A desoladora existência das mulheres esquecidas nas terras geladas do norte da Sibéria:estrela bet noticias

A young Nenets woman gathers the reindeer before migration. Yamal Peninsula, Siberia, Russia.

Crédito, Oded Wagenstein

No remoto vilarejoestrela bet noticiasYar-Sale, no norte da Sibéria (Rússia), vive um grupoestrela bet noticiasmulheres idosas. Elas faziam parteestrela bet noticiasuma comunidade nômadeestrela bet noticiaspastoresestrela bet noticiasrenas, mas, na velhice, passam a maior parte dos dias reclusas, isoladas do mundo.

Enquanto homens do grupo são incentivados a continuar migrando e desempenhando suas funções, as mulheres são colocadas no ostracismo e obrigadas a enfrentar a velhice sozinhas. O fotógrafo Oded Wagenstein enfrentou uma longa jornada para registrar essas "mulheres esquecidas".

A packed sled, ready for migration. Yamal Peninsula, Siberia, Russia.

Crédito, Oded Wagenstein

Para encontrá-las, Wagenstein voou até a Rússia, encarou uma viagemestrela bet noticias60 horasestrela bet noticiastrem a partirestrela bet noticiasMoscou, e mais sete horas chacoalhando os ossosestrela bet noticiasum trajeto sobre um rio congelado.

"Fiquei surpreso com a recepção calorosa que recebi na casa delas. Por dias - com muito chá - nós sentamos juntos enquanto elas compartilhavam comigo histórias, cançõesestrela bet noticiasninar e saudades: lembranças distantesestrela bet noticiaspaisagens brancas e rebanhosestrela bet noticiasrenas, dos pais e parceiros, junto com grande frustração pela sensaçãoestrela bet noticiasestar "sem propósito" na vida.

Ele compartilhou com a BBC News histórias e fotos dessas mulheres.

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Angelina Serotetto

Crédito, Oded Wagenstein

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Angelina Serotetto,estrela bet noticias76 anos

Parteestrela bet noticiasuma famíliaestrela bet noticiasmulheres xamãs, a mãeestrela bet noticiasAngelina a ensinou a ler o futuro usando objetos sagrados da natureza. "Sim! Eu sinto falta daqueles dias do passado, mas eu tento me manter otimista. Eu vejo tudo com olhar mais amoroso. Eu acho que você aprende quando você envelhece".

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Autipana Audi (born.1941) sitting on her bed in her apartment. Yar-Sale village, Yamal Peninsula, Siberia, Russia.

Crédito, Oded Wagenstein

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Autipana Audi,estrela bet noticias77 anos

Durante vários pontosestrela bet noticiassua vida, Autipana teveestrela bet noticiasenfrentar perdas tristes.

Ela perdeu o marido, o filho e a filha para doenças. E, há alguns anos, todo o rebanho morreuestrela bet noticiasfome num períodoestrela bet noticiasbaixíssimas temperaturas.

Com muitas dificuldades para andar, passa a maior parte do tempo na cama, cienteestrela bet noticiasque jamais vai poder mudarestrela bet noticiaslugar como fazia antigamente. "Eu sinto falta dos verões, quando a gente costumava pescar. Tenho saudades da minha família e do meu rebanho. Mas o que eu sinto falta éestrela bet noticiasandar. De andar na neve".

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Zinaida Evay

Crédito, Oded Wagenstein

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Zinaida Evay,estrela bet noticias72 anos

Casada por muitos anos, Zinaida se lembra como o marido e ela tinham "uma relação maravilhosa, cheiaestrela bet noticiasamor e diversão até o último dia dele".

Agora, ela mora num apartamento pequeno, com gatos.

"Eles estão velhos também", diz, sobre os animais. "A única coisa que sobrou são as cançõesestrela bet noticiasninar que canto para mim mesma".

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Pudani Audi (born.1948) in her apartment. Yar-Sale village, Yamal Peninsula, Siberia, Russia.

Crédito, Oded Wagenstein

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Pudani Audi,estrela bet noticias70 anos

Como seus ancestrais, que vagaram por terras congelantes no norte da Sibéria por milharesestrela bet noticiasanos, Pudani nasceu na tundra e, desde o nascimento, se deslocavaestrela bet noticiasum canto a outro.

Já na vida adulta, ela era a uma das líderes dos nômades pastores, conduzindo rebanhos num dos ambientes mais extremos da Terra. Ela ainda alimenta a esperançaestrela bet noticiasvoltar à ativa, mas sem o apoio do próprio grupo é pouco provável que consiga. "Sinto falta da liberdade e da vida ao ar livre. Mas acho que minha participação acabou. Não precisam maisestrela bet noticiasmim lá.

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Liliya Yamkina (Born. 1944) looking through the window in her apartment. Yar-Sale village, Yamal Peninsula, Siberia, Russia.

Crédito, Oded Wagenstein

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Liliya Yamkina,estrela bet noticias74 anos

Ainda criança na tundra, Liliya era a única do clã que sabia ler. Ela ainda se lembraestrela bet noticiasquão importante se sentia quando lia para todos do grupo cartas e documentos formais.

Mas, justamente por ser a única a saber ler, o pai dela não a deixou ir para a faculdade nem se tornar professora.

Agora, vivendo sozinhaestrela bet noticiasum apartamento, ela escreve músicas românticas sobre a vegetação local. Ela sonhaestrela bet noticiaspublicar os textos numa revista.

"Eu não entendia completamente a importância da tradição e da família quando era jovem. Briguei muito com meus pais. Eu queria fugir das minhas raízes. Lembro do quanto eu gostavaestrela bet noticiasquando eles me contavam contos do nosso povo ao redor da fogueira... sinto muito a falta deles."

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estrela bet noticias Fotos e entrevistas Oded Wagenstein.