O que a campanha #MeToo conseguiu mudarhttp sportingbetfato?:http sportingbet

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Legenda da foto, (Da esquerda para a direita): Gwyneth Paltrow, Angelina Jolie, Cara Delevingne, Lea Seydoux, Rosanna Arquette, Mira Sorvino - elas participaram do movimento #MeToo denunciando casoshttp sportingbetassédio.

http sportingbet O Oscar, o Globohttp sportingbetOuro, o Festivalhttp sportingbetCannes... até 2017, todos esses eram eventoshttp sportingbetque - salvo raras exceções -, atores, atrizes, produtores e diretores trocavam tapinhas nas costas e elogios amistosos. Neste ano, no entanto, tornaram-se palcohttp sportingbetuma campanha robustahttp sportingbetprotesto.

O movimento #MeToo, uma campanha que se multiplicou entre as atrizeshttp sportingbetHollywood contra a culturahttp sportingbetassédio sexual no principal cenário do cinema mundial, tomou conta desses eventos e repercutiuhttp sportingbettodos os cantos do planeta.

Tudo começou com um caso que veio à tona no jornal The New York Times acusando um dos maiores executivoshttp sportingbetHollywood, Harvey Weinstein,http sportingbetter assediado, abusado e até estuprado dezenashttp sportingbetatrizes. As primeiras acusações apareceramhttp sportingbet5http sportingbetoutubro, e o poderoso produtor acabou demitidohttp sportingbetsua própria empresa durante aquela semana. A "Caixahttp sportingbetPandora" foi aberta. Weinstein nega ter se envolvidohttp sportingbetsexo não consensual.

Em 15http sportingbetoutubro, a atriz Alyssa Milano sugeriu no Twitter que todas as mulheres que tivessem sido sexualmente assediadas ou agredidas respondessem para ela na rede social com a hashtag #MeToo ("Eu também"http sportingbettradução livre). A ideia era mostrar a dimensão do problema. Pelo menos meio milhãohttp sportingbetmulheres enviaram suas respostas nas primeiras 24 horas.

Desde então, uma enxurradahttp sportingbetdenúncias surgiu contra homens da alta classe do entretenimento, da mídia, da política e da tecnologia. Muitos negam as acusações. Até hoje surgem novas denúncias e novas repercussões, e a dinâmicahttp sportingbetpoderhttp sportingbetHollywood, sem dúvida, mudou.

Mas as mudanças mais efetivas que o movimento trouxe na prática, para além do universo hollywoodiano, ainda não estão tão claras: há algohttp sportingbetdiferente acontecendo para as milhõeshttp sportingbetmulheres que compartilharam suas histórias com a #MeToo? Será que o movimento também trouxe mudanças para as vidas delas? Até que ponto esse protesto trouxe uma mudança real?

Efeitos

Uma iniciativa que surgiu a partir da campanha foi a propostahttp sportingbetcriaçãohttp sportingbetfundo para arrecadar dinheiro e fornecer ajuda legal a mulheres que sofreram assédio ou abuso, o "Time's Up Legal Defense Fund".

Maishttp sportingbet300 atrizes, escritoras e diretoras lançaram o projetohttp sportingbet1ºhttp sportingbetjaneiro deste ano e arrecadaram US$ 21 milhões (cercahttp sportingbetR$ 78 milhões)http sportingbetapenas um mês para ajudar a bancar os custos judiciaishttp sportingbetprocessoshttp sportingbetassédio sexual sofrido por mulheres no trabalho.

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Legenda da foto, Protestohttp sportingbetmulhereshttp sportingbetfavor da campanha do #MeToo nos Estados Unidos

O National Women's Law Center (NWLC) - centrohttp sportingbetauxílio jurídico para as mulheres com sedehttp sportingbetWashington DC - está reunindo as vítimas e indicando advogados para ajudá-las gratuitamente.

"Nós recebemos maishttp sportingbet2,7 mil solicitaçõeshttp sportingbetmulhereshttp sportingbettodos os Estados americanos e existem maishttp sportingbet500 advogados na rede dispostos a ajudar nos casos do Time's Up", explicou Sharyn Tejani, diretora do fundo na NWLC, à BBC.

"O fundo prioriza casos envolvendo mulhereshttp sportingbetbaixa renda, outras que estãohttp sportingbetempregos 'não tradicionais', pessoas negras, LGBT, e as que estão enfrentando retaliações legais por terem denunciado casoshttp sportingbetassédio", completou Tejani.

Tina Tchen, que também coordena os esforçoshttp sportingbetassistência jurídica do fundo, disse que os beneficiários incluem "trabalhadoras da construção civil, guardas prisionais e policiais", e acrescenta: "Há homens que se apresentaram também."

Ela explica que alguns desses homens vivenciaram o assédio sexual e outros as procuram por contahttp sportingbetsuas esposas ouhttp sportingbetalgum familiar.

