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A impressionante vida secretapênalti apostaWorld of Warcraftpênalti apostameu filho gamer com doença degenerativa:pênalti aposta
"Fazendo uma retrospectiva, acho que deveríamos ter nos interessado mais pelo mundo dos games,pênalti apostaque ele tanto gostava."
"Ao não fazer isso, perdemos uma oportunidade que não sabíamos que tínhamos", completa.
O encontro com os 'desconhecidos'
Quatro anos antes, Robert estava ao lado do caixãopênalti apostaMats na nova capela do cemitério Vestre Gravlund,pênalti apostaOslo, fazendo um discursopênalti apostahomenagem ao filho.
Entre os que estavam sentados nas cadeiras azuis da capela ouvindo o discurso, empênalti apostamaioria parentes e funcionários do serviçopênalti apostasaúde próximos a Mats, havia um grupo que a família não conhecia.
Apenas Robert havia estado com eles. E só uma vez, na noite anterior.
Considerando que nos últimos anospênalti apostavida Mats quase não saíapênalti apostaseu quarto, no porão da casa dos pais, era estranho que desconhecidos da família estivessem presentespênalti apostaseu funeral.
Mais estranho ainda era o fatopênalti apostaque o próprio Mats, que jazia naquele caixão branco, também nunca havia encontrado com aquelas pessoas frente a frente.
Antespênalti apostasua morte, na verdade, aquele grupo desolado não se relacionava com ele, como Mats. Eles o viam como Ibelin: nobrepênalti apostanascença, detetive e sedutor.
Muitos vierampênalti apostalonge, outrospênalti apostaperto, e choraram pelo grande amigo que haviam perdido.
Mais tarde no velório, um deles discursaria e contaria aos presentes que, naquele momento,pênalti apostatoda a Europa, pessoas acendiam velas para Mats, lembrando-se dele com pesar e amor.
Expectativapênalti apostavida
Estava escrito nas estrelas, codificadopênalti apostaseu DNA.
O Mats que saracoteava com uma coroa na cabeça no seu aniversáriopênalti apostaquatro anos,pênalti apostajulhopênalti aposta1993, dentropênalti apostaquatro anos ficaria preso a uma cadeirapênalti apostarodas para nunca mais se levantar.
Robert e Trude tinham recebido a notíciapênalti apostamaio. Em uma pequena sala do enorme prédiopênalti apostatijolos que abriga o Hospital Ullevål, o casal descobriu por que o filho caía e se machucava com tanta frequência. Por que despencava dos balanços. Por que não subia a escada do escorrega na creche, embora adorasse escorregar. Por que se apoiava nos joelhos como um velho quando estava sentado e precisava se levantar. Por que não corria com as outras crianças.
Os médicos contaram a Robert e Trude que Mats sofriapênalti apostaDistrofia Muscularpênalti apostaDuchenne, uma doença rara que causa degeneração muscularpênalti apostameninos. Os genespênalti apostaMats tinham um erropênalti apostacodificação que impediria o desenvolvimento normalpênalti apostaseus músculos. E que, gradativamente, os destruiria.
"Depois que colocamos Mats na cama naquela noite, ligamos para o médico. Tínhamos permissão para fazer isso. 'Liguem a qualquer hora se precisarempênalti apostamais informações'", diz Robert.
Com Trude sentada ao seu lado, ele lembra que, depoispênalti apostameia horapênalti apostaconversa, conseguiu encontrar um pequeno conforto:
"Eu falei para o médico: 'Mas pelo menos ele não vai morrer disso!' O médico ficoupênalti apostasilêncio do outro lado da linha por um momento. Depois, disse: 'Não, mas nossa experiência mostra que esses pacientes raramente vivem até depois dos 20 anos'."
Robert faz uma pausa.
"Ele conseguiu chegar aos 25", completa.
Naquela noitepênalti apostamaiopênalti aposta1993, na casa geminadapênalti apostaque moravampênalti apostaOstensjo, a sudestepênalti apostaOslo, o casal tentava assimilar todas as informações, enquanto a ideiapênalti apostafuturo - promessas vagaspênalti apostaalgo bom - se transformavapênalti apostauma ameaça.
Mats não teria "uma vida normal". Ele não seria capazpênalti apostapraticar esportes. Não sairia e conheceria garotas. Não experimentaria o mundo.
Ele morreria jovem, sem ter vivido uma vida plena.
Robert e Trude acreditavam que o filho seria tirado deles sem deixarpênalti apostamarca no mundo.
