Por que a estrela mais luminosa da galáxia é invisível a olho nu – e como se tornará aparente:bwin news
Muito jovem, com apenas 2,5 milhõesbwin newsidade, ou cerca 1,8 mil vezes mais nova que o Sol, ela é uma supergigante da raríssima classe das luminosas azuis (que têm uma temperatura mais quente), das quais se conhece apenas algumas dezenas.
Situada na constelação australbwin newsCarina, à direita do Cruzeiro do Sul, Eta Carinae foi catalogada,bwin news1677, pelo astrônomo e matemático britânico Edmond Halley (1656-1742), famoso por ser o primeiro observador da órbita do cometa que que leva seu nome.
Mas ela começou a chamar realmente a atençãobwin news1843, quando uma grande erupção lançou ao espaço matériabwin newsequivalente à massabwin newsdezenasbwin newssóis. Como consequência do evento,bwin newsluminosidade aumentou tanto que durante meses ficou visível durante o dia da Terra.
Em contrapartida, criou-se uma nebulosabwin newstorno dela, com o formatobwin newsuma ampulheta ou lóbulos, chamadabwin newsHomúnculo, com 3 trilhõesbwin newsquilômetros (4 meses-luz)bwin newsuma ponta a outra, que, junto com nuvens poeira e gases, lançadas durante a mesma explosão, ofusca seu brilhobwin newsdireção ao nosso planeta. Além desta, houve pelo menos duas outras erupções menores conhecidas, uma vistabwin news1250 e outrabwin news1890.
Desde então, muito se aprendeu sobre esse astro. Grande parte das descobertas recentes se deve a Damineli, do Institutobwin newsAstronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, autor principal do novo estudo, que se dedica a estudar Eta Carinae há cercabwin news30 anos. Entre elas, abwin newsque esta estrela é um sistema duplo, composto por dois astros.
Ele descobriu que a cada 5,5 anos a estrela sofre um pequeno "apagão" para quem a observa da Terra. Damineli concluiu que isso deve ocorrer porque o sistema é duplo e uma das estrelas, a menor, passa na frente da outra. Hoje, isso é um fato aceito por todos.
De acordo com ele, a estrela menor tem 30 vezes a massa do Sol e a maior, 90. "Se fosse colocada no lugar da nossa estrela, a superfície desta última estaria além da órbita da Terra, entre nosso planeta e Marte", diz. "Ela brilha escondida atrás da poeira com uma potênciabwin news5 milhõesbwin newssóis, o que está no limite teórico, um pouco mais que isso, ela evaporaria", explica Damineli.
"Nos últimos 20 anos, astrônomos detectaram um aumento do brilho da Eta Carinae, que se fosse dela mesmo já teria ultrapassado esse limite. Com isso, surgiu a hipótesebwin newsque ela explodiria dentrobwin newsalgumas décadas."
No novo trabalho, ele conclui que não é isso que está acontecendo com a estrela. Para chegar a esse resultado, Damineli coordenou uma equipebwin news17 pesquisadores do Brasil, Argentina, Alemanha, Canadá, e Estados Unidos, que analisou todos os dadosbwin newsobservação disponíveis sobre Eta Carinae dos últimos 80 anos. "Eles vembwin newsmaisbwin news60 mil observações, a maioria feita por estudantesbwin newsAstronomia no telescópio da Universidade Nacionalbwin newsLa Plata, na Argentina, entre 2003 e 2015", conta.
"Elas foram comparadas com os dados do telescópio espacial Hubble, que corrigiram as distorções das observações do solo e proporcionaram imagensbwin newsqualidade excepcional da estrela, separando-a da nebulosa do Homúnculo que a cerca."
No artigo, publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society em 4bwin newsjaneiro, Damineli e seus colaboradores propõem que o aumentobwin newsbrilhobwin newsEta Carinae não é intrínseco a ela como muitos pesquisadores imaginaram, mas é causado pela dissipaçãobwin newsuma nuvembwin newspoeira posicionada exatamente na frente dela,bwin newsdireção à Terra.
O estudo revelou que, alémbwin newstrês nuvensbwin newsgás (chamados glóbulosbwin newsWeigelt) existe uma quarta. "Ela cobre completamente a estrela e seus ventos, apagando a maior partebwin newssua luz viajandobwin newsnossa direção", explica o professor da USP. "Uma das outras três se desfez recentemente, um indíciobwin newsque o mesmo deverá acontecer com a que tapa nossa visão."
Escondendo a nebulosa
Apesar dessa nuvembwin newspoeira, a Nebulosa do Homúnculo pode ser vista diretamente, pois é 200 vezes maior do que ela e seu brilho quase não é afetado. Mas isso também vai acabarbwin newsbreve.
"Em 2032, ou quatro anos a mais ou a menos, a poeira terá desaparecido e o brilho aparente da estrela não aumentará mais, mas ofuscará a nebulosa", diz Damineli. "Ou seja,bwin newspoucos anos, perderemos a oportunidadebwin newstirar belas fotos do Homúnculo, mas veremos mais claramente o parbwin newsestrelas gêmeas dentro. Os apagões periódicos também poderão ser visto com mais clareza."
Sem a nuvem, o brilhobwin newsEta Carinae visto da Terra será semelhante ao da estrela chamada Intrometida, da constelação do Cruzeiro do Sul.
"Por maisbwin newsmeio século os cientistas acreditaram que a Eta Carinae era malcomportada, cheiabwin newstiques e que vivia aprontando", ressalta Damineli. "No entanto, daqui a alguns poucos anos será possível constatar que as duas estrelas companheiras são comportadas e com brilho estável, e que o meio interestelar ao redor delas é que causava uma aparente anormalidade."
O mais grandioso espetáculo que será proporcionado por Eta Carinae ocorrerá, no entanto,bwin newsfuturo incerto,bwin newshoje a alguns milharesbwin newsanos, quando ela deverá explodir na formabwin newsuma hipernova. "Sua morte deverá produzir uma explosãobwin newsraios gama, o tipobwin newsevento mais energético que ocorre no universo", afirma Damineli.
"O brilho, porbwin newsvez, será umas dez vezes maior do que toda a Via Láctea e ela poderá ser vistabwin newspleno dia. Mas podemos ficar tranquilos: não haverá risco para a vida na Terra."
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