Esse foi outro fenômeno importante da #MeToo: o fatohttp sportingbetlançar holofotes para os homens, que também apareceram como vítimas. Segundo Sian Brooke, do Institutohttp sportingbetInternet da Oxford, que estuda gênero e sexismo online, essa foi uma das revelações mais importantes do movimento.

"Um grupo pode receber atenção e ser levado a sério com relação a alegaçõeshttp sportingbetestupro, sem tirar qualquer pesohttp sportingbetoutra parte", observa ela.

O #MeToo ajudou vítimas a buscar ajuda?

De outubro a dezembrohttp sportingbet2017, as ligações para a Rede Nacionalhttp sportingbetDenúnciashttp sportingbetEstupro, Abuso e Incesto nos Estados Unidos aumentaram 23%http sportingbetcomparação com o mesmo períodohttp sportingbet2016.

Algumas vítimas chegaram a mencionar a hashtag #MeToo como uma influência para terem denunciado e afirmaram que ela ajudou a remexer a dor que estava adormecida. Outras afirmaram que não se sentiam mais sozinhas e tiveram coragem para falar sobre um traumahttp sportingbetabuso com familiares ou com outras pessoas que tiveram experiências similares.

"O movimento trouxe à tona o tema do assédio sexual e do abuso para a consciência das pessoas", disse Brooke.

"Mesmo que parte da discussão seja crítica ao movimento, você ainda está trazendo uma consciênciahttp sportingbetque isso acontece".

Uma organização sem fins lucrativos chamada 1in6,http sportingbetLos Angeles, apoia os homens sobreviventeshttp sportingbetabuso sexual. A diretorahttp sportingbetcomunicação do grupo, Meredith Alling, disse à BBC que a hashtag #MeToo teve um impacto rápido e importante no númerohttp sportingbethomens que procuraram a instituição quando o movimento veio à tona.

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Legenda da foto, Após a campanha, mais empresas estão buscando formashttp sportingbetcombater o assédio no trabalho

"Vimos um aumentohttp sportingbet110% no tráfego do site e 103%http sportingbetaumento no uso do serviço onlinehttp sportingbetajuda do grupo entre setembro e outubrohttp sportingbet2017. E essa tendência continuou", disse.

Ambientehttp sportingbettrabalho

Nos Estados Unidos, as empresas estão pensandohttp sportingbetnovas maneirashttp sportingbetcriar um ambiente mais positivo no trabalho e uma cultura mais saudável depois do #MeToo.

Ted Bunch é o co-fundadorhttp sportingbetum grupohttp sportingbetativistas que promove formas mais saudáveis e respeitosashttp sportingbet"ser homem" - são chamados "A Call To Men" (Um chamado para os homens,http sportingbettradução livre), e eles têm relatam um aumento da procura por parte das empresas.

"Vimos principalmente o aumento do númerohttp sportingbetempresas buscando entender por que o assédio sexual é tão comum nos locaishttp sportingbettrabalho", disse.

Brunch acredita que problemas podem surgir porque o ambientehttp sportingbettrabalho é um microcosmo da sociedade no qual homens e meninos são muitas vezes ensinados a verem mulheres como objetos, que valem menos.

"A maioria dos homens não é abusadora. Mas quase todos os homens já riramhttp sportingbetpiadas machistas, ou objetificaram as mulhereshttp sportingbetalguma forma. Quando você liga os pontos e mostra para os homens que essas piadas que eles julgam serem inofensivas validam e alimentam o comportamento nocivo contra as mulheres, eles começam a querer mudar", disse.

Além dos EUA

Fora do território americano, o impacto da campanha contra o assédio iniciadahttp sportingbetHollywood é sentidohttp sportingbetforma diferente por diferentes grupos. No Reino Unido, uma consultorahttp sportingbetrecursos humanos disse que ficou surpresa com a faltahttp sportingbetdemandas inspiradas no #MeToo.

"Não observamos nenhum aumento no volumehttp sportingbetsolicitaçõeshttp sportingbettreinamento ou mesmo no volumehttp sportingbettreinamento que estamos recomendando. Não acho que tenha tido um impacto significativo", disse Elaine Howell, gerentehttp sportingbetRH da PlusHR.

"Temos clienteshttp sportingbetserviços profissionais, clientes industriais, financeiros, marketing ... Parece ser algo bem específico para essa indústria [entretenimento]".

Mas quando consultamos o sindicatohttp sportingbetatores britânicos Equity, que representa maishttp sportingbet43 mil profissionais, eles relatam uma experiência diferente.

O órgão não revela números exatos, mas afirma que houve um aumento significativo "em consultas e casos trabalhados desde o #MeToo".