Mas estavam completamente enganados.
Como criar uma identidade do zero
Se o nosso DNA mapeia nossas vidas antes mesmopênalti apostanascermos, como podemos escolher quem queremos ser?
Mats encontrou uma forma e se reinventou.
Na virada do milênio, a família Steen se mudou para uma casa adaptada para cadeirapênalti apostarodaspênalti apostaLanghus, ao sulpênalti apostaOslo.
Embora Mats pudesse jogar Gameboy durante o recreio na escola, nem mesmo o Super Mario conseguiria afastar a sensaçãopênalti apostaser diferente. Ele estavapênalti apostauma cadeirapênalti apostarodas, tinha um assistente com elepênalti apostatodos os lugares.
Os pais se perguntavam o que Mats gostariapênalti apostafazer no tempo livre, quando os colegaspênalti apostaturma jogavam futebol e zanzavampênalti apostaum lado para o outro.
Jogar games online, talvez? Robert deu ao filho a senha do computador da família - e um mundo novo se abriu para o meninopênalti aposta11 anos.
"Nos últimos dez anospênalti apostavida, Mats jogou entre 15 mil e 20 mil horas", estimou Robertpênalti apostaseu discurso. "Isso equivale a maispênalti apostadez anospênalti apostaum empregopênalti apostatempo integral."
Mas o jogo também era motivopênalti apostaatrito familiar.
"Quando o acompanhante noturno chegava, às 22h, Mats precisava estar na cama", diz o pai. "A função dele era monitorar se Mats estava deitado, não colocá-lo na cama. Mats protestou, é claro, mas contra a vontade concordoupênalti apostair dormir cedo."
Mats tinha se tornado um gamer, e os gamers não vão para a cama às dez da noite.
Mas quem foi Mats durante todas essas horaspênalti apostaque passou jogando?
Lorde Ibelin Redmoore se tornou o principal personagempênalti apostaMatspênalti apostaseu universopênalti apostagames.
O segundo era Jerome Walker.
"Jerome e Ibelin são extensõespênalti apostamim mesmo, representam diferentes lados meus", escreveu Mats.
Com o tempo, eles desempenhariam um papel importante na vidapênalti apostaoutras pessoas também.
Mats jogava vários tipospênalti apostagames online, mas acabava viajando com frequência para Azeroth - um planeta no jogo World of Warcraft.
Azeroth é um mundopênalti apostafantasia mítica com continentes, mares e florestas. Há penhascos e planícies, vilarejos e cidades. Mats passou a maior parte do tempo na região chamada Reinos do Leste.
Como um gamer, você vai conhecendo este mundo pouco a pouco, assim como conhece o mundo real.
Haverá lugares para onde você vai planejar viajar, paisagens e cidades que você domina - algumas mais do que outras. Em certas áreas, você vai precisar ficar alerta. Em outras, vai adorar sair e fazer novos amigos. Sem contar apênalti apostacomunidade local, onde se encontram seus amigos mais próximos.
É assim que o mundo funciona. É assim que Azeroth é.
Mats fez essa jornada e encontrou companheiros. Formou um amplo círculopênalti apostaamigos queridos.
Mas se você não viajar para Azeroth, não será capazpênalti apostasaber quão bom é.
As aparências enganam
Robert Steen se lembra do que via.
"Quando passava pelo porãopênalti apostaMats durante o dia, e as cortinas estavam fechadas... sentia uma tristezapênalti apostaque me lembro muito bem."
"'Ah, não, pensava: 'Ele nem sequer começou o dia ainda'. Eu ficava triste, porque o mundo dele era tão limitado."
Mas quem não é um gamer não consegue enxergar o panorama todo.
"Achávamos que se tratava apenas do jogo. E nada mais. Pensávamos que era uma competição que você precisava ganhar", diz Robert.
E havia a questão do ritmo circadiano - o ciclo diáriopênalti aposta24 horas do nosso organismo.
"Não entendíamos por que era importante para Mats estar online tarde da noite. Mas é claro, não é pela manhã ou no meio do dia que as pessoas estão jogando. Nesse horário, a maioria está na escola ou no trabalho."
"Nós só entendemos isso depois que ele morreu. Até o último minuto, queríamos que ele estivesse dormindo às 11h da noite, como outras pessoas 'normais'."
Um roubopênalti apostaGoldshire
Lisette Roovers,pênalti apostaBreda, na Holanda, era uma das amigas mais próximaspênalti apostaMats. E foi uma das pessoas que voaram para Oslopênalti aposta2014 para participar do seu funeral.
