A sequênciabet mais vipacasos que levou à descoberta do Big Bang:bet mais vip
"Eventualmente, Jansky se deu contabet mais vipque elas vinham da constelaçãobet mais vipSagitário, que é onde agora sabemos que está o centro da Via Láctea", completa a professora.
Ela explica que esse foi o primeiro registrobet mais vipondasbet mais viprádio que vinhambet mais vipfora da Terra e do Sistema Solar - e o início da radioastronomia, que abriu uma janela completamente nova para que o homem explorasse o Universo.
"Foi pura casualidade. E sequer foi um astrônomo", acrescenta a astrofísica Sara Bridle.
Descoberta importante
A descoberta foi importante porque revelou todo um pedaço do Universo que ainda era completamente invisível e, por isso, desconhecido.
Para o astrônomo Nial Tanvir, era como estar num quarto com pouca luz, observando assustado tudo o que se podia enxergar e,bet mais viprepente, alguém aparece com um óculosbet mais vipvisão noturna.
"Se vamos além dos limites do que vemos com nossos olhos, temos o infravermelho, o micro-ondas, radio-ondas e,bet mais vipoutra direção, raios X e Y. Se usamos esses outros tiposbet mais vipluz, normalmente nos deparamos com processos diferentes do que os que vemos com os nossos olhos", explica Tanvir.
A origem do Universo é, por excelência, um desses processos - comprovado graças ao acaso, que ajudou a demonstrar empiricamente o chamado Big Bang, ou Grande Explosão.
"A ideia do Big Bang, do pontobet mais vipvista teórico, é que num momento no passado, toda a matéria e toda a energia do Universo estava um único lugar e logo explodiu. Essa explosão marcou o início do tempo e da expansão do espaço, partindo do nada, e a expansão continua acontecendo", resume Tanvir. "Soa como uma teoria louca, mas é o que a matemática nos diz", completa o astrônomo.
A teoria da Grande Explosão ganhou força durante o século passado. No entanto, até meados dos anos 1960, ainda faltavam provas contundentes para derrubar teorias alternativas.
A evidência que faltava veio à tona graças à radiação cósmicabet mais vipfundobet mais vipmicro-ondas (CMB, na siglabet mais vipinglês), outro acaso.
"A descoberta da CMB foi feita por pessoas que nem sequer estavam procurando (a origem do Universo)", assinala a professorabet mais vipastrofísica Sara Bridle.
Tudo começou com Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson trabalhavam com uma antena supersensível - com design dignobet mais vipfilmebet mais vipficção científica (veja na foto abaixo) - desenhada para detectar as ondasbet mais viprádio emitidas pelos echo balloon satellites, satélitesbet mais vipformatobet mais vipbalão.
Para medir as ondas, elas precisavam eliminar todo tipobet mais vipinterferência que viessebet mais vipoutras fontes.
Quando fizeram isso, os pesquisadores se depararam com um ruído desconhecido e persistente, "um sinal fraco, mas facilmente detectável, que não vinhabet mais vipnada na Terra nem no Sistema Solar, nem mesmo da nossa galáxia", diz Tanvir, relembrando a história.
Esse sinal vinhabet mais viptodas as direções.
Um ruído incômodo
Em todos os lugares eles encontravam o mesmo "calorbet mais vipfundo", como o próprio Penzias explicoubet mais vipuma entrevista à BBC no final dos anos 70, referindo-se à energia emitida pelas ondas.
"Nos surpreendeu, ou melhor, no início, ficamos irritados. Ao invésbet mais vipobter um bonito e impecável zero que esperávamos para a Via Láctea, obtivemos um resultado que era 100 vezes maior que o previsto: uma temperaturabet mais vipquase quatro graus", contou Penzias.
"E esses quatro graus eram o resultado depois que todas as 'contribuições' do solo, da atmosfera e da antena tinham sido subtraídas", reforçou.
Em buscabet mais vipuma explicação para o que estava acontecendo, eles consideraram várias possibilidades, entre elas algumas ideias insólitas.
"A maior suspeita vinhabet mais vipalguns pombos que visitavam a antena - sempre tínhamos que limpar os 'rastros' que elas deixavam", disse ele, referindo-se às fezes das aves.
Eventualmente, "os pombos foram capturados e mandados para um lugar distante". Mas os animais voltaram e "contar o que fizemos com eles não é, provavelmente, politicamente correto", disse o cientista.
O que está por trás da explosão
Apesarbet mais vipterem sumido com os pombos, o som irritante não desapareceu. Eles ainda não tinham ligado o barulho ao Big Bang - mas, afinal, quem pensaria nisso?
"Eles estavam realmente confusos e, por acaso, um amigo comentou que havia um grupobet mais vipfísicos teóricos que estava bem ali perto tentando justamente decifrar o que havia acontecido depois do Big Bang", conta Bridle.
"Em teoria, esperaria-se que houvesse muita luz deixada pela grande explosão do Big Bang, luz que estaria presente hoje", diz a professora. "Então eles ligaram para os físicos e perceberam que o que tinham encontrado era exatamente o tipobet mais vipsinal que aquela explosão emitiria."
Eles haviam encontrado a base da cosmologia moderna.
Pura sorte?
Um esforço para melhorar as comunicaçõesbet mais viprádio, um ruído no espaço e alguns físicos teóricos por perto... tudo se reuniubet mais vipum notável acidente que, segundo a maioria dos cientistas, deu ao mundo o que era necessário para comprovar a maiorbet mais viptodas as teorias: o Big Bang.
Poderia-se dizer que Penzias e Wilson ganharam na loteria científica.
Uma vez que o cocô do pombo foi descartado, o "ruído" irritante acabou por ser a descoberta acidental do século, a evidência da origem do Universo.
Mas, embora a descoberta da CMB, a radiação cósmicabet mais vipfundobet mais vipmicro-ondas, tenha sido um acidente, será possível afirmar que, realmente, foi pura sorte?
Penzias e Wilson tiveram a sortebet mais vipse deparar com o ruído ebet mais vipencontrar a teoria para explicá-lo literalmente logo ao lado. A dupla, entretanto, foi muito cuidadosa e não ignorou as evidências que lhe apareciam, por mais irritantes que elas fossem.
Os cientistas ganharambet mais vip1978 o prêmio Nobelbet mais vipFísica.
Em um mundobet mais vipque o tempobet mais vipacesso aos telescópios é regulamentado e o testebet mais viphipóteses, base do método científico, dependebet mais vipfinanciamento, a radioastronomia moderna aprendeu com os acidentesbet mais vipseu passado.
"Agora, quando um novo telescópio é feito, garantimos que novos tiposbet mais vipobservações possam ser feitas,bet mais vipmodo que não nos limitemos a tentar resolver incógnitas conhecidas", diz Sarah Britle.
Em outras palavras, a porta deve estar sempre aberta para o acaso e a sorte.