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Legenda da foto, Iniciativa contra o assédio teve impacto variado fora dos Estados Unidos

Para a vice-presidente do Equity, Maureen Beattie, a mensagem já ficou clara para o mercado: nenhum comportamento inadequado vai passar mais sem ser punido. "Se você faz algo errado com algum dos nossos membros, algo inaceitável, nós vamos atráshttp sportingbetvocê até o fim", disse.

"Essas pessoas (abusadores) não foram embora. Estão embaixohttp sportingbetuma pedra. Estão se escondendo, esperando apenas o momentohttp sportingbetque ninguém mais estiver olhando", completou.

"Uma das coisas que estamos fazendo é pedindo às pessoas que estão no mercado há bastante tempo, pessoas que são estrelas, pessoas que têm influência, para ficaremhttp sportingbetolho. Não que eles tenhamhttp sportingbetser treinados para ajudar alguém que tenha sido assediado sexualmente, mas [eles] podem dizer: 'Com licença? Você não pode agir assim com as pessoas'."

Online e offline

A hashtag #MeToo ganhou fama recentemente, mas o movimento, originalmente, é mais antigo. Em 2006, a ativista negra Tarana Burke fundou o Me Too como uma iniciativa para reunir vítimashttp sportingbetviolência sexual.

Desde que ele tomou maiores proporções com a chegada da hashtag na internet, ela se empenhouhttp sportingbetfazer com que o movimento tivesse uma mudança mais efetivahttp sportingbetdiferentes níveis da sociedade.

Umhttp sportingbetseus comentários mais contundentes aconteceu uma semana antes dela andar no tapete vermelho do Oscarhttp sportingbet2017: "Se continuarmos apenas fazendo declarações e não partirmos para a ação, nós estaremoshttp sportingbetapuros."

Sarah Jackson, professorahttp sportingbetestudoshttp sportingbetcomunicação na Northeastern University, acredita que o contexto é a chave para dar sustentação ao Me Too.

"Eu não chamaria a hashtag 'Me Too'http sportingbetum movimento. Eu chamariahttp sportingbetuma campanha que é partehttp sportingbetum movimento maior. O movimento é pelos direitos das mulheres, é pelo feminismo. Eu diria que a #MeToo é um indicativo do tipohttp sportingbetdebate que precisa acontecer", disse.

"O próximo passo é dizer: ok, sabemos qual é o problema, então, como podemos fazer para expandir esse debate para o mundo todo?"

O Google, com o projeto "Me Too Rising", conseguiu ilustrar como a conscientização com relação a essa questão se espalhou pelo mundo.

As informações mostram que o termo foi buscadohttp sportingbetmuitas partes do planeta, mas a repercussão foi maiorhttp sportingbetalguns países. A liberdadehttp sportingbetimprensahttp sportingbetum país ou o potencial das redes sociais também tiveram impacto nisso - ainda é cedo para dizer como o movimento vai influenciar os locais onde ele repercutiuhttp sportingbetmaneira mais discreta, como o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo.

Karuna Nundy, advogada da Suprema Corte da Índia, compartilhouhttp sportingbetopinião sobre a relevânciahttp sportingbet#MeToo para o país, onde a revolta com crimes sexuais provocou ondashttp sportingbetprotestos nos últimos anos.

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Legenda da foto, Atrizes usaram preto no Globohttp sportingbetOuro e Oprah fez um discurso histórico sobre o tema do assédio

"As conversas do #MeToo na Índia são limitadas a uma faixahttp sportingbetpessoas que falam inglês e têm acesso à internet. É bastantehttp sportingbetnúmeros absolutos, mas pequeno para a Índia. No entanto, isso se soma às enormes conversas que já estavam acontecendo. A ideiahttp sportingbetque a Justiça está falhando para as mulheres, e a desobediência civil pode ser legítima nesses casos".

Nundy, que esteve envolvida no movimento para aprovar a lei anti-estupro na Índiahttp sportingbet2013, afirma que as vítimas agora são levadas mais a sério quando denunciam.

"Eu tive um casohttp sportingbetestupro ontem contra um produtor importantehttp sportingbetBollywood (a versão indiana da indústria americana do cinema). Minha cliente é uma mulher muito jovem que disse ter sido estuprada por um períodohttp sportingbetseis meses com lesão corporal. Independente da decisão do tribunal, acho que a forma como fomos ouvidas pelo presidente do Supremo Tribunal e pelos dois juízes é muito diferente da maneira como teríamos sido ouvidos, digamos, 15 anos atrás", afirmou.

"Existe uma interação entre a consciência social, a lei e a Justiçahttp sportingbetfato. E é exatamente isso que eu acho que está acontecendo. "

Desse modo, talvez a #MeToo não seja um ponto final, mas o iníciohttp sportingbetalgo maior. Um toque para as pessoas buscarem mudanças nas suas comunidades e para lutarem por melhorias no sistema - especialmente para aquelas que não têm o poder para lutarem sozinhas.