Ela está na Noruega novamente - desta vez, visitando Kai Simon Fredriksen, que também jogava com Mats.
Sentada no sofá da casa dele,pênalti apostaHoybraten, a nordestepênalti apostaOslo, Lisette lamenta a mortepênalti apostaMats.
"Eu conhecia Mats havia muitos anos. Foi um choque quando ele morreu e isso mexeu comigo."
Ela tinha apenas 15 anos e Mats, 16, quando se conheceram. Ou, para ser mais precisa: quando Rumour, personagempênalti apostaLisette, conheceu Ibelin.
Hoje com 28 anos, Lisette lembra como foi.
"Nós nos conhecemospênalti apostaGoldshire. Não é mais um lugar legal, mas naquela época Goldshire era uma pequena vila agradável, onde você podia conhecer novos personagens interessantes. Eu estava procurando alguém para jogar, e entre outros sentados ao redorpênalti apostauma fogueira estava quem mais tarde eu viria saber que era Ibelin."
"Eu - ou melhor, Rumour - agi um tanto impulsivamente: saltei dos arbustos e peguei o chapéupênalti apostaIbelin. Parei por um momento, olhando para frente e para trás, depois corri com o chapéu sem rumo", conta Lisette.
Ela sorri um pouco.
Mats também escreveu sobre o primeiro encontro dos dois,pênalti apostaum postpênalti apostaseu blog intitulado "Amor".
"Neste outro mundo, uma garota não veria uma cadeirapênalti apostarodas ou qualquer coisa diferente. Ela veria minha alma, coração e mente, convenientemente colocadospênalti apostaum corpo forte e bonito. Felizmente, quase todos os personagens deste mundo virtual têm uma aparência ótima."
"Mats era um grande amigo, às vezes um amigo muito próximo", diz Lisette.
"Nós escrevíamos sobre tudo, mas ele não escrevia sobrepênalti apostacondição. Eu achava que a vida dele era como a minha. Por exemplo, nós dois odiávamos a escola."
Mas havia coisas nas quais eles discordavam.
"Ele escreveu que odiava neve. Eu escrevi que adorava. Não sabia que ele odiava neve porque estava sentadopênalti apostauma cadeirapênalti apostarodas. Não sabia sobre a cadeirapênalti apostarodas."
Carta para os pais
Lisette gostavapênalti apostasocializar quando jogava. "Enquanto minha irmã saía com os amigos, eu ficavapênalti apostacasa jogando."
Mas o amor dela pelos games deixava os pais angustiados. Eles se preocupavam com seu desempenho escolar e aparente faltapênalti apostavida social.
A solução encontrada por eles foi restringir o acesso da filha ao jogo. "Ficar longe dos meus amigos gamers foi difícil para mim", lembra Lisette.
Mas Mats não desistiu dapênalti apostaamizade. Mesmo sem encontrá-la online, ele manteve contato com ela por meiopênalti apostaoutros canais.
"Ele até escreveu uma carta séria para meus pais, na qual tentou ajudá-los a entender o quão importante o jogo era para mim", diz Lisette.
"Guardei essa carta."
Amigos reais x virtuais
Robert e Trude sabiam que o filho se comunicava com alguém chamado Lisette.
"Mats falou um pouco sobre esses personagens do jogo - esses avatares - mas não nos ligamos muito nisso. Ele nos contou sobre a Rumor, entre outros", lembra.
"Ela, ou melhor, Lisette, mandou presentes para ele, inclusive no aniversário. Achamos comovente, e também provocamos ele um poucopênalti apostarelação a isso. Ele ficou corado, muito corado", diz o pai.
"Pensávamospênalti apostaLisette como uma amiga, por causa dos presentes, que eram uma prova tangívelpênalti apostauma amizade real, por assim dizer."
Robert acrescenta: "Nós não nos referíamos aos outros que ele conheceu jogando como amigos. Chamávamospênalti apostaavatares."
Ele faz uma pausa por um momento. "Nossa percepçãopênalti apostaamizade era muito tradicional. Aqueles que estavam lá apenas digitalmente, nós realmente não considerávamos como amigos."
Encontrandopênalti apostatribo
Em World of Warcraft, você pode jogar sozinho ou se juntar com outros gamers e formar um grupo - ou irmandade. Mats fazia parte da irmandade Starlight, que conta com cercapênalti aposta30 membros.
