente, confirmando-se as propriedades destas proteínas, a equipe vislumbra até sintetizá-las, transformando-asbetapostaremédios, por exemplo. Mas, destaca o pesquisador, mesmo que estes fármacos venham a existir, a atividade física ainda seria fundamental.

"Estamos muito longebetapostaentender a total funcionalidade do exercício físico. Temos não só o efeito biológico, mas o psicológico etc. Não podemos resumir isso tudo a uma cápsula", diz o professor da Unicamp.

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