"Ninguém se torna um membro da Starlight por acaso", diz Robert.
"Para se tornar um membro da Starlight você tempênalti apostaser recomendado por alguém que já faz parte e,pênalti apostaseguida, completar um períodopênalti apostaexperiênciapênalti apostaum a dois meses."
A Starlight existe há maispênalti aposta12 anos e ainda é uma irmandade ativa. Doze anos é muito tempo para uma irmandade - quase metade da vidapênalti apostaMats.
"A Starlight é um grupo especial, porque permaneceu unida por muito tempo. É provavelmente por isso que as amizades da Starlight são tão profundas", conclui.
Aos 40 anos, Kai Simon, ou Nomine, como se chama seu personagem no jogo, é o líder da Starlight.
Todos os anos, desde que Mats morreu, a Starlight faz uma homenagem para Ibelin com o intuitopênalti apostacompartilhar memórias do companheiro.
Eles fizeram isso no primeiro domingo após a mortepênalti apostaMats, e repetem o ritual desde então. Antes do tributo do ano passado, Kai Simon descreveu o evento da Starlight assim:
"Vamos nos lembrarpênalti apostaLord Ibelin Redmoore juntos, e nosso foco será correr e nadar."
"Ibelin era um corredor", explicou Simon.
"Era importante para ele ser capazpênalti apostacorrer, e era importante para ele poder compartilhar a experiênciapênalti apostacorrer com os outros."
Será que Simon está falando agora sobre Mats ou Ibelin? Talvez não seja importante. Ou talvez Mats e o personagem tenham se tornado um só.
Levando a cadeirapênalti apostarodas para Azeroth
Mats já havia vivido quatro anos a mais do que os médicos haviam previsto.
Em 2013, a família Steen estava passando as fériaspênalti apostaverãopênalti apostaMaiorca, na Espanha, enquanto Mats - impossibilitadopênalti apostaviajar - ficoupênalti apostacasa,pênalti apostaLanghus, com seu assistente pessoal. Ele tinha completado 24 anos recentemente.
Naquele verão, Mats começou a escrever seu blog: "Reflexões sobre a Vida" (em tradução livre). No post que intitulou "Minha fuga", Mats escreveu sobre a vidapênalti apostaAzeroth:
"Lá minha deficiência não importa, estou livre das amarras e posso ser quem eu quiser. Lá me sinto normal."
Mats compartilhou o endereço do blog com os membros da irmandade - um por um - e foi assim que eles ficaram sabendo sobrepênalti apostasituação offline.
Lisette lembra a primeira vez que leu o blog:
"Fiquei atordoada. E com a consciência pesada porque provoquei ele no jogo algumas vezes e nem sempre fui muito atenciosa."
"Depois, eu pensei: 'Tenhopênalti apostacomeçar a me comportarpênalti apostamaneira diferente com ele a partirpênalti apostaagora?' Mas decidi tratá-lo do mesmo jeito que fazia antes. Ele também escreveu no blog que era isso que ele queria."
"E elepênalti apostafato não mudou."
Um território livre
No jogo, ela se chama Chit, um personagem sem frescuras. Offline, é Anne Hamill,pênalti aposta65 anos, psicóloga aposentada e entusiastapênalti apostajogos online,pênalti apostaSalisbury, na Inglaterra.
Anne acha fascinante o que o grupo Starlight representa para aqueles que costumam ser colocadospênalti apostaescanteio no "mundo real":
"Como nos conhecemos livrepênalti apostapreconceitos, a Starlight parece um ambiente seguro, mesmo para aqueles que se veem como 'excluídos'", diz Anne.
"O jogo online é uma arena fantástica para conhecer pessoas e fazer amizades. Descobrimos uns aos outros sem estereótipos no caminho, e isso nos dá a oportunidadepênalti apostadescobrir se gostamospênalti apostaalguém - só revelamos nossa idade, sexo, deficiência ou cor da pele se tivermos vontade."
Ela acrescenta: "Acho que Mats teve a sortepênalti apostapertencer ao nosso tempo, tecnologicamente. Na Starlight, ele era um membro-chave. Se ele tivesse nascido 15 anos antes, não teria encontrado uma comunidade como essa."
Premonição sombria
Cercapênalti apostaseis meses antespênalti apostamorrer, Mats ficou ausente do World of Warcraft por dez dias. Seus companheiros se perguntavam onde ele estava.
"Dez dias era muito tempo para ficar desconectado, porque Mats estava sempre lá, quando você precisavapênalti apostaalguém para jogar ou conversar", diz Anne.
Quando ele voltou ao jogo, ficaram sabendo que ele tinha sido internado. Anne conta que finalmente decidiu dizer o que estava pensando.
Ela escreveu: "Mats, você deve dar a alguém a possibilidadepênalti apostaentrarpênalti apostacontato conosco, caso algo aconteça com você. Para que a gente fique sabendo, se você não puder nos enviar uma mensagem".
Hamill esperava que ele dessepênalti apostasenha a alguém, ou pensassepênalti apostauma solução para informar a Starlight se algo acontecesse com ele.
"Você é importante para a gente", acrescentou.
Mats respondeu: "Você só está dizendo isso porque sabe que estou sentadopênalti apostauma cadeirapênalti apostarodas."
"Eu disse a ele que isso não era verdade", conta Hamill.
"Eu falei: 'Você é importante para a irmandade. Você é um ouvinte fantástico. Você é uma das pessoas que coloca os outros para cima na Starlight'."
Mats levou um tempo para escreverpênalti apostanovo.
"Mas entendi que ele havia levado a sério o que eu falei", diz Hamill.
Ele só tinha mais seis mesespênalti apostavida.
Em 18pênalti apostanovembropênalti aposta2014, Mats morreu.
Em estado crítico, ele foi novamente internado. Os médicos conseguiram estabilizá-lo e disseram que poderia ter altapênalti apostabreve.
Mas,pênalti apostaseguida, a família foi instruída a ir o mais rápido possível para o hospital.
"Ele estava no quarto andar, no fimpênalti apostaum corredor. Cada segundo era precioso, o corredor era muito longo", diz Robert.
Eles chegaram tarde demais.
A foto que Robert tirou do filho no leitopênalti apostamorte mostra um jovem pálido, com cabelo escuro e ondulado - os olhos finamente desenhados, nariz delicado e a boca marcada pela máscarapênalti apostarespiração que ele usou por tanto tempo. Parece que ele está dormindo.
Muitos anos antes, Lisette fez um desenho para Mats:
Ibelin está abraçando Rumour, com um lenço que cobrepênalti apostaboca e nariz.
"Mats recebeu pelo correio", diz Robert.
"Agora, está pendurado na parede da nossa casa".
Um pensamento repentino e libertador
No dia seguinte à mortepênalti apostaMats, amigos e familiares se reuniram na casa da famíliapênalti apostaLanghus.
Robert diz que foi um 'pequeno caos'.
"A campainha tocou, as flores chegaram, os vizinhos apareceram. Todo mundo chorou."
No meiopênalti apostatudo isso, Robert tentou fazer uma listapênalti apostaquem precisava ser avisado da mortepênalti apostaMats. Ele se lembrou dos gamers e se perguntou como poderia entrarpênalti apostacontato com eles.
"Antespênalti apostaMats morrer, nunca pensei que precisaria terpênalti apostasenha."
Mas agora ele precisava.
"Foi quando eu lembrei do blog", diz Robert.
Mats deu a senha do blog para o pai, para que Robert pudesse checar as estatísticaspênalti apostaquantas pessoas haviam visitado o site e lido cada post.
Hamill, mais conhecida como Chit, aproveita para dar alguns conselhos a todos os pais:
"Você não sabe quem faz parte da vida do seu filho se você não conhece seus amigos digitais."
"Faça um acordo com seus filhos sobre como entrarpênalti apostacontato com seus amigos digitais, caso algo aconteça com eles. Caso contrário, eles podem ter amigos que ficarão se perguntando para sempre o que aconteceu, se eles permanecerem desconectados", completa.
No fim da jornada
O post comunicando o falecimentopênalti apostaMats, escrito por Robert, foi publicado no blog no dia seguinte à morte dele. No fim do texto, Robert deixou um endereçopênalti apostae-mail para quem quisesse entrarpênalti apostacontato.
"Eu escrevi e chorei. Cliquei, então,pênalti apostapublicar. Não sabia se viria alguma resposta."
Robert respira fundo e continua:
"Algumas horas se passaram, e chegou o primeiro e-mail - os pêsames sincerospênalti apostaum dos integrantes da Starlight."
"Eu li o e-mailpênalti apostavoz alta: 'É com o coração pesado que eu escrevo este post para um homem com quem nunca me encontrei, mas que eu conhecia tão bem'. Isso me marcou."
Começaram a chegar mais mensagenspênalti apostacondolências - mais histórias da vida onlinepênalti apostaMats.
"Ele transcendeu seus limites físicos e enriqueceu a vidapênalti apostapessoaspênalti apostatodo o mundo", dizia um deles.
"A mortepênalti apostaMats me atingiu com muita força. Não consigo colocarpênalti apostapalavras o quanto sentirei falta dele", afirmava outro.
"Não acredito que exista uma pessoa que seja o coração da Starlight. Mas se tivessepênalti apostaser alguém, teria sido ele", escreveu um terceiro.
A vozpênalti apostaRobert embarga.
"Uma sociedade inteira, uma pequena naçãopênalti apostapessoas começou a tomar forma", diz ele. "E numa escala que não tínhamos ideia. Chegaram vários e-mails no decorrer do dia e nos dias que se seguiram, falando sobre o que Mats tinha significado."
Robert explica que as duas realidades se fundiram.
Como se mede a amizade?
Quando a Starlight soube da mortepênalti apostaMats, seus membros arrecadaram dinheiro para ajudar aqueles que não tinham condiçõespênalti apostapagar a viagem para participar do funeral na Noruega.
O pai diz que a família ficou comovida.
"Nós choramos muito, sentimos uma alegria imensa ao ver o tipopênalti apostavida que Mats tinha vividopênalti apostafato. Com amigospênalti apostaverdade, namoradas, pessoas que se importavam tanto que voariampênalti apostaoutro país para o funeralpênalti apostaalguém com quem nunca tinham se encontrado pessoalmente. Isso foi poderoso."
Lisette, que mora na Holanda, foi para o funeral. Assim como Anne, do Reino Unido, Janina, da Finlândia, e Rikke, da Dinamarca.
Os amigos digitais foram informados que seria exibido um pequeno filme sobre Mats durante a cerimônia.
"Estávamos discutindo se seria certo a gente ver esse filme, já que Mats sempre mantevepênalti apostaaparência física escondidapênalti apostanós. Mas nós fomos, e vimos ele, do jeito que estava neste mundo. Não fazia diferença para a gente, mas ficamos profundamente tocados."
Às 2h30 do dia 28pênalti apostanovembropênalti aposta2014, teve início o funeral na capela nova do Cemitério Vestre Gravlund.
Em nome dos membros da Starlight, Kai Simon, nativopênalti apostaOslo, dirigiu-se aos presentes:
"Enquanto estamos reunidos aqui hoje, uma vela está sendo acesa por Matspênalti apostauma salapênalti apostaaula na Holanda, uma vela queimapênalti apostaum call center na Irlanda,pênalti apostauma biblioteca na Suécia há uma vela acesa, ele é lembradopênalti apostaum pequeno salãopênalti apostabeleza na Finlândia,pênalti apostauma secretaria municipal na Dinamarca,pênalti apostamuitos lugares na Inglaterra. Por toda a Europa, Mats é lembrado por muita gente, mais do que tiveram a oportunidadepênalti apostavir aqui hoje."
[…]
"Eu conheci Matspênalti apostaum mundo onde não importa nem um pouco quem você é, que tipopênalti apostacorpo você tem, ou como você se parece na realidade, atrás do teclado. Lá, o que importa é quem você escolhe ser e como você se comportapênalti apostarelação aos outros. O que importa é o que se encontra aqui [Kai Simon põe a mão na cabeça] e aqui [ele coloca a mão no coração]."
Quando o corpo foi levado para fora da capela, Lisette foi uma das seis pessoas a carregarem o caixão. Foi a primeira vez que ela esteve fisicamente pertopênalti apostaMats.
"Eu tentei não pensarpênalti apostacomo estava leve. Na minha vida, eu via Mats como Ibelin Redmoore, um personagem alto e forte. Dentro do caixão, havia uma pessoa que não pesava quase nada."
"O legadopênalti apostaMats será a marca que ele deixoupênalti apostatodos nós que o conhecemos. Ele tocou muita gente", diz Lisette.
'Ser alguém'
O que significa ser alguém no mundo - e como você se torna essa pessoa?
Em seu blog, Mats escreveu sobre a tela do computador - à frente da qual ficou sentado mais da metade do tempo que passou no planeta Terra:
"Não é uma tela, é um portal para onde seu coração desejar."
*Vicky Schaubert trabalha para a NRK, emissora públicapênalti apostarádio e televisão norueguesa,pênalti apostaOslo.
Este artigo foi publicado originalmente no site da NRK - leia aqui a versão original (em norueguês).
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